sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Clemente Pedro Nunes

VER

 https://www.youtube.com/watch?v=vmNLfEPgjCk

Deste Senhor foi publicado no JN em 10 de Fevereiro de 2025 um dos melhores textos que encontrei sob o tema 

CÍRCULO DE ESTUDOS DO CENTRALISMO O INTERIOR





















                       Comentários a este texto com as minhas homenagens. 

O texto vai a negrito.

Os meus comentários a vermelho

(alguns de raiva)


Lutar pelo desenvolvimento de todo o território nacional é um dever de todos os portugueses e, por isso, tenho muito gosto em participar nesta excelente iniciativa.

Sim. O dever!!! Mas não é isso que têm sido as politicas adoptadas pelos diferentes governos

Para garantir o desenvolvimento com coesão territorial, é urgente desde logo inverter as políticas públicas que nos últimos anos hostilizaram quem vive e investe no Interior rural, e em especial nas zonas do minifúndio do Norte e Centro.

De facto! Mas a retórica é precisamente ao contrário. Tudo o que se tem feito é que é a favor do interior-Dizem!!! E o minifúndio gera muita confusão nas cabeças apenas abertas para os grandes espaços e grandes herdades.

É chocante verificar que, na sequência do trauma nacional provocado pelos trágicos incêndios rurais de 2017, o resultado prático das políticas públicas entretanto tomadas foi o de massacrar ainda mais as populações do minifúndio com uma política de coimas e restrições burocráticas sem qualquer enquadramento estratégico.

Realidade. Num se aprendeu nem se apreendeu nada. Ver p.e. o relatório sobre esses mesmos incêndios onde não se vislumbra uma medida que seja no sentido que o autor aponta no seu trabalho

https://www.parlamento.pt/ArquivoDocumentacao/Documents/Incendios_Outubro_2017_Relatorio.pdf

A louvável iniciativa do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de celebrar o Dia de Portugal de 2024 nos concelhos mártires de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos infelizmente não conduziu ainda a nada de concreto.

O Presidente não é o governo e este (estes) nunca se interessaram verdadeiramente pelo interior.

Parece existir uma grave falha de decisão relativamente ao Interior rural. E essa falha é evidente no mercado político, em que os governantes se preocupam excessivamente com os grandes centros urbanos do litoral, pois é aí que vivem os eleitores que dão os votos que permitem conquistar o poder!

Num parece! Existe mesmo, sempre existiu. Portugal é um país rural governado por políticos com mentalidade urbana.

Ver https://www.dgterritorio.gov.pt/download/folheto/folheto_cos_lq.pdf

Mesmo que os votos estejam concentrados no litoral nada, aos governantes, os impediria de olhar o interior e dar-lhe a importância que este tem no equilíbrio e até independência, nacional. O desafio de desenvolver Portugal com coesão territorial exige um novo paradigma das políticas públicas destinadas ao Interior rural.

É evidente que sim. Mas isso da coesão territorial e do desenvolvimento rural nunca foi objectivo de nenhum governo desde a nossa entrada na CEE. Antes pelo contrário.

A gravidade da situação a que se chegou, aconselha que se crie uma drástica discriminação positiva transversal relativamente a todos os que trabalham e investem no Interior.

Duvido que haja alguém no governo que tenha a mínima noção dessa gravidade. Como sempre aliás. Conte-se a história recente do PRR e conclua-se do que este adiantou nesse sentido.

O estímulo à atividade empresarial é a melhor forma de criar empregos sustentáveis no Interior rural, fortalecendo o tecido socioeconómico nessas regiões.

Mesmo assim acontece que as empresas devido aos seus objectivos, quando se estabelecem no chamado interior concentram-se por sua vez nas sedes de Concelho ou nos polos de desenvolvimento local. Pouco contribuindo para a ocupação do espaço rural. Contribuindo para replicar no interior aquilo que se quer combater.

Em especial reforçando a malha das pequenas e médias empresas aí existentes, o que estimula o empreendedorismo das novas gerações, que assim têm motivos para se fixar nestas regiões duramente afetadas por uma acentuada desertificação humana.

Ver comentário anterior

Para esse efeito, a taxa de IRC que se aplica às PME com atividades no Interior deve ser reduzida para 5%, até um limite de 100 mil euros de lucros tributáveis. Igualmente o IRS de quem trabalha no Interior deve ter taxas reduzidas, à semelhança do que já se faz para os jovens.

Sim estes incentivos ou ainda mais. Mas não chega. Há que paralelamente actuar noutro sentido!

Em termos de políticas setoriais, e dado o trauma provocado pelas tragédias dos incêndios rurais de verão, a prioridade terá de ser a instalação duma rede de parques de recolha de biomassa localizados nos concelhos de maior densidade florestal.

Sim mas principalmente que os proprietários e os residentes no mundo rural sintam o valor dessa biomassa. Mas o aproveitamento da energia produzida pela Bio massa também diz respeito e principalmente, àprodução de energia elétrica. E eu ouvi da boca de um Professor da Universidade do Algarve assumir que era contra as incineradoras. Isto no Encontros dos Baldios em Vila real 2022

O investimento necessário deve ser apoiado com verbas do PRR e do Portugal 2030, e a sua operação deve ser financiada pelo Fundo Ambiental para que os proprietários rurais que aícoloquem biomassa possam receber uma compensação financeira pelos custos da respetiva recolha e transporte.

Se assim é e eu defendo que o seja, porque é que não é paga aos proprietários o valor relativo dessa energia.???

Mas sabe-se qual é a política da prevenção…

- LIMPEM – Se não...multamos.

Ver lopesdareosa: LIMPEM

Ninguém diz: -LIMPEM que recebe uma compensação por essa limpeza:

Ver https://lopesdareosa.blogspot.com/2023/06/esta-publicacao-no-dia-12-de-junho-de.html

Sendo estes proprietários obrigados, por lei, a cortar, a suas expensas, árvores e arbustos nas zonas de proteção de estradas e aldeias, é urgente que isso seja integrado numa estratégia que envolva todo o Interior rural, e duma forma economicamente sustentável.

Está tudo dito atrás! Se a actividade de toda essa gente, do tal mundo Rural, fosse compensada, seria uma forma de evitar que essa gente abandone o território.

Estes parques permitirão também que esta biomassa seja depois vendida nas melhores condições, beneficiando o conjunto nacional.

Menos fogos, menos intensidade, menos prejuízos com o aproveitamento do valor da energia assim obtida e por isso não desperdiçada a aquecer os tomates a São Pedro.

https://lopesdareosa.blogspot.com/2025/01/hao-de-ir-longe.html

Desta forma evita-se a propagação dos incêndios rurais, retirando dos terrenos o material combustível em excesso, pelo que estes parques são essenciais para que o nosso país alcance o objetivo político da neutralidade carbónica em 2050.

Idem Idem aspas aspas

O desenvolvimento de Portugal só se pode fazer fomentando as potencialidades do Interior.

E quem ocupa o território é a gente de carne e osso. São os agricultores com a sua ligação ao monte, ou seja, à floresta.

O que fizemos até agora!

Despovoamos as aldeias. E depois há 800 000 alojamentos vagos.

Destruímos o tecido social que cuidava das aldeias.

Destruímos a agricultura familiar e local.

Vamos depois, dizer que falta habitação promovendo habitação onde já há gente a mais!

Destruímos solos agrícolas para depois dizer que a agricultura não é rentável.

Aprovamos uma nova lei dos Solos que não indo alterar o tal paradigma, vai agravar o que está!

Promovendo mais construção em áreas onde não se deveria construir mais.

Todos os portugueses, incluindo os do litoral, só têm a ganhar com políticas que aproveitem tudo o que o Interior tem para oferecer, em termos económicos e ambientais

Sim deveria ser um, senão o, desígnio nacional a implementação de políticas que levassem á ocupação do território e atenuasse a litoralização do País. Mas tudo é estruturado para que tal não aconteça!

Afife, 13 de Fevereiro de 2025

António Alves Barros Lopes


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