terça-feira, 29 de agosto de 2023

Testa alta e viva Lanhelas...

 Num digo o resto por causa do feminismo!

É só para lembrar que a Festa das Solhas é já este fim de semana.



















E este cartaz já o conheço à cinquenta anos. A mim parece-me o mesmo!

E a festa das Solhas segue-se a São João d'Arga. 

Depois vinham as da Senhora da Bonança. Ainda hoje é assim!

Estas por sua vez caíam, de tempos a tempos, nas da Peneda. Daqui as excursões dos romeiros tramontanos, paravam em Moledo, Ancora ou Afife e metam-se mar dentro com a roupa que traziam.

E depois as Feiras Novas. Mas hoje já não é assim

Na sequência, o Alto Minho rematava as parrandas  nas Feiras Novas  ( terceiro domingo de Setembro). Depois os de Ponte resolveram atirar as Feiras Novas para cima dos de Gontinhães.

Resolvi protestar, e dei em desfiladeiro na parada da Bonança que agora decorre em simultâneo com a de Ponte de Lima.

O ano passado foi, com o Maranhão de Afife, com os de Vile.

















Também estiveram estes que os conheço num sei de onde!

















Este ano vou com os de Afife.





segunda-feira, 28 de agosto de 2023

O Senhor do Bomfim

 Temos um em Carreço junto à "Estrada de Caminha" do lado nascente. E aproveito a aproximação da festa para revisitar a Capela.

Mas um instante houve que não foi!

No MAGAZINE do EXPRESSO de Sábado, 12 de Agosto de 1989 um Senhor chamado Fernando António Almeida fez publicar esta imagem identificando a Capela como sendo a Igreja de Bravães.

(Aqui vai muito mazinha conforme a fotocópia.)

Mas lá estão as mulheres de Carreço com as suas saias às riscas pretas e brancas e barra axadrezada.

Aqui vai uma imagem, já melhor,  da mesma Capela



E já agora a Igreja de Bravães















Como se pode ver são parecidíssimas!!! (Para além de que uma é Capela e a outra, Igreja)

Mas a Capela de Carreço é parecida com uma outra, mas esta em Lanheses que é a capela do Senhor do Cruzeiro

                                                                                                                                                                       




















Que dizem ter sido construída pelo mesmo "Lavrador" que construiu a de Carreço.

É evidente que esta patacoada não altera a realidade. Mas quem lê e não conhece pode ficar convencido que é assim mesmo.

Também é evidente que qualquer erro pode ser ressalvado posteriormente. No entanto  é impossível que se leia uma informação e se possa rastrear,  tudo o que se venha a publicar, onde e quando é que essa eventual ressalva possa aparecer.

Cabe a quem publica ter mais cuidado com aquilo que publica!


( Esta devo-a ao meu amigo VICENTE o tal que dançava a Chula na sombra do Moinho das Quatro Velas. - Ou seria a Cana Verde???)



sexta-feira, 18 de agosto de 2023

AS MULHERES DE AREOSA

 

AS MULHERES DA MINHA ALDEIA!

Vem isto a propósito da recente iniciativa do PÚBLICO em editar, em 15 fascículos,  a obra de Maria Lamas "As mulheres do meu país".

Publicada também em fascículos entre 1948 e 1950, consultando uma segunda edição (2002 da editora CAMINHO) desta mesma obra, que aqui não vou salientar o valor por demais já elogiado, encontrei na página 57 uma alusão a Areosa, não falando de Areosa. 



A fotografia atribuída a Aureliano Carneiro apresenta duas mulheres a lavrar numa veiga que eu diria ser já a de São Sebastião. Essas mulheres que, pelo sorriso da que segura a soga, eu identifico como sendo da Casa d'Andrel  (alguém que me corrija) corresponde ou deu origem a um postal colorido posto então em circulação. Esta imagem constou no pano de boca do palco da Sociedade.



 

 

 

Mas não pondo em causa o valor da obra, este tipo de publicações enferma de uma falha estrutural: Não identifica as pessoas retratadas. Pecha dos entendidos que se servem de gente que é gente como meros objectos em cima dos quais nos arremessam  a sua sapiência, Outro sim a própria sapiência que informa neste caso tratar-se de:              

" Camponesas minhotas da beira-mar lavrando uma veiga em Carreço. Ao fundo a serra de Agrichousa", 

(segundo a legenda na obra citada)

Em primeiro lugar as camponesas minhotas poderiam ser de muitos sítios à beira mar mas no caso são de Areosa. Aliás a edição do Postal diz isso mesmo. Em segundo lugar a veiga não é em Carreço; é em Areosa e é isso que diz o tal postal. Em terceiro lugar ao fundo não está a serra de Agrichousa! Porque Agrichousa é em Afife, não se avista do local. Não existe como serra, quanto muito terá o monte à volta com seu nome. 

Lá ao fundo o que se vê é o encontro (ou divisão) do Monte da Paradela com o da Penedeira, "frecha" aberta pelo Rio do Pégo. E lá por cima, mais longe, o alto da Porqueira já em Carreço. E se dúvidas houvesse lá está a frente da Sociedade de Instrução e Recreio Areosense, em construção.

No entanto, para a posteridade, vai ficar o que está escrito na obra de Maria Lamas e não estas minhas observações. 

António Alves Barros Lopes

Areosa, 8 de Agosto de 2023

 

Nota

Este texto foi publicado na A AURORA DO LIMA de 17 de Agosto de 2023.                   Ver canto superior esquerdo da página 42.


















A primeira imagem não foi publicada. Nela consta a legenda citada no texto. A página constante é a 57 e não a 47. Erro meu no texto publicado na AURORA.



O ANTES E O DESPOIS do António Viana

 

O ANTES E DEPOIS de António Viana


Na sua página no Facebook o nosso amigo, conterrâneo, Areosense, publicava regularmente sobre o tema ANTES E DEPOIS, uns trabalhinhos sobre situações, lugares, prédios que sendo objecto de restauro ou modificação e dos quais possuía imagens anteriores, fazia a comparação entre o antes com o respectivo depois. 

Lembro que em 23 de Outubro de 2017 publicava  - O Que Vejo na Nossa Terra – sobre a  CASA DO PRIOR DE MONSERRATE - Antes e Depois – fazendo uma pequena descrição enquadrante.

E já em 24 de maio de 2018 publicava– O Que Vejo na Nossa Terra – O Campo do Forno em fase final de DESCARAMURIZAÇÃO, sobre a mudança do Caramuru para a beira mar

Ao que  Ivone Jácome comentou: Acho que qualquer dia é a vez do frei Bartolomeu se por a andar do Largo de S. DOMINGOS.” Ao que Vitor Calçada aproveitou para observar: “Se for, a culpa não é de Bartolomeu, mas sim de quem se lembrou de lhe por uma estátua daquelas dimensões, totalmente desproporcionada para aquele espaço.”                                                                                     

Nessa altura em seguimento ao Senhor Victor Calçada eu próprio       comentei:

“De facto os esculpidos, Bartolomeu e o burro, o Caramuru e a

 Índia, não têm culpa da mesma forma que nem o Coutinho. 

A culpa é da saloiada que nunca interiorizou que Viana é uma Vila

pequena e o seu encanto é esse mesmo - ser pequena. 

Já Jorge Leitão, na edição de A AURORA DO LIMA de 14 de

 Setembro de 2012, tem um texto publicado com o título “Viana tem

 complexos de pequenez…” . 

Daí que para compensar constrói coisas inchadas.”


Já em 13 de Abril de 2019 António Viana publica “ O Que Vejo na Nossa Terra - MONUMENTO A QUÊ? - Ao Dinheiro Fácil? Ao Dinheiro dos Outros? Ao Dinheiro Desperdiçado? Que Pena! Que jeito daria à Notável Escola que lhe está ao lado! A quem se deve o Mérito de Viana ter tão NOTÁVEL MONUMENTO?” 

Isto, sobre o destroço do pretenso Palácio de Congressos com a seguinte imagem;



 


Ao que comentei

“António Viana! - Quer que lhe mostre evidências de que nos primórdios isso era para ser o "Palácio dos Congressos".? - Eu volto a repetir as palavras de Severino Costa no COMÉRCIO DO PORTO em 16 de Novembro de 1965. (Eis Viana dos castelos - digo eu!)”. Aqui vão.

" Centro irradiante de cultura, afinal poderia sê-lo se nos longos meses em que costumamos hibernar acendessem uma lâmpada e acordassem a gente que nasceu e quer viver nas sombras desse burgo a que José Caldas chamou de «fogo morto» como que - feito velho do Restelo - tivesse deixado com essa fatídica legenda uma maldição sobre a terra onde nasceu"

Acontece que no entretanto o monumento à arquitectura foi        entaipado.




















E tenho imensa pena que o António Viana não esteja já entre nós para nos enviar a imagem do Depois.

Morreria de velhice, decerto!

Areosa, 29 de Junho de 2023

António Alves Barros Lopes


Nota

Este texto foi publicado na A AURORA DO LIMA em 6 de Julho de 2023 - Pg. 18




quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Nossa Senhora da Graça em Carreço

 Foi ontem dia 15 de Agosto.

Os de Carreço resolveram surpreender-me.

Na procissão, fizeram transportar o andor da Padroeira em cima de um "carro de vacas" puxado por uma junta de bois.





























O certo é que este detalhe tem um simbolismo evocativo da tradição.

- Mas então porquê uma junta de bois e não de vacas?

- Não foram elas que arrastaram a Santa para Carreço???

Pois foi. 

Mas os bois de Afife vieram atrás delas!

Só falha num pormenor. Estes bois não são de Afife.

Como em Afife já não há bois estes vieram dos Arcos!!!


Nota posterior

Atenção que as aparências iludem.

Ter em mente aquela velha quadra


Anteonte fui à feira

Num sei como aquilo foi

Tinha comprado uma vaca

Cheguei a casa era um boi


Há que fazer uma nova versão!


Aqui a situação inverteu-se. E já posteriormente à publicação inicial, fui alertado pelo Abílio de um pormenor nos atributos...

Tive que improvisar o reparo.


ENGANO?? - SEI QUE O FOI!

DA MINHA VISÃO JÁ FRACA

PELOS CORNOS ERA UM BOI

PELAS TETAS - UMA VACA!




quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Frustrações Minhotas

 

Em Afife na praia junto à Fonte Arnaz

 

(Do Poeta)


"Tinha aqueles cabelos que ondulara

O vento leve do entardecer

 

Em lhe eu falando uma palavra clara

Era o bastante para a mão tremer

 

Então num gesto  rápido incontido

Recuperava o porte e erguia a fronte

 

Se eu me calasse  voltava – Conte

E obrigava-me ao homem assumido

 

Só uma vez, uma vez esteve comigo

Naquela praia, naquela tarde, naquele Verão

 

Como esquecer, agora, o que não digo

Ao meu desabitado coração."

 

O original deste texto está nos POETAS IGNORADOS de Pedro Homem de Mello (1957)

E eu que tenho a mania de encontrar em PHM a premonição dos meus (alguns) passos, senti-me envolvido por um SEGREDO que sem respeito (ou com muito dele) pelo Autor, resolvi parafrasear e adaptar à minha circunstância.

Acontece que um dia, por volta dos meus oito mil setecentos e sessenta, apaixonei-me.

Mas a Deusa não me saiu Vénus e o mais que eu consegui foi uma puta de dor de cabeça e uma depressão nos cornos, daquelas que não deixam quaisquer isobáricas da prateleira.

Fui ao médico.

Receitou-me um caixote de pastilhas. Umas para dormir outras para me tirar o sono. Umas para me pôr em cima outras pra me atirar abaixo. Umas para a fadiga outras para a excitação. Umas para o setresse outras para a tesão (1). Umas para a libido outras para as endócrinas. 

Umas para me esquecer do que me lembrava outras para me lembrar do que me esquecia.

Fui ao psicanalista que me deitou num sofá. Como não foi de bruços não houve problemas. Mas acabei por adormecer. 

O especialista disse-me que o meu mal era sono!

Como a depressão é doença de rico, a caixa não comparticipou e acabei por gastar um balúrdio.

Autêntico desperdício. 

Mais valia ter gasto a massa, bem acompanhado, num bom jantar, daqueles com velinhas e tudo (no bom estilo de alguns engatatões da nossa praça) e rematar no fim com uma valente phóda com cheiro a maresia. Podia ser até com cheiro a eucalipto pois nem sou assim tão ecologista.

Aliviava os nervos, era mais agradável, repartia o que tinha de sobra com alguém com necessidades e ficava mais barato.

Mas esgotadas as pastilhas da primeira leva resolvi mudar de tratamento e gastar o dinheiro em vinho. Dá o mesmo resultado e sempre se enche o estômago com alguma coisa boa. E lá fui esvaziando umas reservas e uns vintages. E até dei cabo de um chatô lafite que me tinha sido oferecido pelo Passarinho, emigrado em França. Enfim tudo do melhor e também do caro. 

Mas como a Musa era bem boa não merecia ser esquecida à custa de bebedeiras rascas. Dessas que se apanhavam com aguardente de Anha, mal destilada ou com vinho tinto de Perre. O mínimo aceitável seria o branco de Mezieiro.

Moral da história.

Senhores da medicina!

Uma paixão não se mata com pastilhas!

Uma paixão morre-se em bebedeiras plenas.

 até que desvaneça

   até que desapareça!

(1) - Esta palavra está mal escrita. 

                              

Queria eu dizer "tensão".                                                  

Num fui a tempo de a corrigir.





 

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

São Mamede em festa

 

Festa de São Mamede

Ontem dia 6 de Agosto de 2023 em Trasâncora.

Estive lá.




















E o programa era este!



















Mas para Além do Velho e da Velha,(e outras danças) comum aos das Argas como aos da Montaria e do Ileio dos de São Lourenço, fiquei com  as palavras de uma das responsáveis pelo Rancho de Danças e Cantares da Serra D’Arga.

Referiu-se à existência deste grupo e da dificuldade de manter a tradição e de conseguir aquela unidade que permite a sua apresentação ainda nos dias de hoje em que a indiferença e o desinteresse ganham ao empenho. Mais ou menos assim:


ANTIGAMENTE NÃO TÍNHAMOS NADA E QUERÍAMOS TUDO.

HOJE TEMOS TUDO E NÃO QUEREMOS NADA!


( Ou não sabemos o que queremos. Acrescento eu!)


DE FACTO

( NÃO DE FATO pois fui lá de camiseta interior!)

Com os meus agradecimentos a quem pagou as minis!

Com os meus agradecimentos aos das Argas e arredores que me fazem o favor de serem meus amigos.

Ao Senhor Domingos Malheiro. (Roubei-lhe o cartaz)

E ao Zé Miguel ( tirou a fotografia) que é o melhor tocador de concertina do mundo - Depois de mim - como toda a gente sabe!

lopesdareosa

TAMBÉM TEMOS O NOSSO SÃO MAMEDE.

É NO ÚLTIMO DOMINGO DE AGOSTO



terça-feira, 1 de agosto de 2023

A Mãe Preta no Barco Negro

As canções da minha vida

 No velho Philips nos fins do 50 principio dos 60, como já expliquei, o Barco Negro da Amália.

Tinha gravado a musica do Brasileiro Mateus Nunes, o  "Caco Velho"   que no original se chamava Mãe Preta, mas com uma letra nova de David Mourão Ferreira.

https://www.youtube.com/watch?v=GHFEHGAJ-hk


Só muito mais tarde é que me apercebi da verdadeira história do tema. E o milagreiro youtube fez o resto.

No original era Mãe Preta de Matheus Nunes (Caco Velho)  e letra de  António Amabile, (Piratini). 

https://www.youtube.com/watch?v=FS1mu2nDpuw


Antes do Barco Negro de Amália, Mãe Preta tinha sido já  gravada por Maria da Conceição.

https://www.youtube.com/watch?v=CHrRiFZHfdc


No entanto esta versão, depois de muitos vezes  passada na rádio, foi proibida pela censura aparecendo então, por Amália, o tema musical desta vez com letra nova da autoria de David Mourão Ferreira. Foi um êxito, que ainda o é!

Já depois do 25 de Abril Amália terá tido  o bom gosto de Gravar Mãe Preta na letra original. No entanto não encontrei a gravação. 

"Com o advento do 25 de Abril Amália grava o poema original "Mãe preta", em 1978 fonte" -  https://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/274565.html

 

Mas o tema também foi gravado por Dulce Pontes.

https://www.youtube.com/watch?v=fL5PQkQ8dd4



Graças ao Philips, à Net e ao Youtube tive a possibilidade de reconstruir a história desta canção da minha vida (afinal de contas, duas)!