sexta-feira, 18 de agosto de 2023

AS MULHERES DE AREOSA

 

AS MULHERES DA MINHA ALDEIA!

Vem isto a propósito da recente iniciativa do PÚBLICO em editar, em 15 fascículos,  a obra de Maria Lamas "As mulheres do meu país".

Publicada também em fascículos entre 1948 e 1950, consultando uma segunda edição (2002 da editora CAMINHO) desta mesma obra, que aqui não vou salientar o valor por demais já elogiado, encontrei na página 57 uma alusão a Areosa, não falando de Areosa. 



A fotografia atribuída a Aureliano Carneiro apresenta duas mulheres a lavrar numa veiga que eu diria ser já a de São Sebastião. Essas mulheres que, pelo sorriso da que segura a soga, eu identifico como sendo da Casa d'Andrel  (alguém que me corrija) corresponde ou deu origem a um postal colorido posto então em circulação. Esta imagem constou no pano de boca do palco da Sociedade.



 

 

 

Mas não pondo em causa o valor da obra, este tipo de publicações enferma de uma falha estrutural: Não identifica as pessoas retratadas. Pecha dos entendidos que se servem de gente que é gente como meros objectos em cima dos quais nos arremessam  a sua sapiência, Outro sim a própria sapiência que informa neste caso tratar-se de:              

" Camponesas minhotas da beira-mar lavrando uma veiga em Carreço. Ao fundo a serra de Agrichousa", 

(segundo a legenda na obra citada)

Em primeiro lugar as camponesas minhotas poderiam ser de muitos sítios à beira mar mas no caso são de Areosa. Aliás a edição do Postal diz isso mesmo. Em segundo lugar a veiga não é em Carreço; é em Areosa e é isso que diz o tal postal. Em terceiro lugar ao fundo não está a serra de Agrichousa! Porque Agrichousa é em Afife, não se avista do local. Não existe como serra, quanto muito terá o monte à volta com seu nome. 

Lá ao fundo o que se vê é o encontro (ou divisão) do Monte da Paradela com o da Penedeira, "frecha" aberta pelo Rio do Pégo. E lá por cima, mais longe, o alto da Porqueira já em Carreço. E se dúvidas houvesse lá está a frente da Sociedade de Instrução e Recreio Areosense, em construção.

No entanto, para a posteridade, vai ficar o que está escrito na obra de Maria Lamas e não estas minhas observações. 

António Alves Barros Lopes

Areosa, 8 de Agosto de 2023

 

Nota

Este texto foi publicado na A AURORA DO LIMA de 17 de Agosto de 2023.                   Ver canto superior esquerdo da página 42.


















A primeira imagem não foi publicada. Nela consta a legenda citada no texto. A página constante é a 57 e não a 47. Erro meu no texto publicado na AURORA.



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