sábado, 6 de junho de 2020

Trazia-nos o mar quando cantava...

"Trazia-nos o mar quando cantava..."

Assim começava Pedro Homem de Mello quando se referiu a Francisco Enes Pereira naquela comovente  dedicatória que escreveu aquando da morte dos seus vinte anos!

Aqui vai  o texto na sua totalidade

FRANCISCO

"Trazia-nos o mar quando cantava...

Era seu canto a própria maresia!
Contudo, em sua boca, uma flor brava –
Rosa de carne – à terra, ainda o prendia.
Nos seus dedos, as sombras das gaivotas
Poisavam sem poisar...
Mastro perdido! Inverosímeis rotas
Que nunca mais hão-de recomeçar!
Seria frágil? Sim, porque era forte.
Seria bom? Não sei... mas era puro.
Tinha a beleza que anuncia a morte
Do lírio prematuro.
Quadril enxuto. E o peito? – Asas redondas
Com que se voa mais que se respira!
Corpo de efebo no cristal das ondas.
Em vez de vermes, algas de safira..."

Não vou aqui explicar quem era este Francisco.

Está tudo em 


E 

E também


O que vou é visualizar o Francisco Enes Pereira 


























       e ilustrar a voz daquele que, quando cantava, levava o mar aos ouvidos do Poeta.



























Este ambiente é na Ilha de Santa Maria nos Açores pelo que apelo à sorte que lá encontre alguém que a situe. Isto no inicio dos anos cinquenta. 

E tudo se conjugou, para que eu pudesse escrever isto, com a felicidade de ter encontrado Helena Enes Pereira, filha do Domingos, por isso, sobrinha de Francisco e ao mesmo tempo afilhada de Pedro Homem de Mello, que me deu permissão de publicar estas fotografias e m'as ofereceu via Ernesto Paço.

Fica também à disposição de todos aqueles que estejam interessados em estudar ao que e a quem PHM se referia na sua escrita. Para não inventarem muito.

lopesdareosa


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