segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Cemitério de Afife em 7 de Setembro de 2025

 Não fui lá no Sábado, dia 6.

Pedro Homem de Mello, com todo o seu bom gosto, escolheu o dia da Senhora da Peneda para nascer!

Sem muito pensar e talvez como homenagem, fui à Gavieira. 

E em boa hora o fiz pois vi com os meus olhos o Desidério a dançar a Cana Verde!

Se Pedro Homem de Mello lá estivesse contaria com mais um argumento para sustentar que o Desidério era o maior dançador do Alto Minho!

Mas ontem, Domingo, parei de novo no cemitério de Afife. Cumprimentei PHM que se encontra a descansar  debaixo de umas pedras que desenham, no seu vazio, uma cruz!

E a minha romagem à Senhora da Peneda termina, por este ano, defronte da campa de Ilda Gomes.

E releio ( em voz baixa para não acordar os de Afife) aquilo que considero o mais lindo texto alguma vez escrito na língua que eu tento falar mas o AO não me permite!

SAUDADE


À memória da querida Ilda Gomes

Viver
É ver morrer os outros?
Triste
Corro o jardim sem cor e sem perfume
E tudo em redor, hoje, ainda persiste
Em vir o mar nos ecos de um queixume
Só as hortenses hoje são humanas
E nada mais nos fala. Nada mais
Havia sol nos bosques de Cabanas
Horas felizes de ontem, onde estais?
Pétalas claras que ela amava tanto
nunca outra flor pudera ser tão bela
Ao vê-las lembro o céu por trás do pranto
Azuis eram também os olhos dela.

P.H.M. 19/9/1962

( Isto escrito por um Poeta de segunda. 
O que não escreveria se fosse de primeira)

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