segunda-feira, 31 de outubro de 2022

António Martinez Coello

 Amigo nestes espaços.

Orensano?

Galego?

Português??

Castelhano??

Num sei. 

Fico confuso tal a maneira fácil de se expressar nessas três línguas!

A ele lhe devo este conhecimento

O POEMA ME LEVARÁ NO TEMPO!
( Habitarei em outras almas... para sempre !)
+
O poema me levará no tempo
Quando eu não for a habitaçâo do tempo
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê
O poema alguém o dirá
Às searas
Sua passagem se confundirá
Como rumor do mar com o passar do vento
O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento
No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas
(Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas)
Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas
E entre quatro paredes densas
De funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema no tempo
SOPHIA DE MELLO BREYNER

Tomei o descaramento e o atrevimento de fazer uma transposição desarticulada deste texto

O TEMPO LEVARÁ O MEU POEMA

( para sempre…deixarei as outras almas livres !)


Quando a minha habitação deixar o tempo

Ficarei sozinho

Sem que alguém leia as minhas mãos

Ninguém recitará o meu poema

Ao trigo, ao milho.

E o ímpeto das ondas o assobiar do vento.

Encarquilhará o meu poema

No espaço

Desatento e abstracto

do céu escuro em noites sem estrelas

as suas ásperas palavras

(Ó breves tardes tristes e vazias)

Morrendo eu meu poema morrerá

Naquela praia onde as ondas morrem

E na fria tumba que a terra cobre

pesada manta que de mortalha serve


Ninguém virá junto de mim em pó desfeito Com o meu poema esquecido pelo tempo

A SOPHIA DE MELLO BREYNER – In memoriam

AABL

domingo, 30 de outubro de 2022

Está aberta a caça ao Luis Rufo

 Pois está, está... e desde Agosto!

é o que consta em:

https://semanariov.pt/2022/08/03/luis-rufo-suspeito-de-ser-falso-advogado-apoiava-o-psd-em-braga-mas-o-ps-em-viana/















Mas onde é que se encolhem todas aquelas aves, umas raras, outras de arribação e outras de rapina que sempre esvoaçaram ao derredor do Semdor???

É que e até ver, a minha coroa de glória  é ter sido o único a assumir ter lambido os beiços à custa do Rufo.

Ver https://lopesdareosa.blogspot.com/2022/09/o-meu-amigo-rufo.html

tone do moleiro novo

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Strip Minhoto

 Na bisbilhotice da NET

Encontrei isto!











E achei o "achado" uma preciosidade que agora cito com as minhas homenagens às exuberantes pela temeridade  generosa e a quem peço condescendência para com esta minha iniciativa.

Esta publicação de Alda Melro, com imagem de  H Alexandra Castela,  é já de 19 de agosto e está sublinhada por um texto da autoria da própria Alda Melro, que é o reverso daquela sentença de que uma imagem vale por mil palavras.  

Estas ombreiam com a imagem

Em dia de romaria
Há chieira a transbordar
pela ruas e vielas
contracenando
com o odor da alegria, que contagia
Venham ver, as cores, o ouro, o trajar
as meias rendadas
e as pernocas das minhotas
de sorrisos a rasgar
Sintam as suas ancas desfilando
a passo lento
As mãos na cintura, segurando a tradição
E a música que ribomba em cada coração

São minhotas felizes como estas
mostrando as suas pernas rendadas,
que fazem brilhar a mais bela romaria
de Portugal, a Srª d’ Agonia.

Toda esta soberba circunstância se me apresenta ainda mais surpreendente quanto um dia contei, à nossa amiga Adelaide Graça, que tinha visto na TV Galiza, no LUAR se não me engano, uma Galega vestida a rigor com o traje regional lá do sitio a fazer striptease retirando peça a peça a roupa exterior ficando no fim apenas (e ainda!) com os folhos brancos à mostra. 

Reforçando que aquela gente é que era prá frentex

- Olha a novidade...

...embuchou-me a Adelaide!

E chinspou-me com estas duas!







                                                                                                                                                                                    O titulo desta publicação também poderia ser ALEGRIA MINHOTA à qual se poderia juntar a ALEGRIA GALEGA se encontrasse o vídeo do tal programa.

Estou a tentar junto da TVG.

lopesdareosa

domingo, 23 de outubro de 2022

Morreu Adriano Moreira

 Triste notícia!

Com cem anos!

Comparo este acontecimento com o saimento de Gonçalo Ribeiro Telles

ver https://lopesdareosa.blogspot.com/2016/03/goncalo-ribeiro-telles.html

Num faltam os elogios fúnebres

No entanto poucos atentaram nas palavras do Homem e se deram por ela fizeram de conta que não ouviram.

Vou apenas citar um exemplo que por ser o mais palavroso demonstra o que atrás afirmo.

" Produziu um manancial enorme de pensamento e reflexão sobre Portugal tornando-o indiscutivelmente um dos mais importantes pensadores de Portugal contemporâneo"                                                         Cavaco Silva in PUBLICO 24/10/2022

Pois é mas enquanto Adriano pensava muito, outros não pensavam nada!

Para entender o enquadramento ver

https://lopesdareosa.blogspot.com/2010/10/recandidaturas.html

Vou textualizar a  intervenção de Adriano Moreira no Programa da RTP 1 -  Prós e Contras - conduzido por Fátima Campos Ferreira, em Bragança,  em 11 de Abril de 2012 sob o tema PORTUGAL HOJE - RETRATO DA INTERIORIDADE.  A dada altura:

Fátima Campos Ferreira  - A crise parece estar a agudizar as assimetrias. O interior que sempre foi interior já estava a desertificar à muito tempo, está neste momento em pior situação. Sr. Adriano Moreira; - Está em causa a coesão Nacional? A identidade do país?

e depois Adriano Moreira

 "-Bom. Ele há aqui vários aspectos e naturalmente não vamos poder abordá-los a todos. Eu acho que o problema da interioridade é um problema que é histórico  em relação a Trás-os-Montes mudou de sentido porque o primeiro conceito de interioridade que eu vivi,  era a baixa qualidade de vida e a pobreza que era geral as dificuldades de acessos isso era o primeiro sentido da interioridade. Neste momento o problema principal da interioridade em Portugal, acho eu,  é o despovoamento do interior e esse despovoamento do interior   em grande parte é resultado, a meu ver,  da Politica Agrícola Comum da União Europeia que verdadeiramente destruiu a Agricultura Portuguesa." Fim de citação.
Não sei se estratégicamente, Fátima Campos Ferreira deixou passar esta afirmação pois seria interessante saber porque é que Adriano Moreira tal sustentava fundamentando a sua visão.
Mas essa realidade que muitos tentam desmentir, fica por esclarecer por Adriano Moreira
Campos Ferreira nada lhe perguntou.
Adriano Moreira morreu.
A memória vai diluindo e a história sendo deturpada ao sabor das conveniências daqueles que ainda hoje têm a lata de andar para aí a dizer que no tempo deles é que foi ser!
lopesdareosa



Miguel Serras Pereira

Retábulos de

Miguel Serras Pereira

Advento

Quando a espera é a ausência em que ressuma
a promessa da enchente que a revela

Catecismo

Severo o rosto erecta gravemente adorada
das mãos uma alça a saia e a outra acaricia
a nuca do donzel aos seus pés ajoelhado

Ordenação

Descinge o cavaleiro as armas junto ao leito
para adorar a amada que arma cavaleiro

Anunciação

Gestação do desejo que o dilata
quando os teus dedos ágeis e precisos
no delírio do tempo transtornado
industriam estancando-o no seu arco
o relâmpago cuja flecha tarda
à espera da enchente que a alucina

Intróito

Na orla litoral das tuas nádegas
naufraga o sono que me sonha e gesta
transformado no corpo que sonhaste

Pentecostes

Ajoelho para te despir e dar vagar
à boca que subindo as pernas sorve acima
na boca da tua concha a voz de uma outra língua
a que em todas as línguas a voz que sobra falta

Revelação

Furtiva voz que acende na febre da infância
do teu leito de irmã desfeito um leito em branco

Ascensão

Ascende a mão nas pernas sitiadas
pelo esplendor sombrio que a acomete
na boca que os seus dedos cega e bebe
e aos dedos que confunde se entreabre

Remissão

Soergues-te na penumbra que alvitras por nocturna
ao sacrifício mais propícia em teu ofício
de me ungires dos óleos extremos que ressumam
pelos teus dedos longamente ministrados

até que os teus joelhos cinjam os meus rins
e se derrame sobre mim a tua graça

Propiciação

Suplício dos folguedos no ócio deliberado
do passeio dos lábios que bebem e semeiam
estrelas vagabundas nas coxas transtornadas

Glória

Pudesse a glória do martírio consumar
a febre desta pétala convulsa que maceras
na cama da desconhecida que te amasse

Expiação

Apertas entre as pernas a almofada
em que te esfregas mais quando reclamas
do grande espelho ao fundo frente à cama
desfeita a minha febre que amarfanha
o linho dos lençóis que a tua escalda

Sacrifício

Ardor do sacrifício no chão da clareira
que de outro gozo mais suspenso temperasse
nas asas da ave moribunda já desperta
a promessa do voo de outra ave

Crisma

Por ti rendido que me firmas porque rendes
Por ti firmado que me rendes porque firmas

Liturgia das horas

Da adoração dos seios que auspicias exacta
ao silêncio que paira e espraia a agonia
do murmúrio só frémito à flor do grande lago

no sono em que adormece o desejo refaz-se
nos acordes da lira cujo sono dedilhas

Purificação

Começa por tocar-se brandamente
para distrair primeiro o pensamento
do cuidado de si que o corpo prende
à sujeição que o muda em seu agente

Depois ondula os dedos sobre a concha
entreaberta no côncavo da sombra
e o seu divagar que a tarde alonga
sonha a morte de deus e solta o tempo

Boa nova

Palavra que ao dizer-se então se faça
em corpo e alma a mesma carne alada
cuja verdade seja que nos salve

Monte Tabor

Porque afinal só tu és em ti própria
a própria outra em sonhos que a teu lado
o outro lado do sonho sonharia

Nota 

Eu cá por mim chamar-lhe-ia outra coisa que não vou escrever por causa da censura!

lopesdareosa

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

O NOVO AEROPORTO

 Já me dediquei ao assunto!

https://porquenaovotoemcavaco.blogspot.com/2022/07/jose-luis-arnaut.html

Mas a coisa evoluiu.

O Problema parece ser de fartura. É ver quantas pistas existem à volta de Lisboa e saber para quais delas desviar os voos de companhias a acordar. Mas como o novo aeroporto já vai em Santarém, Ver adiante.

https://observador.pt/especiais/como-santarem-saltou-de-aeroporto-regional-para-hipotese-com-merito-para-nova-solucao-aeroportuaria-de-lisboa/

Venho agora agora  com outra proposta

Porque não Coimbra, já que também resolviam uma discussão local???

https://www.somoscoimbra.org/post/2018/07/30/seja-s%C3%A9rio-dr-manuel-machado-cumpra-a-sua-promessa-do-aeroporto-de-coimbra


Cmpts 

Barros Lopes


quarta-feira, 5 de outubro de 2022

AMADA GARCIA

 O 7 de Outubro é além de amanhã. 

Mas não faz mal lembrar de véspera!

Em 7 de Outubro de 1911 nascia AMADA GARCIA RODRIGUEZ




















na vila de Murgados perto de Ferrol aqui na Galiza!

Durou até 27 de Janeiro de 1938 quando foi fuzilada, no Castelo de São Filipe, pelas forças Franquistas.

Dizem que não foi matada na primeira descarga pois os soldados teriam desviado a pontaria. Acertaram na segunda.

Presa, grávida, os franquistas tiveram a gentileza de a deixar parir. Depois é que a mataram!

O filho de Amada, Gabriel Toimil Garcia (morreu em Maio de 2014)  visitava todos os anos a 27 de Janeiro os muros do Castelo onde sua nai fora  fuzilada.







                                                    Já publiquei em 

https://lopesdareosa.blogspot.com/2018/09/amada-garcia-fuzilada.html

Vou repetir

Romance de Amada Garcia

que pariu por ser amada

e deu tal brado o seu feito
que até foi condecorada
meteram-lhe de chumbo quente
doze medalhas  no peito

não foi assim de repente
demorou essa função
tremeu a mão no gatilho
aos homens do pelotão

Dá-me um abraço meu filho
Não disse Amada Garcia
Não disse nem tal podia
Não o tinha no seu colo
Nessa parte de mulher
Que seu filho amamentara

Chamava-se Gabriel
Filho de Amada Garcia
que amada ainda seria 
pelo seu filho fiel
no silêncio até que um dia
as muralhas do Quartel
abriram em liberdade
e o filho da saudade
da mãe que não conhecera
vai na campa pôr flores
sem perguntar aos senhores
do Templo pra tal licença

E não se dá pela presença
ninguém testemunha o feito
aparecem de tal jeito
as flores na campa rasa
todos sabem ninguém diz
que aquele infeliz
que não teve mãe em casa
nesse gesto não se atrasa

Mas o próprio Gabriel
um dia parte também
não demanda à sua mãe
porque é que o abandonara
E ela que não chorara 
enfrentando o pelotão
não se queixou da razão
do que lhe acontecera
na luta pela qual morrera

Não há flores na muralha
nem memórias da metralha
com que fora fuzilada
Amada Garcia amada
por sê- lo pariu um filho
e não tremeu o gatilho
na derradeira função
os homens do pelotão
ensombrados por tal feito
meteram-lhe de chumbo quente
doze medalhas no peito

(vou contando este sucesso pra que o  saiba toda a gente)


Tone do Moleiro Novo
dedico este meu texto ao TINO BAZ da Guarda símbolo de uma Galiza pela qual vale a pena lutar.

Agora também dedicado a António Martinez Coelho 

https://www.facebook.com/antonio.martinezcoello.77