" Enterrem os meus ossos em Afife..."
Pedro Homem de Mello
" Quando eu morrer voltarei para buscar
os instantes que eu vivi junto ao mar"
Sophia de Mello Breyner
...Sur, viento sur, enrólame en tu viaje
y ráptame en tus brazos de horizontes.
Gerardo Diego
O MEU QUERER
Espalhem as minhas cinzas no Mar de Afife
O mesmo que viu o Azul das minhas lágrimas
Misturem-nas com um outro Azul, o das hidrângeas
Que tantas há pelos caminhos de Afife
Esperem por um dia em que o vento seja Sul
daqueles em que o sul bate mais forte
soprando a poeira em direcção ao Norte
aquele rumo que, poeta, eu quizera fosse Azul
Azul dos meus olhos ou das hortências, pouco importa
Azul daquele Mar, de qualquer outro, que se me dá?
senão o que por engano passou à minha porta
Que o Mar de Afife, por vê-lo um dia, encontrará
maneira de os enlaçar naquela rota
Se o Mar, dele, ainda se lembrar. E eu sei lá!
Mar de Afife. Fotografia pertencente a Carlos Ribeiro
Nota
O Vento Sul citado é o das Cordilheiras do Cantábrico de Gerado Diego poeta desses sítios.
Dedicado ao pintor José Gutiérrez Solana em “Alondra de verdad”
La luz se cierne en mineralogíasVIENTO SURNo existe el aire ya. Las lejanías
están aquí al alcance de la mano.
Evidente es el mundo y tan cercano.
He aquí la densidad que apetecías.
tan de ardiente osatura y primer plano,
que me brota este grito sobrehumano:
gloria al bramar de las montañas mías.
Es el viento que encrespa sus bisontes,
que en bravo alarde de torsión y ultraje
lomos restalla de olas y de montes.
El viento que me empapa de paisaje.
Sur, viento sur, enrólame en tu viaje
y ráptame en tus brazos de horizontes.
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