quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

VISCA CATALUNHA


Na Carta das Nações Unidas

 Artº. 1

 Os objectivos das Nações Unidas são:
………..
2. Desenvolver  relações  de  amizade entre as nações baseadas  no respeito  do princípio da    igualdade de direitos e da autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao fortalecimento da paz universal.

Não deixa de ser notável que tão importante documento não fale do direito à independência dos povos mas sim no seu direito à autodeterminação.

Dividimo-nos no apoio ou desapoio à independência da Catalunha como se fosse isso que estava em causa e como se fossemos parte interessada no assunto. É evidente que todos temos direito de opinar. Mas o que não temos é o direito de pretender, com a nossa opinião, que os outros não têm direitos.  Ora aqui o que está em questão é o direito a que os Catalães têm de manifestar a sua vontade seja ela pela independência ou não.

Dito de outra forma: 
Eu posso ser de opinião de que a Catalunha não deve ser independente. Mas o que não posso é negar aos Catalães o direito de decidirem!

E o que foi negado à  Catalunha  tanto,  numa aliança curiosa,  pelos opinativos como pelo Governo Espanhol,  não foi o direito à independência mas sim o direito a manifestaram a sua vontade.  – Que até poderia ser contrária a tal desígnio.

Ora tal não aconteceu com a Escócia. A questão é que nem a Escócia é a Catalunha, argumentam, nem tão pouco a Inglaterra é a Espanha - digo eu!

Para ser democrata a Inglaterra nem necessita de Constituição.  
  -   Basta-lhe a Magna Carta.

Mas em Espanha atiram com a constituição à cara dos “independentistas” como se fosse coisa divina que os humanos não pudessem rever.  A nossa, filha da abrilada,  já o foi meia dúzia de vezes!
Portugal reviu a sua para reconhecer, à posteriori,  o Brasil.

Depois se  as constituições fossem  impeditivas de  novas independências não haveria Brasil e caso curioso, ás tantas nenhum dos países latino americanos que estariam grudados à Espanha pela sua Constituição á data da sua independência!

Outro argumento contra a independência da Catalunha é a de nunca ter sido um Estado independente.  
Esta é de cabo de esquadra.  
As coisas antes de o serem não o são!       
As excepções são  a pescada e o meu amigo Amado de Barroselas.

Portugal antes de ser independente não o era!

- E os outros!

Depois essa de não ter sido independente tem muito  que se lhe diga.
A quem isso argumenta que o vá dizer aos historiadores catalãs.
Ou nem é necessário. Perguntem ao Nosso Matoso que relata o casamento do também Nosso Sancho I com Dulce de Aragão que era filha do Conde de Barcelona,  Ramon Berenguer IV e de Petronila de Aragão  cujo enlace (1150)  fez com que a partir daí o Condado de Barcelona se unisse à Coroa de Aragão.


Depois vão saber quem foi o Pai de Ramon Berenguer IV – um tal Raimundo Berengário III Conde de Barcelona, este filho de Raimundo Berengário II, também Conde de Barcelona, que era  filho de Raimundo Berengário I - o Velho, Conde de Barcelona, que era filho de Berengário Raimundo - o Curvo, conde de Barcelona,  filho de Raimundo Borel I Conde de Barcelona, este filho de Borrell II  Conde de Barcelona , que era filho de Suniário I Conde de Barcelona, filho de Vifredo I de Barcelona, filho de Sunifredo de Narbona, Conde de Barcelona, filho de Belo de Carcassone, que dizem que filho de Teodorico Maquir e este de um tal Habibai Bem Natroni, sabe-se lá de onde...

E me informem a quem é que os Condes de Barcelona prestavam  vassalagem  antes da Catalunha se unir a Aragão e depois de se autonomizarem  em relação ao poder carolíngio.

Quando souberem contactem!

Tone do Moleiro Novo I - O Chato.

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