Poema e título de um livro de Pedro Homem de Mello
Viste-o encostado àquela coluna.
Não vestia uma camisola verde.
Tinha uma madeixa negra mas não usava boina.
De marujo só os olhos.
- Se eram azuis, porque eram tristes?
- Procurariam coisas intangíveis?
O Amor?
A Alegria?
A Felicidade?
A Partilha?
No entanto o perto era longe pela solidão do um.
No entanto o longe era perto pela percepção do outro.
A distância não a seria senão e apenas a de meia dúzia de passos. Bastava um gesto.
O atrevimento de uma palavra.
Mas apenas o olhar ... só o olhar.
Do lado de lá o esmagamento pelo espanto perante aquele instante a estourar de beleza.
Intensidade quase insuportável.
O peso da imagem vergava o olhar.
Este levantava-se por intervalos medidos em relâmpagos.
Depois a viagem. Curta.
Depois não houve depois.
Depois e desde então, no entanto, não chegou a perder-se aquele que só tu puderas ter salvado. Não!
Mas também nunca mais se encontrou.
Até àquele dia. E que dia!
Até àquela noite. E que noite!
Tone do Moleiro Novo
Lembro-me bem desse poema de Pedro Homem de Melo. e doutros.
ResponderEliminar