domingo, 17 de junho de 2012

POEMA DO CUME

Por volta de 2000, Falcão, o mais incrível dos bregas, publicou a sua obra prima ( tem mais) "DO PENICO À BOMBA ATÓMICA" alí para os lados de Fortaleza.

Nessa metamorfoses do CD integrou um tema a que chamou de O CUME, que, dada a profundidade do mesmo, tantas vezes inacessível à penetração de um instrumento interpretativo que não leve em linha de conta que nem sempre é risivel aquilo que se desconhece, eu considerei elevar à categoria de POEMA.

Tal enormidade cultural passou despercebida a não ser  que, por essas alturas, o Lopes d'Areosa, em Alvares, Tarouca, resolveu sublinhá-la à Cana Verde, (ou foi o CUME Vira?) atrevendo-se até a acrescentar algo que  viu passar-se do lado de cá do Atlântico.

Se dúvidas houver, o Né Bastos  gravou a portentosa pafómanse do de Areosa.

Do FALCÂO aqui vai...

AO VENTO NAQUELE CUME
PLANTEI UMA ROSEIRA
O VENTO NO CUME BATE
A ROSA NO CUME CHEIRA


EM DIAS DE CHUVA FINA
SALPICOS NO CUME CAEM
FORMIGAS NO CUME ENTRAM
ABELHAS DO CUME SAEM

EM DIAS DE CHUVA GROSSA
A ÁGUA DO CUME DESCE
O BARRO DO CUME ESCORRE
O MATO NO CUME CRESCE

MAS UM DIA A CHUVA ACABA
NO CUME VOLTA A ALEGRIA
POIS VOLTA A BRILHAR DE NOVO
O SOL QUE NO CUME ARDIA.

Aqui chegados acrescentei.

DOS CABRITOS O PASTOR
A CARNE NO CUME CRIA
QUEM DERA NO CUME TER
GADO QUE NO CUME HAVIA

MINHA TIA PREGUNTOU
QU'ERA DA BURRA E DA CRIA
- SÓ VI A BURRA E O MACHO
EM CIMA DO CUME TIA.

QUANDO ELA NO CUME LEVA
O FARNEL A MINHA PRIMA
FAÇO VERSOS E É FÁCIL
EM CIMA DO CUME A RIMA

JÁ O  FOGO O CUME QUEIMA
NO VERÃO AO FIM DA TARDE
E JÁ TODO O CUME ESQUENTA
E JÁ TODO O CUME ARDE

NO ALTO DA INVERNEIRA
A NEVE NO CUME CAI
JÁ TODO O CUME ENREGELA
JÁ NINGUÉM AO CUME VAI

LOGO VEM A PRIMAVERA
E DEPOIS CHEGA O VERÂO
LOGO TODO O CUME AQUECE
E TODOS AO CUME VÃO


EU DOU-TE UM BEIJO NO CUME
NUMA NOITE DE LUAR
DISSE-ME ELA NA  VEREDA
QUE AO CUME ÍA DAR

BOA NOITE AO MULHERIO
VOU FECHAR A CONCERTINA
ESTOU MORTO POR ME METER
AI POR ESSE CUME ACIMA
QUER SEJA EM PONTE DA BARCA
OU MESMO EM PONTE DE LIMA


Com as minhas homenagens ao FALCÃO de Fortaleza

TONE DO MOLEIRO NOVO

Nota de fundilhos
Para mim o texto original é de Falcão no entanto há uma forte discussão no ciberespaço àcerca de tão delicado assunto.
 - Tudo o que mete cume é empolgante, delicado e delicioso até.

No entanto O CUME  toma mais consistência quando a sua autoria é atribuída a uma Costa Riquenha de origem Portuguesa de seu nome
MARIA ALICE DEL CUMEDÁRAZ.

6 comentários:

  1. O poema do Falcão faz sentido se você ler com maldade mas TAMBÉM faz sentido se você ler sem maldade, o cume sendo simplesmente o cume.

    Você não foi capaz de entender isso. Você escreveu um monte de pornografia e juntou 'cu' com 'me' em uma palavra só. Não há duplo sentido nenhum. Qualquer mendigo bêbado faz isso.



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    1. Para já o Original não é de Falcão mas de um poeta Brasileiro do século XIX chamado Laurindo José da Silva Rebelo. Intitulou-o "AS ROSAS DO CUME" na publicação "Poesias Livres".
      Depois, quem é que lhe disse que eu não sou o tal mendigo bêbado?
      Por fim (e parafraseando), o que escrevi faz sentido se você ler com maldade. Mas TAMBÉM faz sentido se você ler sem maldade. Ou seja, o cume sendo simplesmente o cume.
      Se a coisa se aplica ao Falcão porque é que vê um monte de pornografia naquilo que qualquer bêbado, como eu, pode escrever?
      Pelos vistos o Rabelo (ou o Falcão) escreveram o que escreveram no estado sóbrio! - Eis a diferença!
      lopesdareosa

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    2. Cara ,qual foi da onda que vc pegou no meu pau ?

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  2. Revisitei esta texto tentando compreender a razão pela qual é o mais "carregado" do meu blogue! De qualquer forma continuo a cantá-lo para os amigos. Para os que não me conhecem as minhas saudações!

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    1. Sinceramente, adorei!! Li da mesma forma a sua versão que leio a outra, está uma bela continuação a sua maneira, é isso. Adorei!!!

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