terça-feira, 3 de novembro de 2020

TRISKELE

 Ou a Santíssima Trindade!

Quando fui para a catequese falaram-me na santíssima trindade. 

Os meus seis anos aturduidos por tamanha revelaçao, lá foram mastigando tanta erudição tanto mais que  a catequista (não havia catequistos) falava de um Pai, de um Filho e de um Espírito Santo. Pai e filho já eu entendia o que eram. O Espirito  e ainda por cima Santo, é que não me entrava. 

Lá fui aprendendo que O Pai se referia a Deus, O filho, um tal Cristo que tinha vindo à terra parido por uma mulher virgem (sabia eu lá o que isso era) e que se auto intitulava filho de Deus. 

(E o que também não entendia é  porque é que diziam que  o tal Cristo tinha nascido para nos salvar. Só me apercebi dessa necessidade com a eleição do Trump!)

E, então, o Espirito Santo seria uma espécie de ideia que não nem nos cabia na cabeça nem saía dela. Sentimento não muito perceptivel a olho nú e que eu julgava que era as saudades que um tinha pelo outro.

Encontrei no alfarrabista google um monte de ilustrações tentando visualizar o esquema.

Que logo á primeira vista nos dá a ideia de um triângulo, mas não muito fácil de interpretar. Mas desde logo se nota uma preocupação estética nesta simbologia. Se o inventor se ficasse pelo Pai e Pelo Filho a geometria ficar-se-ía por um segmento de recta. Acrescentando-se uma outra personagem, ganhar-se-ía mais um vértice e a figura passaria a ser um triâgulo que é mais chamativo.

A solução lógica seria Pai, Filho e Neto. Mas a coisa náo era consensual. As escrituras adoptadas pelo Estado Novo garantiam que Cristo não tivera filhos.      Os apócrifos diziam que sim. 

Uns canalhas, herejes e oportunistas que deveriam ter morrido queimados nas fogueiras da Inquisição!

 A ideia do Espirito Santo foi assim genial. Figura neutra e agregadora foi a solução do desenhador em não se comprometer nem comprometer ninguém

Com o andar dos tempos aprendi de um padre, que além de padre era inteligente, a melhor explicação sobre o significado de tal coisa. E ainda bem pois um dia tive que aturar um Judeu que gozando com a ideia me atirara à cara o pedido de explicação dessa argentinisse dos cristãos: 

- Um Deus triangular!

Assim o tal sacerdote, Prior no caso, deu-me o exemplo de uma lanterna de três lados envidraçados. Num lado o vitral apresentava a palavra PAI no outro a palavra Filho e o outro o tal Espirito Santo,  a tal figura a que eu ainda não lá tinha chegado e que afinal o deles!  E lá dentro, da lanterna, uma vela a arder que seria então a particula atómica agregadora, DEUS, em que todos nós teriamos que acreditar num fenómeno paranormal chamado FÈ .

 Fé Cristã neste caso. 

Assim olhando de qualquer lado e atravéz de cada legenda se veria uma Luz única ao centro - DEUS


Tenho agora que explicar o que é isso de FÉ!

- Num sei!

O que posso é dar uma imagem! 

Quando apostamos no euromilhões temos uma fèzada que nos sairá! Mas fézada num é FÉ. E se com a essência FÈ construirmos uma pirâmide, cá em baixo está a tal fézada que será assim uma coisa reles. No entanto se subirmos os degaus dessa piramide, subiremos no conceito da tal FÉ até que lá no topo encontramos o seu exponete máximo a FÉ SUPREMA 

- A FÉ EM DEUS.

 Essa será assim uma espécie de fézada elevada á máxima potência 

Qualquer coisa como fézada elevado a ÉNE. 

Ou seja Fé é o limite da função fézada elevada a ÉNE quando ÉNE tende para o infinito.

Ora com o andar dos tempos apercebi-me que a primeira referência ao tal Deus em que deveriamos acreditar estava num livro chamado Biblia escrito precisamente pelos Judeus. 

E estes trocando as voltas à ocorrência escreveram que Deus tinha criado o Homem à sua imagem. Quando na realidade o que tinha acontecido é que o escrivão criou um Deus à imagem dos homens. Claro está que dos homens bons para dar de testemunho um bom exemplo do mesmo. 

Acho esta explicação aceitável pois se Deus tivesse criado os homens à sua imagem e dado o conhecimento que eu tenho da humanidade, fraca imagem faria eu de Deus!

Mas os escrivas contaram na biblia que esse tal Deus existia pois se tinha revelado por diversas vezes a outas tantos heróis dessas escrituras. Como não havia máquinas fotográficas ninguém ficou com imagens desses encontros. Só relatos. 

E o mais espetacular foi o de Moisés. Fugiu do Egipto com os Hebreus e como estes se portavam mal (como de costume) ameaçou-os com Deus! Subiu um monte parecido com o da porqueira que só tem pedras ( pormenor importante). 

Dada a sua esmerada educação tecnológica adquirida no Egipto o nosso Moisés seria canteiro, pelo menos pedreiro. E lá na solidão no Alto do Sinai aprimorou-se a gravar á ponteirada aquilo que entendia serem os mandamentos a que a sua gente deveria obedecer. 

Quando chegou cá abaixo mostrou as tais pedras e disse ao pessoal que tinha sido Deus que lhas tinha entregue. Pouco abona em favor da credibilidade de Moisés pois que se dissese que tinha sido ele, Moisés, a turba pouco ou nada lhe ligaria. 

Tanto mais que a chusma não passava de um bando de idólatras e pagãos que aproveitando a ausência de Moisés tinham adoptado um bezerro esculpido por Ararão com o ouro obtido num peditório para tal. E o Moisés foi encontar o tal Povo Eleito num cachondeio infernal em volta do bezerro.

Furioso azungou com as tábuas da Lei que se partiram no chão. Aqui começou a minha dúvida. Como é que um exposto encontrado, não na roda, mas nas águas do Nilo tinha força para destruir uma obra de arte do próprio Deus! Mesmo que  o granito do Sinai fosse de pior qualidade que o da porqueira, Deus deveria impregnar os calhaus com uma poção divina que evitasse que os mesmos se esmiglhassem ao primeiro tropeção do desvairado  Moisés! `

Por dúvidas como esta é que o Saramago escreveu o Caím!

Enfim depois destas peripécias apareceu o tal Cristo que veio afinal dizer-nos que seu Pai 

- DEUS 

Era Deus de toda a gente e não apenas de um determinhado povo eleito. E que, mutatis mutandis nenhum povo o tinha a Ele, Deus, como exclusivo. E não Disse apenas que prometia uma determinada terra a um determinado povo. Disse que oferecia o  Universo a toda a Humanidade. E que o seu povo era toda a humanidade e não apenas aqueles que mais tarde iriam fazer a vida negra aos Palestinianos. 

Um àparte! 

Como os Judeus tinham sofrido judiarias no tempo de Hitler, sempre me vem à ideia aquela coisa da minha  filosofante avó. 

- Num peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu.

Prosseguindo...

Quem não gostou muito da conversa foram os farizeus que entregaram o Jesus aos romanos que fizeram dele um "cristo" mesmo antes de o pregarem numa cruz e o matarem.

É por essas e por outras que gosto tanto de Cristo; 

... que um dia tomando consciência que a mim, ainda  inconscient, me tinham baptizado , resolvi fazer-me Cristão por minhas mãos. 

(Estilo Afonso Henriques ou mesmo Napoleão)

Despejei um balde de água fria pela cabeça dizendo: 

- Eu te baptizo, tone do moleiro novo, em nome do Pai, que era o meu avô, do Filho, que era o meu Pai, e do Espirito Santo que era eu! 

Não tanto pelo meu corpo que já deixara, há uns tempos, de ser Santo, mais pelo espírito que ainda hoje está imaculado!

Acontece que com o decorrer dos tempos me apercebi que para os lados da Bretanha, da Irlanda, da Inglaterra e da Vizinha Galiza, tinham sido encontrados um pedergulhos que dizem originais de tempos muito mais remotos do que os do Jota Cê!

 Aqui vai a imagem


Agora reparem se no peiting eu unir os centros das espirais a ver o que dá:

Outra vez e em antecipação coronológica a JC, o tal Símbolo Triangular.

Ora bem, os intelectuais chamam a essa pedra a TRISKELE e dizem que é do tempo dos Celtas.

E eu, muito pela antiguidade e não só,  inclino-me mais para as hordas do Querusco Irmin, do que para as legiões de Varo!

Talvez seja o sangue a falar!

Tone do Moleiro Novo 

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