sábado, 27 de abril de 2024

terça-feira, 23 de abril de 2024

TESTA ALTA E VIVA LANHELAS

 Hoje 23 de Abril de de 2024 é um aniversário "redondo" de uma outra data, 23 de Abril de 1644 dia em que os de Lanhelas (e as de Lanhelas) rechaçaram um invasão, mais Galega que outra coisa!

Houve alguém que "retratou" o acontecimento. Como a fotografia veio muito mais tarde, pintou.

E o quadro é o chamado e pouco divulgado "Quadro de Lanhelas". Que aqui vai!













Irei contar a história, curiosamente deixada para a posteridade por um ilustre conterrâneo meu!

Agora apenas com uma curiosidade.

TESTA ALTA E VIVA LANHELAS, é o "grito de guerra" dos de Lanhelas. 

Muito ao estilo do de Riba de Mouro 

- PÁ FRENTE QUE RIBA DE MOURO É MACHO!

Mas também ouvi em Lanhelas uma versão bem mais malandra...

Testa alta e viva Lanhelas                                          moças bonitas, cama com elas



quinta-feira, 18 de abril de 2024

O meu encontro com G. K. Chesterton na Quinta da Cancela de Areosa

O meu encontro com G. K. Chesterton na Quinta da Cancela de Areosa

(Parte II) - Publicada na edição da A AURORA DO LIMA de 18 de Abril de 2024.

(A primeira parte foi publicada na edição de A AURORA DO LIMA de 4 de Abril de 2024)

Onde expliquei que, não publicando nos CADERNOS VIANENSES, nem na Revista do CER, nem no FALAR DE VIANA e assumindo que nem tão pouco poderia ombrear com a qualidade dos textos e seus autores, tenho publicado  regularmente - há mais de 40 anos - na A AURORA DO LIMA, refúgio dos humildes. O que não queria dizer que não lesse essas edições referenciadas .

E porque as leio, isso dá-me ensejo a tecer os meus comentários que precisamente têm sido publicados na A AURORA DO LIMA. Alguns referenciados na Parte I deste texto.

E o titulo de agora acontece por mais recentemente ter lido no FALAR DE VIANA de 2022 em que Cruz Lopes volta a contar a história do Campo d’Agonia (pg. 95 e seguintes), repisando aquela da “Antiga Quinta de Monserrate.”

Mas vai mais longe referindo-se a uma tal alameda de choupos fronteira ao casario piscatório poente da Ribeira desde o cais de pesca (do Castelo) até à tal quinta ao longo o arruamento antigo de Nossa Senhora de Monserrate de continuidade com a estrada Real de Viana a Caminha, arruamento de entrada/saída de Viana para norte. Remetendo para a Planta urbana de 1867 em que essa tal alameda arborizada é aí evidente e bem representada. (Figura 3 constante na pag. 91 )

Acontece que a legenda dessa mesma figura 3 se presta a diversas confusões. A essa tal planta urbana ( a que afinal é um excerto da Planta Porto e Barra de Viana do Castelo de 1867 atribuída a Vasconcelos &; Ferreira) que serve de base dessa figura, foi posteriormente completada com as obras projectadas em 1905 conforme publicação de Adolfo Loureiro. Como curiosidade mostra o ramal de CF para a doca mas que afinal não foi assim realizado.

Mas essa infografia não testemunha qualquer arruamento no trajecto referido por Cruz Lopes, mas sim EN nº 4 (duas vezes). Mais; já ou ainda em 1868/1969, na Carta Cadastral da cidade de Vianna do Castelo, não consta, aí, qualquer arruamento mas sim Estrada de Caminha. Isto desde o largo Infante D. Henrique até à Cancela de Areosa passando pelo Campo d’Agonia.

E o curioso é que o próprio Cruz Lopes sabe que muito mais antiga que “o arruamento antigo de Nossa Senhora de Monserrate” era a “Estrada de Caminha a Vianna” pois a isso se refere no FALAR DE VIANA de 2013 (pg. 76) remetendo aí para a cartografia  hidrográfica do século XIX – (1864).

Mas o crisma não se queda por aqui! Na pg. 97, Cruz Lopes apresenta uma planta do Castelo da Barra da Vila de Vianna (1794) de Aufdiener, onde nas costas de S. Roque e da Senhora d’Agonia aparece o "Caminho da Arioza." As inovações de Rua de Nossa   Senhora da Conceição e Rua Amélia de Morais, vierem depois! 

Mas esse tal caminho não mereceu qualquer referência a Cruz Lopes Coisa surpreendente tendo em conta o seu acerto  quando cita G.K. Chesterton (1874-1936), escritor…

“o mundo moderno tem como principal objectivo simplificar o que quer que seja destruindo quase tudo.”

Exactamente o que acontece. A destruição, pouco a pouco, da memória contribuindo assim para que a narrativa histórica seja substituída por uma mais moderna.

Coisa surpreendente para o que mais à frente Cruz Lopes escreve:

"Para que a nossa memória humana perdure e não se apague releve-se a função remota e militar do supracitado morro…" 

...quando se refere ao Morro da Forca perto do Local da Senhora d’Agonia. Assim e por reflexo, vou dar uma dica a Cruz Lopes.

- Para que a nossa memória humana perdure e não se apague definitivamente, releve-se a função remota… e rural do Campo d’Agonia, não só recordando as vacas do Freixo, do Lopes e do Sousa mas também as do Zé do Reguinho, lavrador de Areosa, que ía, ele e os filhos que ainda estão vivos, pastar as vacas, pelas década de 70/80, tanto ao Campo d’Agonia como no Campo do Castelo!

Invoca Cruz Lopes, no fim do seu texto, a sua condição de morador nas redondezas para justificar os seus conhecimento sobre as mesmas.

Ainda bem que isso acontece pois permitiu-lhe no FALAR DE VIANA de 2015 pag. 67 seculo XIX, localizar “O «Chamado Campo de Nª Srª d’Ágonia na cartografia hidrográfica do século XIX era aberto ao mar sem casario…” precisando assim o local do limite da Villa de Viana testemunhado pela Câmara de Vianna segundo acta da Reunião da Câmara de Vianna de 14 de Abril de 1846.

Da mesma forma que lhe permitirá precisar o extremo da Villa de Viana pois segundo a Acta da reunião de 19 de Maio de 1832 a Câmara de Vianna se propunha localizar aí, um novo matadouro …entre a Fonte do Castelo, o muro da tapada dos herdeiros de   Gonçalo de Barros Lima e o cais do Rapelho…

Ficará decerto para uma próxima oportunidade!

Areosa, 5 de Abril de 2024

António Alves Barros Lopes

Imagem 1

A Estrada de Caminha n’A Planta Cadastral de Vianna do Castello. Século dezanove


Imagem 2

Caminho d’Arioza n’A Tal Planta de Aufdiener


Imagem 3

EN -14 no Extrato da tal Planta em 1905 conforme publicação de Adolfo Loureiro.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Poesia minimalista!

 Ou então animalista, pois os gatos também entram!


Aquela voz que me guia

Aquela Luz que me alumia

E o Eco...mia...mia...mia...mia...mia...mia

Poesia

Sereia

- Seria???

Fui ver

Era um gato!


( Foi o que saiu, num dia de Abril em que me lembrei daquela em que fui ver e a neve caía!)



sexta-feira, 5 de abril de 2024

O meu encontro com G. K. Chesterton na Quinta da Cancela de Areosa (Parte I)

O meu encontro com G. K. Chesterton na Quinta da Cancela de Areosa (Parte I) 

(Este texto foi publicado na A Aurora do Lima em 04 de Abril de 2024)

Não publico nos CADERNOS VIANENSES. Não publico na Revista do CER. Não publico no FALAR DE VIANA. Tão pouco poderia ombrear com a qualidade dos textos e seus autores. Refúgio dos humildes, publico há mais de 40 anos na A AURORA DO LIMA.

Mas porque e apesar de não publicar nessas edições, não quer dizer que não as leia. E porque as leio, encontrei recentemente nos CADERNOS VIANENSES, Tomo 57 de 2023,  uma informação de Maranhão Peixoto acerca da "Parochia de Nossa Senhora de Monte Cerrado, a que o vulgo chama Monserrates," segundo documentos existentes no Arquivo Municipal de Viana do Castelo. Paróquia essa cuja criação se justificava já em 1541 “por ter crescido o Povo e não caber na Matriz”. (pags. 372 e 373). O que me permitiu publicar na A AURORA DO LIMA em 29 de Fevereiro de 2024, o texto O Monte Cerrado é em Carreço (Mais precisamente em Paçô.)

E também por ler o FALAR DE VIANA me deu azo a ter publicado na a AURORA DO LIMA de 28 de Novembro de 2019, um texto sobre a Cancela de Areosa, texto intitulado: Quinta da Cancela de Areosa. Onde dei de caras com um tal VoltaireIsso na sequência de que, ao ler o FALAR DE VIANA de 2018 (pg. 63), tomei conhecimento de uma ideia de um tal VOLTAIRE (1694-1778) de que “aos vivos deve-se a consideração e aos mortos a verdade” na oportuna citação aí  feita por José da Cruz Lopes. Acontece que este  mesmo  autor, José da Cruz Lopes, se refere num outro seu texto em a FALAR DE VIANA de 2015(pg. 68) a: “ …uma mata de pinheiros, vinculada à antiga Quinta de Monserrate, sita na então denominada Cancela de Areosa (1864).”

E precisei que, nessa data, 1864, conotada com o dono, essa quinta era tida pela Quinta de Figueiredo da Guerra. O nome original, referido à toponímia do local, foi reconhecido pelos próprios proprietários ainda e quando, em 4 de Agosto de 1887, foi celebrada uma escritura pública no tabelião Júlio Sem Pavor Carneiro Geraldes – em que estes se  “…obrigam e hipotecam a sua quinta denominada da Cancela d’Areosa”  a favor do Banco Mercantil de Vianna. Esta escritura deu origem à descrição 18 833 a Fls 67 do libro B – 48 na Conservatória de Vianna  onde continua a constar “…Quinta denominada da Cancela de Areosa…”. ssim afinal a tal quinta de Monserrate não seria assim tão antiga como isso! Aliás foi já em 1922que, talvez por vergonha e face a uma apresentação, após a aquisição da Quinta pela GNR, na Conservatória, foi crismada a dita Quinta, como sendo a Quinta de Monserrate – quando até ali nunca o tinha sido.

Este pormenor levou-me a assumir que eu seria mais universal que o tal Voltaire, chegando á conclusão de que: “Devemos  toda  a consideração e toda a verdade tanto aos vivos como aos mortos.”

Acontece que mais recentemente – FALAR DE VIANA 2022 – Cruz Lopes volta a contar a história do Campo d’Agonia (pg. 95 e seguintes), repisando aquela ideia da “Antiga Quinta” de Monserrate. Mas citando, desta vez, G.K. Chesterton (1874-1936), escritor…

“o mundo moderno tem como principal objectivo simplificar o que quer que seja destruindo quase tudo.”

O que me permitirá agora e na Quinta da Cancela de Areosa, encontrar G. K. Chesterton.

O relato será objecto de uma segunda parte deste texto.


Afife, 20 de Março de 2024

António Alves Barros Lopes