domingo, 15 de novembro de 2020

A Citânia de Santa Luzia

 

Citânia de Santa Luzia

Padre Quintas, 

... no seguimento do Marco Fascista, que a AURORA DO LIMA publicou em 24 de Outubro de 2019, ( bons velhos tempos) venho hoje com um dado novo acerca daquele local, agora entaipado, de que o Templo ao Sagrado Coração de Jesus é vizinho 

– A Citânia.

Naquele tal processo a que então me referi – a questão levantada no TAB por Areosa em relação ao limite com Viana -  presenciei, numa audiência, o testemunho de José da Cruz Lopes que a dada altura ouvi nas suas declarações em relação à fronteira entre Areosa, Monserrate e Santa Maria Maior: (cito de memória!) 

"Que se questionava porque é que tinha sido traçado um vértice comum. E não tinha sido  o topo norte da Citânia de Santa Luzia. Porque a Citânia de Santa Luzia  era  o berço da cidade. Era o berço da Urbe que  tínhamos hoje. A citânia era um povoação antiga e era ocupada por vianenses pessoas mesmo de Viana. Quando estávamos a fazer o país vivia lá gente."

  Defendia assim, Cruz Lopes, que por isso,  Viana deveria confrontar com Areosa pelo Norte da Citânia dado esta ter sido o berço da Cidade e por isso pertencia ao seu “distrito”.

A pergunta que faço de imediato  é  se a Citânia não terá sido o berço também da Paróquia de Vinha.

A pergunta que faço é se Viana for a herdeira da Citânia onde colocar Vinha na linha de sucessão se a Igreja de Vinha já levava três séculos de história quando Viana (1258) apareceu?

Ouçamos ALMEIDA FERNANDES no seu escrito “OS CULTOS OVINIENSES”, Meadela 1 de Agosto de 1962 que em relação a 1258...

 “A Vila de Vinea era uma pocessão da Catedral de tuy…desde havia mais de 3 séculos pois foi em 930 que o Rei de Leão Afonso IV em escambo lhe concedeu esta vila…”  

E por isso pergunto:

- Há quantos anos já era Vinha de (Areosa) uma identidade histórica     quando em 1258 Afonso III deu foral a Viana?

-  A quem pertenciam Adro, Castro e Figueiredo antes do Foral???

– E antes de S. Salvador?

Mas já  nas MEMÓRIAS PAROQUIAIS de 1758 (  e não foi Areosa que apelou a este documento no tal Processo)  

– O Pároco de Vinha de Areosa, Caetano Ventura, responde ao inquérito;

“ É  (Vinha de Areosa) antiquíssima e lhe podemos dar a mesma fundação na opinião mais provável e segura que os escritores nas suas corografias asignan à notável Vila de Vianna pois aquela cidade célebre de Santa Luzia onde a dita Santa tem a sua ermida a sua maior parte  constituída pela Serra em que aparecem vestígios de povoação discorrendo do sul para o Norte hé e sempre foi distrito desta freguesia de Areoza.”

Em 1895 no ARCHIVO VIANENSE, FIGUEIREDO DA GUERRA referiu-se, no seguinte texto,  à antiguidade da Igreja de Vinna em relação àquilo que um dia viria a ser Viana 

A egreja de Vinea é sem dúvida alguma a mais antiga de todo o nosso extincto termo de entre Âncora e Lima: a ella pertenciam as collações de Âncora e Villate. Na sua terra ou districto estavam as Villas de Vinea ou Vinha, de Figueiredo, da Foz e de Castro…”

Depois e em 1930, FG, no Notícias de Viana, volta ao assunto...

 “A vila da Vinha do Séc X, a velha paróquia a que pertenciam as ruinas de Santa Luzia, chama-se ainda hoje, Santa maria de Vinha de Areosa, e desta freguesia se desmembraram, no tempo de D. Sancho I as terras que da Foz do Lima se estendiam até ao ribeiro do Ameal, na Abelheira e criada então freguesia sufragânea, com sede na Igreja velha das Almas… ( S. Salvador decerto)

 Mas vejamos tempos ainda mais recentes. Simões Viana in  Cidade-Vélha. “Santa Luzia”. 2:13 (Jun. 1941), p. 3. Escreveu que...

 “O espaço ocupado pela Cidade-Velha na parte mais elevada da montanha voltada ao Sul, atingia toda a Bouça-do-Lebre, bouça onde foi edificado o Hotel e seus anexos, todo o espaço ocupado pelo Parque, e ainda, pelos terrenos onde estão situados o depósito da água, e Restaurante Palace. (…)”

- Que Bouça era essa?

Nada menos que a Bouça de Santa Luzia situada em Areosa e que  foi adquirida a diversos proprietários  Areosenses  pela  Comissão dos Melhoramentos do Monte de Santa Luzia na passagem dos século XIX para o Século XX.

Mais recentemente ainda podemos ler de ABEL VIANA, quase nado e muito criado em Areosa, o que no seu trabalho com MANUEL DE SOUSA OLIVEIRA, “Cidade Velha” de Santa Luzia (Viana do Castelo), in Revista de Guimarães, LXIV. Guimarães, 1954, logo a abrir diz: 

“Cidade Velha” lhe chamam os vianenses na suposição de que elas representam a origem da actual cidade. Directa sucessora esta não o é evidentemente…”

E mais à frente escreve na pag. 18 dessa obra: 

“ Decorreram dezenas de anos. O tojo, a carrasca, o silvado, as mimosas foram invadindo as ruinas. Sobre estas foi-se criando novamente uma camada de terra vegetal. O terreno pertencia à freguesia de Areosa. O mato era sorteado, tinha dono e roço periódico, não sendo raro andarem por ali, algumas cabras e gado a pasto.”

Se isto não bastasse podemos ainda ver o que ALMEIDA FERNANDES escreveu sobre o assunto nos CADERNOS VIANENSES em 1980 sobre a Cidade Velha ( Areosa) e sobre o topónimo Citânia (Areosa): 

"Finalmente o topónimo Citânia, substituído, ás vezes, por Cidade Velha (de Santa Luzia) em razão de se julgar que a “Cidade” de que aí há os restos de muros e casas foi a antiga Viana” (49)  

Aqui chegado AF faz esta chamada para em rodapé remetendo para um inventor do século XVII: (49) – 

“Esta Viana es la vieja cuyas ruynas parecen en lo alto de uno monte al Norte” Etc. - Sandoval in  Anteguedad de Tuy (1620) – Rematando AF com um rotundo 

CLARO QUE NÃO!.                 

( Almeida Fernandes que em COMO NASCEU VIANA reconheceu a justeza de Figueiredo da Guerra quando este  fez a ligação de Vinha com Ovínea)

Em 1985, na CAMINIANA, já FERNANDES MOREIRA publica um trabalho sobre um documento de 1068 de Frei Ordonho Eris, sobre a fundação do Mosteiro de S. Salvador da Torre que viera substituir o de Villa Mou. Esse documento dá noticia de que... 

“ As três vilas que ocupavam a maior parte do actual território de Viana e integravam a paróquia de Vinea, isto é Figueiredo , Castro e Foz”, pertenciam ao Mosteiro de Vila Mou. 

Acrescentando Fernandes Moreira uma outra fala esclarecedora: 

“Uma curiosidade revelada pelo mesmo documento: Viana ainda não aparece como uma unidade territorial, nem mesmo como paróquia, a seu respeito são citadas três vilas: Figueiredo, Foz e Castro.” 

Ou seja Já Vinea era paróquia muito antes de Viana ser  Viana!

E mais recentemente Lourenço Alves em “REFLEXÕES SOBRE A VIDA” 2003 pgn  71 e seguintes: 

“Terra antiquíssima ( Talvez a mais antiga de Viana e arredores, pelo menos documentalmente) Areosa, ou Ovínia, como é conhecida através de documentos verídicos a partir do século VI…” 

Mais adiante:     

“…a freguesia de Areosa… …bem pode reivindicar o título de Vila, como tem feito outras terras menos favorecidas demograficamente. Aliás se isso tentar, não faz mais do  que restaurar uma velha tradição com mais que um milénio de existência, segundo a qual Areosa foi Vila, couto e sede de um arcediagado, ou arciprestado da Sé de Tuy que abrangia grande parte da terra de S. Martinho ( que compreendia todas as freguesias do Lima e quase todas as freguesias do concelho de Ponte de Lima) e todas as freguesias da Terra de Caminha. E adiante “Quase todos os cronistas, que referem a fundação da vila de Viana da Foz do Lima, pretendem encontrar as suas origens na Citânia que lhe fica a norte. Contudo esquecem-se de que, antes das vilas que formaram este velho burgo( Átrio, Castro e Figueiredo) existia uma vila – Ovínia – que, certamente teve início na velha citânia, onde no tempo dos Suevos aparece uma paróquia rural (pagus Ovínia) integrada na Sé de Tuy”

Mais recentemente, Antunes Abreu, (vejam lá!)no inicio da  sua História de Viana do Castelo    Pgs. 129  

“A Igreja de Santa Maria de Vinha era a mais antiga da faixa litoral entre Minho e Lima e englobava as colações de Âncora e Vilar (Riba) de Ancora. Este território incluía as "Villas"  de Vinea, Figueiredo, Foz e Crasto ( estas três últimas serão assento da Vila de Vianna) e outras até ao Castelo roqueiro Tarrúgio ( Sec XI -XII) no Penedo da era ( ao norte da Ermida de S. Mamede)”  

Remetendo para  o que Almeida Fernandes escreveu na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, onde este, por sua vez, cita Figueiredo da Guerra, acerca de  Vinha de Areosa.

Isto  para não falar que os de São Mamede são ainda hoje os últimos descendentes da Citânia que não abandonaram o monte.

– E onde é que eles estão???

– Em S. Mamede  - Areosa.

E para não falar nos castrejos que nasceram em 1958/59  no sítio da Citânia, Freguesia  de Areosa. E para não falar nas sortes localizadas na Citânia, como a dos do Coutinho, que se esfumaram por milagre de Santa Luzia. E é de perguntar se tais memórias perduram na Vila da mesma forma que perduram em Areosa.

E Padre Manuel Correia Quintas! 

– Não lhe vou dar nenhum recado que não o saiba. Decerto conhece todos estes autores citados e também FRANÇA AMARAL que recentemente escreveu sobre PAGUS OVÌNEA. 

Mas se não conhecer Almeida Fernandes veja o elogio que Alberto Antunes de Abreu lhe faz no início da  MEADELA HISTÓRICA, 1994 e em ENSAIOS I PARA A HISTÓRIA DE VIANA DO CASTELO (2004) a pg. 33.

Por último, como sabe, a figura de Cristo marcou a humanidade de tal ordem que  ficou como referência para a sua História – AC (Antes de Cristo) e DC (Depois de Cristo). 

A partir de agora e ao que à Citânia, dita de Santa Luzia, diz respeito,  a sua História vai ficar repartida por AJC e DJC dado que ao cessar tudo o que os antigos professores nos contam, já as arengas dos modernos inventores despontam.

Novembro de 2020 Lopes d’Areosa


sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Os Limites de Areoza!

 Mais precisamente:

 "os Limites de Santa Maria de Vinha"

Com a Bila de Biana.

Estou barado!

Estou estarrecido. Comovido até!

Os ( se é que ainda há disso!) de Areosa acabaram de ganhar recentemente, um precioso contributo para a sua causa na questão dos limites com Viana, aquela argentinisse que, para muitos, já num faz sentido                

 (mas que não deitam abaixo os muros das suas propriedades!)

- Marxistas prevenidos, lhes chamaria eu!

Acontece que "coscuvilhando" pelo espaço dos meus amigos...    

esse sim, num tem limites - 

...enlodei no do meu particular Osvaldo Cruz!

Acontece que também por lá anda a "raspadeira". 

Ou seja "o do chóve". 

- E o que é que o Senhor Eugénio Alves escrevinhou???

Isto, logo abaixo do Mirante.













LINDO PATRIMONIO ARTISTICO ONDE SE NAMORISCAVA COM A PLACA AREOSA QUE TAMBÉM DESAPARECEU...!!! SAUDADES DESSES TEMPOS DA MINHA JUVENTUDE ...

Responde Sérgio Marinho


 Eugénio Alves, a placa "empurrada" o. Lopes tem toda a razão.

(só queria saber quem diabo é esse Lopes - se calhar um primo meu)

Replica Eugénio Alves

Sergio Marinho, DESCULPA AMIGO....MAS ESSA DO " EMPURRADA " NÃO ME CONVENÇE POIS NÃO SEI QUEM A EMPURROU ...,NEM PARA ONDE ...!!!???TENHO UMA FOTO COM UMA NAMORADINHA JUNTO A ESSA PLACA...!!!! AREOSA É QUE FOI NÃO EMPURRADA ...MAS ASSALTADA E ROUBADA .… DESDE OS PRIMORDIOS...COMEÇANDO PELA ÁGUA QUE ATÉ TEVE DE TOCAR O SINO A REBATE...LEMBRA-TE QUE EU TAMBEM FUI AUTARCA JUNTAMENTE COM O 
Antonio Alves Barros Lopes
.. ABRAÇO AMIGO COMPANHEIRO.....

 Responde Sérgio Marinho

Eugénio Alves, como sabes nasci nas Ursulinas, e desde jovem a ida(assalto} à fruta era o pão nosso de cada dia. Dominavamos tudo, desde Abelheira(Soco mina}, S. João e St. André,, Paula Ferreira, Fincao, já na Areosa, Povoenca, Campo do Castelo, Carreira, B. C. 9. Etc. Como puto já ouvia dizer a R. D. Amélia de Morais, era fronteira de Monserrate com a Areosa, o início da subida, à esquerda havia o palacete que serviu de escola de alguma malta da ribeira e no cimo dessa rua, também à esquerda foi construído o lavadouro público, para substituir o que havia no "socairinho" por traz da Estação, onde íamos roubar alfarroba (hoje R. Humberto Delgado) que ia para o quartel da Portela de Baixo, que anos depois foi o B. Municipais, e para o Castelo de Santiago, para os cavalos, mulas e eguas comerem. Índios e pardais à solta. Abraço companheiro. Ainda me lembro em de ti na tua "burra".

Aqui desatei a chorar.

- Quanta alegria! 

- Alguém a testemunhar!

"Como puto já ouvia dizer a R. D. Amélia de Morais, era fronteira de Monserrate com a Areosa, o início da subida, à esquerda havia o palacete que serviu de escola de alguma malta da ribeira..."

Claro que me apressei a manifestar o meu apreço ao nosso amigo Sérgio Marinho e escrevi!


Eh! Eh!

- Esta também vai ficar para a História!

Com que então

- COMO PUTO JÁ OUVIAS DIZER QUE A R.D. AMÉLIA DE MORAIS ERA FRONTEIRA DE MONSERRATE COM AREOSA!!!

- Vai dizer isso aos teus amigos Antunes de Abreu e Cruz Lopes que foram dizer no TAB que desde tempos imemoriais que isso num era assim!

- Que pena Areosa, não te levar como testemunha!

Já agora também podes dar uma ajudinha na fronteira com as propriedades da Meadela ali na chão do Meijão Grande! 
(Nem sei se te lembras onde é!)

RODAPÉ
Meu barato amigo Sérgio Marinho!
- Ou não ouviste coisíssima nenhuma!
- Ou os teus amigos foram aldrabar no Tribunal.
    - ESCOLHE!
lopesdareosa


quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Morreu Gonçalo Ribeiro Telles

 Morreu Gonçalo Ribeiro Telles




















Vão a correr dar a notícia ao José Manuel Fernandes, aquele grande jornalista que lhe dava a morte antes do tempo!



E essa do antes do tempo sempre foi uma pecha de GRT.

E já hoje, no JN, escrevia João Vasconcelos e Sousa 

" O Arquitecto que foi ecologista antes do tempo"

E no mesmo PÚBLICO de hoje, Aurora Carapinha 

"Ele vai sofrer toda a vida por estar á frente do seu tempo!"

Acontece que GRT viveu no tempo certo. 

No tempo em que se vai a tempo de avisar com tempo.

E não esperar pelos factos consumados para criticar!

Mas muitos daqueles que fizeram orelhas moucas, serão os carpideiros de hoje agora e na hora da sua morte. 

Já escrevi sobre isto!

https://lopesdareosa.blogspot.com/2016/03/goncalo-ribeiro-telles.html

No entanto há muitos que comungaram as suas ideias. 

Destaco apenas Viriato Seromenho-Marques que neste mesmo PÚBLICO expressa:

- Se o "ecodesenvolvimento" defendido por GRT não foi capaz de evitar o calvário de uma industrialização (???) padronizada, o seu legado é o ordenamento do território. A necessidade de habitar racionalmente o território que é o contrário do que estamos a fazer. O seu legado é o apelo para regressar à terra com "t" pequeno e também com "T" grande do planeta. Ao contráro e quem nos governa no século XXI ele preocupou-se como é que estaremos daqui a cem anos."

Com dois reparos:

1 A necessidade de habitar racionalmente o território que é o contrário do que estamos a fazer. 

Deveria ser 

A necessidade de habitar racionalmente o território que é o contrário daquilo que sempre fizemos depois do 25 de Abril, passando por cima das opiniões daquele que agora gabamos!

 2 - Ao contráro e quem nos governa no século XXI ele preocupou-se como é que estaremos daqui a cem anos."

Deveria ser 

"Ao contráro e quem nos tem governado desde o 25 de Abril, ele preocupou-se como é que estaremos daqui a cem anos."

Isto sem contar com o aviso impressionante de José Correia da Cunha na Assembleia Nacional (ainda antes do 25 de Abril).

E à beira de todos aqueles que conduziram uma politica de litoralização do país, de despovoamento do interior, do desordenamento territorial, da destruição da ruralidade, do desiquilibrio e fragmentação social...

mesmo quando escorriam a rodos os fundos de coesão 

- à beira destes como dizia, Salazar, com a sua JUNTA DE COLONIZAÇÃO INTERNA,

...era um Génio!

lopesdareosa

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Baltazar Ribeiro da Silva

 Encontrei este nome numa fotografia pertendcente ao Meu Tio Avô José Alves do Couto.

Não sei quem é, no entanto julgo estar associado a um outro Nome:

Miguel Tinoco (?)


As imagens vão aqui para alguém que as consiga identificar e relacionar                            - Ver as dedicatórias.



O primeiro referia-se a uma Senhora Dona Maria José Barbosa Tinoco. 

O segundo aos seus sobrinhos Joaquim e Maria José ( A mesma???)

Cumprimentos a quem isto diga respeito!

lopesdareosa




São Mamede 1937

 São Mamede 1937

Encontrei isto no meio de outras mais fotografias que meu tio avô José Alves do Couto me ofereceu.

Estão datadas de 1937 e referem-se à Festa de São Mamede.


Em cima ainda é facil identificar, da esquerda para a direita, As do Panza com o Tio Domingos Pires Paradela ao Lado.

Lá atráz o meu Tio José Alves do Couto da Casa do Manel Parente. Escondida, a Minha "Tia" Delolinda Palhares da Quinta da Nena, malograda esposa de meu Tio José!

Depois a Elvira Enes Sobrinha de meu Tio e filha de sua irmã Maris Alves do Couto que ainda adolescente fugiu de casa com a ajuda deMinha avó Rosa. Foi para Lisboa, Criada de Servir.

Na fotografia em baixo na mesma festa mas com outra gente que me parecem:

Do lado esquerdo de meu tio, O Tio Cipriano da Bichoca, Depois o Sr. Belarmino Teixeira, depois o Senhor António Franco " O Móca".

Em baixo não sei quem são a não ser a Tia Deloinda Palhares ao seu lado um que julgo ser seu irmão. 

É possivel que dos novos alguém esteja apor cá!


Lopesdareosa




sábado, 7 de novembro de 2020

AIRAS NUNES!

 Este texto é dedicado à minha (nossa) amiga Adelaide Graça que apanhou aquele bicho de ir a pé a Compostela.

E também porque tendo Airas Nunes vivido nos anos mil e duzentos, cheguei à conclusão, que nos entenderíamos muito bem se houvesse aquela máquina do tempo!

Em primeiro lugar por aquela questão linguística que me leva a identificar-me mais com a Galiza do que com os "sulistas elitistas e liberais" 

Em segundo lugar, aquela verdade que já naquele tempo, Airas Nunes, nem em Santiago a encontrava! 

( Ás tantas estava a pensar em Prisciliano)

Aqui vai, em palavras minhas, o que ouvi, n'aquela hipotética conversa com Airas Nunes.

Porque no mundo mingou a verdade???

Pus-me um dia a buscá-la

e por ela fui perguntar

Disserem todos 

buscai-a algures

de tal guisa que se perdeu

que não podemos agora vê-la 

e nem sequer anda nesta irmandade


Nos mosteiros dos frades negrados 

a demandei e disseram-me assim

Num busqueis a verdade aqui!

que muitos anos já vimos passados

que não mora conosco e por boa fé

dela havemos maiores cuidados


E em Cistel, verdade seja

sempre morara, disserem que não

morava e havia muito tempo,

nem frade, que já ninguém a conhecia

nem o abade apesar de estar só

queria que fosse ali pousar

pois anda fóra desta abadia


Em Santiago sendo albergado

na minha pousada chegaram romeiros

perguntei-lhes e disserum "Por Deus

vais no caminho muito errado

e se a verdade quizerdes achar

outro caminho convém buscar

POIS AQUI NUM SABEM DELA!

tone do moleiro novo


quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Cadastro Simplificado

 Lí e fiquei estarrecido!

Isto no JN de ontem dia 3 de Novembro de 2020.

E é nesta notícia que baseio os meus comentários!

















                

                  Eu vou partir do conhecimento de Areosa para extrapolar o problema.

- Então os muros e os marcos das propriedades no monte estão visíveis no GOOGLE???

Nem os muros das bouças de São Mamede! 

E muito menos os marcos das Sortes, tantos das de Vinte como das Primitivas!

Então o tal proprietário vai á pantalha do Google e diz 

- É por aqui! (E quem vem atrás que feche a porta!)

Até parece o PARCELÀRIO!

Imaginem o proprietário A que tem a propriedade 1 no sítio TAL. E que tem essa propriedade inscrita nas finanças e já registada  X  na Conservatória. E como já tem a sua propriedade Registada não necessita de recorrer de fazer esta dito "Cadastro simplificado"

Mas um outro proprietário B que tem a propriedade 9 no sitio QUAL ou mesmo no TALe porque não tem a sua propriedade registada recorre a este "registo simplificado". Vai ao google e informa o operador que é por alí e marca em cima da propriedade de A. 

E já está!

Agora prevalece uma dúvida qual dos dois registos é o válido. 

Como é que o Proprietário A se vai aperceber que alguém foi ao "cadastro simplificado" marcar, por ignorância ou má fé, em cima da sua propriedade? 

E quando se aperceber o que é que acontece??

Segundo a notícia, tem que  ir para tribunal demonstar o quê e contra quem???

Que necessidade teria disso dado ter um registo anterior??

Derimir contra quem. O outro cidadão que por ignorância ou má fé se enganou (ou não)

- Ou dirimir contra um procedimento que deu origem à falcatrua???

Imaginem agora os problemas que surgirão com outros proprietários que ainda não tenham as suas propriedades registadas na Conservatória e também recorram ao "cadastro simplificado"

- E aqueloutros que não estando cá não se apercebem que alguém anda a marcar terrenos em cima do que lhes pertence?

Havendo sobreposições de áreas, a propriedade ficará a pertencer ao que chegar primeiro. (segundo a notícia!)

O outro que vá para tribunal!

Informem-me os entendidos. 

- Como se pode identificar uma propriedade sem  referenciar os marcos, ou muros no terreno???

- Pode um qualquer proprietário demarcar uma propriedade sem dar conhecimento aos vizinhos???

E quando um proprietário registar no Gabinte em Viana em cima de uma propriedade já levantada pela AFL???

DEIXEM PASSAR UNS TEMPOS QUE ISTO VAI SER UM MANÁ PARA ADVOGADOS E SOLICITADORES. 

MAIS TRABALHINHO PARA OS TRIBUNAIS QUE AINDA NÃO ESTÃO ATAFULHADOS!

Já agora aproveito para desmontar a tal treta da falta de cadastro e de  que 

"ninguém sabe quem são os donos dos terrenos"

https://lopesdareosa.blogspot.com/2014/05/o-cadastro.html

https://lopesdareosa.blogspot.com/2019/02/nao-ha-cadastro.html

https://lopesdareosa.blogspot.com/2020/07/o-cadastro-mais-uma-vez.html

https://lopesdareosa.blogspot.com/2019/02/limpem.html


lopesdareosa, ainda não acabado.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

TRISKELE

 Ou a Santíssima Trindade!

Quando fui para a catequese falaram-me na santíssima trindade. 

Os meus seis anos aturduidos por tamanha revelaçao, lá foram mastigando tanta erudição tanto mais que  a catequista (não havia catequistos) falava de um Pai, de um Filho e de um Espírito Santo. Pai e filho já eu entendia o que eram. O Espirito  e ainda por cima Santo, é que não me entrava. 

Lá fui aprendendo que O Pai se referia a Deus, O filho, um tal Cristo que tinha vindo à terra parido por uma mulher virgem (sabia eu lá o que isso era) e que se auto intitulava filho de Deus. 

(E o que também não entendia é  porque é que diziam que  o tal Cristo tinha nascido para nos salvar. Só me apercebi dessa necessidade com a eleição do Trump!)

E, então, o Espirito Santo seria uma espécie de ideia que não nem nos cabia na cabeça nem saía dela. Sentimento não muito perceptivel a olho nú e que eu julgava que era as saudades que um tinha pelo outro.

Encontrei no alfarrabista google um monte de ilustrações tentando visualizar o esquema.

Que logo á primeira vista nos dá a ideia de um triângulo, mas não muito fácil de interpretar. Mas desde logo se nota uma preocupação estética nesta simbologia. Se o inventor se ficasse pelo Pai e Pelo Filho a geometria ficar-se-ía por um segmento de recta. Acrescentando-se uma outra personagem, ganhar-se-ía mais um vértice e a figura passaria a ser um triâgulo que é mais chamativo.

A solução lógica seria Pai, Filho e Neto. Mas a coisa náo era consensual. As escrituras adoptadas pelo Estado Novo garantiam que Cristo não tivera filhos.      Os apócrifos diziam que sim. 

Uns canalhas, herejes e oportunistas que deveriam ter morrido queimados nas fogueiras da Inquisição!

 A ideia do Espirito Santo foi assim genial. Figura neutra e agregadora foi a solução do desenhador em não se comprometer nem comprometer ninguém

Com o andar dos tempos aprendi de um padre, que além de padre era inteligente, a melhor explicação sobre o significado de tal coisa. E ainda bem pois um dia tive que aturar um Judeu que gozando com a ideia me atirara à cara o pedido de explicação dessa argentinisse dos cristãos: 

- Um Deus triangular!

Assim o tal sacerdote, Prior no caso, deu-me o exemplo de uma lanterna de três lados envidraçados. Num lado o vitral apresentava a palavra PAI no outro a palavra Filho e o outro o tal Espirito Santo,  a tal figura a que eu ainda não lá tinha chegado e que afinal o deles!  E lá dentro, da lanterna, uma vela a arder que seria então a particula atómica agregadora, DEUS, em que todos nós teriamos que acreditar num fenómeno paranormal chamado FÈ .

 Fé Cristã neste caso. 

Assim olhando de qualquer lado e atravéz de cada legenda se veria uma Luz única ao centro - DEUS


Tenho agora que explicar o que é isso de FÉ!

- Num sei!

O que posso é dar uma imagem! 

Quando apostamos no euromilhões temos uma fèzada que nos sairá! Mas fézada num é FÉ. E se com a essência FÈ construirmos uma pirâmide, cá em baixo está a tal fézada que será assim uma coisa reles. No entanto se subirmos os degaus dessa piramide, subiremos no conceito da tal FÉ até que lá no topo encontramos o seu exponete máximo a FÉ SUPREMA 

- A FÉ EM DEUS.

 Essa será assim uma espécie de fézada elevada á máxima potência 

Qualquer coisa como fézada elevado a ÉNE. 

Ou seja Fé é o limite da função fézada elevada a ÉNE quando ÉNE tende para o infinito.

Ora com o andar dos tempos apercebi-me que a primeira referência ao tal Deus em que deveriamos acreditar estava num livro chamado Biblia escrito precisamente pelos Judeus. 

E estes trocando as voltas à ocorrência escreveram que Deus tinha criado o Homem à sua imagem. Quando na realidade o que tinha acontecido é que o escrivão criou um Deus à imagem dos homens. Claro está que dos homens bons para dar de testemunho um bom exemplo do mesmo. 

Acho esta explicação aceitável pois se Deus tivesse criado os homens à sua imagem e dado o conhecimento que eu tenho da humanidade, fraca imagem faria eu de Deus!

Mas os escrivas contaram na biblia que esse tal Deus existia pois se tinha revelado por diversas vezes a outas tantos heróis dessas escrituras. Como não havia máquinas fotográficas ninguém ficou com imagens desses encontros. Só relatos. 

E o mais espetacular foi o de Moisés. Fugiu do Egipto com os Hebreus e como estes se portavam mal (como de costume) ameaçou-os com Deus! Subiu um monte parecido com o da porqueira que só tem pedras ( pormenor importante). 

Dada a sua esmerada educação tecnológica adquirida no Egipto o nosso Moisés seria canteiro, pelo menos pedreiro. E lá na solidão no Alto do Sinai aprimorou-se a gravar á ponteirada aquilo que entendia serem os mandamentos a que a sua gente deveria obedecer. 

Quando chegou cá abaixo mostrou as tais pedras e disse ao pessoal que tinha sido Deus que lhas tinha entregue. Pouco abona em favor da credibilidade de Moisés pois que se dissese que tinha sido ele, Moisés, a turba pouco ou nada lhe ligaria. 

Tanto mais que a chusma não passava de um bando de idólatras e pagãos que aproveitando a ausência de Moisés tinham adoptado um bezerro esculpido por Ararão com o ouro obtido num peditório para tal. E o Moisés foi encontar o tal Povo Eleito num cachondeio infernal em volta do bezerro.

Furioso azungou com as tábuas da Lei que se partiram no chão. Aqui começou a minha dúvida. Como é que um exposto encontrado, não na roda, mas nas águas do Nilo tinha força para destruir uma obra de arte do próprio Deus! Mesmo que  o granito do Sinai fosse de pior qualidade que o da porqueira, Deus deveria impregnar os calhaus com uma poção divina que evitasse que os mesmos se esmiglhassem ao primeiro tropeção do desvairado  Moisés! `

Por dúvidas como esta é que o Saramago escreveu o Caím!

Enfim depois destas peripécias apareceu o tal Cristo que veio afinal dizer-nos que seu Pai 

- DEUS 

Era Deus de toda a gente e não apenas de um determinhado povo eleito. E que, mutatis mutandis nenhum povo o tinha a Ele, Deus, como exclusivo. E não Disse apenas que prometia uma determinada terra a um determinado povo. Disse que oferecia o  Universo a toda a Humanidade. E que o seu povo era toda a humanidade e não apenas aqueles que mais tarde iriam fazer a vida negra aos Palestinianos. 

Um àparte! 

Como os Judeus tinham sofrido judiarias no tempo de Hitler, sempre me vem à ideia aquela coisa da minha  filosofante avó. 

- Num peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu.

Prosseguindo...

Quem não gostou muito da conversa foram os farizeus que entregaram o Jesus aos romanos que fizeram dele um "cristo" mesmo antes de o pregarem numa cruz e o matarem.

É por essas e por outras que gosto tanto de Cristo; 

... que um dia tomando consciência que a mim, ainda  inconscient, me tinham baptizado , resolvi fazer-me Cristão por minhas mãos. 

(Estilo Afonso Henriques ou mesmo Napoleão)

Despejei um balde de água fria pela cabeça dizendo: 

- Eu te baptizo, tone do moleiro novo, em nome do Pai, que era o meu avô, do Filho, que era o meu Pai, e do Espirito Santo que era eu! 

Não tanto pelo meu corpo que já deixara, há uns tempos, de ser Santo, mais pelo espírito que ainda hoje está imaculado!

Acontece que com o decorrer dos tempos me apercebi que para os lados da Bretanha, da Irlanda, da Inglaterra e da Vizinha Galiza, tinham sido encontrados um pedergulhos que dizem originais de tempos muito mais remotos do que os do Jota Cê!

 Aqui vai a imagem


Agora reparem se no peiting eu unir os centros das espirais a ver o que dá:

Outra vez e em antecipação coronológica a JC, o tal Símbolo Triangular.

Ora bem, os intelectuais chamam a essa pedra a TRISKELE e dizem que é do tempo dos Celtas.

E eu, muito pela antiguidade e não só,  inclino-me mais para as hordas do Querusco Irmin, do que para as legiões de Varo!

Talvez seja o sangue a falar!

Tone do Moleiro Novo