Basucas, vitaminas e outras vacinas.
PRR Consulta publica!
Temos ouvisto, nestes últmo dias, uma série de declarações muito bonitas acerca do nosso futuro.
Um ministro – do Planeamento - fala em convergência.
Um outro –das Finanças- fala em crescimento sustentável e socialmente inclusivo.
Tudo acompanhado ou a sublinhar uma série de Planos a serem financiados por
uns tais catorze mil milhões de euros - 14 vezes dez à nona, 14 000 000 000,
provenientes duma árvore das patacas chamada CEE.
Acontece que esperando dinheiro não faltam planos;
Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica.
Estratégica Portugal 2030
Plano de Recuperação e Resiliência
Plano Nacional da Política de Ordenamento do Território
Plano Nacional de Energia e Clima
Programa de Valorização do Interior
Programa Nacional de Investimentos
Plano de Acção para a Transição Digital
Plano Turismo + Sustentável
Plano Nacional de
Alojamento Urgente e Temporário
Etc.
Cuja coordenação
justifica, de facto, a existência
de um Ministro do Planeamento.
Resta saber qual o plano que se segue.
O problema é se os planos vão consolidar no terreno os seus
conceitos.
Por exemplo;
Falam de sustentabilidade.
Ora este generoso conceito assenta num princípio muito simples;
Não devemos, na nossa geração, consumir e/ou hipotecar os recursos das gerações vindouras. Ou seja, se a natureza criar mil árvores por ano não devemos cortar mil e uma nesse período. Ou seja, se os oceanos gerarem mil peixes por ano não devemos consumir mil e um nesse período. Toda a gente entende estes princípios. É a velha história das semanadas. A da frente deve ver sempre o resto da detrás.
O que eu não entendo é que agora virou moda acrescentar a palavra sustentável a qualquer projecto ou actividade que se pretende financiar quando afinal esse projecto é exactamente igual àquele que seria mesmo sem essa adjectivação.
Por outras palavras:
... basta acrescentar a qualquer projecto a palavra sustentável e… …Já Está!
Assim é anedótico falar de Turismo Sustentável.
– Porquê sustentável.
Se o turismo é uma actividade que nada produz e que vai
revender aquilo que compra…
- Como pode garantir a sustentabilidade seja do que for se
não tem superintendência sobre os seus fornecedores?
TURISMO E
SUSTENTABILIDADE NA REGIÃO DO ALGARVE
repositorio.iscte-iul.pt › Master_Pedro_Vicente_Coelho
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de PMV Coelho · 2018 · Artigos relacionados
com uma competitividade sustentável, do setor turístico do Algarve, ... Os stakeholders
entrevistados no âmbito deste projeto foram unânimes
em relação.
A crise recente crise demonstra a falácia.
– Se não aparecem os turistas, o Turismo sustenta-se de
quê?
- Se a actividade
fosse sustentável como se justificaria toda esta gente agora a contorcer-se???
Ou seja, no limite, nenhuma actividade é sustentável se
depender de factores exógenos a si própria.
Só conheço uma actividade que funciona em circuito fechado e por isso sustentável ou melhor - auto sustentável – A agricultura e seus periféricos Sivicultura, apicultura etc.
Ou seja…a LAVOURA.
Nem a mineração escapa. Os filões disto ou daquilo são
finitos e mesmo que se descubra ouro este não se reproduz.
Depois há aqueles conceitos
Convergência, Coesão Social e
territorial, Crescimento socialmente inclusivo.
- Mas será que os objectivos concretos desses planos vão
conseguir isso?
Vejamos dois exemplos socorrendo-me da página seguinte da RR
Onde e quanto vai Portugal gastar a sua parte da
"bazuca ...
rr.sapo.pt › 2021/02/16 › pais › noticia
há 5 dias — Para os cuidados de saúde primários vão mais de 500 milhões de ... a construção de uma nova linha que ligue a Casa da Música a Santo ...
"2 –
Habitação 1633 milhões (+ 1 149 milhões de empréstimo)"
- Como se compreende?
www.idealista.pt › imobiliario › habitacao › 2020/11/09
Portugal tem 730 mil casas vazias e abandonadas — idealista
...
1.
09/11/2020 — Portugal tem 730 mil casas vazias e abandonadas ... Porto,
Algarve, Évora e nas restantes capitais de distrito que há mais casas devolutas.
Em primeiro lugar;
- Não deveria ser gasto em mais construções mas sim em recuperação do parque habitacional existente. ??
Depois o que vai acontecer é que vão continuar a a construir no litoral atafulhado já de casario.
E vai mais uma vez deixado para trás o interior com aldeias e aldeias despovoadas.
- Sabem para onde???
“Para o Metro de Lisboa vão 304 milhões e para o do Porto estão
previstos 299 milhões para a construção de uma nova linha que ligue a Casa da
Música a Santo Ovídio. Estão ainda previstos 250 milhões para a construção de
uma linha de metro ligeiro de superfície entre Loures e Odivelas. E quase 100
milhões para a compra de 325 autocarros e 4 barcos “limpos”, ou seja não poluentes.”
Há que “sustentar” a mobilidade no Porto e em Lisboa.
A mobilidade de Vimieiro fica para as pernas dos autóctones.
Aqui chegados porque não a reabilitação da Linha do Tua ou a
Ligação da Linha do Douro até Barca de Alva.
Mas isso não consta da lista de...
7 – infraestruturas – 833 milhões
Nesta área, está prevista a criação de um novo modelo
de “áreas de acolhimento empresarial” e uma série de melhorias nas redes
viárias, muitas das quais com o objetivo de eliminar travessias urbanas, de
forma a reduzir tempos de percurso e aligeirar custos de contexto às empresas.
·
Ligação ao IP3 dos
Concelhos a sul;
·
EN14. Interface
Rodoferroviário da Trofa / Santana, incluindo nova ponte sobre o Rio Ave;
·
EN14. - Maia (Nó do
Jumbo) / Interface Rodoferroviário da Trofa);
N4. Variante da Atalaia;
·
IC35. Penafiel (EN15) /
Rans;
·
IC35. Rans / Entre-os
Rios; ▪ IC35. Sever do Vouga / IP5 (A25);
·
IP2. Variante nascente
de Évora; ▪ Ligação de Baião a Ponte de Ermida;
·
Eixo Rodoviário Aveiro –
Águeda;
·
EN344. km 67+800 a km
75+520 – Pampilhosa da Serra;
·
EN125. Variante a Olhão;
·
IC2 (EN1). Meirinhas (km
136,700) /Pombal (KM 148,500);
·
IP8 (EN121). Ferreira do
Alentejo /Beja, incluindo Variante a Beringel;
·
IP8 (EN259). Sta.
Margarida do Sado /Ferreira do Alentejo, incluindo Variante de Figueira de
Cavaleiros;
·
IP8(A26). Aumento de
Capacidade na ligação entre Sines e a A2;
· Variante à EN211 - Quintã / Mesquinhata.
Q Que mais uma vez privilegia o litoral!
Ou seja; a tal
Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica. Generosamente elaborada pelo angolano de nascimento, António
Costa e Silva, ( que me surpreendeu numa entrevista de deu na RTP), trata-se afinal
de uma listagem de tudo em que há que investir e em qualquer parte sem que haja um enquadramento estratégico de
aproveitar esta oportunidade para corrigir o grande desequilíbrio territorial e
também social de que Portugal enferma entre o interior e o litoral.
Ou seja
Os novos fundos de coesão vão ser utilizados da mesma forma e
pelos mesmos intervenientes dos anteriores Pelos habituais utilizadores dos
subsídios e pelas instituições tecnicamente mais preparadas para essa
habilitação com parte de leão do Próprio Estado que vai aproveitar a
oportunidade de financiar a sua própria actividade, vertentes e projectos que corresponderiam ao OGE.
Acontece que mais uma
vez o interior vai ficar de fora.
Existem apoios para fixação de empresas e indivíduos nas
regiões mais despovoadas. Mas esta actitude, circunstancionalmente na moda, não
resolve a ocupação do terreno em centenas se não milhares de aldeias
abandonadas por esse pais fora.
As empresas vão para a sede de concelhos, não ocupam o território.
Podem quanto muito aumentar a concentração de gente nesses espaços
urbanos.
E os incentivos propostos dependem do eventual aparecimento pontual de algum ou alguns candidatos e não de uma estratégia concertada. Ver:
″Queremos 80% dos jovens agricultores em territórios de
...
www.dinheirovivo.pt › empresas
› queremos-80-dos-jo...
Em relação a essa renovação
geracional, para a meta a que querem dos jovens que se venham a instalar na
agricultura 80% escolham territórios de baixa densidade, não basta a espera de
que alguém se candidate
Terá que haver uma acção mais
directa e prioritária do Estado e não um objectivo afinal inferior aos
restantes.
Só por si esse desiderato teria que ser sujeito a um
autêntico “Plano Marshal” num tratamento de choque que também promoveria o
alívio da pressão demográfica sobre o
litoral e contribuiria para resolver a tal falta de habitações.
E só uma actividade consegue ser consequente na sua sustentabilidade e ao mesmo tempo ocupacional do Território
- A AGRICULTURA.
Este PRR não vai adiantar nada a:
- Assimetrias regionais
- Coesão territorial e Coesão social
- Descongestionamento das áreas metropolitanas e do litoral
- Desenvolvimento do interior, (que não se pode fazer
com a simultânea retirada de serviços essenciais)
Um sério contributo
para resolver todas estas questões chama-se RURALIDADE. Conceito e vivência que
hoje é destruída por decreto.
- Onde está a
Agricultura tradicional?
– Cujo descalabro
definitivo coincidiu com a nossa entrada na CEE.?!
Idem Idem aspas aspas
quanto à Agricultura familiar.
Quanto à Ruralidade,
- Para quando a
instalação no Alto Minho de uma unidade de aproveitamento de biomassa?
Exige-se ( e multa-se no incumprimento) que os montes sejam limpos.
- Mas para onde vai o restolho???
- Quererão que seja comido pelos proprietários???
- Ninguém reparou
ainda que a massa vegetal excedente que o
monte produz, nos dias de hoje, em que a lavoura tradicional se encontra destroçada, não
tem destino?
- Ninguém reparou que
as propriedades não são limpas pois que isso não é rentável para ninguém.
- Ninguém reparou que
esses excedentes vão ser afinal eliminados pelos grandes incêndios, de que são
potenciadores?
- E a energia
libertada quando isso acontece para onde vai???
- Sem melhor
aproveitamento… - vai aquecer os colhões de São Pedro!
- Ninguém reparou que
se gasta dinheiro a combater esses incêndios potenciados por uma massa vegetal
cuja energia assim se desperdiça???
Nota Final
Ora Portugal não é um
país Urbano.
É um país Rural
governado por uma elite com mentalidade urbana
– Burguesa por
consequência!
Textos de apoio
https://porquenaovotoemcavaco.blogspot.com/2020/11/nuno-banza.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2011/06/ministerio-da-agricultura-ambiente-mar.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2011/10/portugal-nao-e-um-pais-urbano.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2012/03/veigas-e-leiras.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2012/03/seca.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2012/11/para-onde-vao-as-vacas.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2012/12/os-estigmas-que-nos-afastaram-do-mar-e.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2013/06/a-agricultura-de-cavaco-parte-i-o-mundo.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2015/11/acabar-com-ruralidade-por-decreto.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2016/03/goncalo-ribeiro-telles.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2017/10/fogos-florestais-fatima-fado-futebol.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2010/09/ordenamento-da-floresta-quem-foi-que.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2010/10/recandidaturas.htm https://lopesdareosa.blogspot.com/2011/03/os-barretes.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2011/03/processo-progresso-regresso-retrocesso.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2011/05/fantastico-melga.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2011/06/ah-agricultura.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2011/06/cavaco-o-agricultor.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2011/06/de-quem-e-culpa.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2018/05/as-zifs-e-agricultura-tradicional.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2019/01/antonio-vicente-marques.html
https://lopesdareosa.blogspot.com/2011/03/ha-lavradores-e-ha-agricultores.html
António Alves Barros Lopes
Rua do Covelo 71 Além-do-Rio Areosa
4900-697 – Viana do Castelo
NIF 163 552 134
Texto enviado ao Ministério do Planeamento por alturas e ainda no período útil da participação públida do Tal PRR que como vai ser apresentado à pressa na tal CEE nada vai adiantar para a sua elaboração.
Este período é apenas um pró forma.
Mas fica para a história quando daqui a dez anos ou mais anos se concluir que os problemas estruturais do País estão na mesma!
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