quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

MORREU O BENJAMIM DAS BOUROUAS

MORREU O BENJAMIM DAS BOUROUAS.

Num sei se é assim que se escreve. A casa, ali em Montedor, aos meus ouvidos soa desta maneira! 

(Minha mãe falava do patriarca, do Tio Joaquim lavrador que andava a cavalo e usava uma faixa vermelha à cintura.)

Morreu o Benjamim, o  último daquela a que eu chamava e continuo a chamar 

"A Ínclita Geração de Carreço"

Domingos -
" O Fandangueiro" de Pedro Homem de Mello

Manuel - 
O homem do Piano e do Vinho

Francisco -
Para mim o "Rapaz de Veludo" de Manuela Couto Viana.

 - Aquele que, no dizer de PHM, doou o seu corpo de rosas ao crespelho dos Açores 

Ver https://lopesdareosa.blogspot.com/2011/02/romance-do-rapaz-de-veludo-francisco.html

E

O Benjamim
Môço de lavoura na casa dos pais até perto dos trinta anos.
Deixou o mar, a veiga e o monte de Carreço apenas com a quarta classe! 
Jubilou das cátedras da Universidade!
Aprendera também com a leitura sentado no burro que o levava com os sacos do cereal a moer nos moinhos de Cabanas, por aquele caminho dos respectivos entre Paçô e Gateira.

E não sei se o Paulino tem tábuas suficientes para talhar o caixão em que a dimensão do Benjamim caiba!

tone do moleiro novo

2 comentários:

  1. Um texto simples, que diz tudo.
    Muito mais do que aquilo que irão p’ra aí escrever aqueles que nunca conheceram o Benjamim.

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  2. Melhor Dizendo: Utilizei a expressão "Benjamim das Bourouas" também, como homenagem a todos os valores de um povo que tantas vezes distorce as raízes no seu linguajar e que ele Benjamim tanto acarinhava. A voz é a da minha Nai que se referia (e ainda hoje se refere) ao "Tio Joaquim das Bourouas" pai do Benjamim. Na realidade o termo refere-se à Casa da Bouroua, mátria dessa gente ilustre. Casa que continua a existir no contraforte Sul de Montedor!

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