quinta-feira, 31 de março de 2011

BOOKENDS

BOOKENDS

 
“Time it  was
  and a what a time
  it  was
  it  was
  A time of inocence
  A time of confidences

  Long ago it must be
  I had a photograph
  Preserve your memories
  There all that´s left you”       Paul Simon




O Tone do Moleiro Novo nos primórdios da aventura.

Foi assim que os  primeiros olhos o viram.

Que não o procurem. O tempo mudou muito!

CARNAVAL

CARNAVAL


Hoje é uma brincadeira para as Crianças. A tradição acabou. Hoje há a representação dessa tradição. E era mesmo uma coisa de adultos. Aos bandos as máscaras aterrorizavam os mais pequenos que não se atreviam a sair aos caminhos.

CONJUNTO ALEGRIA
E foi nos Bailes de Carnaval na Sociedade de Areosa que eu aprendi a dançar. Ao som do Conjunto Rio Lima do Minota, dos Lírios de Âncora e principalmente ao som do Conjunto Alegria do Joaquinzinho de Ancora e, por ser verdade, aqui vai uma fotografia desses tempos na Sociedade de Areosa. O Conjunto Alegria. O Toní no Saxofone. O Leonel - meu professor de Música no ciclo Preparatório - na Trompeta. O Mario Lagido ao Contrabaixo e o Sousa alfaiate na Bateria. O Joaquinzinho Pai no acordeão e no nosso lado direito o  Quim de Ancora no tempo em que os homens são bonitos. Depois deu no Quim Barreiros.

Nesses tempos era costume levar para o baile um farnel de chouriço e presunto que se comia por detrás das cadeiras na Galeria. Ao Quim ainda tocou alguma coisa nesses tempos

quarta-feira, 30 de março de 2011

FOLCLORE - COMO ELAS CANTAM E DANÇAM EM PAÇOS DE BRANDÃO

Duas coisas; estou numa de youtube onde se descobrem certas preciosidades e quanto ao FOLCLORE estou como o Dr. Pedro - Quero lá saber do folclore ou dos folcloristas.

Principalmente daqueles que zurzem nos Ranchos que não coiso nem edecetra nem tal! Falam dos cordofones que eram e dos acordeões que não deveriam ser e disparates mais. Bem não vou cair no teorizar. Fica para os intelectuais. E quando os intelectuais se metem na tradição isso quer dizer que a tradição acabou. Disse isso ao Benjamim Enes Pereira que  partiu o côco a rir. Tinha-o eu escrito acerca das concertinas por me meter nojo tanta erudição acerca de um instrumento que não o é, como se a entrada para o tal, nos dicionários, não fosse acordeão diatónico.
Isso é outra história que um dia contarei. 

A descoberta no Youtube é do agrupamento (não lhe vou chamar Rancho estejam descansados) COMO ELAS  CANTAM E DANÇAM EM PAÇOS DE BRANDÃO.

Reparem na tocata, no "tempo", nas rabecas, nas violas de arame, nos cavaquinhos, no bombo, em quem dança, naquela Polka Pastorinha, no traje e, principalmente, na precisão da voz de Maria Joana de Moura Ferreira-Alves (a Joaninha) para mim ( e não me vou matar por causa dos outros, não esperem) a mais límpida voz de todas as cantadeiras que até hoje ouvi.
Outro detalhe, vi-os tal e qual nos Festivais de Santa Marta de Portuzelo nos anos sessenta
Mera curiosidade. Pedro Homem de Mello apresentou-os diversas vezes no seu programa na RTP.

Esta actuação é de 1984

sexta-feira, 25 de março de 2011

CARAVAN PETROL

OU, 
VAMOS  TODOS  PARA  A  LÍBIA!

( No Iraque já lá estamos!)


Ah! Santos do Youtube que descobri lá o Renato Carosone
 
Caravan petrol.      
Caravan petrol.
Caravan petrol.
Caravan petrol.
Caravan.....


Canta Napoli. - Canta Nápoles
Napoli petrolifera. - Nápoles petrolífera
Eh eh.


Mm'aggio affittato nu camello,  - Aluguei um camelo,
mm'aggio accattato nu turbante, -  e comprei um turbante,
nu turbante â Rinascente -  um turbante no Rinascente
cu 'o pennacchio russo e blu. - com o penacho vermelho e azul.


Cu 'o fiasco 'mmano e 'o tammurriello  Com a garrafa na mão e o tamborim
cerco 'o ppetrolio americano  procuro o petróleo americano
mentre abballano 'e beduine, enquanto bailam os beduínos
mentre cantano 'e ttribbù. enquanto cantam as tribos


Comme si' bello - Como és belo
a cavallo a stu camello, - a cavalo deste camelo,
cu 'o binocolo a tracolla, - com o binóculo a tiracolo,
cu 'o turbante e 'o narghilè. -com o turbante e o narguilé.


Gué, si' curiuso -  pá , és esquisito
mentre scave stu pertuso.- enquanto escavas este buraco.
Scordatello, nun è cosa, - Repara, não é o caso,
ccá, 'o ppetrolio, nun ce sta. - aqui, o petróleo, não está.
Allah! Allah! Allah!
Ma chi t''ha ffatto fa'? - Mas quem te mandou fazer?


Comme si' bello
a cavallo a stu camello,
cu 'o binocolo a tracolla,
cu 'o turbante e 'o narghilè.


Cu 'o fiasco 'mmano e cu 'o camello, - Com a garrafa na mão e com o camelo,
cu 'e gguardie 'nnanze e 'a folla arreto, com os guardas à frente e o povo atrás,
'rrevutá faccio Tuleto, - faço uma revolução na Via Toledo 
nun se pò cchiù cammena'. - não se pode mais caminhar.


Jammo, è arrivato 'o Pazzariello,  - Andemos, chegou o Propagandista,
s'è travestuto 'a Menelicche. - se travestiu  de Menelik.
'Mmesca 'o ppepe cu 'o ttabbacco. Mistura a pimenta com o tabaco
Ma chi e' st' Alí Babbá? Mas que é este Alí Babá?


Comme si' bello
a cavallo a stu camello,
cu 'o binocolo a tracolla,
cu 'o turbante e 'o narghilè.


Gué, si' curiuso
mentre scave stu pertuso.
Scordatello, nun è cosa,
ccá, 'o ppetrolio, nun ce sta.


Comme si' bello
a cavallo a stu camello...
.........................
.........................


Comme si' bello,
a cavallo a stu camello,
cu 'o binocolo a tracolla,
cu 'o turbante e 'o narghilè.


Gué, si' curiuso
mentre scave stu pertuso.
Scordatello, nun è cosa,
ccá, 'o ppetrolio, nun ce sta.


Allah! Allah! Allah!
Nun voglio chiu' scava'. Não quero mais escavar.


Comme so' bello  - Como sou belo.
a cavallo a stu camello,
cu 'o binocolo a tracolla,
cu 'o turbante e 'o narghilè.


Caravan petrol.
Caravan petrol.
Caravan.


Caravan petrol.
Caravan petrol.
Caravan.......

OUTRA VERSÃO NÃO  MENOS HILARIANTE

Qualquer semelhança com a realidade actual é pura coincidência, fruto da delirante imaginação de Renato Carosone.

quinta-feira, 24 de março de 2011

CHAMAMÉ - TRANSITO COCOMAROLA


Kilómetro 11, um Hino!

CHAMAMÉ - ZEZINHO NANTES
UMA MARAVILHA


CHAMAMÉ - RENATO BORGHETTI

Fui vê-lo no ano passado em Estarreja


CHAMAMÉ - MESSI
SEM PALAVRAS

sábado, 19 de março de 2011

MANUEL BRANCO DE AZEVEDO

Já fazia estragos na Estúrdia.
O tema A GRIPE já indicava que no solista da concertina estava alguém inconformado, rebelde e além do mais, perspicaz... Ver a CARTA DO OUTRO MUNDO.
Depois em 1973 sai um estouro. Num EP de 45 rotações da RAPOSÓDIA uma faixa inteira era preenchida por EU RECEBI UM CONVITE.
Do outro lado um espantoso O IMIGRANTE e o hilariante A GUERRA DOS FARRAPILHAS.
Com o DELFIM dos Arcos, o CARVALHAL da Ermida e o VILARINHO DE COVAS, Manuel Branco de Azevedo foi um dos primeiros a gravar a solo tocando e cantando. Do tempo do grande PETA.
Mas foi Manuel Branco de Azevedo que revolucionou a figura de tocador e cantador pela forma de tocar, pelo timbre da sua voz única e pelos temas provocatórios que lhe chegaram a a dar problemas com quem não entendia o atrevimento.
De qualquer forma o seu primeiro disco a solo foi determinante para que eu próprio tivesse aprendido a tocar concertina. O curioso é que sendo de Gondinhaços, Vila Verde esse disco intitulava-se CANTARES DE VILARINHO que afinal nada tinha a ver com o Vilarinho de Covas. Apenas a coincidência de haver lugares com o mesmo nome. Um em Gondinhaços Vila Verde, outro em Covas, Vila Nova de Cerveira. 

E assim Manuel Branco de Azevedo com o Nelson de Covas foram os responsáveis pela doença!

Ora apenas uma vez na vida presenciei um desafio de Manuel Branco de Azevedo. Com o Delfim e mais dois cantadores, que perdi na memória, os quatro jogaram à sueca numa noite das Feiras Novas de Ponte de Lima,  em 1973, alí na taverna dos da Botica de Romarigães.

Mais recentemente me encontrei com ele em Viana. Mas não me explicou porque é que deixou a concertina.
Mas talvez o compreenda!

O IMIGRANTE de Manuel Branco de Azevedo

Emigrantes portugueses
que abandonais vosso lar
julgo que não é vaidade
é talvez  necessidade
da situação melhorar

Mas porquê pensar assim
nossa vida vai ter fim
nós não somos infinito
desde o princípio do mundo
a morte deita pró fundo
tanto os pobres como o rico

Não sei se me escutais
deixais filhos deixais pais
por tão dura e amarga esperança
esta é a minho opinião
talvez seja uma ilusão
aquilo que chamais França

Mas de toda a amargura daquele tempo algo compensou. E a França não foi apenas ilusão. E a hoje chegados seria interessante contabilizar que por esse interior fora ainda há Portugal, graças ás pensões vindas da França!!!

Já agora. alguém o colocou no Youtube. Vale a pena recordar.
LOPESDAREOSA

quarta-feira, 16 de março de 2011

PORCAS DE ROSCA ESQUERDA

Esta é para os "comediantes" em Stand-by.
Desculpem. Queria dizer Stand-up.

- Sabem qual o maior contratempo que pode acontecer a um 
   parafuso do PSD???

- Encontrar, na vida, uma porca de rosca esquerda!!!


Nota
Esta, não é de duplo sentido. É de triplo sentido! Um doce a quem lá chegar e ponham da conta do
Lopesdareosa.

terça-feira, 15 de março de 2011

PROTOPOEMA DA SERRA D’ARGA

Este texto só aparentemente é que não terá nada a ver com o lirismo de Pedro Homem de Mello ou de Maria Manuela Couto Viana.
Dito de outra forma é ANÓNIO PEDRO que fala:
 
"Ora a poesia da Serra d’Arga não tem nada com as palavras
Nem com os montes nem com o lirismo fácil
De toda a poesia que por lá há
A poesia da Serra d’Arga está no desejo de poesia
Que fica depois da gente lá ter ido
Ver dançar a Deolinda"

Ou de ouvir tocar a cantar o Nelson de Covas, ou ver, por cima do ombro, dois olhos atravessados, diria eu. Pois apesar do surrealista asseverar que nem sequer foi escrito nas Argas nem em S. Lourenço, ele conhecia todos os caminhos para lá chegar. Com o Dr. Pedro os partilhou assim como as suas gentes que tanto iam fazer a festa em Cabanas como em Moledo

O melhor é ficar com o Poeta.
A Heroína, Deolinda da Castelhana é a mesma do ADEUS de Pedro Homem de Mello. É a mesma de Maria Manuela Couto Viana no seu ROMANCE DO RAPAZ DE VELUDO.

"PROTOPOEMA DA SERRA D’ARGA

 
Sonhei ou bem alguém me contou
Que um dia
Em San Lourenço da Montaria
Uma rã pediu a Deus para ser grande como um boi
A rã foi
Deus é que rebentou
E ficaram pedras e pedras nos montes à conta da fábula
Ficou aquele ar de coisa sossegada nas ruínas sensíveis
Ficou o desejo que se pega de deixar os dedos pelas arestas das fragas
Ficou a respiração ligeira do alívio do peso de cima
Ficou um admirável vazio azul para crescerem castanheiros
E ficou a capela como um inútil côncavo de virgem
Para dançar à roda o estrapassado e o vira
Na volta do San João d’Arga

Não sei se é bem assim em San Lourenço da Montaria
Sei que isto é mesmo assim em San Lourenço da Montaria
O resto não tem importância
O resto é que tem importância em San Lourenço da Montaria
O resto é a Deolinda
Dança os amores que não teve
Tem o fôlego do hálito alheio que lhe faltou a amolecer a carne
Seca como a da penedia
 
O resto é o verde que sangra nos beiços grossos de apetecerem ortigas
O resto são os machos as fêmeas e a paisagem é claro
Como não podia deixar de ser
As raízes das árvores à procura de merda na terra ressequida
Os bichos à procura dos bichos para fazerem mais bichos
Ou para comerem outros bichos
Os tira-olhos as moscas as ovelhas de não pintar
E o milho nos intervalos

Todas estas informações são muito mais poema do que parecem
Porque a poesia não está naquilo que se diz
Mas naquilo que fica depois de se dizer
Ora a poesia da Serra d’Arga não tem nada com as palavras
Nem com os montes nem com o lirismo fácil
De toda a poesia que por lá há

A poesia da Serra d’Arga está no desejo de poesia
Que fica depois da gente lá ter ido
Ver dançar a Deolinda
Depois da gente lá ter caçado rãs no rio
Depois da gente ter sacudido as varejeiras dos mendigos
Que também foram à romaria

As varejeiras põem as larvas nos buracos da pele dos mendigos
E da fermentação
Nascem odores azedos padre-nossos e membros mutilados

É assim na Serra d’Arga
Quando canta Deolinda
E vem gente de longe só para a ouvir cantar

Nesses dias
as larvas vêem-se menos
Pois o trabalho que têm é andar por debaixo das peles
A prepararem-se para voar

Quanto aos mendigos é diferente
A sua maneira de aparecer
Uns nascem já mendigos com aleijões e com as rezas sabidas
Do ventre mendigo materno
Outros é quando chupam o seio sujo das mães
Que apanham aquela voz rouca e as feridas
Outros então é em consequência das moscas e das chagas
Que vão à mendicidade

Não mo contou a Deolinda
Que só conta de amores
E só dança de cores
E só fala de flores
A Deolinda

Mas sabe-se na serra que há uma tribo especial de mendigos
Que para os criar bem
Lhes põem desde pequenos os pés na lama dos pauis
Regando-os com o esterco dos outros

Enquanto ali estão a criar as membranas que valem a pena
Vão os mais velhos ensinando-lhes as orações do agradecimento
Eles aprendem
Ao saberem tudo
Nasce de propósito um enxame de moscas para cada um

Todas as moscas que há no Minho
Se geraram nos mendigos ou para eles
E é por isso que têm as patinhas frias e peganhosas
Quando pousam em nós
E é por isso que aquele zumbido de vai-vem
Das moscas da Serra d’Arga
Ainda lembra a mastigação de lamúrias pelas alminhas do Purgatório
Em San Lourenço da Montaria

Este poema não tem nada que ver com os outros poemas
Nem eu quero tirar conclusões com os poetas nos artigos de fundo
Nem eu quero dizer que sofri muito ou gozei
Ou simplesmente achei uma maçada
Ou sim mas não talvez quem dera
Viva Deus-Nosso-Senhor

Este poema é como as moscas e a Deolinda
De San Lourenço da Montaria
E nem sequer lá foi escrito

Foi escrito conscienciosamente na minha secretária
Antes de eu o passar à máquina
Etc. que não tenho tempo para mais explicações

É que eu estava a falar dos mendigos e das moscas
E não disse
Contagiado pelo ar fino de San Lourenço da Montaria
Que tudo é assim em todos os dias do ano
Mas aos sábados e nos dias de romaria
Os mendigos e as moscas deles repartem-se melhor
São sempre mais
E creio de propósito
Ser na sexta-feira à noite
Que as mendigas parem aquela quantidade de mendigozinhos
Com que se apresentam sempre no dia da caridade

Elas parem-nos pelo corpo todo
Pois a carne
De tão amolecida pelos vermes
Não tem exigências especiais
E porque assim acontece
Todos os meninos nascidos deste modo têm aquele ar de coisa mole
Que nunca foi apertada

Os mendigos fazem parte de todas as paisagens verdadeiras
Em San Lourenço da Montaria
Além deles há a bosta dos bois
Os padres
O ar que é lindo
Os pássaros que comem as formigas
Algumas casas às vezes
Os homens e as mulheres

Por isso tudo ali parece ter sido feito de propósito
Exactamente de propósito
Exactamente para estar ali
E é por isso que se tiram as fotografias

Por isso tudo ali é naturalmente
Duma grande crueldade natural
Os meninos apertam os olhos das trutas
Que vêm da água do rio
Para elas estrebucharem com as dores e mostrarem que ainda estão vivas
Os homens beliscam o cu das mulheres para que elas se doam
E percebam assim que lhes agradam
Os animais comem-se uns aos outros
As pessoas comem muito devagar os animais e o pão
E as árvores essas
Sorvem monstruosamente pelas raízes tudo o que podem apanhar

Assim acaba este poema da Serra d’Arga
Onde ontem vi rachar uma árvore e me deu um certo gozo aquilo
Parecia a queda dum regímen
Tudo muito assim mesmo lá em cima
E cá em baixo dois suados à machadada

Ao cair o barulho parecia o duma coisa muito dolorosa
Mas no buraco do sítio da árvore
Na mata de pinheiral
O azul do céu emoldurado ainda era mais bonito
Em San Lourenço da Montaria"

ANTÓNIO PEDRO. Moledo, Agosto de 1948

VIVIAN HUNTER LEES - AMAVA AFIFE

AH!  Esta palavra Afife!

Afife por ser Afife
Por ter o nome que tem
não há terra como esta
para amar e querer bem

Tantas vezes o disse Pedro Homem de Mello

Ao que a Ofélia das Cachenas lhe respondia (dizem)

Afife tem cinco letras
Pedro cinco letras tem
ai esta palavra Afife
que com Pedro fica bem

Assim ou mais ou menos.
Ora Afife não tem explicação. É porque é!  Tão estranho o nome que não se sabe de onde vem.
Eu tenho uma teoria, fruto da minha observação, que mais tarde assumirei.

E Afife por ser Afife e por tudo se encerrar no seu nome, mereceu de Pedro Homem de Mello
esta homenagem:

AH!  Esta palavra Afife!
Volto a recordá-la atrás
Lento moinho de vento
feito de espaço e de tempo
Quantas saudades me faz

Ó casa das mil janelas
das mil noites estreladas
berço de longas estradas
poeta, fiei-me nelas

Ó abismo da lonjura
reflexo de pradaria
porque é que andei à procura
daquilo que não havia


Era aquí. aqui sòmente
que eu deveria ter ficado
Afife de toda a gente
que canta e dança a meu lado

Exagero de poetas dirão.
Pois é!
Mas que explicação terá encontrar no cemitério de Afife uma campa, por acaso um pouco ao lado da de Pedro Homem de Mello, onde se pode ler:

(Ele)                 AMAVA   AFIFE 

Que necessidade levou Vivian Hunter Lees a revelar aos passantes tal sentimento???

Lopesdareosa

quinta-feira, 10 de março de 2011

PROCESSO, PROGRESSO, REGRESSO, RETROCESSO


Esta encontrei-a em DEMOCRACIA PARTICIPATIVA

http://revoltatuga.blogspot.com/2011/02/processo-progresso-regresso-retrocesso.html


Quote
As Câmaras Municipais estão a colocar as aldeias às escuras, à noite, desligando as luzes para não gastarem energia. Há cinquenta/sessenta anos atrás as aldeias também não tinham electricidade, nem de noite nem de dia.

Leio nos jornais que a moda deste ano vai ser os espartilhos e os soutiens feitos de materiais duros como a corticite. Há cinquenta, sessenta anos atrás, as mulheres usavam espartilho.

Os responsáveis pela, segurança Rodoviária querem instituir a velocidade máxima nas localidades de 30 km/h. Era isso que acontecia há cinquenta/sessenta anos atrás, quando em vez de automóveis havia, carroças nas ruas. Já não estaremos muito longe desse futuro devido à escalada do preço do petróleo e falta de uma energia alternativa à escala mundial.

Também li que, devido ao aumento do preço do tabaco, já há muita gente que retomou o hábito de fumar o tabaco de enrolar, tal como era frequente há cinquenta/ sessenta anos atrás.

Devido à carestia dos transportes, já há muita gente, em Lisboa, a andar nos transportes públicos (foi o telejornal que o demonstrou, há dias). Tal e qual como antes, há cinquenta/sessenta anos atrás, quando as pessoas iam para o emprego de cacilheiro, de autocarro, eléctrico ou de comboio.

Por causa do desemprego e dos cortes que os nossos embriagados governantes estão a fazer, já se vêem pessoas a fazer hortas na periferia de Lisboa, produzindo couves, batatas, feijões e cebolas, nos cantinhos abandonados das urbanizações. Tal como faziam os seus pais e avós, há cinquenta/sessenta anos atrás. Se querem ganhar dinheiro no futuro comecem a comprar todas as parcelas de terreno de solo arável ao redor das grandes cidades porque os custos dos transportes e do encarecimento do combustível já está a provocar um encarecimento vertiginoso dos bens alimentares.

Aliás, retoma-se actualmente o conceito de “agricultura biológica” que se fazia há cinquenta/sessenta anos atrás, antes de surgir a praga dos adubos industriais. E andam por ai engenheiros a ensinar técnicas de compostagem que era o que se fazia, há cinquenta/sessenta anos, ao aproveitar resíduos orgânicos, chamava-se-lhe estrume.

Li num jornal diário e vi uma peça de noticiário da televisão, que as cabras estão a ser utilizadas para prevenir os incêndios florestais, mandando-as pastar para as florestas comer aquilo que, não sendo eliminado, constitui combustível propício à deflagração dos incêndios. Essa técnica era amplamente utilizada há cinquenta/sessenta anos atrás. Hoje para os combatermos temos uma protecção civil a gastar milhões e com um comandante a encher os bolsos com um saco azul, segundo as últimas notícias.

O mais interessante é que tudo isto está a acontecer em nome do futuro, recuperando aquilo que havia no passado.

Como lhe chamar? Processo? Progresso? Regresso? Ou retrocesso?
Unquote

MEU COMENTÁRIO
Brilhante! Tão brilhante que para mim é como OS LUSÍADAS. Só tenho pena de não ter sido eu a escrever este texto.
A parte das cabras também está no meu:
No entanto essa parte, a da "agricultura biológica" ( antigamente chamava-se lavoura) e a das "Hortas Urbanas"  já as vejo (agora) defendidas por aqueles que destruíram essas mesmas práticas.
Destruiram a ruralidade - agora querem cabras no monte!
Destruíram a lavoura - agora querem a "agricultura biológica" que ao fim e ao cabo vem dar ao mesmo.
Enterraram solo arável debaixo de betão e cimento armado ( para a expansão das cidades, diziam) agora
defendem a "novidade" das "hortas urbanas".
Antigamente os artistas; trolhas, moços da cal, caiadores, estucadores, pintores, pedreiros, canteiros, metalúrgicos. íam para o trabalho de bicicleta. Depois toda a gente arranjou um chibante. Não sem que não se tivesse passado pelos motões, sashes, zundaps e floretes.
Agora é moda pretenderem que andemos de bicicleta!
É o Portugal dos reconvertidos que tem no Presidente a sua máxima expressão!
Discurso de segunda posse; tudo ao contrário do que praticou durante dez anos como Primeiro Ministro!

Tudo isto me faz pensar nos tempos que crescí usando ceroulas.
Na minha adolescência apareceram os trussus. Envergonhado lá seguí a moda. Envergonhado duas vezes. Era vergonha os outros aperceberem-se que ainda usava ceroulas.
Mais recentemente deu tudo em usar boxers que, afinal, são ceroulas.
Vá lá entender o mundo.

Nesta geografia o grande salto civilizacional foi dado pelas raparigas.
Antigamente para chegar ás nádegas tinha que se apartar as calcinhas.
Agora para chegar ás calcinhas tem que se apartar as nádegas.
TONE DO MOLEIRO NOVO

segunda-feira, 7 de março de 2011

OS BARRETES

A ideia do título encontrei-a na página 3 da edição do i de 28 de Fevereiro de 2011.
No artigo OS BARRETOS, da autoria do Engenheiro Agrónomo José Martino, este manifestava que tinha saudades de António Barreto que, numa curta experiência ministerial à frente da Agricultura, tentara (?) pôr ordem na Reforma Agrária em curso ( no Alentejo, acrescento).
E também saudades de Álvaro Barreto que, como ministro da Agricultura durante os consulados de Cavaco Silva como primeiro Ministro, tinha sido o principal negociador em Bruxelas dos apoios comunitários que iriam culminar nos acordos da PAC cujo rosto foi Arlindo Cunha.
Depois de uma série de justificações defendeu nesse artigo que, não tendo sido brilhantes os últimos anos para a agricultura, que tinha chegado ao que chegou,  por falta de uma política para as especificidades das agriculturas de Portugal, tinha  a esperança numa próxima e certeira resposta e que esta dependeria do aparecimento de um misto de António Barreto e Alvaro Barreto para resolver a questão.

Também no PUBLICO o mesmo autor e já em 29 de Janeiro último, num texto a OLHAR PARA O FUTURO e dada a situação a que chegara a agricultura, aconselhava António Serrano a ouvir com urgência o "nosso " rosto da PAC, Arlindo Cunha.

Ora como a questão é OLHAR PARA O FUTURO só se entenderá o desejo do aparecimento de um misto de António e Alvaro Barreto para resolver a questão da nossa agricultura ou a audição de Arlindo Cunha "nosso" rosto da PAC, no sentido nos elucidarem sobre tanta asneira feita e seus porquês, dado que como figuras do PASSADO e pelas experiência havidas, nos poderão ajudar a decidir sobre o que não se deve fazer.

Isto porque
António Barreto para além de ser o coveiro da "Reforma Agrária" ( e não vou sequer classificar se bem ou se mal) nada mais adiantou à agricultura em Portugal. Sendo a tal reforma agrária confinada ao Alentejo, suas herdades e seus proprietários, António Barreto limitou-se a resolver o problema destes. E nada mais se notou além e no aquém Tejo muito menos ou mesmo nada.

Alvaro Barreto foi o coveiro definitivo ( com Arlindo Cunha) da Nossa Agricultura. Trocou-a  por dinheiro a mando de Cavaco Silva, Presidente da Junta à data.

E nem sequer é (apenas) a minha opinião. Estou a citar por exemplo;

Mário Crespo- Ver JN de 27 de Julho de 2009
"As maiorias absolutas de Cavaco Silva e José Sócrates e a maioriazinha limiana de Guterres tiveram em comum o acesso a imensas verbas da Comunidade Europeia. Apesar disso esses governos deixaram legados que se traduzem nos terríveis números da insolvência. A maior responsabilidade vem da primeira maioria do PSD com aumentos eleitoralistas de ordenados do funcionalismo público que não foram suportados pelo crescimento da produtividade mas por verbas da CEE que deviam ter outro destino.
Eram dinheiros previstos no Tratado de Adesão assinado por Soares e Mota Pinto, para modernizar o sistema produtivo. Desfeito o Bloco Central, as dádivas comunitárias foram desaparecendo, desbaratadas por má administração e saque. 
Foram montantes colossais os que Cavaco Silva mandou Álvaro Barreto negociar a Bruxelas, mandatando-o para abreviar os períodos de integração da economia nacional na CEE a troco de dinheiro. Sem prazos de salvaguarda para proteger áreas económicas críticas, ( muitos países comunitários ainda os detêm) Portugal enfrentou a competitividade brutal  das economias mais desenvolvidas do Mundo" 


Miguel de Sousa Tavares

Céu nublado Expresso Quinta feira, 13 de Maio de 2010

Quando entrámos na UE, o ministro das Finanças da altura, Ernâni Lopes, anunciou "acabou-se o fado!". Mas, estranhamente ou não, a mensagem produziu exactamente o efeito oposto: "Agora, o fado vai ser subsidiado por Bruxelas". E foi, Deus sabe que foi! Anos a fio, programa a programa, sector a sector. Na década do agora inimigo das grandes obras públicas, Cavaco Silva, construímos sem parar: auto-estradas e hospitais, escolas e tudo mais. "O país está dotado de infra-estruturas!", proclamou-se, triunfantemente. E, de facto, o país precisava. O problema é que, enquanto se dotava de infra-estruturas para servir a economia, o país vendia a economia, a troco de subsídios para abate e set-aside: vendemos assim a agricultura, as pescas, as minas, a marinha mercante, os portos, as indústrias que podiam vir a ser competitivas - ficámos com os têxteis e o fado. E, quando alguém, subitamente, perguntou "de que vamos viver no futuro?", sorriram, com ar complacente. Então, não era óbvia a resposta? Iríamos viver dos serviços, do turismo, da "sociedade de informação" e... de Bruxelas."


Jorge Cruz em http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=111328
Diário Online terça-feira, 21 Dezembro 2010
"Afinal, tudo o que eu aprendi sobre desenvolvimento ao longo dos anos de estudo e de leituras, estava errado. Em Portugal, depois do 25 de Abril e sobretudo depois de aderirmos “à Europa”, o desenvolvimento do interior passou por fecharam milhares de serviços como: Linhas de Caminho de Ferro e respectivas estações e apeadeiros; Postos de GNR; Correios; Quartéis Militares; Escolas; Centros de Saúde; Maternidades; Casas de Cantoneiros entre outros. Acabamos com a Agricultura, com as Pescas, com a Siderurgia, com as Indústrias dos Vidros, do Calçado e dos Têxteis e com a Industria Naval Pesada. Em troca de uns subsídios da Comunidade Europeia, foram abatidos barcos de pesca, abandonadas fábricas e explorações agrícolas. Centenas de Construções como Silos, Escolas, Estações de Caminho de Ferro, Edifícios Militares, Conventos, Palácios e outros, onde se instalavam os serviços encerrados, ficaram ao abandono e a desvalorizarem zonas anteriormente nobres das cidades e das vilas."

Mas se estes testemunhos forem suspeitos, aconselho a ler um artigo de Manuel Coelho dos Santos no JN de 30 de Abril de 1995 bem mais perto da cozinha dos acontecimentos.


Deste saliento:
"Quando antecipamos em três anos a aberturas das fronteiras para os produtos agrícolas, em vez de tentarmos protelar por mais alguns anos essa liberalização o que se pretendeu foi a baixa da inflação ( também ninguém pensou no correspondente aumento défice externo) mesmo que à custa de um sector fundamental do país e receber por essa via mais uma centena de milhões de contos, que ninguém sabe onde foram parar.
A nossa postura nas negociações com a União Europeia tem sido sempre a mesma com os resultados catastróficos que hoje melhor se evidenciam..."

Nesse artigo Manuel Coelho dos Santos referia-se à situação catastrófica e à desertificação para que o nosso mundo rural caminhava inexoràvelmente.

Isto em Abril 1995 e sem citar responsáveis. Se o fizesse decerto que não invocaria marcianos.

Chamar agora António Barreto, Álvaro Barreto e Arlindo Cunha só se fosse para testemunharem o que andaram a fazer, ajudando dessa forma a evitar a repetição das políticas de que eles mesmos foram responsáveis.

(Jagora, porque não ouvir também Cavaco Silva?)  
Tone do Moleiro Novo

ILUSÃO DE ÓPTICA


Cruzaram o terreiro num fim de tarde aborrecida

Dois passos altos e uma testa erguida

Logo os meus olhos tomaram o destino d’uma seta
E a praça, cheia de gente, deixou de ser deserta

Dei ás minhas mãos a direcção do chamamento
Dei aos meus passos os caminhos da aventura

Sem medir a utopia do momento
Dei asas  de andorinha ao meu tolo pensamento 

Nas ânsias da procura


Dei ao meu corpo os sinais de entrega

Dei-me à surda insensatez que também é cega


Dei aos meus gestos o convite dos sentidos

Dei aos meus sentidos os gestos proibidos

Quando naquele largo numa tarde aborrecida
os passos foram altos  e a testa erguida
Dei ás minhas pulsações o ritmo da vida

Dei aos meus olhos o destino de uma seta
Dei aos meus versos a desgraça do poeta

Mas a urbe é curta para o arrátel do esteta

Esgota-se a Cidade na classe média


Reles, pequena, mesquinha,
                                                                 a burguesia

que não entende e ri-se dela – escarninha -
                                                        a poesia!

Tone do Moleiro Novo num dia mais atarefado em encontrar rimas para
a poesia sem ir ao dicionário das cujas.

sábado, 5 de março de 2011

DEPOIS DE ENTRE-OS-RIOS, DEZ ANOS

Da História que hoje é feita retenho o seguinte e cito:

" A função da Justiça (com Jota grande) não é procurar culpados."

Pergunto eu:
 - Então de quem é?
- Do cidadão anónimo?
- Como?
- A correr,  atrás dos suspeitos, com uma forquilha  na mão???

O curioso é que depois de se fixar tal afirmação se afirme também que:

"Na origem da queda da travessia estiveram causas
naturais entre as quais cinco cheias consecutivas no
Inverno de 2001"

Ou seja; não sendo função da Justiça arranjar culpados, encontrou-os, e foram AS CAUSAS NATURAIS e não outros.

Quanto a isto, só tenho a dizer que estamos numa época muito democrática e institucional.
Se isto sucedesse no Condado Portucalense e o Conde fosse eu, haveria enforcamentos.

Mas como não estamos nessa época e sou apenas mais um cidadão no
meio do recenceamento, tenho, no entanto, (penso eu) a liberdade de
manifestar que:

Tendo todo o respeito por todos os; especialistas, juristas, economistas, capitalistas, ciclistas, contrabandistas e outros artistas, não os quereria para responsáveis pela Manutenção da minha empresa. No dia em que depois de um temporal, o pavilhão caísse, iriam dizer ao patrão que na origem da queda esteve a ventania depois de se saber que o tal pavilhão tinha "...estado ao abandono, fora de qualquer observação, fiscalização ou acompanhamento há mais de dez anos..." da parte desses mesmos responsáveis.

E como não tenho o poder, nem estamos em tempos, de mandar enforcar alguém, sempre daria um trabalho para casa de castigo e a apresentar no dia seguinte. Mesmo que antipedagógico. Ver http://lopesdareosa.blogspot.com/2010/11/historia-do-anti-pedagogico.html


Todos iriam escrever 50 vezes.

Primeiro exercício

-  Os Elementos da Natureza destruirão um dia (o que não se sabe é quando) a  Muralha da China e as Pirâmides do Egipto se nunca se fizer  manutenção às mesmas.

Segundo exercício

- Se não houvesse um programa sistemático de inspecções e manutenção da Torre Eifel, da Ponte de D.   Luis e/ou da Ponte de Viana, estas, entregues ás CAUSAS NATURAIS, já teriam caído.

Castigo leve afinal dirão.
Pois é mas depois e sempre que apresentassem o trabalho pronto, mandava-o repetir.

LOPESDAREOSA

sexta-feira, 4 de março de 2011

HÁ LAVRADORES E HÁ AGRICULTORES
































Essa é a minha opinião.
Mas já na década de trinta do século passado a CUF sabia disso!

Barros Lopes
Afife

POR QUE É QUE O GADO MEDRA

(Está bem escrito, não se preocupem!)

Já que estamos em maré de dar de comer ao vivo, vou dar uma dica, eu que já tenho um curso de lavoura tirado na casa do Ernesto do Artilheiro.


Já toda a gente sabe que o gado cresce com o olhar do dono.
É tudo uma questão psicológica!!!

O que pouca gente sabe é que para engordar o gado nada melhor que, todos os dias, de manhã cedo
o dono deve esfregar os costados dos bichos com as sobras da noite. Esfregar bem e insistir até desfazer o penso, silo, palha, erva, ou seja lá o que for que seja utilizado na alimentação!

E ao mesmo tempo untar os cornos dos bovinos e caprinos e outros asinos que os tenham, com azeite.

A explicação científica para o fenómeno não a sei. Possivelmente haverá uma transferência de nutrientes por via cutânea.

Qualquer outra explicação deverá ser obtida junto do Padre Fontes em Vilar de Perdizes.

                                           TONE DO MOLEIRO NOVO

quinta-feira, 3 de março de 2011

PORCOS ALENTEJANOS

Se não visse não acreditava!
Na sequência do tema anterior sobre o Pico Tresmares e os Transvases. Do comentário de O Galaico e dos meus comentários sobre os animais que morreram de sede e de fome, no Alentejo em 2005, procurei, na NET, qualquer coisa com isso relacionada.

E qual não foi o meu espanto quando depois de ir ter ao sítio
http://www.ifai.com.pt/oagricultor/noticias_paginas.php?pag=51&num_noticias=168&titulo=Novo%20site%20do%20projecto

Deparei com o seguinte texto:
<><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><>
Quote
"2005-06-22      Porcos alentejanos morrem à sede numa exploração do
                           concelho de Arraiolos
      

As altas temperaturas e a falta de água fizeram ontem as primeiras
vítimas entre animais das explorações pecuárias do distrito de Évora.
Durante a madrugada morreram por desidratação 28 porcos de raça
alentejana na Herdade da Loba, no concelho de Arraiolos, mas muitos
mais poderão não resistir nesta e noutras propriedades da região nos
próximos dias, uma vez que as reservas de água estão praticamente secas.
Nesta propriedade, situada em São Pedro da Gafanhoeira, existem ao

longo dos 612 hectares várias reservas de água, mas apenas uma
tem neste momento água em quantidade suficiente para abastecer as
cerca de 2300 cabeças de gado (suínos, ovinos e bovinos) da exploração.
“Só tem água para os próximos 15 dias diz José Fialho, proprietário
destes animais, não escondia o desalento. “Os porcos, que já foram
vistos pelos veterinários para se apurar a causa da morte, estavam gordos
e valiam cerca de nove mil euros. É um enorme prejuízo, ainda para
mais quando estamos todos endividados devido à falta de água e alimentação”,
frisou ao nosso jornal este agricultor de 62 anos.
ANIMAIS
Os 28 porcos que morreram na Herdade da Loba pertenciam a uma vara de 400.

Ao todo, a exploração tem 1800 porcos de raça alentejana, 300 cabeças de gado
ovino e 250 bovinos. À fome morreram nos últimos meses 27 vacas e cerca de 50
ovelhas.

COMENTÁRIO: A pesar da seca tornar as condições adversas, o numero de

animais existente na herdade parece ser excessivo para a área da mesma, isto
é caso os animais se alimentem apenas dos recursos existentes no local.
Portanto leva a pensar que o agricultor não geriu bém a situação ao

não desponibilizar alimentos e água suficientes para a quantidade de animais
que possui."
Unquote


MEU COMENTÁRIO
Partindo da asserção global para o particular dos porcos, leva a pensar (vejam lá) 
que estes morreram à fome e à sede porque o desgraçado do agricultor não lhes
disponibilizou alimentos nem lhes deu água suficientes!
Até aí chegava eu. E nem chegaria a pensar. Teria a certeza. Eu que não sou técnico.
Apenas moço da lavoura do Ernesto do Artilheiro! E foi ele que me ensinou que não
dando de comer e de beber aos porcos (porventura também  os alentejanos) estes
morrem de fome e de sede!!! O que afinal acontece com qualquer outro gado.
TONE DO MOLEIRO NOVO

terça-feira, 1 de março de 2011

PICO TRESMARES OU O TRANSVASE NATURAL

PICO TRÊS MARES



O PICO TRESMARES fica algures na Cantábria. Quem me chamou a atenção para este lugar foi alguém de Santander. Talvez o Chema Ponte. Depois sobre este local li qualquer coisa de Rafael Gomez de Tudanca
Quanto ao Pico está tudo na Net.
Não muito distante do Mar Cantábrico, aí nascem três rios:
 - O Nansa que depois de percorrer cerca de 50 kilómetros chega ao mar na Ria de Tina Menor
- O Hijar afluente do Ebro onde desagua despois de percorrer cerca de 30 Kilómetros.
- E o Pisuerga que percorrendo cerca de 300 kilómetros e já depois de Valladolid, chega ao Douro de que é confluente.
De salientar que o Ebro nasce em Fontibre, bem perto da nascente do Hijar ( dizem até que a fonte do Ebro não é mais que um "Ôlho marinho" de águas infiltradas do Hijar) e percorre 930 Kilómetros
até chegar ao Mediterâneo na provincia de Terragona. Tem uma bacia hidrográfica de 86 000 km2

Ebro em Fontibre
Ficheiro:Valle del Ebro.jpg
 Assim se explica o nome de Pico Três Mares. Pelo Nansa dá água para o Cantábrico. Pelo Pisuerga e depois o Douro dá  água para o Atlântico a oeste. Pelo Hijar dá água para o Mediterâneo através do Ebro percorrendo para Sueste 900 km depois da fonte estar apenas a 50 do mar Cantábrico

O Pico Três Mares é um local de culto dos cantábricos e de todos aqueles que por lá passaram e passam
Dos Cantábricos, um, Gerardo Diegodeixou o seguinte texto que se encontra gravado num monolito de um dos miradouros do Pico:

"Ni una gasa de niebla ni una lluvia
o cellisca ni una dádiva de nieve
ni un borbollar de fuentes candorosa
dejo perderse. Madre soy de Iberia
que incesante en mi seno nace y dura.
A los tres mares que la ciñen, corren
-distintas y purísimas- mis aguas.
Al Ebro el Híjar, el Pisuerga al Duero
y el Nansa se despeña. Tres destinos:
Mediterráneo, Atlántico, Cantábrico.
Y mi cúspide eterna, bendiciendo
-vientos de Dios- España toda en torno.
Prostérnate en mi altar si eres hispano.

Si de otras tierras, mira, admira y calla"

Ora acontece que nunca estive neste lugar. Mas apenas basta este texto para que me aperceba da grandiosidade do lugar e me  comova.
 Mas eu quero chegar a outro sítio bem mais prosaico.
É que reparando no Ebro e seus afluentes, este recebe águas de bacias situadas em lugares tão dispares como de Álava - Rio Bayas, como de Navarra - Rio Arga, ou como dos Pririnéus Catalães - Rio Segre,
Recebe águas de Castela-Leão- Rio Tirón, da Província de Sória - Rio Jalón, ou da Província de Teruel, Aragão - Rio Guadalop: ou do Rio Matarrana também de Aragão.
Resumindo; recebe águas da Cantábria , Castilla y León , País Basco , Castela-La Mancha , La Rioja , Navarra , Aragão , Catalunha (Andorra incluída) e Valência .
Ou seja a própria natureza não se inibiu de misturar biótipos ( É assim que se diz Faria amigo?) de lugares tão estranhos, num só rio.
Por cá houve (há?) uma discussão sobre a possibilidade de tranvases de água das bacias dos rios do norte para os rios do sul num caminho mais curto que o do Ebro.
Bem eu gostaria de mostrar aos entendidos a obra de transvase da bacia do Rio Pégo para a Bacia do Rio da Romenda que os de Areosa fizeram num tempo em que não havia ecologistas e outros ambientalistas a atrapalhar. E ninguém morreu!
Eu gostar gostava. Mas ninguém me liga e um dia a obra é atulhada e lá se vão os meus argumentos!

Já agora uma
curiosidade.

A Vaca Tudanca é uma raça autóctone da Cantábria lá prós lados do Pico Tres Mares.

No Cantábrico Tudanca é nome de gente. E de vacas que tiveram direito a um monumento

Cá, tínhamos as Galegas e depois as Holandesas, por  cima das quais eu dormi enquanto solteiro.
 Acabamos com elas sem honra nem glória!

Lopesdareosa