Foi a 7 de Março!
Fico phodido com uma mania, muito antiga, que sempre houve, de tentar reescrever a história.
E então, com as saudades estalinistas que um dia farão aparecer nos manuais que afinal Napoleão ganhou Waterloo!
Isto por causa do que encontro descrito sobre o que foi o Festival da Canção de 1974
Sem qualquer desprimor para a canção "E depois do Adeus" que muito a a propósito foi escolhida para senha do 25 de Abril,
este festival foi uma farsa!
E quem duvidar que fale com o nosso amigo JOSÉ ENES que foi o representante de Viana do Castelo no júri nacional presente nesse festival. E quem disto duvidar que vá ao sitio.
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/xi-grande-premio-da-cancao-1974/
e reveja as imagens.
E o que sucedeu nesse festival está parcialmente descrito em
“Também as canções foram comparadas, de forma depreciativa, com as do ano anterior o que, de alguma forma, alegrou Ary dos Santos, que se encontrava na plateia e que, nesse ano, não tinha concorrido por ter sido apelidado de papa-concursos/prémios pela crítica. Até a canção E Depois do Adeus foi comparada negativamente às três participações anteriores de Paulo de Carvalho (70, 71 e 73), chegando a ser mencionado que o intérprete ganhou o festival com a melodia e o poema mais fracos de todos.
Também não foi muito prezada a votação realizada pelo júri de seleção que escolheu dez das canções submetidas à sua apreciação e, na noite final, ignorou praticamente todas as canções excepto a vencedora. Apenas um dos nove elementos, António Andrade, distribuiu os seus votos por três temas. Esta situação levou a que Paulo de Carvalho considerasse a votação deste júri muitíssimo exagerada (in Diário de Notícias, 8 de Abril de 1974).
Apesar de se utilizar um quadro electrónico para a votação, este deixou de funcionar após a atribuição da pontuação do júri de Vila Real, o que fez com que se voltasse ao tradicional quadro de ardósia, giz e apagador das primeiras edições do concurso. Coube a árdua tarefa a Glória de Matos que teve de subir a um tamborete, sempre que eram atribuídos votos às primeiras canções, uma vez que a respectiva casa do quadro não estava ao seu alcance.
No fim da votação, era patente a grande decepção de José Cid, que terá comentado “Aconteceu o que eu previ: dei uma oportunidade ao júri para colocar na Eurovisão uma canção que, com uma boa promoção, sem dúvida, poderia conseguir a melhor classificação de sempre para Portugal. Assim, vai uma canção com menos força, com menos ritmo que as minhas, características que hoje considero fundamentais” (in Diário de Lisboa, 8 de Abril de 1974).
À saída do Teatro Maria Matos, houve alguns desacatos, tendo
sido chamada a autoridade para acalmar os ânimos, entre a grande
claque de José Cid e dos Green Windows, que levaram estes
artistas em ombros, enquanto faziam sinal de vitória e apupavam o júri de
seleção.
"Apenas um dos nove elementos, António Andrade, distribuiu os seus votos por três temas."
Também não vejo em lado nenhum as imagens do gesto, figurativo da roubalheira, que José Cid ia fazendo durante a votação do Júri de Selecção.
Valha a noticia citada que lá vai testemunhando as cenas de "pancadaria" que houve no exterior do "Maria de Matos"
Pois é meus amigos.
A memória é PHODIDA!
lopesdareosa
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