sábado, 29 de dezembro de 2012

POVO QUE LAVAS NO RIO

Lá venho eu outra vez a Pedro Homem de Mello. Não fosse a minha tutela.


Desta feita porque dei com;

http://biclaranja.blogs.sapo.pt/710311.html

e daí saltei para;

http://pt.wikipedia.org/wiki/Povo_que_lavas_no_rio

Para ver se era verdade.

Era mesmo: uma delirante explicação (?) do significado do Poema!

Com que caralhos é que Pedro Homem de Mello afirmou ter dormido com eles na cama para se concluir que era homossexual?

No Poema, Pedro Homem de Mello dormiu com os aromas de urze e lama que são os Aromas, a Urze e a Lama de S. João d'Arga  exactamente os mesmos  com os quais também eu dormi. E ninguém me foi ao pacote por causa disso!

Assaltados não sei por que subconscientes temores ou ànsias aparecem uns intérpretes que não sabem do que falam. Se ainda fossem honestos e limpos! Mas borram as mãos com a merda  que têm na cabeça pensando que com ela atingem quem está para além do alcance do arremesso.

E é em

http://biclaranja.blogs.sapo.pt/710311.html

que encontro o entendimento da singeleza do Poema

" um poema que muito simplesmente canta a força do povo no seu viver agreste, para lá de «haver quem [no] defenda» ou de «quem compre o [seu] chão sagrado» (quem no ofenda, portanto).
 Mais, a comunhão do narrador com aquela condição, que o povo não deixa de reconhecer pois até na morte o cuidará, talhando-lhe a força de braço «as tábuas do [seu] caixão», isto é, dando-lhe sepultura digna."


Depois o tal povo que lavava no rio eu o conheci. Era a minha mãe, era a minha avó era a minha tia. Eram todas as mulheres de Areosa.
Até sei onde eram os rios e seus nomes. Era o da Maganhão, era o dos Ôlhos, era o da Ponte Nova. era o do Rapido, era o das Pontes do Cascudo era o do Poço da Baeta o do Poço da Arrinca. Era o da Romenda, Era o de Fontes era o do Fincão onde até as da Ribeira vinham lavar.

Depois o tal Povo que ía à feira e à tenda eu o conheci. Era o meu avô que dizia que ir a Ponte de Lima e não ir à tenda do Cachadinha ou da Rosa Paula era como ir a Roma e não ver o Papa. Ainda reconheço esse Povo nas feiras de Ponte e do Cerdal nas tendas de S. João ou da Peneda.  Eram todos os lavradores que se debatiam com os regatões por umas quantas notas, por uma vaca.

A malga de mão em mão eu por ela bebi nos tempos em que os artistas no regresso a casa paravam na Loja do Perrito e de lá não saíam sem que antes tivessem pago cada um a sua rodada daquele verde tinto intragável. Se no beijo na tigela que passava de mão em mão o Poeta viu irmandade, comunhão ou outra coisa qualquer, por isso era Poeta: 

Procissões, praias e montes, areais, píncaros passos, braços e fontes, quem não os conheceu???

Montanhas veredas e cangostas foi Pedro Homem de Mello que as inventou?

Buxas, lobas, estrelas. Vozes na casa deserta, almas penadas,  chascas nas encruzilhadas? - Quem não ouviu histórias medonhas?

Quem não sabe ao que o Poeta se refere quando afirma que tinha rasgado certo corpo ao meio e que tinha visto certa curva em certo seio?

Apesar de tudo e mesmo assim o Poeta se confessa apartado da essência do Povo que tão bem canta.
- Pertenço-te e deste-me alturas de incenso, mas não me deste o teu modo de viver porque esse é inatingivel.

Assim e embora não concordando com a conclusão de João Vasconcelos

Ver


encontro neste a explicação evidente do "desencontro" do Poeta com o tal Povo atrás do qual seus passos vão.

"A distância que o poeta de Homem de Mello experimenta em relação ao povo é diferente da melancolia do poeta-pintpr de Nobre. É  uma distância amargurada, contrafeita, de um homem que sendo poeta e bailador, bailando como o povo e com o povo, crestando como ele e pele ao sol, partilhando a malga que anda de mão em mão sente ainda assim que há uma vida que se lhe escapa por entre os dedos quando tenta agarrá-la. O Poeta pode bailar mas não deixará nunca de bailar "como quem baila."

Ver
http://www.ics.ul.pt/rdonweb-docs/Povo%20Enquanto%20L%C3%ADbido.pdf

Resumindo, POVO QUE LAVAS NO RIO é um hino ao Povo. Pelo menos ao Povo do Alto Minho, em relação aos quais  já pressenti muito desdém.

Talvez por inveja.

Talvez porque haja muita boa gente que não aceitou em  Pedro Homem de Mello a sua rebeldia.

"- Monárquico em todas as repúblicas do mundo."


Ou que, apesar disso, ousou afastar-se dos seus, cujo desprezo presenciei na muralha inultrapassável em frente à Havaneza em noites de Feiras Novas.

Ou porque a intelectualidade não conseguiu catalogar o Poeta no cardápio das correntes e das mediocridades.

Outros porque não perdoaram ao Poeta ter-se misturado com o tal povo e cantado essa vivência roubando assim a iniciativa aos especialistas.

Outros porque não lhe chegando à bitola se apressaram a classificar Pedro Homem de Mello como poeta de segunda!

Sei lá!

Lopesdareosa

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

S. JOÃO DA CRUZ

Quem me deixou este escrito foi a tal inglesa que fazia parar no trânsito o carro da vaca só nos caminhos de Afife.


Trata-se de um texto de S. João da Cruz, em inglês, do qual me preocupei em saber como era em castelhano. Também aqui vai!

Cuando tu me miravas
tu gracia en mi
tus ojos imprimíam
por esso me adamavas
y en esso merecíam
los míos adorar
lo que en ti vían.

Lopesdareosa

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

UM POVO QUE NUNCA EXISTIU

A frase completa é

"Na qualidade de observador distante, resta-me acrescentar que esse povo autêntico cuja certidão de óbito Homem de Melo passa aqui nunca existiu fora do encantamento de quem o imaginou."

Foi escrita por João Vasconcelos e encontra-se em
file:///C:/Users/Compaq/Downloads/Povo%20Enquanto%20L%C3%ADbido.pdf

Intitulado

O Povo enquanto libido no folclorismo poético de Pedro Homem de Mello (1904-1984)

O que quer dizer que não deve ser tomada literalmente e que deve ser contextualizada para entender ao que o autor se refere para concluir dessa forma.

O texto em causa trata de uma visão sobre a figura de Pedro Homem de Mello, a sua obra e a sua "estética" ligando o Poeta ao folclore e estes ao tal povo que embora referenciado e reverenciado pelo mesmo, não teria existido para lá (ou para cá) da excitação libidinosa do Poeta (Se bem entendí conjugando a conclusão com o título do texto). A não ser assim não entenderei a que povo ou a que libido se referiria o autor.

Ou seja, tudo se passaria sem que nada houvesse para lá ( ou para cá) da exaltação do Poeta. Em parte é verdade. Eu diria que sendo o tal povo cem por cento, Pedro Homem de Mello lhe terá acrescentado mais vinte por cento fruto da sua sensibilidade exacerbada. ( Fosse causa ou efeito por isso era Poeta.)

Em primeiro lugar é necessário localizar o Poeta no meio do tal folclore e ele próprio esclarece em texto publicado no Jornal de Notícias.

"Causa e não  causa pasmo talvez que o autor desta crónica intitulada folclore não se considere nem deixe de se considerar folclorista. Todavia, a seu respeito, no que se relacione com a cultura popular, unicamente podemos afirmar que, nele, a paixão dominante foi, desde sempre, a dança." 

Ou seja; Poeta, Pedro Homem de Melo, alguém o carimbou de "folclorista".

Coloca-se assim neste contexto a não existência desse tal povo que o terá libidinosamente empolgado. Círculo vicioso de insolúvel desenlace.


A minha opinião é exactamente contrária. Quer Pedro Homem de Mello tivesse ou não andado por estas paragens o tal Povo teria existido sempre.
E constituir-se libido nas entranhas de alguém dependeria sempre desse alguém. Caso do Poeta, pelos vistos

Ora Pedro Homem de Melo só por um acaso apareceu no alto Minho.

Quando um ser humano vem ao mundo há qualquer coisa de transcendente na sua génese - quer se trate da natureza ou se pela mão de alguma divindade ( as religiões acreditam nesta ultima explicação) Assim sendo a Pedro Homem de Melo corresponderia a inevitabilidade da sua existência. Logo não se pode exluir a sua passagem por este mundo para demonstrar que este mesmo mundo rolaria mesmo sem ele.

Mas já a passagem de Pedro Homem de Melo pelo Alto Minho não dependeu de algo tão elevado. Foi resultado de um acto bem comezinho e trivial. Apenas e porque o seu Avô, Cunha e Pimentel, comprou aos da Casa dos Cortiços, uma propriedade roubada aos cregos pelos liberais e que o General Luis do Rego tinha apanhado por tuta e meia. Não o tivesse feito e Pedro Homem de Melo, a quem não lhe negaria a existência por causa disso, possivelmente nunca poria os pés em Afife nem tão pouco contactaria com o tal povo, pelo menos o do  Alto Minho

Seria na mesma poeta, frequentaria o Porto e possivelmente escreveria o mesmo POVO QUE LAVAS NO RIO inspirado não no Rio de Cabanas, mas no de Águeda ou em Provesende, terras de seus avós paternos e maternos onde de certo também o tal povo  lavava nos rios.

Por uma vez Pedro Homem de Melo se enganou. O tal Povo teria já desaparecido - Nada mais errado

Apesar do progresso e do desemborbimento os do Alto Minho (e os outros) não deixariam de lavar nos seus rios. (Onde deixaram de o fazer é porque lhe poluiram as águas ou lhes roubaram o caudal). Nem deixaram  de ir ás feira e à tenda desde Ponte de Lima à Peneda. Nem do Cerdal ou dos Curros na Galiza.

Sorte tivemos nós que isso tivesse acontecido (Pedro Homem de Melo ter andado por estas bandas) dado que se isso não fora, teríamos percorrido metade do século passado sem que uma alma poética do calibre do Dr. Pedro tivesse reparado no tal Povo. Talvez uma Maria Manuela Couto Viana.


Mas a notícia  do tal observado Povo não  dependeu apenas do interesse lírico  de Pedro Homem de Melo. O mesmo Povo, as mesmas circunstância, os mesmos heróis, os mesmos protagonistas foram cantados por outros não tanto ( ou até mais) libidinosos como Pedro Homem de Melo.

Leia-se Ruben A e o que ele escreveu sobre Carreço.

Leia-se Maria Manuela Couto Viana e o seu
Romance do Rapaz de veludo
http://lopesdareosa.blogspot.pt/2010/12/maria-manuela-couto-viana.html


Leia-se António Pedro no surrealista
PROTOPOEMA DA SERRA D'ARGA
http://lopesdareosa.blogspot.pt/2011/03/protopoema-da-serra-darga.html

Leia-se Helena Tarouca naquilo a que chamei
ROMANCE NA PONTE DE S.JOÃO
http://lopesdareosa.blogspot.pt/2011/04/cabanas-afife.html

Leia-se o que Ernesto Veiga de Oliveira escreveu sobre S. João D'Arga e sobre o Vilarinho.

E tantos mais sem que a visão desses sobre o mundo fosse exactamente a mesma de Pedro Homem de Melo.

Ou seja,  o tal Povo que Pedro Homem de Melo testemunhou, sempre existiu. E ainda existe, por mais incrível que a coisa se nos apresente.

Quem não acreditar nisso que pergunte ao Alberto Sardinha ou ao José Maria Barroso. Pergunte a um tal Pina Cabral.

E que venha comigo à Peneda ou à Barca, ouver aquelas imensas e intermináveis rodas da Cana Verde.
(Esse tal Pina Cabral já por lá andou segundo confessa no seu AROMAS DE URZE E DE LAMA).

E depois dos meus olhos caírem de inveja por não ser capaz de dançar daquela maneira - como aquele povo autêntico. Mais que não seja porque não há outro - e depois de eu contar o meu lamento ao mundo, que ninguém me venha dizer que esse defeito não terá passado de uma manifestação orgástica do meu encantamento.

Tone do Moleiro Novo

sábado, 1 de dezembro de 2012

OS ESTIGMAS QUE NOS AFASTARAM DO MAR E DA AGRICULTURA

"Numa altura em que urge criar riqueza no país e gerar novas bases de crescimento económico, é necessário olhar para o que esquecemos nas últimas décadas e ultrapassar os estigmas que nos afastaram do mar, da agricultura e até da indústria, com vista a produzirmos, em maior gama e quantidade, produtos e serviços que possam ser dirigidos aos mercados externos",

Estou a citar quem citou ( ver imprensa do dia 22 de Novembro de 2012) e quem cita o que foi citado a mais não é obrigado!

Acontece que segundo dizem os por mim citados quem falou a coisa em primeira mão foi o nosso Presidente, Anibal Cavaco Silva.

Graças a Deus que não falou na terceira pessoa do plural mas estragou logo tudo quando, em vez,  aplicou a primeira pessoa do plural - ESQUECEMOS - Nós, subentende-se!

- Nós quem Sr. Presidente?

Eu não esquecí e ainda cá estou. Nem eu nem o meu amigo Ernesto Minas. Muito menos este que perdeu a perna esquerda na tomada de força do seu tractor e ainda por cá anda!

Quem se esqueceu foram os estigmatizados, não os fisicamente como o Ernesto, pois estes transportarão a sua desgraça até ao cemitério.

Quem se esqueceu foram os estigmatizados mentais que por terem sido castigados em pequeninos a trabalhos forçados (???) nunca mais se quiseram  lembrar da agricultura com a agravante de, alguns deles, terem chegados a altos cargos da nação transportando consigo uma visão burguesa da humanidade e que por isso condenaram os vindouros ao betão e ao cimento armado.

Mas esses, tendo esquecido, morrerão sem remorsos.

A não ser que se trate de um pungente caso de contrição tardia!

Tone do Moleiro Novo numa tarde em que se achou sem pachorra para aturar tanto cinismo, tanta desvergonha, tanta cara de pau!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

PONTE DE ARIOZA

Na realidade trata-se da Ponte sobre o Rio do Pégo logo a sul do apeadeiro de Areosa. Fotografia da CP nos fins do século dezanove que viajava com as carruagens num conjunto de quadros retratando sítios de itinerários, nuitos dos quais  o desemborbimento fez  desaparecer.

Oferta do Chico Franco quinze dias antes de morrer.

Lopesdareosa

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

BAILES DO CALDO VERDE NO CASINO DE AFIFE

O meu primeiro baile no Casino de Afife foi em 1964. Ainda me tocou aquela visão.

As raparigas de Afife sentavam-se nas cadeiras do salão vestidas com os seus fatos ricos, ditos à lavradeira. E apenas as que se assim se apresentavam tinham esse direito.

Mas não fui o único nem o primeiro a dar de caras com aquela colorida ferradura.

De Areosa e cerca de uma dúzia de anos antes, já tinha chegado a esses ares o Francisco Franco - Chico Móca para os da Terra.

Na fotografia e com o seu impecável fato claro, ladeado pelas,

Rosalina das Maçães
Matilde do Martinho
Amélia das Maiatas

           então mocidade e já  senhoras de Afife quando tiveram comigo a especial delicadeza de me permitirem publicar, com este texto, a sua imagem doutros tempos.

Do Chico Franco é uma surpresa que faço aos seus familiares e conhecidos.

Com as minhas memórias de um amigo que não me avisou que ía morrer quinze dias depois de me ter oferecido o quadro do combóio no apeadeiro de Areoza!


Lopesdareosa

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

JULINHO DA CONCERTINA

Soube dele pelos jornais. Fui ter com ele à Flagueira na Quinta da Lage. Veio a Viana. Veio a Afife. Estivemos na Barrenta.

Santiago - Cabo Verde - Funáná - Ferro Gaita.

O Emigrante Julinho! Toca o Emigrante para mim!


Trocámos de concertina para a fotografia.
Julinho! ainda tenho a mesma concertina e o mesmo RX.

Um Abraço

Lopesdareosa

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

VAI SAIR ASNEIRA


VAI SAIR ASNEIRA

Como se vai esgotando o léxico disponível para arranjar motivos para nos irem ao fardamento alguém se lembrou agora que era necessário refundar o Estado. Em primeiro lugar é necessário saber se se trata do Estado Portugal ou se do Estado de Portugal. Depois não se sabe se o verbo empregue significa  tornar mais fundo aquilo que já o é ou  se, num sentido mais tropo, quer dizer que temos que refazer (talvez corrigir) aquilo que o nosso D. Afonso Henriques fez e que lhe valeu aquela alcunha que eu aprendi a respeitar na escola primária.

Vai daí, toca a diminuir o número de Juntas de Freguesia! Para diminuir os gastos. Dizem.

Por agregação sem que as freguesias se extingam!!!! Também dizem!

Há quem argumente que a oposição a esta reforma é o comodismo de quem não quer que se faça algo. Ora este, tanto generoso como falso generalismo, não tem que conduzir necessariamente ao triunfo da asneira.

Depois não acredito que se vá poupar grande coisa!

- Na junção das freguesias A, B e C onde vai ser a capital?
- Como vai ser isso decidido?
- Vão passar para lá todos os arquivos e administrativos?
- Vão construir uma nova sede para o mega executivo?
- Vai ser na B que fica a meio?
- Terão então as pessoas de A e C de se deslocar a B para tratar do atestado de    residência?

Responderão que tudo fica na mesma. Nos mesmos edifícios com os mesmos serviços. Assim sendo teremos um mega executivo itinerante que se deslocará de freguesia em freguesia  para despachar.
- E vão fazê-lo de graça?
– Vão andar a pé ou apresentam a conta da gasolina?  Perguntarei eu a quem defende  que esta reforma será para poupar dinheiro aos contribuintes.

- Quem serão os candidatos a ter o triplo de trabalho a troco do mesmo dinheiro???
- Como vão ser as reuniões de Junta e de  Assembleia?
- Vai tudo a correr para a capital B?
- Vai haver assembleias sectoriais?
- Não irão ser criadas mega Autarquias afastando os centros de decisão e apoio administrativo das pessoas e do terreno?
 – Quando tanto se fala em regionalização e descentralização?
- Vai haver um orçamento único A+B+C em que os rendimentos da Freguesia A vão ser    compartilhados por quem nunca teve direito a eles sejam da B e/ou da C?
- Vai haver orçamentos um para cada freguesia A, B e C?
- Quando houver um conflito de interesses entre a Freguesia A e B quem, como e    porque vias vai patrocinar a queixosa?
– A Mega Autarquia A+B+C  que representa    também a freguesia demandada?

Querem criar monopólios em cima de  uma mixórdia  daquilo que é diverso. Arquétipos e idiossincrasias que vêm de tempos anteriores à nacionalidade e que foram o fermento da mesma.

Falam na tal massa critica, consequente à agregação, que permitirá mais isto mais aquilo. Ora essa massa crítica já existe mesmo sem agregação. E tem um enquadramento e uma superintendência que é o Órgão Municipal. Dito por outras palavras; nada haverá que possa ser feito dentro e por efeito  da tal  agregação que não possa ser feito sem ela.

É proposto agora que Areosa se agregue a Monserrate, Santa Maria Maior e Meadela!

Acontece que Areosa nasceu atlântica sem nada a ver com a Vianna ribeirinha que lhe é posterior no tempo. Na criação da Villa foi incumbida Areosa de fornecer a Vianna  produtos agrícolas e de esgotar as fossas da ribeira. Remanesceu até há bem pouco tempo o direito ancestral que o Zé do Reguinho tinha de ir apascentar as vacas para o Campo do Castelo. Tivemos que pagar foro. Tivemos que aguentar com o betão e cimento armado na campina até Camboelas.

Areosa atlântica e rural tem mais a ver com Carrêço e com Afife, por sê-lo, que com as ribeirinhas Monserrate e Santa Maria Maior. Talvez a Meadela tenha mais afinidades com estas. Mas isso é uma questão  dos da Meadela. Um dia destes da ruralidade da Meadela teremos apenas a visão  do faz de conta das lavradeiras em parada da Senhora d’Agonia para turista ver. O resto serão urbanizações da quinta disto ou daquilo!

Acontece que Areosa é ainda e ainda bem, predominantemente rural. A sua área urbana ocupa somente  um quinto  da sua área total. A sua veiga, apesar de mutilada a sul, continua a ser o seu Ex-libris. E reparem que foi e está integrada num Perímetro de Emparcelamento com as veigas de Carrêço e Afife. Que eu saiba ou note não emparcelaram a veiga de Areosa, nem com as leiras de Abelheira que restaram (as quintas já foram à vida), nem com o Campo da Penha, nem com o Campo do Forno, nem com a tapada dos Mártires das Ursulinas. Tanto menos que, roubada esta aos cregos, por uma paleo-versão da POLIS no fim do século dezanove ( versão liberal/tardio ou pré-republicana, como queiram), já desde então foi condenada ao loteamento e à cantaria.

É Santa Maria de Vinha anterior, como a Meadela, à criação da Villa de Vianna. O Bolonhês, no foral da Villa, deixou-as de fora, não por acaso. Areosa ainda e ainda bem, predominantemente rural será absorvida pela urbe, pelo burgo, pela pobra de que nunca fez parte. Os da Meadela talvez não se importem!

Acaba-se com a independência, autonomia, com a alma de Freguesias mais antigas que a nacionalidade.

Areosa mutilada e espoliada nos últimos duzentos anos irá desaparecer definitivamente.

- Quem sairá vencedor nas eleições para a novel mega Autarquia senão aqueles que     beneficiem do maior peso eleitoral das freguesias Santa Maria Maior e Monserrate?
Ou seja os de Areosa correm o risco de  serem arredados do seu espólio tanto histórico como documental e mesmo patrimonial. Assim como do controlo e usufruto dos seus rendimentos.

- Querem agregar?
Agreguem Santa Maria Maior e Monserrate já que em tempos foram uma e só coisa! Não chateiem os vizinhos nem criem conflitos artificiais.

Aparecem agora duas propostas. Uma agrega Areosa e a Meadela a Viana deixando independentes Barroselas e Carvoeiro. Numa segunda versão Areosa fica independente mas obriga à agregação de Barroselas a Carvoeiro. Esperneando os de Areosa dirão os de Carvoeiro e Barroselas
.– O que é que temos a ver com isso?
E Vice Versa.
Ou seja; tanto direito têm uns como os outros de se defenderem sem que haja necessidade desse fratricídio. Ou seja, a proposta também é uma maneira absurda  de nos porem uns contra os outros. 

Querem alterar valores históricos por via administrativa!

 - Por que é que defendendo menos estado, os seus representantes querem impor uma   divisão a régua e esquadro cozinhada nos gabinetes em Lisboa?

- Por que é que não deixam as comunidades fluir normalmente no tempo?

- Por que não aprovam uma lei quadro de união de Freguesias e que se juntassem as que    muito bem isso democraticamente decidissem?

- Porque é que não entregam a gestão das Freguesias a entidades não pagas?

Vão aqui à vizinha Galiza para ver como é. Não há Juntas de Freguesia mas no entanto e apesar disso é respeitada a identidade e independência das paróquias

Voltemos à refundação. Por este andar,  e no limite, no tal refundar o que o Fundador fundou, os nossos governantes irão propor  que se rasgue o tratado de Zamora e o de Alcanizes e decretar a agregação de Portugal à Espanha, tendo em conta que, na mesma linha de raciocínio, pouparíamos dinheiro nessa agregação. E como os Espanhóis gastam menos com a Reinação que nós com a Presidência, para poupar ainda mais,  seria a monarquia a comandar as tropas com o João Carlos à frente. Este tem já uma vantagem em relação aos Filipes – fala português sem sotaque!
Pelas ruas de amargura ficaria o nosso Duarte de Bragança, mas sempre poderia orgulhar-se de ser primo afastado do Rei de Portugal.

CONCLUSÃO
Contam os de Afife que numa reunião anual do Casino em que estava presente o Engraciano, um outro associado pediu a palavra ao Presidente da Mesa. Conhecendo a estirpe logo o Engraciano se adiantou à intervenção do dito outro para proclamar em tom enfático a arrastado
- Vai sair asneira!
É evidente que a coisa deu para rir devagarinho por conhecimento de todos daquilo que o Engraciano era capaz e ao mesmo tempo por respeito ao dito outro associado. Mas o melhor estava para vir. O tal associado fez a sua intervenção, defendeu os seus pontos de vista e acabou tenho dito. Mal acabou ouviu-se o Engraciano!
- Eu não lhes disse!!!

Estou na mesma.
Quanto à criação de mega confrarias de fregueses, vai sair asneira!
Não digam depois que não os avisei!

LOPESDAREOSA

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

PARA ONDE VÃO AS VACAS?


Do JN de 15 de Outubro deste ano um caso espantoso. O Presidente da Câmara de Vila do Conde, um dos Concelhos maiores produtores de leite, não sabe o que há-de fazer ás vacas!

 Coisa mais estranha quando vinda do Presidente de uma Edilidade responsável pelo PDM (Se é que Vila do Conde o elaborou e aprovou.)

A Solução é simples!

Que vá de Freguesia em Freguesia do Concelho. Que vá de aldeia em aldeia do Concelho e que ponha as vacas nos espaços reservados pelo PDM para instalação de infraestruturas de apoio à lavoura ou à agricultura. Como queiram!

Infraestruturas de aparcamento de máquinas.
Infraestruturas de aparcamento de gado.
Infraestruturas de aparcamento da produção.


- Vai uma aposta que no PDM de Vila do Conde nada disso está previsto????


Nem neste nem nos outros!

Ah! Grande protecção do mundo rural que passa antes pelo sacrifício de quintas e mais quintas ao betão e cimento armado!

Tone do Moleiro Novo

domingo, 4 de novembro de 2012

MORDOMIA EM SANTA MARIA DE VINHA DE AREOSA

Por volta de 1958 fez-se a Festa de S. Sebastião.

A minha irmã diz que é ela. A Sãozinha da Baeta diz que como é mais velha que a minha irmã, esta não pode ser e seria em data anterior. No entanto havia as mordomas e a Juíza da Festa. Num sei! Alguém me ajude!

Todas as outras estão identificadas, A do Óleo pá Luz, a Júlia da Enguina, a Deolnda do Lero, a Isabel da Bigaira e a mais velhada Parauta. Passavam em frente à Serralharia Franco e curiosamente, nenhuma trajava.

Lopes dareosa

AMAVA AFIFE

Sobre quem, publiquei um texto em 15 de Março de 2011,

ver
http://lopesdareosa.blogspot.pt/2011/03/vivian-hunter-lees-ela-amava-afife.html)

inglês que, depois de se apaixonar por Afife, morreu de véspera. Não sem que tivesse manifestado o que está assumido na sua lápide.
Mas nessa altura tive o cuidado de colocar um "Ele" antes da confissão para evitar confusões. Se fosse uma "Ela" seria Vivianne!

Encontro agora em

http://luradogrilo.blogspot.pt/2012/08/o-poeta-e-esquecida.html

Um texto muito bonito sobre o mesmo personagem que passo a transcrever com os devidos respeitos pelo autor.

Quote

O Poeta e a Esquecida

Ali, além do sopé de Montedor em Carreço (Viana do Castelo) coberto nesta altura por uma penugem lilás e amarela, fica Afife. Afife tem o seu Cemitério e no Cemitério está a sepultura de Pedro Homem de Mello (a seu pedido). É um bloco de granito amarelado de várias toneladas com duas fendas triangulares a formar uma Cruz  protegido por uma cobertura de vidro.

Ao lado está outra campa mas muito mais simples. Diz o nome, ano de nascimento e morte. O nome: Vivian Hunter Lees. Uma frase por baixo com duas palavras: "Amava Afife". Uma floreira, com talvez 16 orifícios, estava praticamente vazia. Um único buraco tinha  uma ressequida camélia, colhida dentro do Cemitério, que eu lá deixei vai para muitos meses. Afife decididamente não parece amar Vivian Hunter Lees a qual decerto também estará longe e esquecida da respectiva família.


Unquote

Assim sendo o título deste texto deveria ser:
O POETA E O ESQUECIDO

Com os meus cumprimentos.
Lopesdareosa

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

LICENÇA DE ISQUEIRO

Não é inédito. Mas tropecei numa que me ofereceu o meu amigo Cunha da sala de desenho de electricidade dos ENVC.



Fica cá como reforço para quem não acreditar.

Tone do Moleiro Novo

ROBERT SANTIAGO


Encontrei-o em Arsèguel no ano de 1994.

Tirei esta fotografia na varanda do restautrante da LLuiza.

Estou de costas para o Cadi.

A visão do monte vai também no postal que de lá trouxe nesse ano.

Saudades minhas da música deste espantoso  acordeonero de Orleans que sabe mais de música latino-americana que os latinos e americanos juntos.

Saudades minhas de José Porta, que nesse ano me recebeu como se me conhecesse desde sempre.

Saudades minhas e uma garrafa de muralhas à familia de José Porta.

Visca Catalunha

Lopesdareosa

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O QUE FALTOU AO INTERIOR DO PAÍS

Com este título comentava Paulo Ferreira no JN de 5 de Agosto deste ano a frase de Luis Menezes " A política de dar tudo ao interior (do país) não funcionou" divulgada no mesmo JN, edição de Quinta Feira, dia dois do mesmo mês, dita no contexto de uma entrevista, num enquadramento de desnecessária explicação - está publicado - e coisa já feita  pelo mesmo Paulo Ferreira.

Mas para além dos comentários de Paulo Ferreira sintetizados no periodo final do seu texto:

" A frase de Menezes tem, portanto, um erro de base. Ao interior não de seu tudo. Faltou-lhe dar o essencial: atenção e rigor no desenho de políticas sérias e a sério. O betão serviu para cobrir a razão. ( e também o descernimento e a falta de visão daquilo que o interior é e significa, diria eu!) O resultado está à vista."

Aquela frase, à primeira vista quase inatacável, como Paulo Ferreira qualifica, é no mínimo inigmática. Não se sabe se reflecte uma admiração ou surpresa, ou se reflecte um reconhecimento de que não houve até hoje nenhuma estratégia ou estratego à altura do país. E destes alguns houve com sobrantes poderes para, atempadamente, terem manobrado o leme na direcção certa. 

A minha sujestão é a de que, uma vez ultrapassada esta crise ( à custa dos sempre os mesmos) tudo se reconstrua com o triunfo das mesmas mentalidades (estruturas e gentes)  que nos conduziram ao que chegamos!!!

- Não arrepiem caminho, não!

Leiam o PÚBLICO de 15 de Agosto. Lá o Senhor Paulo Neto professor da Universidade de Évora dá algumas explicações pelo preço de um diário!

Lopesdareosa

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

EDNA HOLT

Em 1977 fui a Bristol.

No commom de Hambrook fixei para a posteridade a única altura da minha vida em que deixei crescer a barba para ver como era. Foi na semana do Jubileu da Rainha - Queen Silver Jubilee.

Bem acompanhados, eu e o cavalo, pela saudosa Edna que em Janeiro do ano passado marcou encontro com vários amigos no seu funeral em Hambrook.

Eu estive lá!

Lopes d'Areosa

PRAIA DE AFIFE

Em 1965
A Olívia do Amaro. o Armando da Quinta, o Lopes d'Areosa, o Zé do Porfírio, o Camilo da Venda, o Tone da Quinta, a Cila e o Armando das Maceiras (Melico).

Em 1966
Aqui a coisa não está tão nítida. Um ano mais tarde a tecnologia retrocedeu á lá minuta.

Aninhados, da nossa esquerda para a direita, um dos filhos da D. Emilia Couto Ferreira da Quinta das Laranjeiras, um outro por identificar,  depois o Amaro do Amaro, ao lado o Zé Zé do Pôço, mais para a nossa direita, o do Campo.
Por detrás e de pé o Michael de Bristol, O França do Amaral, O Tone do Moleiro Novo, O Manel do Silva, o Armando da quinta e o banheiro á data que não me lembro do nome.

Isto no tempo em que a praia de  Afife era do tempo do lá vem um!

LOPESDAREOSA

sábado, 6 de outubro de 2012

JAMES HILL

Será que a beleza possa estar num cavaquinho?



http://www.youtube.com/watch?v=KV2nZF-pZ1g&NR=1&feature=fvwp


Pelo menos está ao lado!

Mais uma preciosidade no youtube.

Sem mais comentários a não ser violoncelo eu fora!

Tone do Moleiro Novo

sábado, 29 de setembro de 2012

WE WILL ROCK YOU

We Will Rock You

Buddy you're a boy make a big noise
Playin' in the street gonna be a big man some day
You got mud on yo' face
You big disgrace
Kickin' your can all over the place

Singin'

We will we will rock you
We will we will rock you

Buddy you're a young man hard man
Shoutin' in the street gonna take on the world some day
You got blood on yo' face
You big disgrace
Wavin' your banner all over the place

We will we will rock you

Singin'

We will we will rock you

Buddy you're an old man poor man
Pleadin' with your eyes gonna make you some peace some day
You got mud on your face
You big disgrace
Somebody better put you back into your place

We will we will rock you

Singin'

We will we will rock you

Estas palavras passam despercebidas ao ouvir a música dos  QUEEN na qual sobressai e apenas retemos, a esmagadora batida rítmica de um tema que muitos autores da chamada música rock invejariam criar.

No entanto a palavra rock tem dois sentidos. Além do género musical, ganha um significado agitador.

Agitar ou ser agitado é uma escolha.

Se ao mesmo tempo apela ás capacidades de cada um, por outro lado
lembra-nos a nossa condição de zéz ninguéns.

Se em vez de lama e sangue lá pusermos merda, a imagem seria igual àquela em que os meus avós borrariam a cara de vergonha se fizessem algo que  as suas consciências  condenassem.

O melhor será que alguém nos ponha no devido lugar.
Ou, em alternativa, que nós punhamos alguém no seu devido lugar.
Porque vergonha não têm e muito menos borrarão a cara com merda.

Nota

Fred Mercury foi um génio da expressão corporal e uma voz portentosa.
Bryan May é um génio de engenharia, musical e lírica.

Vão ao youtube. Está lá tudo.

lopesdareosa

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

15 DE AGOSTO

Festa em Monção em  Honra da Virgem das Dores

Noite de verbena na Praça de Deu-la-Deu.

Tocam os "Plátanos".

No meio do baile, no meio da multidão, dois olhos amendoados daqueles de que há só dois.

Parecia ter sido feita à imagem de tudo o que num campo de trigo brilha, num dia de Junho, cheio de Sol, em vésperas de colheita.

Mas as águas correm para o Rio e o Rio corre para o Mar.

Não há regresso.

Mas nem tudo vai com as águas. Presas ás margens do Rio Minho, como as pedras da Torre da Lapela, ficam as lembranças.













DOS  CASTELOS  QUE  PEDRA  A PEDRA CONSTRUÍMOS
DE  GRANITO  COMO  O  DESTE  JUNTO  AO  RIO
SUSPENSOS,  PORQUE PENAS,  POR UM FIO
DO  OURO  DE  TUDO  AQUILO  QUE  SENTIMOS

OS ADARVES  (E OS NOSSOS GESTOS)  QUE VÃO SENDO
COISA  VAGA  DE  QUE  APENAS  NOS LEMBRAMOS
PORQUE  FICAM  NOS  LUGARES  ONDE  PASSAMOS
VÃO, POUCO A POUCO,  ESMAECENDO COM O TEMPO

COM O BARRO  -  NOSSO OLHAR  -  QUE FAZ AS JUNTAS
FICARÃO  NUM  REMORSO  PESADO  E  LENTO
NA  POEIRA  LEVANTADA  PELO  VENTO

                                                                   DO ESTIO

NAS  MASMORRAS  DO  INVERNO EM NOITES FRIAS

COMO AS SOMBRAS
QUE SE ERGUEM AO FIM DA TARDE

                                                                   NO VAZIO

FICARÃO,  DENTRO DE NÓS,  EM  NOSSAS  VIDAS
MESMO  QUE  O  SOL  SE  PONHA  E  O  DIA  ACABE 

Tone do Moleiro Novo

terça-feira, 14 de agosto de 2012

ALCAIDES E ALCALDES

Nunca percebi qual a razão pela qual deste canto da Ibéria chamam alcaides aos Alcaldes do outro lado.
Se nunca do lado de cá chamam alcaides aos Presidentes das Câmaras; se nunca do lado de lá chamam alcaides aos Presidentes dos Ayuntamientos porque carga de água chamam os de cá alcaides aos Alcaldes?

Curiosa generalidade de que hoje testemunhei uma excepção.
No Canal 1 da RTP, no telejornal das 13H00 e informando sobre a supressão do Ramal de Cáceres vi e ouvi o jornalista António Nunes Farias chamar Alcalde ao Alcalde  presidente do Ayuntamiento espanhol de Valência de Alcântara, Pablo Carrillo, que num português sem sotaque se mostrou surpreso e  contra a decisão do Governo português.
Mais adiantou e para nossa vergonha, que do lado de lá continuaria uma composição da RENFE sempre disponivel para chegar a MADRID.
Os do lado de cá de Cáceres no entretanto tomaram uma actitude tipo ovo de colombo. Descerraram um dístico onde se dava conhecimento à posteridade a data e os responsáveis pelo encerramento do Ramal.
De facto se se colocam placas a comemorar os inaugurações, porque não assinalar com lápides os encerramentos?
Se os de Bragança fizerem o mesmo, muita gente se surprenderá, no futuro, quanto ás responsabilidades de quem hoje jura defender os interesses do  país.

TONE DO MOLEIRO NOVO

sábado, 11 de agosto de 2012

BERNARDO LOPES PÓVOA

Deu-me a notícia o Augusto Canário.
Tinha morrido o Senhor Bernardo Lopes Póvoa de Benavila, Aviz.
Este texto é provisório. Colocarei cá uma fotografia com este Alentejano a tocar de pé.
Um dia, em Viana do Castelo, meti-me com ele pois começara a tocar sentado. Brinquei com este pormenor e a sua qualidade de Alentejano. Garantiu-me que nunca mais tocaria sentado.
Não sei quando foi a última vez que tocou a sua concertina e se a tocou de pé ou sentado.
Mesmo sentado tocaria de pé como tocam e cantam todos os Alentejanos.

Ao Senhor Bernardo peço que dê um grande abraço a Chavela Vargas que também escolheu Agosto para partir. Lá no céu deve haver qualquer coisa como a Casa do Artista onde todos se encontrarão.

Estou a chorar Senhor Bernardo por não mais o ouvir tocar o seu VIRA.

António Alves Barros Lopes

quinta-feira, 28 de junho de 2012

BOVINOS ASSILVESTRADOS

Já tinha ouvido falar em cães assilvestrados que, numa situação caricata, alguém, entendido, entendeu que os pacóvios cá da terra não sabiam distinguir dos lobos. Um dia destes contarei a peripécia!

Também dos gatos mataranhos, nome pelo qual o meu avô identificava os gatos-bravos. Um desses morreu ao beber água envenedada depois de ter comido um naco de carne esmagado em sal. O félis felino em causa era de tal maneira esperto que identificava a carne envenenada e não a comia. Comia isso sim as galinhas lá da capoeira. Mas o meu avô Jerónimo era mais esperto que o gato e o gato morreu!

Mas bovinos assilvestrados é a primeira!
Isto depois de  ter deparado com a notícia do NOTÍCIAS de 20 de Junho de 2012.
Nesta notícia ressaltaram-me várias interrogações.
- Os animais em estado selvagem não seriam de ninguém e que haveria pessoas que subindo a serra se apoderam dos melhores exemplares, dizendo que o gado lhes pertence?

Coisa incompreensivel pois a ninguém lhe passaria pela cabeça ter gado no monte para que o vizinho vá lá escolher as melhores reses!

Depois para ter gado no monte, tanto quanto é do meu conhecimento, é necessário ter a autorização da entidade tutelar dos terrenos que normalmente são as Freguesias representadas pela respectiva Junta ou pelas Comissões de Baldios.

Dessa autorização depende também a atribuição de subsídios por animal e o número de animais depende da área atribuida. Daí resulta que (1) é do interesse do ganadeiro ter todo o gado registado pois só assim terá maior beneficio económico.

Esse registo consiste em ter uma caderneta por cada animal a que corresponde o respectivo brinco assim chamado.

Aliás sem esses documentos não pode haver abate. E se não for para abater não sei que interesse haveria em criar gado dessa forma. (Exclusão evidente ao abate clandestino que julgo não ser o caso).

A outra alternativa é o ganadeiro (por absurdo ou estupidez) não ter o gado legalizado o que não quer dizer que não lhe pertença. Nessa circunstância e também no caso de haver prejuizos para terceiros, qualquer  control passaria por recolher o gado e controlar caso a caso as cabeças de gado nas vertentes do registo e de sanidade. Nos casos em que isso fosse justificado por falta de legalização as reses sadias seguiriam para abate em matadouro certificado e a sua carne distribuida por instituições de caridade. Ou então colocada no mercado e o seu valor pagar os prejuizos causados sempre que o animal não apresentasse o dono!

O gado doente seria objecto do procedimento normal com gado doente!

- Agora abater a tiro reses saudáveis e enterrá-las??? 
- Isso é crime!

Nem na África fazem isso a coisas mais selvagens do que vacas no Alto Minho!
Aos elefantes, rinocereontes e outros bichos é-lhes atirado com tranquilizantes para os dominar!



Ver o lindo serviço em

De onde foram copiadas algumas  imagens:

Nota (1)
Daí resulta que...
Homenagem ao Senhor Fragoso de Carreço, avô do Ernesto Passarinho, cuja erudição o levava a, no fim de qualquer argumentação, rematar com  a citada o que lhe valeu ser conhecido pelo RESULTA!

Lopesdareosa

terça-feira, 26 de junho de 2012

SÃO JOÃO DE TODOS

SÃO JOÃO COM TODOS

Sou leitor de todos os anos das quadras de S. João no JN.
Fiquei com o recorte das páginas respeitantes de este ano.

E fiquei um tanto ou quanto surpreendido com a atribuição do primeiro lugar a uma quadra que muito embora bem construida assenta numa rima em tantas outras recorrente.

As orvalhadas na rua
S. João sobre a cascata
Lembram rendinhas que a Lua
Urdiu com fios de prata

Sem desprimor para a autoria - uma tal Sílvia, rua, lua, cascata, prata...serenata....

Resta o sumo da urdidura que a lua faz com as orvalhadas, imagem bonita de facto!

No entanto outras haveria no meu gosto

Uma quanto à fina ironia

Não te iludas meu amor
Co'a cascata do vizinho
tem balões e muita cor
Mas não tem nenhum santinho 

Sexto prémio de um(a) tal  LEBA

Outra

No S. João fui teu par
Mas deixa, amor, que te diga
Que vi teus olhos brilhar
Nos balões da minha amiga

Bem, esta, de uma tal Ana Maria, é demais. A coisa passou-se decerto na rua que conduz ao largo do divórcio!

No entanto a minha preferência iria para o resumo de tudo aquilo que o S. João do Porto representa na sua universalidade.
à qual foi atribuído o segundo lugar;

MAGIAR sintetizou desta forma:

Mais que santo da Igreja
É do Porto o S. João
Cá todo o povo festeja
Mouro, judeu ou cristão

Estava eu nesta lucubração quando, no dia seguinte ao S. João, deparo no PÚBLICO com esta imagem ( pag. 30 da edição de 25 de Junho de 2012)

Ora acontece que acrescentar outros credos à quadra não seria compatível com a rima ou com a métria. Mas este o retratado caberá também tanto na quadra como no nosso S. João.

Com os meus cumprimentos ao Juri e aos concorrentes das quadras de S. João.

Lopesdareosa

sábado, 23 de junho de 2012

EU A TI TI MARIA TU, TU A MIM TI MANEL VOCÊ!


O respeitinho é (era) muito bonito!

Por isso mesmo, quando o Manel da Horta não tinha horas de casado com a Maria do Grelo, aquele já estava a marcar o seu território e de como deveria ser pela vida fora!

EU A TI, TI MARIA TU,   ...TU A MIM, TI MANEL VOCÊ!

Era! - No tempo em que à mesa da Casa do Moleiro Novo me ensinaram que avós, pais e tia eram tratados por Você!

Tu era para a irmã e para os mais novos.

Isto quando a educação antecedia a aprendizagem com as
catequistas, professores, doutores e outros estupores!

Depois veio a moda dos pais tratarem os meninos por você e estes aqueles por tu. Enfim coisas da burguesia triunfante que nunca me penetraram nenhum dos quatro pontos cardeais do miolo.

E por isso mesmo não entendo a espantação de que o Ronaldo tenha tratado o Presidente Cavaco por você!

- Quereriam que o tratasse por tu???

- Quem garante que na educação de Cristiano, à mesa de uma humilde casa Madeirense, tenha havido além de lições de respeito, aulas de protocolo?

- Na minha não houve e que venha o primeiro a chamar-me malcriado (!) numa qualquer circunstância que não se refira ao facto de não ter sido bemcriado.

- E aquele TÁ?
- Poderoso remate sintético de ESTÁ COMBINADO! de quem aprendeu e se especializou em chutar a bola.

O que poderia levar Ronaldo a tratar o Presidente, não segundo a sua educação primeira, mas com as armas referenciais e reverenciais apendidas no seu mister, ou seja...a pontapé!

- Ás tantas!...

Tone do Moleiro Novo

quinta-feira, 21 de junho de 2012

CENTRALISMOS

Em tempos escrevi na A AURORA DO LIMA um texto que intitulei, com erro ortográfico de que pe penitenciei,
A FORÇA CENTRÍPETA DA PRAÇA DA REPÚBLICA
Mais ou menos a coisa referia-se à tendência de que, ao exemplo de Lisboa cujo centralismo é sempre criticado, todo o poder, regional ou local, tem de replicar ao seu nível aquilo que se condena  ao nível do país no que Lisboa representa quanto ao seu gigantismo, centralismo e buraco negro na atracção de recursos que deveriam ser distribuídos pelas outras regiões.
Acontece que no JN de 2 de Junho de 2012 e no NOTÌCIAS MAGAZINE do dia seguinte aparecem duas intervenções deveras curiosas quanto à possibilidade de unir o Porto a Gaia

Na primeira, a Luiz Filipe Meneses é atribuido ter afirmado que "A fusão faria do Porto e de Gaia a maior cidade do país, MAIOR QUE LISBOA"

A segunda refere que Rui Moreira, de Lisboa, desejaria "...levar para o Porto todo o dinheiro que desviaram do resto do país para corrigir as assimetrias do território"

Resumindo;

- Lisboa é grande, demasiado grande em relação ao restante território. Mas o que se pretende é uma coisa muito maior numa escala inflaccionada em relação ao território que lhe tocasse influenciar.

- Lisboa é centralizadora mas o que se pretende é substituir esse centralismo por um outro mais a norte. ( Rui Moreira teria que explicar como e com que instrumentos é que iria repartir bem o que Lisboa reparte mal).

É por essas e por outras que no referendo sobre e regionalização, a coisa levou sopa!|

Bem a minha esperança é que, a exemplo do nosso amigo Borges, Menezes e Moreira não quizessem dizer aquilo que o JN relata.

Cumprimentos regionalistas

Tone do Moleiro Novo

domingo, 17 de junho de 2012

POEMA DO CUME

Por volta de 2000, Falcão, o mais incrível dos bregas, publicou a sua obra prima ( tem mais) "DO PENICO À BOMBA ATÓMICA" alí para os lados de Fortaleza.

Nessa metamorfoses do CD integrou um tema a que chamou de O CUME, que, dada a profundidade do mesmo, tantas vezes inacessível à penetração de um instrumento interpretativo que não leve em linha de conta que nem sempre é risivel aquilo que se desconhece, eu considerei elevar à categoria de POEMA.

Tal enormidade cultural passou despercebida a não ser  que, por essas alturas, o Lopes d'Areosa, em Alvares, Tarouca, resolveu sublinhá-la à Cana Verde, (ou foi o CUME Vira?) atrevendo-se até a acrescentar algo que  viu passar-se do lado de cá do Atlântico.

Se dúvidas houver, o Né Bastos  gravou a portentosa pafómanse do de Areosa.

Do FALCÂO aqui vai...

AO VENTO NAQUELE CUME
PLANTEI UMA ROSEIRA
O VENTO NO CUME BATE
A ROSA NO CUME CHEIRA


EM DIAS DE CHUVA FINA
SALPICOS NO CUME CAEM
FORMIGAS NO CUME ENTRAM
ABELHAS DO CUME SAEM

EM DIAS DE CHUVA GROSSA
A ÁGUA DO CUME DESCE
O BARRO DO CUME ESCORRE
O MATO NO CUME CRESCE

MAS UM DIA A CHUVA ACABA
NO CUME VOLTA A ALEGRIA
POIS VOLTA A BRILHAR DE NOVO
O SOL QUE NO CUME ARDIA.

Aqui chegados acrescentei.

DOS CABRITOS O PASTOR
A CARNE NO CUME CRIA
QUEM DERA NO CUME TER
GADO QUE NO CUME HAVIA

MINHA TIA PREGUNTOU
QU'ERA DA BURRA E DA CRIA
- SÓ VI A BURRA E O MACHO
EM CIMA DO CUME TIA.

QUANDO ELA NO CUME LEVA
O FARNEL A MINHA PRIMA
FAÇO VERSOS E É FÁCIL
EM CIMA DO CUME A RIMA

JÁ O  FOGO O CUME QUEIMA
NO VERÃO AO FIM DA TARDE
E JÁ TODO O CUME ESQUENTA
E JÁ TODO O CUME ARDE

NO ALTO DA INVERNEIRA
A NEVE NO CUME CAI
JÁ TODO O CUME ENREGELA
JÁ NINGUÉM AO CUME VAI

LOGO VEM A PRIMAVERA
E DEPOIS CHEGA O VERÂO
LOGO TODO O CUME AQUECE
E TODOS AO CUME VÃO


EU DOU-TE UM BEIJO NO CUME
NUMA NOITE DE LUAR
DISSE-ME ELA NA  VEREDA
QUE AO CUME ÍA DAR

BOA NOITE AO MULHERIO
VOU FECHAR A CONCERTINA
ESTOU MORTO POR ME METER
AI POR ESSE CUME ACIMA
QUER SEJA EM PONTE DA BARCA
OU MESMO EM PONTE DE LIMA


Com as minhas homenagens ao FALCÃO de Fortaleza

TONE DO MOLEIRO NOVO

Nota de fundilhos
Para mim o texto original é de Falcão no entanto há uma forte discussão no ciberespaço àcerca de tão delicado assunto.
 - Tudo o que mete cume é empolgante, delicado e delicioso até.

No entanto O CUME  toma mais consistência quando a sua autoria é atribuída a uma Costa Riquenha de origem Portuguesa de seu nome
MARIA ALICE DEL CUMEDÁRAZ.

sábado, 19 de maio de 2012

CONCERTOS DE HARPA E DANÇA

O meu amigo Loureiro, mais conhecido por Lavanca, é que se lembrou disso!

Deveria ser interessante dançar ao som do som da harpa.

Procurei na NET, googlei e nada.

Muita dança muita harpa. Dessa coisa de Harpa e Dança - Nada! 

Quem souber de um concerto desses, mande notícias.

TONE DO MOLEIRO NOVO

sábado, 12 de maio de 2012

DEUS SOBRE TUDO

Era o nome de um iate do Porto que naufragou na Praia do Camarido em Carrêço na noite de Natal de 1810.

Nos dias seguintes apareceram nas praias de Areosa cinco afogados que foram sendo enterrados à medida que eram encontrados.

Foram sempre dados como náufragos desse iate sem se saber como é que os de Areosa presumiram isso dado que foram sempre enterrados como desconhecidos o que demonstra que foram encontrados sem que fosse possível recuperar qualquer documento identificativo. A proximidade da tragédia teria dado essa indicação aos de Areosa.

Mas fica a interrogação. Se o iate era do Porto alguém saberia quem é que lá ía e quem lhes faltou a partir daquela noite.

No Porto haverá quem saiba!?
À data não teria sido noticiado esse naufrágio???
- Não acredito e por isso a todos aqueles que tenham notícia deste acontecimento que diga alguma coisa 
aos de Areosa.

Mais que não seja, o nosso Amigo António Viana, que vai retirando estas coisas ao pó do esquecimento, poderia completar mais uma das muitas histórias que descobre para nos contar.

Barros Lopes

terça-feira, 8 de maio de 2012

PÁSCOA EM SANTA MARIA DE VINHA DE AREOSA 1931
















Na Páscoa de 2012, na Sede do Grupo Etnográfico de Areosa, o Alberto Rego teve a delicadeza de mostrar aos presentes uma fotografia que eu tinha oferecido ao Grupo. Fotografia referente á Páscoa de 1931 - 5 de Abrl desse ano - a qual era uma cópia de um original que me foi disponibilizado pela minha prima, Alice da Nateira.

Acontece que na altura não tinha a minha cábula para identificar os fotografados e em cima das informações que a Nateira me tinha dado.

Agora aqui vai!

Ao lado esquerdo do Padre Videira, um tal Soares do Pales, morava nas Fontaínhas, empunhando a Cruz.
Do lado direito do Padre Videira e em primeiro plano a Ana do Daniel ou do Rufo.
Por detrás desta o Tio Domingos do Gonçalo, inconfundível na suas boca e sobrancelhas.
Entre estes e o Padre Videira, dois mais novos,  a espreitar, quem sabe se ainda vivos.
Do lado direito de Domingos do Gonçalo e atrás, com aquelas patilhas enormes, um tio do Tio Domingos que na altura era sacristão.
À frente deste, à lavradeira, a Angélica dos Carunhos, catequista, cantava no coro da Igreja. 
Quando mataram a criada do Padre Videira, tomou o lugar daquela no Paçal (Passal?).
Do lado direito da Angélica e de lenço ao pescoço, a Albertina do Franco que morava no Penedo.
Do lado direito desta a Florinda do Gonçalo, irmã do Tio Domingos.
Por detrás da Albertina uma cara que decerto ainda pode ser identificada.
Do lado direito da Florinda outros mais novos que, às tantas, ainda andam por aí.   

AGRADEÇO QUALQUER CORRECÇÃO OU INFORMAÇÃO MAIS ESCLARECEDORA!
Barros Lopes

MARIA DA CONCEIÇÃO CAMPOS

Mãe coragem!
Daquele que se ha ido pronto como los elegidos, das cantigas mexicanas, en plena glória e plena juventud.

Escreveu, na Praia Norte, em 7 de Maio de 1994 o seguinte texto.

POENTES

Sobre o poente
Pesado delas
      embebedam-se as nuvens

Chove logo
               ou amanhã

Também
            ninguém
-Ninguém virá -
Abrir nesgas de sol
Na minha sombra

Passam por longe os passos
                      meus amados
Diluem-se por longe
             as vozes desejadas

Também
ninguém
- Ninguém virá -
Trazer-me sugestões de madrugadas

E eu atiro-vos meus olhos
E eu abro minhas mãos
E eu faço-me atraente
Entranço de ouro e azul a minha trança
Aponto a minha alma para a esperança

E ninguém repara
Ninguém me sente
E ninguém pressinto vir
Para ficar de mãos unidas
Até à noite

Até à noite...

Tecedeira eterna e hábil
A tecer-nos o açoite
                                inexorável

Sobre o poente
      - as nuvens -

Chove logo
         ou amanhã

Também
         ninguém
- Ninguém virá -

E morre como o sol
O meu fraterno abraço
E meus braços inúteis
Pouso no regaço 


E quem assim escreve não é gága.