sábado, 18 de setembro de 2021

O "COUTO" DE VÍNEA e seus vinhedos!

 

O “COUTO” DE VINEA E SEUS VINHEDOS

No seguimento de

https://www.facebook.com/antonio.alvesbarroslopes/posts/6091469184256602

e de

https://lopesdareosa.blogspot.com/2021/09/prosapias-areosenses-ou-talvez-nao.html

 Outra preciosidade









Ena! Ena!

A prosa está a subir de nível

Encontrado em https://www.facebook.com/ruimmesquita em publicação de 14 de Setembro de 2020 ás 08H57

Citação

“Vamos debater o futuro de Areosa, com ideias e projetos viáveis e realistas, tendo como ponto de partida não o trabalho desenvolvido pela minha equipa há oito anos mas desde o Couto de Vinea. Cada um de nós é uma pequeníssima parte deste grande vinhedo que remonta a esse Couto e a grande riqueza do nosso património (histórico, etnográfico, hídrico, natural, edificado…) é a soma dessas pequeníssimas heranças que se construíram ao longo dos séculos, e que herdámos: a Areosa. Porque a herdámos e ou adotamos, temos o dever de melhor a entregar às gerações vindouras.”    Fim de citação

 Mãe do Céu! O português é uma língua traiçoeira!

- Então a equipa do nosso conhecido Rui Mesquita não só desenvolveu trabalho, (em Areosa) desde há oito anos como também desde o tal “COUTO” de Vinea??! 

– É obra!

Mas já que há muita preocupação em entregar o nosso património que herdamos (histórico, etnográfico, hídrico, natural, edificado…) ás gerações vindouras, seria bom recuar um pouco mais na história e remeter antes do tal “Couto” de Vinea ao PAGUS OVÍNEA.

E já que a história é para ser contada ás criancinhas da EB1 sugiro então que se comece a contar desde o tal PAGUS OVINEA

Que tem mais a ver com ovelhas que com as latadas do Couto de Paredes, na Meadela. Que as deveria ter dentro da sua tapada!

Remeteria para Almeida Fernandes para o Padre Lourenço Alves ou mesmo para França Amaral que identificam essa Paróquia Suéva com a povoação que existiu no nosso monte.

Ouçamos Almeida Fernandes:

Ovínia

. Vinha (f. Areosa, c. Viana do Castelo). Numa freguesia ondenão há, nem nunca houve, a «vinha» (prova de que o topónimo Ovinia nadatem com este nome), é Vinha a antiga designação paroquial da atual Areosa, paróquia residual de Ovinia; e conserva-se ainda tal nome no título da igreja (Santa Maria de Vinha, designação da freguesia ainda muito depois do séc.XIV), bem como numa pequena obra do mar, em face da igreja.

 Não pode haver a mínima dúvida na correspondência.

Corrobora-se esta na divisão eclesiástica (arcediagado) Terra de Vinha, cuja correspondência civil estava na Terra de São Martinho, outro eco da Suévia paroecitana.

 A civitas Ovinia deve, pois, ter sido a famosa Cividade ou Cidade Morta de Santa Luzia, no afamado monte que cobre o local e Viana.

 Fim de citação

Ou seja a Citânia de Santa Luzia. Localizada dentro do Monte de Areosa, aforado em 1825 aos moradores de Areosa por D. João VI e em cima da qual existiu a Bouça de Santa Luzia, localizada em Areosa e pertença de diversos Proprietários de Areosa.

Conforme testemunho de Abel Viana, terreno comum ( Baldio) desse espaço que era dividido em sortes e rematado o seu roço anual pela Junta de Freguesia de Areosa, como era  costume.

Hoje o espaço foi usurpado por uma entidade estranha a Areosa. Areosa que o deixou de tutelar.

Mas continua em Areosa.

E essa seria a tal história a ser defendida e ensinada ás criancinhas da EB!

Mas não foi isso a que assisti quando vi e ouvi no tal Processo dos Limites. Aí ouvi o  historiador Antunes de Abreu declarar que a Citânia de Santa Luzia nunca foi de Areosa. E isto sem que os nossos advogados reagissem a essa enormidade. (Tal como a outras)

E mais espantado fiquei com a decisão do TAFB que caucionou todas as fantasias  das testemunhas Antunes de Abreu e Cruz Lopes, quando eu próprio enviei, em abril de 2018, á Autarquia Areosense e ao nosso Advogado, um documento ( 50 páginas) com tudo que eu entendia que deveria constar nas Alegações Finais onde “tapava” essas e outras invençõs das testemunha do outro lado!

Acontece que desde a data do conhecimento da decisão do TAFB -15 de Julho de 2021-  já publiquei a minha posição e também a posição da Autarquia que me chegou a informar que iria ser realizada uma reunião de Assembleia de Freguesia para discutir o assunto.

Nada aconteceu no entretanto até que reparei que no Programa eleitoral do PS nada constava sobre isso.

Chegado aqui e de espanto em espanto, ouço no debate havido em 16 último na Rádio Afifense, o candidato Rui Mesquita trazer o meu nome á baila. Isto  referindo-se a um contexto em que houve uma reunião, na Junta de Freguesia, em que estiveram presentes várias pessoas além de mim. E não percebi a razão desse destaque!

É que a Autarquia Areosense já em mais que uma circunstância se tinha marimbado para os meus contributos.

E não vou falar no famigerado caso do Topónimo GRUFE em São Mamede.

Apenas pergunto que uso teria sido feito aos dado que enviei, minhas achegas para as tais Alegações Finais.

Referiu-se também, várias vezes, o candidato Rui Mesquita que  a sua gestão autárquica teria “herdado” o processo (do tempo do Gama) e que o Advogado inicial  tinha saltado fora. E que em cima do acontecimento houvera que recorrer “à prata da casa” referindo-se, desta elogiosa maneira, aos advogados que tomaram conta do processo, cuja competência se pode aquilatar pelos resultados!

Em primeiro lugar essa da herança (pesada pelos vistos) haveria que ter sido ponderada logo de início. Se a novel gestão Autárquica tivesse entendido que o Processo não valia a pena, deveria ter levado o Assunto à Assembleia de Freguesia e deliberado desistir do mesmo. Não houve essa coragem. Prosseguiram! Contratando novos advogados ( que decerto foram pagos) que em matéria de facto nem lhes passava pela cabeça do que as testemunhas do outro lado estavam a falar!

Isto porque houve de recorrer á tal “Prata da Casa”!

- E então nesta mesma casa não haveria ouro em vez de prata???


- Não existe em Areosa um Advogado chamado Luis Rufo, bem mais traquejado  nessas coisas do “ADMINISTRATIVO”???

 

    Tenho aqui que fazer uma inconfidência mas que poderá ser confirmada pelo Próprio Dr. Luis Rufo.

 

- Ninguém falou comigo.

 

Foi o que Luis Rufo, em tempos, me disse!

 

A dado passo do debate, em que o enxovalho  das testemunhas,  que perpassa na decisão do TAFB, veio á baila, o candidato Rui Mesquita pergunta:

- Foram enxovalhadas???

– Não fui eu que foi de testemunha!

 As testemunhas foram arroladas pelo anterior executivo. (mais ou menos assim)

 

 De facto foram!!!

 

António Pires Barreiros,

Maria da Vinha Fernandes de Carvalho,

Maria Irene Azevedo Gonçalves,

Luis Enes Martins Ruas,

David Caravela Sá Barbosa

Carlos Branco Morais!

 

Limpem-se agora a mais um enxovalho!

 

Pois que se o candidato Rui Mesquita tivesse ido testemunhar a favor do Couto de Vínea, Areosa teria ganho o processo.

 (Reparar que retirei o meu nome da lista de testemunhas. Não por falta de solidariedade, mas apenas porque já estou habituado a enxovalhos)

Mas desse tal debate ficou a garantia, dada pelo candidato Rui Mesquita que iria haver um recurso da tal decisão do TAFB.

(Se o PS ganhar as eleições. Apesar do assunto não constar no programa eleitoral.)

Do que duvido, dado os prazos em que esses recursos têm que dar entrada.  E também pela complexidade e estratégia jurídica que é necessário estudar para elaborar uma coisa com cabeça tronco e membros – e haja quem o faça!

 

Termino com um desabafo.

 

- Pobre PAGUS OVÍNEA

- Pobre “COUTO” DE VINEA

- Pobre IGREJA DE VINHA

- Pobre SANTA MARIA DE VINHA DE AREOSA.

 

- Nem a tua identidade cultural é afirmada ou defendida.

 Tão pouco o teu património histórico, material ou imaterial.

 

E meus amigos.

 

Escrevo isto e não estou a chorar!

 

Enchesse eu de lágrimas o Rio do Pégo nas calmarias de Setembro nem essa água seria aproveitada.

 

Correria da Louzã à Chã de Chaves, saltaria a Lacada,  passaria por São Pedro, atravessaria Silvares e curvaria na Bouça do Lourenço, limava a Cova da Margarida, descansaria nas Cheiras para mergulhar do Pôço Negro ao do Cascudo. 

Galgaria as pontes dessa gente.  

Faria moer o Moinho do Fada, encheria o Poço da Arrinca, teria saudade das poldras da Ferreira. 

Daria banho aos pricipiantes ali no Poço d'Anjo.

Escaparia por baixo da linha do  comboio e dava água ao Pôço da Baeta.


Seguiria ao Rapido e dali ao Gandaral.

 

E chegaria ao mar ali a Sul dos Barrinhos.

 

E o mar engoliria tanta trabalheira.

 

( A minha, neste caso, tem o mesmo destino)

 

Areosa, 18 de Setembro de 2021

 

Tone do Moleiro Novo

 

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