sábado, 7 de novembro de 2020

AIRAS NUNES!

 Este texto é dedicado à minha (nossa) amiga Adelaide Graça que apanhou aquele bicho de ir a pé a Compostela.

E também porque tendo Airas Nunes vivido nos anos mil e duzentos, cheguei à conclusão, que nos entenderíamos muito bem se houvesse aquela máquina do tempo!

Em primeiro lugar por aquela questão linguística que me leva a identificar-me mais com a Galiza do que com os "sulistas elitistas e liberais" 

Em segundo lugar, aquela verdade que já naquele tempo, Airas Nunes, nem em Santiago a encontrava! 

( Ás tantas estava a pensar em Prisciliano)

Aqui vai, em palavras minhas, o que ouvi, n'aquela hipotética conversa com Airas Nunes.

Porque no mundo mingou a verdade???

Pus-me um dia a buscá-la

e por ela fui perguntar

Disserem todos 

buscai-a algures

de tal guisa que se perdeu

que não podemos agora vê-la 

e nem sequer anda nesta irmandade


Nos mosteiros dos frades negrados 

a demandei e disseram-me assim

Num busqueis a verdade aqui!

que muitos anos já vimos passados

que não mora conosco e por boa fé

dela havemos maiores cuidados


E em Cistel, verdade seja

sempre morara, disserem que não

morava e havia muito tempo,

nem frade, que já ninguém a conhecia

nem o abade apesar de estar só

queria que fosse ali pousar

pois anda fóra desta abadia


Em Santiago sendo albergado

na minha pousada chegaram romeiros

perguntei-lhes e disserum "Por Deus

vais no caminho muito errado

e se a verdade quizerdes achar

outro caminho convém buscar

POIS AQUI NUM SABEM DELA!

tone do moleiro novo


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