sábado, 9 de outubro de 2021

A ideia que a classe dirigente tem do mundo que a rodeia.

 Já me referi a este assunto em:

https://lopesdareosa.blogspot.com/2011/06/ministerio-da-agricultura-ambiente-mar.html

E também em:

https://lopesdareosa.blogspot.com/2015/11/acabar-com-ruralidade-por-decreto.html

Há uns dias publiquei:

https://lopesdareosa.blogspot.com/2021/09/no-rescaldo-do-caldo.html


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E volto hoje ao assunto pois que encontrei no arquivo uma notícia do ano 2014 e que aqui vai:

Câmara Municipal organiza Ano Internacional da Agricultura Familiar

18 Março 2014

A Câmara Municipal de Viana do Castelo vai comemorar o Ano Internacional da Agricultura Familiar com um vasto conjunto de iniciativas durante todo o ano. O lançamento/inauguração está agendado para o próximo sábado com diversas iniciativas no Mercado Municipal de Viana do Castelo.

Assim, no próximo sábado, pelas 10h00, está previsto o Feirão "Sabores da Nossa Terra" com a participação dos produtores agrícolas do concelho e que marca a inauguração oficial do Ano Internacional da Agricultura Familiar. Pelas 10h30 e pelas 15h00, decorre a " Hora do Conto" com o “Alimentação Saudável” de Daniela Silva, desta vez a decorrer no primeiro andar do Mercado Municipal e não na Biblioteca como normalmente. De destaque ainda para o showcooking “Sabores da Nossa Terra” com o chef Mário Rodrigues e a equipa “Mãos na Massa” pelas 11h30, no Mercado Municipal.

Ainda no Mercado, decorre uma Sessão de Esclarecimento "O enquadramento e a obrigação contributiva dos produtos agrícolas" por João Vieira e Carolina Silva (Segurança Social) e "IVA e IRS - esclarecimento no âmbito da atividade agrícola" José Cadilha (Direção de Finanças). Às 18h00, decorre uma degustação e exposição dos “Sabores da Nossa Terra”.

Exposições, “Conversas de Fim de Tarde”, oficinas de aprendizagem, projetos pedagógicos, concursos, feirões e mostras pedagógicas fazem parte da programação anual destas Comemorações, organizadas pelo Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental.

Recorde-se que a Assembleia das Nações Unidas proclamou 2014 Ano Internacional da Agricultura Familiar. A agricultura familiar é uma forma de garantir a produção agrícola e silvícola, assim como a pesca, o pastoreio e a agricultura, gerida e dirigida por uma família que na sua maior parte depende da mão-de-obra familiar não assalariada, tanto de mulheres como de homens. A família e a exploração estão vinculadas, coevoluem e combinam funções económicas, ambientais, reprodutivas, sociais e culturais.

Gabinete de Imprensa
Câmara Municipal de Viana do Castelo

De facto a coisa aconteceu mesmo e eu, na altura, nem dei por ela!                                            Mas houve notícia do acontecimento.




















Tratou-se então de celebrar o tal ano internacional da agricultura familiar, convocando os agricultores de Viana do Castelo para ficarem a saber em que é que consistia essa coisa da AGRICULTURA FAMILIAR. 

Logo à partida a ARAAM 

- Associação dos Agricultores do Alto Minho se propunha:

"...apoiar e organizar os agricultores a fazerem face e a combater as novas regras fiscais...exigências que prejudicam a pequena agricultura e a economia rural."

- De facto sabem que foi lá explicar o que era a tal Agricultura Familiar???

- E o que era necessário pra que a Familia se dedicasse à lavoura???

- Um engenheiro agrário?  - Não!

- Um hortelão??? - Não

- Um técnico de instalação de estufas em áreas de alto valor paisagístico???                                                  Também não!

- Um lavrador??? - Não!

- Um projectista de matadouros em espaços non edificandi??? - Não!

- Um engenheiro Florestal?  - Não!

- Um especialista em transformar um lote de terreno agricola, numa entulheira?? -             Também não!

Quem lá foi explicar essa coisa da Agricultura Familiar, foram....

Os técnicos da Autoridade Tributária e da Segurança Social!!!

E a consequência dessa sessão de esclarecimento foi o entupimento dos serviços nas Finanças e na Segurança Social com as longas bichas de  pessoal a inscrever-se.

À frente das quais se encontrava o nosso atacante dos mouros que decerto tem todas as suas obrigações fiscais em dia para se dedicar à horticultura alí para os lados de Figueiredo!

E como a este evento também assistiu o então Presidente da Câmara, José Maria Costa, que está de saideira, é natural que na senda do seu antecessor se vá dedicar à lavoura e para tal vá a correr ás Finanças para se legalizar!

Sim porque agora para ser agricultor é necessário estar legalizado pois existe a agricultura ilegal. 

Veja-se agora uma outra notícia.

















E eu que julgava que tratar de um quintal, cultivar uma leira, criar galinhas, engordar um porco, cuidar de uma sorte, semear batatas, semear couves...fosse uma obrigação, familiar e geracional, chego à conclusão que agora é preciso...

...LICENÇA!

Que se cuidem os ex presidentes de câmara e todos aqueles que ainda vão semear batatas na próxima primavera. Tenham o cuidado de se acautelarem com a polícia. Se forem apanhados a prantar couves e não estiverem inscritos nas Finanças... vão presos!

Mas para quem julgue que essa coisa de acabar com a ruralidade por decreto é delírio do Tone do Moleiro Novo vou dar-lhes a prova da própria evidência.

Agricultores ficam sem apoios após união de Freguesias!

Ou seja, os rurais de Santiago de Bougado ao lado da Trofa, deixaram de o ser - rurais - só e apenas porque aquela aberração da Lei do Relvas uniu o Santiago a São Martinho de Bougado onde se situa o centro urbano da Trofa.

E vai daí corta-se os apoios aos de Santiago dado que do dia para a noite os rurais passaram a ser urbanos!


Resta saber se a tal Lei das uniões de freguesias alterou a fisionomia rural de Santiago!

- Mas querem mais???

- Lembram-se daquela propagando do Estado Novo, à casinha portuguesa concerteza com aquela família alegre e feliz e aquele espaço limpimho e cheiroso daquele quadro tão desdenhado pela nossa intelectualidade prugressista???

AQUI VAI:


A mãe tinha o caldo pronto. O Pai regressava do trabalho e os filhos exultavam com o regresso do patriarca a casa -     arrumadinha, limpa e pavimentada.

Aqui pergunto-me se não era então o desígnio de todas as familias em portugal. 

Ainda me lembro do meu pai e meu avô
cimentarem o chão da cozinha, que era térreo ainda nos inícios dos anos cinquenta!

COMPAREM AGORA com a propaganda desse tal encontro de esclarecimento da Agricultura Familiar.


Linda esta agricultura familiar.
 
Ele são bacas. Ele são galinhas. Ele são porcos.                       Ele são coelhos!

Ele de albaiolos e a miúda também.  

O rapaz segura um cesto de qualquer coisa.... - devem ser espinafres!

A matriarca empunha, decidida e alegre, uma forquilha.

A pá do familiar agricultor é uma pá de gente, basta-lhe a dimensão do cabo!

E aquele apelo encoberto ao trabalho infantil, da miúda segurando uma espécie de gramanha, terá feito com que os negacionistas ficassem à beira de um ataque de nervos.

Se o Salazar visse este cartaz, converter-se-ia ao prugresso.

Pois é esta precisamente a imagem que, desde tão louvável iniciativa,  se pode observar em todo o Alto Minho.

 Só Areosa, Carreço e Afife é que ficaram para trás. 

Mas agora com o PIERARCA é que vai ser!

( Estou a citar. E não me puxem pela língua!)

tone do moleiro novo

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