sexta-feira, 21 de junho de 2024

Alento Danças Ocultas

 






















É o título de um livro da Assírio & Alvim de 2003 e tem tudo a ver com os DANÇAS OCULTAS, aqueles quatro voluntários de Águeda onde segundo o Artur Fernandes existe um micro clima cultural.               De facto!

Também se poderia dizer que se trata de DANÇAS OCULTAS pois de facto fui um dia ter com eles a uma aldeia do Caramulo onde assisti a um baile que poderia descrever como o Baile das Argas lá do sítio.

E manifestei-me sobre a felicidade da escolha para nome de um "conjunto" dedicado a tocar concertina! Caso único, nessa altura, em Portugal. Mas não por acaso aparecido em Águeda. Tudo no rasto do Cancioneiro do Tio Armindo, da terra das filarmónicas e parceiros do Hernâni Castanheira.

De facto na nossa tradição e desde que fizemos da concertina coisa nossa, esta raramente saiu das danças para apenas sublinhar uma cantiga ou mesmo uma singela música.

Quando uma concertina toca é porque lá por detrás está uma dança.

Explico! Quando o tio Benigno de Gondarém tocava a Gôta, a Francesa ou a Peseta estas coisas eram danças. Quando o Nelson de Covas ou o Artur de Dem tocavam a Góta ou o Velho e a Velha, estas coisas eram danças. Quando as concertinas abrem e fecham no Trasladário nos Arcos, na Roda do Urca na Barca, na Peneda... decerto que haverá, por lá,  uma Cana Verde.

Ou seja há sempre uma dança oculta quando se dá aos foles.                Daí a verdade do nome escolhido.

Para reforçar a ideia as concertinas do Grupo sopram uma Dança Ideal.

Ver 

https://lopesdareosa.blogspot.com/2014/12/os-crimes-do-acordeao.html

E o meu amigo Artur Fernandes, para meu encanto decidiu meter na posteridade esse nosso encontro no Caramulo e essa minha observação. Foi em Fevereiro de 2003. e deixou no Alento estas paginas


E neste livro perpassam os alentos, o bafo,o bafejo o hálito  o fõlego o sopro que aquele irresponsável grego chamado Éólo encerrou nos foles da concertina. Qual odre de ventos  libertados por festas e Romarias.

Daí que chamem a estes instrumentos aerofones pois se "alimentam" de AR. Para realçar essa característica 

Um dia numa apresentação em àgueda o Victor Fernandes, irmão do Artur desafiou a assistência perguntando se na Lua se podia tocar concertina.

Todos disseram que não. Todos menos um - O Lopesdareosa

Pode-se tocar concertina na Lua. Sim Senhor!

- Pois é por lá que andam todos os Tocadores de Concertina.

Acontece que por um golpe de sorte daqueles que não se explicam, encontrei na Galiza mais precisamente em Tuy este livro


que três anos antes fazia as mesmas considerações em relação à Gaita Galega. Num Alento, que faz andar as gaitas, comum às concertinas e às Galegas. Estas também NOSSAS pois é a história que nos conta. Desembarcaram no Brasil com o também nosso Álvares Cabral. As outras, as diatónicas, tendo vindo de Viena foram adoptadas pelos Galegos do Sul.

O texto Galego distingue-se por ser mais prático e menos poético, que também o é, que o texto o dos de Àgueda!

Publicação em Construção





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