O 7 de Outubro é além de amanhã.
Mas não faz mal lembrar de véspera!
Em 7 de Outubro de 1911 nascia AMADA GARCIA RODRIGUEZ
na vila de Murgados perto de Ferrol aqui na Galiza!
Durou até 27 de Janeiro de 1938 quando foi fuzilada, no Castelo de São Filipe, pelas forças Franquistas.
Dizem que não foi matada na primeira descarga pois os soldados teriam desviado a pontaria. Acertaram na segunda.
Presa, grávida, os franquistas tiveram a gentileza de a deixar parir. Depois é que a mataram!
O filho de Amada, Gabriel Toimil Garcia (morreu em Maio de 2014) visitava todos os anos a 27 de Janeiro os muros do Castelo onde sua nai fora fuzilada.
Já publiquei em
https://lopesdareosa.blogspot.com/2018/09/amada-garcia-fuzilada.html
Vou repetir
Romance de Amada Garcia
que pariu por ser amada
e deu tal brado o seu feito
que até foi condecorada de chumbo quente dourada
com doze medalhas no peito
não foi assim de repente
demorou essa função
tremeu a mão no gatilho
aos homens do pelotão
Dá-me um abraço meu filho
Não disse Amada Garcia
Não disse nem tal podia
Não o tinha no seu colo
Nessa parte de mulher
Que seu filho amamentara
Chamava-se Gabriel
Filho de Amada Garcia
que amada ainda seria
pelo seu filho fiel
no silêncio até que um dia
as muralhas do Quartel
abriram em liberdade
e o filho da saudade
da mãe que não conhecera
vai na campa pôr flores
sem perguntar aos senhores
do Templo pra tal licença
E não se dá pela presença
ninguém testemunha o feito
aparecem de tal jeito
as flores na campa rasa
todos sabem ninguém diz
que aquele infeliz
que não teve mãe em casa
nesse gesto não se atrasa
Mas o próprio Gabriel
um dia parte também
não demanda à sua mãe
porque é que o abandonara
E ela que não chorara
enfrentando o pelotão
não se queixou da razão
do que lhe acontecera
na luta pela qual morrera
Não há flores na muralha
nem memórias da metralha
com que fora fuzilada
Amada Garcia amada
por sê- lo pariu um filho
e não tremeu o gatilho
na derradeira função
os homens do pelotão
ensombrados por tal feito e com o seu filho ausente meteram-lhe de chumbo quente doze medalhas no peito
(vou contando este sucesso pra que o saiba toda a gente)
Tone do Moleiro Novo
dedico este meu texto ao TINO BAZ da Guarda símbolo de uma Galiza pela qual vale a pena lutar.
Agora também dedicado a António Martinez Coelho
https://www.facebook.com/antonio.martinezcoello.77
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