JÁ LÁ VAI HÁ TANTOS ANOS.
o que celebro este dia mesmo sitio mesma hora sem a sua companhia
Sem o brilho e o encanto que no seu olhar havia
quando decifrava o morse que o meu coração batia
E agora sentado à mesa
(tampo de pedra tão fria)
a garrafa e duas taças
uma cheia outra vazia maldigo o sabor do vinho
que certa dor alivia
Tantos anos tantos anos
meu Deus do Céu quem diria
A rosa para ser rosa
tem de ser de Alexandria a mulher pra ser mulher
tem de chamar-se Maria
E não era uma qualquer que como ela seria
Já lá vai há tantos anos
e ainda celebro o dia
mas aquilo com que sonhamos
acordados e de dia
não tendo barro nem cal não passa de fantasia
ou então
é inútil poesia
ou
é mera filosofia
ou ainda
desperdício de energia
(O Tone do Moleiro Novo à espera da Páscoa e da mão de vaca na casa do Artilheiro!)
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