Ou a Santíssima Trindade!
Quando fui para a catequese falaram-me na santíssima trindade.
Os meus seis anos aturduidos por tamanha revelaçao, lá foram mastigando tanta erudição tanto mais que a catequista (não havia catequistos) falava de um Pai, de um Filho e de um Espírito Santo. Pai e filho já eu entendia o que eram. O Espirito e ainda por cima Santo, é que não me entrava.
Lá fui aprendendo que O Pai se referia a Deus, O filho, um tal Cristo que tinha vindo à terra parido por uma mulher virgem (sabia eu lá o que isso era) e que se auto intitulava filho de Deus.
(E o que também não entendia é porque é que diziam que o tal Cristo tinha nascido para nos salvar. Só me apercebi dessa necessidade com a eleição do Trump!)
E, então, o Espirito Santo seria uma espécie de ideia que não nem nos cabia na cabeça nem saía dela. Sentimento não muito perceptivel a olho nú e que eu julgava que era as saudades que um tinha pelo outro.
Encontrei no alfarrabista google um monte de ilustrações tentando visualizar o esquema.
Que logo á primeira vista nos dá a ideia de um triângulo, mas não muito fácil de interpretar. Mas desde logo se nota uma preocupação estética nesta simbologia. Se o inventor se ficasse pelo Pai e Pelo Filho a geometria ficar-se-ía por um segmento de recta. Acrescentando-se uma outra personagem, ganhar-se-ía mais um vértice e a figura passaria a ser um triâgulo que é mais chamativo.
A solução lógica seria Pai, Filho e Neto. Mas a coisa náo era consensual. As escrituras adoptadas pelo Estado Novo garantiam que Cristo não tivera filhos. Os apócrifos diziam que sim.
Uns canalhas, herejes e oportunistas que deveriam ter morrido queimados nas fogueiras da Inquisição!
A ideia do Espirito Santo foi assim genial. Figura neutra e agregadora foi a solução do desenhador em não se comprometer nem comprometer ninguém
Com o andar dos tempos aprendi de um padre, que além de padre era inteligente, a melhor explicação sobre o significado de tal coisa. E ainda bem pois um dia tive que aturar um Judeu que gozando com a ideia me atirara à cara o pedido de explicação dessa argentinisse dos cristãos:- Um Deus triangular!
Assim o tal sacerdote, Prior no caso, deu-me o exemplo de uma lanterna de três lados envidraçados. Num lado o vitral apresentava a palavra PAI no outro a palavra Filho e o outro o tal Espirito Santo, a tal figura a que eu ainda não lá tinha chegado e que afinal o deles! E lá dentro, da lanterna, uma vela a arder que seria então a particula atómica agregadora, DEUS, em que todos nós teriamos que acreditar num fenómeno paranormal chamado FÈ .
Fé Cristã neste caso.
Assim olhando de qualquer lado e atravéz de cada legenda se veria uma Luz única ao centro - DEUS
Tenho agora que explicar o que é isso de FÉ!
- Num sei!
O que posso é dar uma imagem!
Quando apostamos no euromilhões temos uma fèzada que nos sairá! Mas fézada num é FÉ. E se com a essência FÈ construirmos uma pirâmide, cá em baixo está a tal fézada que será assim uma coisa reles. No entanto se subirmos os degaus dessa piramide, subiremos no conceito da tal FÉ até que lá no topo encontramos o seu exponete máximo a FÉ SUPREMA
- A FÉ EM DEUS.
Essa será assim uma espécie de fézada elevada á máxima potência
Qualquer coisa como fézada elevado a ÉNE.
Ou seja Fé é o limite da função fézada elevada a ÉNE quando ÉNE tende para o infinito.
Ora com o andar dos tempos apercebi-me que a primeira referência ao tal Deus em que deveriamos acreditar estava num livro chamado Biblia escrito precisamente pelos Judeus.
E estes trocando as voltas à ocorrência escreveram que Deus tinha criado o Homem à sua imagem. Quando na realidade o que tinha acontecido é que o escrivão criou um Deus à imagem dos homens. Claro está que dos homens bons para dar de testemunho um bom exemplo do mesmo.
Acho esta explicação aceitável pois se Deus tivesse criado os homens à sua imagem e dado o conhecimento que eu tenho da humanidade, fraca imagem faria eu de Deus!
Mas os escrivas contaram na biblia que esse tal Deus existia pois se tinha revelado por diversas vezes a outas tantos heróis dessas escrituras. Como não havia máquinas fotográficas ninguém ficou com imagens desses encontros. Só relatos.
E o mais espetacular foi o de Moisés. Fugiu do Egipto com os Hebreus e como estes se portavam mal (como de costume) ameaçou-os com Deus! Subiu um monte parecido com o da porqueira que só tem pedras ( pormenor importante).
Dada a sua esmerada educação tecnológica adquirida no Egipto o nosso Moisés seria canteiro, pelo menos pedreiro. E lá na solidão no Alto do Sinai aprimorou-se a gravar á ponteirada aquilo que entendia serem os mandamentos a que a sua gente deveria obedecer.
Quando chegou cá abaixo mostrou as tais pedras e disse ao pessoal que tinha sido Deus que lhas tinha entregue. Pouco abona em favor da credibilidade de Moisés pois que se dissese que tinha sido ele, Moisés, a turba pouco ou nada lhe ligaria.
Tanto mais que a chusma não passava de um bando de idólatras e pagãos que aproveitando a ausência de Moisés tinham adoptado um bezerro esculpido por Ararão com o ouro obtido num peditório para tal. E o Moisés foi encontar o tal Povo Eleito num cachondeio infernal em volta do bezerro.
Furioso azungou com as tábuas da Lei que se partiram no chão. Aqui começou a minha dúvida. Como é que um exposto encontrado, não na roda, mas nas águas do Nilo tinha força para destruir uma obra de arte do próprio Deus! Mesmo que o granito do Sinai fosse de pior qualidade que o da porqueira, Deus deveria impregnar os calhaus com uma poção divina que evitasse que os mesmos se esmiglhassem ao primeiro tropeção do desvairado Moisés! `
Por dúvidas como esta é que o Saramago escreveu o Caím!
Enfim depois destas peripécias apareceu o tal Cristo que veio afinal dizer-nos que seu Pai
- DEUS
Era Deus de toda a gente e não apenas de um determinhado povo eleito. E que, mutatis mutandis nenhum povo o tinha a Ele, Deus, como exclusivo. E não Disse apenas que prometia uma determinada terra a um determinado povo. Disse que oferecia o Universo a toda a Humanidade. E que o seu povo era toda a humanidade e não apenas aqueles que mais tarde iriam fazer a vida negra aos Palestinianos.
Um àparte!
Como os Judeus tinham sofrido judiarias no tempo de Hitler, sempre me vem à ideia aquela coisa da minha filosofante avó.
- Num peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu.
Prosseguindo...
Quem não gostou muito da conversa foram os farizeus que entregaram o Jesus aos romanos que fizeram dele um "cristo" mesmo antes de o pregarem numa cruz e o matarem.
É por essas e por outras que gosto tanto de Cristo;
... que um dia tomando consciência que a mim, ainda inconscient, me tinham baptizado , resolvi fazer-me Cristão por minhas mãos.
(Estilo Afonso Henriques ou mesmo Napoleão)
Despejei um balde de água fria pela cabeça dizendo:
- Eu te baptizo, tone do moleiro novo, em nome do Pai, que era o meu avô, do Filho, que era o meu Pai, e do Espirito Santo que era eu!
Não tanto pelo meu corpo que já deixara, há uns tempos, de ser Santo, mais pelo espírito que ainda hoje está imaculado!
Acontece que com o decorrer dos tempos me apercebi que para os lados da Bretanha, da Irlanda, da Inglaterra e da Vizinha Galiza, tinham sido encontrados um pedergulhos que dizem originais de tempos muito mais remotos do que os do Jota Cê!
Aqui vai a imagem
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