Nessa metamorfoses do CD integrou um tema a que chamou de O CUME, que, dada a profundidade do mesmo, tantas vezes inacessível à penetração de um instrumento interpretativo que não leve em linha de conta que nem sempre é risivel aquilo que se desconhece, eu considerei elevar à categoria de POEMA.
Tal enormidade cultural passou despercebida a não ser que, por essas alturas, o Lopes d'Areosa, em Alvares, Tarouca, resolveu sublinhá-la à Cana Verde, (ou foi o CUME Vira?) atrevendo-se até a acrescentar algo que viu passar-se do lado de cá do Atlântico.
Se dúvidas houver, o Né Bastos gravou a portentosa pafómanse do de Areosa.
Do FALCÂO aqui vai...
AO VENTO NAQUELE CUME
PLANTEI UMA ROSEIRA
O VENTO NO CUME BATE
A ROSA NO CUME CHEIRA
EM DIAS DE CHUVA FINA
SALPICOS NO CUME CAEM
FORMIGAS NO CUME ENTRAM
ABELHAS DO CUME SAEM
EM DIAS DE CHUVA GROSSA
A ÁGUA DO CUME DESCE
O BARRO DO CUME ESCORRE
O MATO NO CUME CRESCE
MAS UM DIA A CHUVA ACABA
NO CUME VOLTA A ALEGRIA
POIS VOLTA A BRILHAR DE NOVO
O SOL QUE NO CUME ARDIA.
Aqui chegados acrescentei.
DOS CABRITOS O PASTOR
A CARNE NO CUME CRIA
QUEM DERA NO CUME TER
GADO QUE NO CUME HAVIA
MINHA TIA PREGUNTOU
QU'ERA DA BURRA E DA CRIA
- SÓ VI A BURRA E O MACHO
EM CIMA DO CUME TIA.
QUANDO ELA NO CUME LEVA
O FARNEL A MINHA PRIMA
FAÇO VERSOS E É FÁCIL
EM CIMA DO CUME A RIMA
JÁ O FOGO O CUME QUEIMA
NO VERÃO AO FIM DA TARDE
E JÁ TODO O CUME ESQUENTA
E JÁ TODO O CUME ARDE
NO ALTO DA INVERNEIRA
A NEVE NO CUME CAI
JÁ TODO O CUME ENREGELA
JÁ NINGUÉM AO CUME VAI
LOGO VEM A PRIMAVERA
E DEPOIS CHEGA O VERÂO
LOGO TODO O CUME AQUECE
E TODOS AO CUME VÃO
EU DOU-TE UM BEIJO NO CUME
NUMA NOITE DE LUAR
DISSE-ME ELA NA VEREDA
QUE AO CUME ÍA DAR
BOA NOITE AO MULHERIO
VOU FECHAR A CONCERTINA
ESTOU MORTO POR ME METER
AI POR ESSE CUME ACIMA
QUER SEJA EM PONTE DA BARCA
OU MESMO EM PONTE DE LIMA
Com as minhas homenagens ao FALCÃO de Fortaleza
TONE DO MOLEIRO NOVO
Nota de fundilhos
Para mim o texto original é de Falcão no entanto há uma forte discussão no ciberespaço àcerca de tão delicado assunto.
- Tudo o que mete cume é empolgante, delicado e delicioso até.
No entanto O CUME toma mais consistência quando a sua autoria é atribuída a uma Costa Riquenha de origem Portuguesa de seu nome
MARIA ALICE DEL CUMEDÁRAZ.
O poema do Falcão faz sentido se você ler com maldade mas TAMBÉM faz sentido se você ler sem maldade, o cume sendo simplesmente o cume.
ResponderEliminarVocê não foi capaz de entender isso. Você escreveu um monte de pornografia e juntou 'cu' com 'me' em uma palavra só. Não há duplo sentido nenhum. Qualquer mendigo bêbado faz isso.
Para já o Original não é de Falcão mas de um poeta Brasileiro do século XIX chamado Laurindo José da Silva Rebelo. Intitulou-o "AS ROSAS DO CUME" na publicação "Poesias Livres".
EliminarDepois, quem é que lhe disse que eu não sou o tal mendigo bêbado?
Por fim (e parafraseando), o que escrevi faz sentido se você ler com maldade. Mas TAMBÉM faz sentido se você ler sem maldade. Ou seja, o cume sendo simplesmente o cume.
Se a coisa se aplica ao Falcão porque é que vê um monte de pornografia naquilo que qualquer bêbado, como eu, pode escrever?
Pelos vistos o Rabelo (ou o Falcão) escreveram o que escreveram no estado sóbrio! - Eis a diferença!
lopesdareosa
Cara ,qual foi da onda que vc pegou no meu pau ?
EliminarA sua, meu barata, assua!
EliminarRevisitei esta texto tentando compreender a razão pela qual é o mais "carregado" do meu blogue! De qualquer forma continuo a cantá-lo para os amigos. Para os que não me conhecem as minhas saudações!
ResponderEliminarSinceramente, adorei!! Li da mesma forma a sua versão que leio a outra, está uma bela continuação a sua maneira, é isso. Adorei!!!
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