quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O SARGACEIRA

O  NELO  SARGACEIRA










O Rei da Cana Verde.

Herdeiro natural da arte do Rio Frio!

Encarnação vinte anos mais nova do Nelson de Covas dos Viras, das Rosinhas e das Gotas, em versão das Canas Verdes, das Chulas e das Serrinhas. Estilo mais moderno da mesma alma cigana.

Estava para a Peneda-Soajo como o Vilarinho para a Serra D'Arga. Mais moderno. Mais cosmopolita.

Vi-o pela primeira vez por volta de 1972/1973 na noite da Peneda. Nunca mais saiu do meu horizonte. Depois muitas vezes. Sempre na Peneda. Sempre em S. Bento do Cando. Sempre na Senhora da Lapa. Sempre na Senhora da Porta. Sempre em São Bartolomeu. Sempre nas Feiras Novas. No Adro de S. João mais recentemente.

Por volta de 1982 o antropólogo Pina Cabral, numas férias passadas nos Arcos, foi levado em Setembro à Peneda. Deslumbrou-se com as rodas da Cana Verde.

No meio da multidão descobriu um tal Sargaceira, alto, moreno que, varrendo o terreiro com as castanholas no ar, desfazia, com sua voz dum Minho Velho,  a concorrência à sua volta.

O SARGACEIRA DE GRADE
NÃO É UM HOMEM QUALQUER
A ELE NINGUÉM LHE BATE
ELE BATE EM QUEM QUIZER!

De facto!

A impressão foi tal que Pina Cabral plasmou esse "encontro" no seu livro AROMAS DE URZE E DE LAMA do qual possuo um exemplar oferecido pela Adelaide Graça pelo Natal de 1999.
 
Depois e já em 2000 a Adelaide apresentou o seu livro QUANDO TUDO PARECE PARAR em Viana no auditório do Museu. Consegui que Pina Cabral estivesse presente. Juntou-se a nós o seu amigo Benjamim Enes Pereira. Na apresentação do livro da Adelaide falei da nossa vertente lírica de que não temos grande atrevimento de a expressar. Excepções? - Decerto Pedro Homem de Mello, ...Maria Manuela Couto Viana de quem eu considerava Adelaide a continuadora. Em dada a altura e feita a ligação dos Aromas de Urze e de Lama do Povo Que Lavas no Rio, de Pedro Homem de Mello, com o título do livro que a Adelaide me ofertara...
 
- Adelaide o autor do livro que me ofereceste está ali... e apontei Pina Cabral.
 
Mas as surpresas não tinham terminado. Li a passagem do livro em que a ele se referia e dirigindo-me a Pina Cabral....

- E o SARGACEIRA da Peneda é aquele acolá!

Nesse ano, com o Tone da Rita, com o Pombal, com o Frade, com o Augusto Canário e mais alguns
estivemos com o SARGACEIRA, no 5 de Outubro, na feira de Hannover.

No ano passado encontrei-o em São Bento do Cando. Contou-me que tinha cinco anos quando pela primeira vez ali fora levado em Romaria pela sua mãe.

Também no ano passado e já na Peneda, me informou da sua enfermidade. E notei então que o Sargaceira já não era o mesmo.

Ontem soube pelo ALTO MINHO do que acontecera em Grade no passado dia 6.

Hoje, amanhã e no ano que vem e até que a Cana Verde se acabe, faltará a figura do Sargaceira, nas rodas e na cantoria. Outros estarão. Muitos aprenderam com ele!

lopesdareosa


Ver Também em https://www.youtube.com/watch?v=yZcuiAX-oow


e https://www.youtube.com/watch?v=x9PeWhb45EM




sexta-feira, 6 de novembro de 2015

ACABAR COM A RURALIDADE POR DECRETO.

Também poderia ser “O  SÍNDROME  DO FOGUETEIRO”

Também poderia ser “PARA ONDE VÃO AS VACAS”
Havia na aldeia um fogueteiro. A oficina situava-se numa bouça a meia encosta e convenientemente afastada do casario. Pouco a pouco, à sua volta, foram sendo construídas algumas habitações seguidas de outras tantas. Ás tantas, o fogueteiro ficou completamente rodeado de casas.                 – Quem teve de sair do local?  - O fogueteiro, como é evidente!

Tudo isto porque assisti na última sexta-feira, na Cooperativa Agrícola, a uma reunião onde se falou na necessidade de transferir as vacas de Afife, Carreço e Areosa, do meio das áreas habitacionais para o meio das veigas respectivas. Isto porque tendo saído legislação no sentido de obrigar as vacarias a serem legalizadas, muitas, ou algumas, não o poderiam ser por estarem precisamente situadas no meio das áreas habitacionais. Assim haveria que estudar áreas a poente da EN13 adequadas a receber construções de acolhimento alternativo.
Aqui coloca-se uma questão. Nunca até hoje alguém se lembrou de construir estábulos no meio da veiga. Há coisa de trinta anos, Areosa, Carreço e Afife continham dentro das áreas habitadas um enxame de estábulos com vacas. E se os nossos avós, pais ou visavós tivessem passado para as veigas os eidos que tinham dentro de casa, a veiga de Areosa teria cerca de duzentos barracões, Carreço cento e cinquenta e Afife cerca de cem, com a consequente construção de habitações para quem cuidasse dos animais. Ora isso não aconteceu e por isso a veiga chegou até nós numa das maiores manchas contínuas de terreno arável do Alto Minho.

Agora coloca-se a possibilidade da solução de construir nas veigas como alternativa para a localização de infra-estruturas que deveriam estar localizadas nas áreas construíveis das freguesias e não em cima de terreno arável.  – E sabem porquê? – Porque a entidade, a  CMVC, de quem depende agora o possível chumbo de instalações pecuárias no meio das áreas onde se deveriam localizar – na plataforma vocacionada naturalmente para ser artificializada,  não previu nem zonou aí, no PDM, qualquer espaço reservado à instalação de equipamentos de apoio à agricultura saber; parqueamento de animais, parqueamento de máquinas, parqueamento da produção.          E agora a solução é construir em áreas que chegaram intactas até nós porque nunca o foram utilizadas para tal.
Há tempos saiu a notícia de que Mário de Almeida, Presidente então da Câmara de Vila do Conde, não sabia o que fazer a cento e quarenta vacas, dado uma vacaria ter sido alvo de uma decisão judicial para ser demolida. Mandei uma mensagem à Câmara de Vila do Conde assumindo que eu sabia a solução. – Que Mário de Almeida as transferisse para as áreas previstas no PDM de Vila do Conde para a localização das tais estruturas de que  falei.  Mas acrescentei  “ ás tantas não existem da mesma forma que não existem noutros PDM’s do meu conhecimento”

VER http://lopesdareosa.blogspot.pt/2012/11/para-onde-vao-as-vacas.html

Ou seja, os PDM’s que incidem sobre um território eminentemente rural não prevêem áreas para a instalação de estruturas de apoio a essa ruralidade e em áreas para tal vocacionadas. Nunca percebi porquê.  Até que, recentemente, houve uma revisão ao regulamento do PDM. Dada a lacuna existente propus que ela fosse suprida no regulamento a aprovar. Sabem qual foi a resposta?            – Que os PDMs não teriam esse objectivo (cito de cabeça).
Intrigado por tal informação e dado que os PDMs incidem sobre áreas concelhias eminente e maioritariamente rurais onde são naturais e endógenas as actividades agrícolas, fui consultar a legislação tutelar e esbarrei com o Decreto Lei 69/90, de 2 de Março.

Artigo 5.º - Princípios e objectivos gerais (dos PDMs)
Nº 1 - A elaboração, aprovação e execução dos planos municipais são operadas por forma a garantir os seguintes princípios:

Alínea c)  “A compatibilização da protecção e valorização das áreas agrícolas e florestais e do património natural e edificado, com a previsão de zonas destinadas a habitação, indústria e serviços;”

Zonas destinadas a habitação, indústria e serviços.  Zonas de apoio à actividade agrícola nada! Agricultura  nada! O que não deixa de ser surpreendente! Mas talvez não. Quem promulgou a lei foi Mário Soares; urbano,  citadino,  alfacinha – não percebia nada disto e ainda por cima se viria a revelar nos tempos que correm, perigoso esquerdista. Mas sabem quem era o Primeiro Ministro?
- Anibal  António Cavaco Silva! (a)  O tal que, sendo do Poço de Boliqueime, nunca tinha dúvidas e raramente se enganava. Mas só recentemente descobriu que nos tínhamos que voltar para a agricultura!

Assim aconteceu em Areosa, Carreço, e Afife. Freguesias rurais com vacas por todo o lado. Espaços para as arrumar nunca constaram no PDM. Mas as áreas onde deveriam ser localizadas foram hipotecadas ao betão e cimento armado e aos apetites do imobiliário. Exemplo flagrante é o da Quinta do Lima, do Louvado ou da crismada Quinta das Camélias. Muros altos, uma tapada enorme, tanque com água de mina, Casa Mãe e anexos!  Era uma quinta. – Foi reservada para fins agrícolas?
Tanto essa como muitas outras; urbanização da Quinta Disto, Urbanização da Quinta Daquilo e etc.
Vão lá ver os bunkers de betão nu, virados a ocidente à espera da invasão dos americanos.

Ou seja – Havia eidos e estriqueiras, rodearam-nas de gente de nariz delicado, quem tem que sair são as vacas. É o chamado síndrome das vacas. (Criação semântica da minha lavra. Não se esqueçam!)
Mesmo assim não entendo tanta preocupação e tanto estudo para achar localizações para a instalação de estruturas de recolha de gado no meio da veiga. Em Carreço sobram ainda áreas  que podem acolher essas estruturas sem recorrer ao sacrifício de terrenos agrícolas. Em Afife também. E em Areosa não são tantas como isso e o espaço onde estão instaladas aguentam perfeitamente. Mesmo assim não compreendo tanta preocupação técnico-administrativa para construir essas estruturas na Veiga. Aos lavradores que assim o entendessem bastaria construir essas instalações nas mesmas condições, e com os mesmos perfis,  em que aparecerem, p.e. o matadouro dos frangos ou as estufas. As áreas ocupadas pelas estruturas destas, chegariam e sobrariam para recolher o contingente de gado de Afife, Carreço e Areosa. E não consta que tivessem sido objecto de tantos pruridos!

Voltemos ao subtítulo PARA ONDE VÃO AS VACAS?

Recentemente chegou ao meu conhecimento um acórdão do Tribunal da Relação de Guimarães que confirmou uma sentença em primeira instância que tinha condenado o dono de uma vacaria a remover os animais bovinos da exploração, a desactivar a fossa séptica onde eram depositados os chorumes produzidos pelos animais bovinos e abster-se da prática de actos tendentes à reactivação da exploração por si ou por interposta pessoa e de pagar uma certa quantia por danos não patrimoniais a quem apresentou a queixa em tribuna. Dado que, tendo construído uma vivenda numa aldeia do nosso concelho ao lado de uma casa de lavoura, esta tinha vacas que, vejam lá, cagavam, mijavam, cheiravam a vacas, pariam e berregavam.

Acontece que os tribunais decidem onde não pode haver vacas. Mas não têm qualquer obrigação de solucionar as situações. Isso será com os municípios ( e o MA). Mas estes nunca equacionaram estruturalmente a problemática como demonstrei. Na presença de um qualquer burguês para onde vão as vacas? Para qualquer outro lugar longe deste. E se nas novas cercanias aparecer outro burguês? – As vacas vão para Marte!

Mas haja esperança para os labregos que ainda resistem por essas aldeias fora. Da leitura desse tal acórdão sintetiza-se que:

I – À emissão de maus cheiros e à produção de ruídos que afectem substancialmente o uso e fruição da casa de habitação, provindo de prédio vizinho, pode opor-se o proprietário dessa casa de habitação.

II – Tal ‘prejuízo substancial’ é apreciado objectivamente, atendendo-se à natureza e finalidade do prédio.

III – A defesa dos direitos de personalidade, como o direito à saúde, à  integridade física, ao conforto, a um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, prevalece, em caso de colisão, sobre a tutela do direito ao exercício de uma actividade laboral, de natureza agrícola.

 “Penso eu de que” os direitos à personalidade são universais!
Assim sendo também qualquer labrego tem estes mesmos direitos de personalidade, à saúde, à integridade física, ao conforto, a um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado.

Esse mesmo labrego, estando no seu ADN o convívio com as vacas, terá essa “idiossincrasia” indissociável à sua personalidade, a que tem direito e o direito de a defender.

Já são dois direitos de personalidade. Mas há um terceiro direito a que o labrego tem direito, segundo este acórdão, mesmo que hierarquicamente inferior aos dois primeiros. É o direito ao exercício de uma actividade laboral, de natureza agrícola. E o burguês não tem esse direito pois ser burguês não é profissão nem tão pouco de natureza agrícola. Ser burguês é um estado de alma que, ás vezes, conduz à palermice.

Ou seja, numa futura altercação judicial entre um labrego com vacas e um vizinho burguês, este só tem um direito e o labrego tem três. Se o caso chegar a uma estância superior ganha o labrego!       E, revertendo, este pode invocar que o burguês lhe mete nojo e quem descola é o burguês!

Se assim não for o melhor é decretar o fim da ruralidade para não haver casos conflituosos!

(a)   -  Algarvio a quem não lhe cabia qualquer dúvida por falta de espaço intelectual.

lopesdareosa - Novembro de 2015

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Todo o mundo é proprietário no Monte de Santa Luzia.


Todo o mundo é proprietário no Monte de Santa Luzia.

O meu Amigo António Viana (filho de Mário Viana, o homem que me ensinou a ler, a escrever e… a contar) invocou um dia destes uma sua Professora de Geografia, Raquel Soeiro de Brito, que ensinava aos alunos que as cidades engoliam os campos. E isto vem a propósito que também na presença deste meu conterrâneo alguém ter dito que a Citânia, dita de Santa Luzia, pertencia a um tal Património de qualquer coisa do Estado. Ironizei perguntando se esse tal  “de” Património tinha herdado ou comprado a Citânia. – Que tinha tomado posse, me responderam! De lembrar e este detalhe tem muito a ver com o que se segue. O meu Amigo António Viana é sobrinho de Abel Viana (testemunha neste texto) e guarda deste um muito valioso espólio. Ao mesmo tempo tomo a liberdade eu de invocar Jorge Leitão que na edição de A AURORA DO LIMA de 14 de Setembro de 2012 assinou um texto com o título “Viana tem complexos de pequenez…” , do qual lhe invejo a camisola amarela! Com efeito e conjugando as duas “sentenças” atrás realçadas, no caso de Viana, estas assentam aqui que nem uma luva.
Do processo histórico do desenvolvimento da fixação humana num tal Monte Corrégio ou Terrúgio chegaram até nós (Vinha de Areosa) as ruinas dos estabelecimentos castrejos; a Citânia na cabeça sul deste monte, o Castro no Pego e o de S. Pedro, cujos habitantes, abandonando esses lugares, deixaram ainda, no meio do monte, os de S. Mamede.

 - E o que é que os historiadores nos contam a partir daí?  Que no tempo de Teodomiro ( ano 570 ~) se Realizou o Concilio de Lugo do qual há noticia de um tal Pagus Ovínia. (Paroquial Suevo) De realçar que a esse pagus chamaram Ovínea e não outra coisa e que segundo reconheceu Almeida Fernandes terá sido uma das intuições acertadas de Figueiredo da Guerra quando este a identifica com Vinha.
Por essa altura chegou cá um tal  Martinho de Dume que, cristianizando os pagãos e depois de estabelecida a diocese de Tuy inspiraria o aparecimento da Igreja de Santa Maria de Ovinia (mais tarde se entenderia a sua extensão aquando do Arcediagado da Terra de Vinha.) No ano de 915, Ordonho II terá doado essa igreja à Sé de Lugo. E ainda no mesmo século Afonso IV de Leon a doou à Sé de Tui. Mais tarde e ainda antes da nossa emancipação, D. Afonso Bispo de Tui deu-a a Nuno Soares (dos tais Velhos que iriam ter papel importante no aparecimento da vila de Viana). E já em 1137 (ou seja um século e qualquer coisa mais  antes do Foral do Bolonhês) o Nosso Avô, D. Afonso Henriques, coutou a vila da Vinha à Sé de Tui. E só em 1256 é que Afonso III “cria” uma nova pobra  na foz do Lima agregando, Adro, Castro e Figueiredo que até ali fariam parte da única entidade tutelar reconhecida históricamente existente no terreno – A Igreja de Vinha com o seu território. Tudo isto para defender que a herança histórica dos primitivos do monte Tarrúgio, e no que à nossa Citânia diz respeito, é a  Vinha que pertence  e não a Viana. O que a linha directa desta sucessão assim o mostra. O aparecimento de Viana é um “dano colateral”, trágico mas colateral. No entanto a intelectualidade sempre tentou fazer uma ligação directa de Viana ás povoações primitivas chamando à Citânia de “Cidade Velha” mais em contraponto com a cidade nova que seria Viana do que remeter para o Castro na sua condição de Cividade, baptismo que o Castro de Afife ainda conserva.

Acontece que, pelo Foral e pela Natureza, Viana nasceu, espartilhada pelo monte, pelo rio , pelo mar e entalada a Nascente por Meadela e a Norte/Poente por Areosa ( entidades que lhe são anteriores), pequena para ser pequena e o seu encanto seria a sua “pequenez”.
Mas chegamos agora ao tal complexo e dele há vários exemplos que se vão multiplicando até nos dias de hoje. No princípio identitário o Monte era Tarrúgio ou Corrégio. As suas gentes dedicaram-se a diversos cultos. Primeiro foi o de Santa Águeda do Monte e nunca se ouviu falar que o monte fosse de Santa Águeda. Depois veio a Senhora D’Abadia  mas não deu nome ao Monte. Depois o culto foi trocado pelo de Santa Luzia. Nesta altura tudo mudou. Santa Luzia que deveria ser do monte (Tarrúgio) passou o Monte a ser o de Santa Luzia. Santa Luzia que deveria ser a da Citânia passou a Citânia a ser a de Santa Luzia. E os exemplos colonizadores de uma vila que nunca interiorizou que era pequena passou ao ataque daquilo a que eu chamo as aldeias da linha da frente, Areosa e Meadela.

( Em 1973 a Câmara tentou assenhorar-se de terrenos sujeitos ao regime florestal como terrenos de Areosa passando por cima da sua história).
Mas não só em termos físicos e geográficos como também culturais e tradicionais. A Estrada de Caminha passou a uma rua da vila. A urbanização daquilo que era a Quinta da Cancela de Areosa passou a ser a Urbanização de Monserrate. A campina de Areosa que ia até às Capelas de S. Roque e d’Agonia ( que se encontravam fora da vila!) passou a ser considerada de Monserrate. Por alvitre da edilidade as antigas colónias colonizaram por via crismática os topónimos ancestrais da Veiga de Figueiredo. A Praia Norte ganhou pernas e caminhou mais para norte conservando o seu pomposo estatuto de Praia Urbana! Esta Praia Norte apenas existe porque rebaptizaram as praias da Lagoa, de Ruivas e das Barreiras. Ora os de Viana não se convenceram ainda que a Praia Norte desapareceu! Está sepultada debaixo da rampa de lançamento dos batelões e seu prolongamento, nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.  Na progressão desse fenómeno se um dia  fosse construído um qualquer terminal a sul de  Barreiras os de Viana atirariam a praia para o Porto de Vinha e passariam a chamar-lhe Praia Norte. O Matadouro foi construído em cima de leiras da veiga de Areosa, depois, por magia passou a Monserrate. Não há muito tempo a sarna da pequenez infectou quem a ela deveria ser imune. Pela calada de uma certa noite de 90 reuniu em Viana uma mui esclarecida  fabriqueira que decidiu passar a considerar Areosa como freguesia urbana. Da noite para o dia passei de rural a urbano sem dar por ela! De aldeão a burguês sem dor! De parolo a citadino sem qualquer inseminação. Ainda e já hoje,  quem vem de Carreço encontra na estrada, no inicio  de Sua Vila, uma placona a dizer VIANA DO CASTELO. - Areosa? – Nem rasto ortográfico!  Mas, mais à frente, na rotunda do Caminho dos Ôlhos, há uma outra, desta vez plaquinha, a dizer que afinal Viana é mais para Sul! – Em que ficamos?

Passando pela colonização do betão e cimento armado, que parou milagrosamente em Camboelas devido ao projecto de Emparcelamento das veigas de Areosa, Carreço e Afife  mas que derivou para os lados da Meadela, o complexo vianense reflecte-se também em termos patrimoniais e aqui a  pergunta inicial; -  a quem pertence a Citânia sendo que esta é de Vinha antes de ser de Santa Luzia. No nome e na dominialidade.
Em 1825 a Câmara de Viana. por imposição de uma Provisão Régia de D. João VI de 1824, aforou os montes aos moradores de Areosa. Esse monte corria de Norte a Sul “… até à Capela de Santa Luzia.”  (textual) pelo que é fácil de entender que para Norte da Capela todo o monte sem excepção ficaria aforado aos de Areosa ( que viriam a remir o respectivo foro em 1922). Todo menos o que já estava na posse privada em 1825. Fácil é concluir pela sua ancestralidade que seriam todos as bouças já então existentes. ( A provisão exigia que a partir dessa data não fossem feitas mais tomadias.  Mas alguém tomou posse da Citânia pelos vistos!)

- Que bouças seriam (são) essas tais; Uma tal do Espinheiro, A chamada Bouça de Santa Luzia; a Bouça do Frade, as Bouças das Borralhadas, as Bouças de S. Mamede, as Bouças de São Pedro, a Bouça do Lourenço, Uma bouça isolada, a da Traça, e outras duas a norte do Real.

Hoje em dia terrenos privados serão essas bouças mais aqueles legitimamente repartidos pela Junta de Freguesia de Areosa a partir de 1825, nas divisões; Primitiva, Secundária e Sortes de Vinte Anos!
Mas apesar do aforamento conter palavras mais esclarecedoras que canhões a Câmara de Viana “cedeu”, em 1885 uma determinada área de terreno envolvendo o templo à Confraria de Santa Luzia que englobaria terrenos a Norte da Capela. Ou seja depois de assinarem em 1825 o aforamento,  tornaram a doar parte do mesmo a outra entidade em 1885. ( Repetiu façanha parecida com o ministério da Guerra por volta de 1900.)

E o certo é que os de Areosa foram corridos da zona e quem se insurgiu foi chamado à justiça. Existe ainda um processo elucidativo dos acontecimentos

Dessa argentinisse se ressentiu o nosso João Tomás da Costa que em 12 de Outubro de 1929 no Notícias de Viana reagindo a uns textos anteriormente aí publicados nos quais o autor dos mesmos tentava provar que os terrenos da “cidade velha” eram pertença da Irmandade de Santa Luzia a quem, dizia que, a Câmara  os tinha entregue para seu uso e administração. Invocava então João Tomás da Costa a Provisão do Rei de 1824 o Aforamento do Montes de 1825 e a remissão desse foro de 1922 para concluir que  “ O TAL USUFRUTO E ADMINISTRAÇÃO QUE A CÂMARA OUTORGOU, COMO SE DIZ, É NULO NA PARTE QUE SE REFERE  CIDADE VELHA QUE ESTÁ DENTRO DA FREGUESIA DE AREOSA em monte da mesma freguesia em terreno que ela era enfiteuta e, como tal senhora do usufruto e administração do mesmo (artº 1673 do Código Civil). Mais realçou que estes documentos existiam na Câmara onde quem quer os poderia ler.

Já e ainda em 1954 Abel Viana testemunhava:

"O Terreno (da Cidade Velha) pertencia à Freguesia de Areosa. O mato era sorteado tinha dono e roço periódico, não sendo raro andarem por ali algumas cabras e vacas a pasto."
Pena que Abel Viana não se tenha dedicado a pormenorizar esta informação. Explicar porque é que os de Areosa foram arredados do sítio nem qual a legitimidade da Câmara de o fazer! Explicar o desaparecimento das sortes da Citânia e o que sabemos é que meia dúzia de sortes existentes na Citânia entre as quais a do Coutinho, desapareceram desde 1920 a esta parte. Também pena que não tivesse esmiuçado a imensa trafulhice perpetrada quando se refere aos diversos litígios que a partir dessas alturas, com  os quais sob a capa de benemerência se atentou contra os direitos da Confraria e de Areosa.

Não bastassem as questões de dominialidade até o território é posto em causa. Está a Citânia em Areosa? Está em Viana? – Além do Aforamento, além do testemunho de Tomás da Costa e  Abel Viana, ouçamos a tradição. Ainda na década de 50 vieram ao mundo dois “castrejos” dos quais, baptizados na Igreja de Vinha, se fez constar, no respectivo assento, que tinham nascido no sítio da Citânia, Freguesia de Areosa. (Devo esta ao Dr. Américo!)
Nos dias de hoje todo o mundo é proprietário no Monte de Santa Luzia. Quando os de Areosa vão ás suas propriedades aparecem os do Hotel a dizerem que aquilo é deles. Aparecem os da Confraria a dizer que aquilo é deles. Aparecem os da Câmara (!) a dizer que aquilo é deles. Aparecem os Serviços Florestais (!?) a dizer que aquilo é deles.

Como está a ressurgir a moda das Festas e Romarias, e nas de Santa Luzia além do 13 de Dezembro também os de Areosa, era tradição, iam lá comer o galo no dia seguinte ao Natal e acrescido ao facto de ter havido o culto a Santa Águeda do Monte e à Senhora d’Abadia, também porque dedicamos o espaço ao Sagrado Coração de Jesus por causa da peste de que os de Viana ainda não se livraram, proponho que, dado os fenómenos paranormais que se verificam naquela montanha, dourada segundo a saudosa Senhora Augusta Alpuim,  se institua aí um dia do ano para celebrar o milagre da multiplicação dos pães.

Vai-te embora Março que me levas a pele e o pelaço.                                                                                

Março 2015 Lopesdareosa
Nota Posterior. Este texto foi publicado na A AURORA DO LIMA na edição de 19 de Novembro  de 2015 e seguinte. 

terça-feira, 15 de setembro de 2015

AS PORTAS DOS QUARTEIS DE SÃO JOÃO D'ARGA

As portas dos quartéis de São João d’Arga.

Mas primeiro vou contar uma história acerca de uma velha capela, origem medieval quem sabe, cabeça de um ermitério situado num pequeníssimo povoado remanescente da civilização castreja, algures perdido nos montes do Alto Minho. Com o passar dos anos (centenas?) um dos poucos habitantes, tornou-se num dos maiores lavradores da Aldeia. Chamavam-lhe o Rei lá do sítio! O arcaboiço era tal que face à humildade da velha capela em relação ao ouro que reluzia na corrente do relógio pendente do bolso do colete do nosso herói, que este decidiu custear a construção de uma nova capela num local mais airoso e sobranceiro. Isto já em tempos mais recentes.  Mas o novo-riquismo nem é de agora nem tão raro como se imagina. Piedoso e ingénuo de então, tem hoje versões mais parolas e cosmopolitas como veremos! Capela Nova logo: Santo Novo! E lá está! O Santo actual na sua imagem do século dezanove. O original o lavrador o terá guardado em casa. Passam os anos e os herdeiros da casa vendem-na. Os novos donos nas arrumações e nas descobertas, fazem uma. Encontram o santo velho. Figura para a qual o barroco será uma modernice. É evidente que esta Santo vale uma fortuna em relação ao actual.
 Isto vem a propósito das obras levadas recentemente a cabo nos quartéis de São João d’Arga. Havendo dinheiro tudo se faz. O que faz falta e o que não faz.
Telhados novos; sobrado novo. Chão térreo; pavimenta-se. Não tem luz eléctrica; dá-se à luz. Não tem água quente; aquece-se! Escapou o Adro. Continua em terra batida. Pedras dos quartéis lavadas e gateadas;  Portas novas. Claro! A saloiice do novo-riquismo teria que se manifestar fosse como fosse.
Portas novas, mesmo aquelas onde estavam  pintadas os preços do aluguer para passar a noite de 28 par 29 de Agosto, que iam aumentando com o passar do tempo. Até aquela que o Professor Hermano Saraiva mostrou no seu programa Horizontes da Memória no ido Novembro de 1996 fazendo uma referência genial à inflação. 




















Esta fotografia, acima, foi cedida pelo Ernesto Paço em 14 de Setembro de 2017














https://www.youtube.com/watch?
v=TVspneqlVjo&index=6&list=PLNdU5M6bH0DaObvVPiUggX66naCMxT1qn&t=1222s

Estes frames foram retirados do respectivo vídeo de que se insere o link


( Ressalvo aqui a peregrina ideia de Hermano Saraiva ter contado a lenda de Santo Aginha no adro de São João como sendo o local dos acontecimentos que levaram à sua morte. Nem na lenda isso sucede. Perguntem aos das Argas!)



Na fotografia ao lado o Camilo da Venda junto à porta do quartel do costume.


É evidente que quem guardou as portas, ou seus descendentes, guardará uma relíquia sem preço. Cujo valor possivelmente será reconhecida daqui por cem anos mesmo quando as novas portas forem substituídas por um qualquer outro novo-riquismo.



A seguir  é o nosso Canário de sentinela com a respectiva arma. 


Enfim é o desemborbimento como diria o meu amigo Morada. Ou coisas do 25 de Abril como diz o meu amigo Castro. 

Por esta ordem de ideias, quando, no adro de S. João, os milenares sobreiros secarem, serão substituídos por eucaliptos que é uma árvore mais moderna.

Tone do Moleiro Novo


sexta-feira, 17 de julho de 2015

O FIM DA HISTÓRIA

DA  BANCA

Antes de mais ver em:

Num destes dias tivemos a notícia de que o  Banco Mundial tinha  suprimido uma passagem crítica num relatório sobre economia da China com a justificação de  que essa passagem não tinha sido revista adequadamente segundo os procedimentos habituais de verificação e validação dessa instituição.  Nessa passagem o BM faria notar que o Estado Chinês exerceria um forte controlo sobre a maioria dos activos da banca comercial tornando-se uma excepção á luz dos padrões internacionais,  (como se isso fosse alguma  dor de cabeça para os próprios responsáveis chineses).  Realçaria o BM que as autoridades chinesas seriam simultaneamente proprietárias, reguladores e clientes dos bancos. (Coisa que também, parece, não deixaria dormir os chineses). Mas ia mais longe o BM quando afirmava que a reforma ( que reforma?) financeira só seria eficaz  se fossem  removidos  os incentivos distorcidos  e as fracas estruturas governativas que sempre tinham  afectado a forma como os recursos financeiros eram mobilizados e alocados.  

Em primeiro lugar não se entende da notícia se todas essas críticas tinham sido as retiradas do texto inicial do BM. Depois os chineses devem ter lido o original e devem ter achado imensa piada ao texto. Para além de que as politicas financeiras são deles, chineses, é curioso como exercendo o Estado Chinês forte controlo sobre Etc. Etc… serem fracas as estruturas governativas etc. etc…

É curiosa a coincidência desta posição, que se conhece agora do BM, com aquela crítica que os Estados Unidos fizeram em Abril deste ano, à criação do BAII (Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas) numa iniciativa do Governo de Pequim. Que, ao contrário, foi  (essa iniciativa) elogiada pelo Nobel da Economia Joseph Stiglitz. Ver em:
Mas há mais:
Tenho em meu poder a edição  do L’Expansion nº 806 Julho-Agosto de 2015 que contêm  uma entrevista muito interessante a Francis Fukuyama, o tal do FIM DA HISTÓRIA (1989) e do "O fim da história e o último homem" (1992) onde sustentava a ideia do triunfo do liberalismo económico sobre as ideologias.
Acontece que passados vinte anos aparece O Capital no Século XXI, de Thomas Piketty, em que este demonstrando que  sendo o capitalismo  um extraordinário produtor de riqueza, de inovação, de tecnologia, de bem-estar, de desenvolvimento,  por outro lado o condena  como sendo  um sistema que tende a repartir a riqueza de uma maneira  desigual, injusta, antidemocrática. Imoral enfim!

 Ou seja a história não acabou nem acaba tão cedo.

E o curioso é que nessa  segundo L’Expansion, em destacado  FUKUYAMA teria afirmado que

 “Le Système capitalistique ne pourra pas se rééquilibrer tout seul. L’intervention du politique será necessaire."

Espantoso tendo em conta as posições do BM e dos States já citadas e o fundo  "filosófico" das obras do autor acima referenciadas.

Mas não fica por aqui! É que é necessário ler o miolo da entrevista para entender o destacado.
É que, vindo no seguimento de uma afirmação  ( esta também espantosa!) de Fukuyama de que;  
“ nous aurions dû faire plus d’efforts pour réguler les banques  et encadrer le lobby bancaire, qui est encore beaucoup  trop  puissant... Beaucoup plus puissant  que les forces democratiques,” 
a afirmação é feita como lição a tirar da crise financeira de 2008, e o que Fukuyama diz é que:
 “La façon dont le système capitalistique s’est développé aboutit au fait que, au niveau mondial, il y a un surplus de capital et une demande insuffisante.  Le système ne pourra pas se rééquilibrer tout seul. Il faudra l’intervention du Politique."

Ora bolas, que desilusão! O que parecia uma contrição  afinal não é.  Para este senhor, que parece ser uma personalidade importante, afinal, , só será necessária a intervenção da política, para equilibrar o sistema, quando houver mais capital que a demanda.

Quando há mais demanda que capital, não é necessária a intervenção da política!
- Sobem os juros e já está!

Até aí sei eu!

Aqui vão as páginas da L'Expansion.





Mas vejam como se comportam os agentes dos tais mercados cuja lei não deve ser incomodada pelo poder político! Na passada quinta feira, 9 de Julho, no Telejornal da RTP1 o Senhor Roberto Halver especialista em questões financeiras do Banco Alemão BAADER comentou a "quarta negra", a crise da Bolsa na China e a sua recuperação, pela intervenção do Banco Central, da seguinte forma:

 Ver em
http://www.rtp.pt/noticias/economia/bolsas-chinesas-recuperam-de-quarta-negra_v843410

"A China está a sustentar-se com um Banco Central que não descartou vender as próprias Acções se necessário. Para já estamos a ver a economia planificada a ser usada para salvar a economia de mercado.. A venda de acções é restrita e os grandes accionistas não podem vender durante meio ano. Isto salvaguarda o mercado dos títulos, mas podem fazê-lo porque é a China e a China é importante"

Aqui vai a sequência printe screen da espantosa verificação do Sr. Halver.

 Grande e triunfante liberalismo, cujos defensores e seus representantes, quando a coisa se faz preta, não dão para o peditório nem se hipotecam. Esperam o socorro do  Estado.
Esta é negra mas tem que ser dita!

- Sr. Fukuyama!

Fim da História é apenas para aqueles que morrem!
No meu caso espero bem que não seja igual aos de Hiroshima nem aos de Nagasaky

Tone do Moleiro Novo

terça-feira, 16 de junho de 2015

José Cid

José Cid também chegou atrasado!


EM JN 13 de Junho de 2015
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Gente/Interior.aspx?content_id=4622211

José Cid critica poses de Ricardo Quaresma
 
Depois de Ricardo Quaresma ter surpreendido na capa da revista "Cristina", José Cid usou o Facebook para criticar a pose em que o futebolista surge despido, apenas com um quadro com a foto da apresentadora da TVI Cristina Ferreira a tapar-lhe as zonas íntimas.
O cantor considera a imagem uma imitação daquela que protagonizou há 20 anos - e, a propósito, atirou-se também ao humorista Bruno Nogueira.
"Três fotos tão semelhantes e no entanto tão diferentes no seu objetivo! A de Quaresma, mais recente, só vende a imagem (muito abaixo do nível das geniais trivelas). A do Bruno Nogueira, no início da carreira, sem saber o que fazer, sem piada nenhuma e confirmada ao longo do tempo (magrinho que parece o Gandhi). A minha (há 20 anos), batendo-me pela música portuguesa, solidário com os músicos", escreveu Cid, anunciando depois 40 concertos "até final de setembro". Unquote .                    



 













Isto porque há quarenta anos atrás já o Quim Barreiros tinha publicado a sua imagem (gloriosa já que unpluged) escudado pela sua concertina. Ver em:
 
 
Assim o nosso José Cid poderia aproveitar a boleia de já se ter despido para tomar um banho de humildade!
lopesdareosa

Alcaides

Alcaides e Alcaldes

Já publiquei sobre este tema em 

Mas neste Domingo 14 de Junho voltei a esbarrar-me e desta vez com uma notícia no  JN
que segue:




































Ou seja, continuo a não compreender como é que por cá se continua a chamar Alcaides aos Alcaldes da vizinha Espanha.

Nem os nossos irmãos (salvo seja) chamam Alcaides aos responsáveis máximos dos ayuntamientos nem tão pouco nós chamamos Alcaides aos nossos Presidentes de Câmara que lhes correspondem.

Mas o interessante é que no seguimento da notícia a sua autora chama "alcaldesa" a Manuela Carmem eleita em Madrid. Não lhe chama "alcaidesa".

Enfim!

lopesdareosa