segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

OS CRIMES DO ACORDEÃO

Este livro é um espanto!

Não sei como é que a autora coleccionou tantos dados. Está lá tudo. As origens, o acordeão que não era VERDE mas era verde. Castelfidardo. As viagens, a afinação, os afinadores, as ferramentas, o diatónico que, ao contrário do que muito boa gente pensa, não significa um som pra dentro e outro pra fora! As diferentes culturas por cujas mãos foi passando a caixa do inferno, umas vezes roubada, outras vendida e comprada, outras perdida e achada, até que por fim estilhaçada por um camião qualquer depois de ter sobrevivido quase um século na tragédia da imigração em La Mérica!



Na capa um moço tocador. Talvez Siciliano mesmo!

Só faltou à autora colocar o instrumento nas mãos de um Português. Gente que como todos os povos humildes da Europa e não só, o adoptou e ao qual adaptou os Viras, as Chulas, os Malhões, as Canas Verdes as Gotas!

Tantos testemunhos!
Harmónio na Primeira Guerra Mundial


Embarque para Angola. Quase que apostava que era um Vira o que tocavam e dançavam!
Foto em http://bloguedominho.blogs.sapo.pt/tag/primeira+guerra+mundial




Aldeia Francesa festa com a população 14 de Julho. Lá estão os harmónios com um cordofone que parece uma guitarra portuguesa. Da mesma fonte.


Tocador de Harmónio imagem em
http://etnografiaemimagens.blogspot.pt/2012/12/instrumentos-musicais-tradicionais.HTML

Américo Quaresma - Arouca - Gente feliz!






































No filme Maria Papoila, lá estão as caravelhas do velho harmónio

O tocador do harmónio que não era tocador. Era um atleta do Algés e Dafundo salvo erro!

António Taboeira de Cantanhede. Imagem abaixo, encontrada  em http://gandrasmexicocostarica.blogs.sapo.pt/2011/04/




Esta fotografia encontrei-a em http://cintraseupovo.blogspot.pt/2010/05/instrumentos-da-regiao-saloia.HTML

Um alentejano de nome Bernardo Lopes Póvoa























Nelson Vilarinho, Alto Minho.





















ah!
- Há o Hermeto Pascoal brasileiro sem palavras em https://www.youtube.com/watch?v=jxh6gbohJLs



Mais recentemente dei de caras com um outro italiano, este   deste tempo que bem poderia ser bisneto daquele outro (talvez Siciliano) da capa do livro.
Chama-se ALESSANDRO GAUDIO é italiano de Sapri na Região de Campania
















Pra ver o que isto significa vão a:
https://www.youtube.com/watch?v=VXvf6-0DVbM


Neste vídeo está bem explicado o que é que significa DIATÓNICO - dois tons.

E o que significa um som para dentro outro para fora - Bissonoro

https://www.youtube.com/watch?v=pryrsUGge-Y
















Acontece que os tocadores portugueses pouco saem de casa e ainda não apareceu o nosso Kepa Junkera. O certo é que nos grandes encontros por esse mundo fora não aparecem. Os irmãos Lopes serão das excepções a  mais notória. A Cana Verde ainda não se universalizou. No entanto já temos muitos que podem ombrear com os melhores. O Ruca, O Delfim Jr. Os Cerquidos, entre outros.
Mas há um que não posso deixar de particularizar. Aliás as parecenças físicas com o italiano Alessandro são notórias! É o Nosso Ricardo Ferreira.


Vejam do que ele é capaz em https://www.youtube.com/watch?v=k4-ubJra9VU


Mais uma referência, a fundamental.
DANÇAS OCULTAS, caso único no mundo, talvez em Portugal!
Crisma genial onde tudo o que se toca tem uma dança escondida! Por detrás de cada concertina há uma dança ideal.

E ao Artur Fernandes que daquele micro clima cultural que é Águeda e da grande escola de concertinas que é a Casa do Rio, me chamou a atenção para o livro Os Crimes do Acordeão.

Em português deveria ser Os crimes das Concertinas já que envenenam as nossas almas!

lopesdareosa


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