Isto porque me chegou às mãos um exemplar dos CADERNOS VIANENSES Tomo 36 do ano de 2005 que me foi oferecido pelo meu amigo Ernesto Paço e no qual se encontra um texto da sua autoria
- O POETA PEDRO E A PROSA DE RUBEN A.
Acontece que nesta mesma edição o Nosso e saudoso Francisco Sampaio, escreve um texto...
CENTENÁRIO DE PEDRO HOMEM DE MELO
Pedro Homem de Mello: Poeta Um homem de saberes, um homem de cultura
Acontece também que neste texto Francisco Sampaio comete uma imprecisão que pode levar o leitor a uma conclusão errada do espirito da versão primeira da CANÇÃO DE VIANA texto poético de PHM constante no seu PECADO - 1942
Aqui vai a fala de Francisco Sampaio:
De reparar que é o próprio PHM a dizer que Viana é essa, a dele, a do poema...
Minha terra é Viana - sem dúvida!
São estas ruas compridas são os navios que partem E são as pedras que ficam É este sol que me abrasa Estas sombras que me assustam... A minha terra é Viana...
Ai! este sol que me abrasa E estas sombras que me assustam
E às tantas não seriam apenas as sombras das ruas que assustariam o Poeta.
A mim outras coisas me assustam em Viana.
A História, por exemplo!
- Mas então porque é que no livro PEDRO de 1975 aparece a Canção de Viana com aquela última quadra que não mais é que uma exaltação feérica e "folclórica" que nada em a ver como "amargo" final do texto constante no PECADO.?
Num faço ideia se PHM explicou o acrescento. Eu acho (também sou achista) que foi para dourar a pílula. Belo rima com Castelo e deu muito jeito o crisma da Dona Maria para que Viana ficasse enaltecida na fotografia.
É que muito antes de me aperceber destas "nuances", teria os meus onze ou doze anos, assisti no Barracão dos Touros na Argaçosa a um festival folclórico das Festas da Meadela. E quem o apresentava era precisamente Maria Manuela Couto Viana. E sou testemunha que a ouvi recitar este Poema precisamente com esta tal quadra final.
E estou plenamente convencido que Maria Manuela Couto Viana teve uma influência decisiva na explicação desse acrescento.
É que no meio da exaltação folclórica de danças e cantares, dos vermelinhos de Areosa dos brancos de Perre, dos azuis, dos verdes e dos vidrilhos de Santa Marta, não dava muito jeito terminar a apoteose com um susto!
lopesdareosa
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