quinta-feira, 23 de junho de 2011

CAVALOS NA GALIZA

RAPA  DAS  BESTAS
Ou, os curros, simplesmente.

Quem, vindo de Portugal sobe de Cabral para Vigo, depara-se com a Praça de Espanha a que nós custumamos chamar "a dos cavalos".



De facto está lá um monumento,  "Los Caballos", da autoria de Juan José Oliveira Viéitez. Foto da direita.
Em Tuy também há outro monumento aos cavalos, foto da esquerda,  não sei se do mesmo autor.

Mas não estão lá por acaso.
No caso de Vigo representa tal e qual a subida de uma ladeira. A outra a de uma correria em campo aberto.
E estas imagens podem ser vistas, ao vivo pelos montes da Galiza, desde Maio até Agosto, pelos turistas que não frequentem o resto do ano esses mesmos montes.
Galiza é  terra de cavalos e que, à imagem destes, é terra de gente livre.
Pelos montes da Galiza, os cavalos são livres, vivem livres, reproduzem-se livres.
Apenas uma vez por ano essa liberdade  é interrompida. É o tempo de os reunir para marcar a criação e tratar da higiene e da saúde de todos.
É A RAPA DAS BESTAS.
Quem tem a felicidade de estar presente assiste ao mais profundo manifesto da relação do homem com a natureza. Tudo se conjuga: os montes, os animais, O Homem. Chega a ser comovente o apego e o amor de toda aquela gente por tudo o que a rodeia. E não se sabe se os cavalos são pertença dos donos se são estes que pertencem aos cavalos.
E não falta o arraial. Tendas, churrasco, mirones. O eterno polvo à galega. E vinho, muito vinho.
Galiza Minha Galiza!
Desde a Guarda até Baiona, Desde o Rosal até Nigran. Desde Tominho a Gondomar. Chamam-le a Serra da Grova, do Galinheiro e outras tantas coisas.
O primeiro Curro é na Valga, depois Torronha, depois Mougás, depois Morgadanes, depois S. Cibrão.
No segundo domingo de Julho é no Galinheiro.
De um ano em Torronha estas fotografias

O Polvo sair do caldeirão










A Adelaide na máquina.
Na mesa, eu e o Ernesto do Artilheiro, o Pedro ao lado de um parceiro de ocasião, galego de Óia a despejar a garrafa. Na mesa o prato, de madeira(!!!), com o respectivo.
Duas curiosidades. Uma é de que a ASAE não anda por aquelas bandas, a outra é que o vinho era branco. Normalmente é aquela pomada tinta de Barrantes


 Primeiro estão dispersos






Outros andam perdidos











Normalmente os filhos acompanham as mães


Mas logo chega a hora de correr para os curros











E o pessoal abre alas.













E o curro enche.










E fica assim.











































Ou assim. Que isto mais parece um motivo daqueles tapetes que se dependuram nas paredes. Mas não é. É o manto castanho do dorso dos animais compactados no curro. Entre eles não cabe uma palheira

Das crias tresmalhadas é necessário descobrir as marcas naturais, daí concluir a progenitora para decidir quem é o dono.










A todos, um a um, se lhe cortam as crinas.




















 
Mas, para  apanhar um a um, é necessário suar. Tanto eles como elas!


E depois há destas imagens. Sem comentários

                                                                  
 
 Este ficou assim logo que soube que nos íamos embora.

Mas logo ficou mais bem disposto quando lhe dissemos que, no ano seguinte, voltaríamos.












Texto do TONE DO MOLEIRO NOVO num dia dedicado aos burros.

Sem comentários:

Enviar um comentário