sábado, 18 de novembro de 2023

A riqueza das nações

 Eu preferiria para título 

- José Correia da Serra.

Mas "A Riqueza das Nações" é o nome de um livro de um tal Adam Smith...

 "referência do pensamento económico liberal, caro a Cavaco Silva, professor catedrático de Economia."

Citação retirada de 

https://www.museu.presidencia.pt/pt/visitar/museu-da-presidencia-da-republica/exposicao-permanente/galeria-dos-retratos/anibal-cavaco-silva/

E aqui vemos o nosso, que foi, presidente da República a jurar (deve ser) não com as mão (Esquerda nota-se) em cima não na Bíblia Sagrada judaico-cristã mas em cima da Bíblia do liberalismo económico de agora. (Não confundir com o "liberalismo" do D. Pedro III).


- Ora bem se é a Bíblia do pensamento liberal, que interesse pode ter a obra no pensamento Social-Democrata??? 

Mas ao mesmo tempo também está lá, debaixo da mão esquerda, um exemplar da Constituição Portuguesa que ultrapassa, e muito bem, o conceito de liberalismo, para sobrepor as leis sociais acima das leis da compra e venda e do mercado das couves.

É evidente que todos os livros nos ensinam alguma coisa. Nem que seja apenas... História!

No entanto li a Riqueza das Nações, numa edição Inglesa que me foi oferecida pela Edna Holt no finais da década de sessenta. 


Também me ofereceu uma edição da obra completa de Shakspeare. Isto já em setenta.


Esta ainda a conservo. A outra nunca mais lhe pus a vista em cima. (Não. Não é aquela da mesa do Cavaco!) Mais tarde revisitei a obra do Adão já em português.


Acontece que sempre me surpreendi pela importância que se dá ao Senhor Adam Smith. Não encontro no seu longo discurso nada  que eu não tivesse aprendido na casa do Moleiro Novo. Sem que essa gente sonhasse quem teria sido esse tal Adam Smith.

Aprendi com meu pai que não gastava durante um mês mais do que ganhava no fim dele. Também aprendi as consequências do ficar a dever!
Aprendi que a minha nai e a minha avó vendiam os ovos das galinhas no mercado por dinheiro que não chegava para pagar o azeite na Venda do Perrito.

Aprendi que o azeite no Perrito era caro!

Aprendi que para ter mais dinheiro era necessário ter mais galinhas e mais ovos.

E com mais dinheiro trazia-se não só azeite mas também arroz e açucar!

Aprendi que se trabalhava para colher trigo que só servia para pagar a renda das leiras ao senhorio. Aos da Casa das Malheiras, ao Elias, aos da casa do rei.

Aprendi que havia gente que vivia da renda e outros do trabalho.

Ouvia dizer - De que vive fulano?? - Não o vejo a trabalhar!
-  Ai fulano não trabalha. Vive dos rendimentos.

O que queria dizer que essa dos rendimentos do trabalho nunca existiu.

A compensação do Trabalho é um Ordenado é um Salário. Nunca um rendimento.

( Trabalhei nos ENVC que tinha um departamento chamado OEDENADOS E SALÁRIOS - do nosso saudoso Carlos Alves. Nunca soube de qualquer departamento denominado do RENDIMENTO DOS TRABALHADORES dos ENVC)

É só uma invenção moderna do fisco para sacar a quem trabalha.

Aprendi do meu avô o valor das vacas. Regressava da feira a vociferar contra os mancomunados dos contratadores que só queriam pagar vinte notas quando a Vermelha valia trinta!

Aprendi que os manhosos dos madeireiros arrematavam vinte pinheiros e cortavam trinta. Se não fosse da contratada cortavam no vizinho!
Aprendi  o custo do trabalho de montar e apertar os aros nas rodas do carro das vacas. O Pachano não fazia o trabalho de graça!

Soube de quanto se pagava ao Ferreiro d´Anha pelo pico das foucinhas.

Talvez que lendo Adam Smith se fique a compreender porque é que 
se ia à casa da vizinha pedir brasas para acender o lume.

O meu avô ensinou-me que se não se pagasse a décima a bouça era penhorada!

Lembro de ter lido do Adam Smith que quem abre uma padaria não é no intuito de matar a fome ao mundo mas sim na perspetiva de um possível lucro! (mais ou menos assim).

O que leva a concluir que, para AS, obrigações sociais...isso é com os trabalhadores. Esses é que têm de matar a fome ao mundo.

Ora não é  em cima do liberalismo económico que assenta o meu conceito de como a sociedade se deveria organizar. Fica para outra conversa.


No entanto e quanto à Riqueza das Nações e reparem que o titulo, consta NATUREZA E CAUSAS.

Encontrei o Nosso José Correia da Serra, nas Memórias Económicas da Academia Real das Ciências,



que no discurso  preliminar afirma:



 

Como o Adam é anterior  treze anos ao Correia, talvez o Correia tenha lido o Adam.

Pena que não se leia o que o nosso Correia da Serra escreveu!

lopesdareosa




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