Do Tone do Moleiro Novo
A minha mãe disse um dia Ao filho que era solteiro Cuidado com as mulheres Tu nasceste em Janeiro
Em Janeiro há uma lua Que no céu é das primeiras Ao som dela dançam bruxas E saltam as feiticeiras
Mas eu não me acreditei No que minha mãe dizia C'o mundo não me importei E pra ti olhei um dia
Do terreiro
Pus meus olhos a chorar E arrebentei c'o meu peito Chorar por quem não nos chora São lágrimas sem proveito
Os meus olhos a Chorar Num sei a graça que tem Eu vou dizer aos meus olhos que não chorem por ninguém
De António Boto
meus olhos que por alguém deram lágrimas sem fim já não choram por ninguém basta que eu chore por mim
desenganados e olhando a vida como ela é meus olhos vão conquistando mais fadiga menos fé
Sempre cheios de amargura Que fazer se a vida é assim Chorar alguém que loucura Basta que eu chore por mim meus olhos que por alguém deram lágrimas sem fim
Toquei e cantei estas coisas numa apresentação de um livro de Conceição Campos.
Um presente, de Famalicão, comentou que fora aprimeira vez que vira um intelectual a tocar concertina.
Nem imaginava!
( É porque não conhecia o nosso saudoso Nuno de Famalicão)
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