"A dor não permite o esquecimento. Quando deixa de doer, deixamos de Pensar." Afonso Cruz
O caminho mais curto para a morte é o esquecimento.
Isto digo eu. Procurem que se num encontrarem antecedente, é um inédito. E poderão então explanar a vossa cultura numa qualquer explanada ou à mesa de um qualquer tasco informando os embasbacados companheiros de copos que a coisa é do Tone do Moleiro Novo.
Encontrei em Miguel Esteves Cardoso algo aproximado
"Para esquecer uma pessoa não há vias rápidas. Não há suplentes. Não há calmantes, ilhas e viagens. Livros de Poesia, copos ou amigos. Só a lembrança. Dor ou lentidão.
Com intervalos no meio, para retomar o fôlego"
Basta retirar uma pessoa para que o texto passe a universal.
Só morre aquilo de que nos esquecemos.
Só morre aquilo que a memória já num alcança.
Talvez que um dia, algum antropólogo ou qualquer outro entendido, diga:
- Nas Argas era assim.
Mas nas Argas ainda é assim.
E ontem 31 de Janeiro de 2025 Santo Antão teve visitas inesperadas.
E as Argas estiveram lá de Corpo e Alma.
Mas as Argas, que também são os mortais que ficam, cuidando dos seus mortos, fizeram um intervalo para retomar o fôlego para continuar a cuidar dos vivos e do "Bibo".
No regresso passei por Arga de Baixo.
O rebanho recolhia.
Os patos e as galinhas enfiavam-se na abertura do portal, deixando o caminho onde tinham passado o dia!
Há mais de cinquenta anos que me habituei a esta imagem.
Para mim as ARGAS são eternas!
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