Este texto é dedicado à minha (nossa) amiga Adelaide Graça que apanhou aquele bicho de ir a pé a Compostela.
E também porque tendo Airas Nunes vivido nos anos mil e duzentos, cheguei à conclusão, que nos entenderíamos muito bem se houvesse aquela máquina do tempo!
Em primeiro lugar por aquela questão linguística que me leva a identificar-me mais com a Galiza do que com os "sulistas elitistas e liberais"
Em segundo lugar, aquela verdade que já naquele tempo, Airas Nunes, nem em Santiago a encontrava!
( Ás tantas estava a pensar em Prisciliano)
Aqui vai, em palavras minhas, o que ouvi, n'aquela hipotética conversa com Airas Nunes.
Porque no mundo mingou a verdade???
Pus-me um dia a buscá-la
e por ela fui perguntar
Disserem todos
buscai-a algures
de tal guisa que se perdeu
que não podemos agora vê-la
e nem sequer anda nesta irmandade
Nos mosteiros dos frades negrados
a demandei e disseram-me assim
Num busqueis a verdade aqui!
que muitos anos já vimos passados
que não mora conosco e por boa fé
dela havemos maiores cuidados
E em Cistel, verdade seja
sempre morara, disserem que não
morava e havia muito tempo,
nem frade, que já ninguém a conhecia
nem o abade apesar de estar só
queria que fosse ali pousar
pois anda fóra desta abadia
Em Santiago sendo albergado
na minha pousada chegaram romeiros
perguntei-lhes e disserum "Por Deus
vais no caminho muito errado
e se a verdade quizerdes achar
outro caminho convém buscar
POIS AQUI NUM SABEM DELA!
tone do moleiro novo
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