terça-feira, 12 de março de 2019

Colonialismos

A coisa assanhou o ano passado por alturas em que alguém propôs que se havia de instituir um Museu das Descobertas.

Deu direito a um directo de prós e contras!

A coisa está explicada em:

https://www.publico.pt/2018/07/13/p3/cronica/sim-ao-museu-das-descobertas-para-que-a-historia-nao-se-repita-1835842

que invoca:

"Acrescentam as vozes de protesto que a execução de um Museu “das Descobertas” (coloquemos então umas aspas) só é exequível na condição de o mesmo ser única e exclusivamente dedicado à penitência do povo português em nome de um perdão do tamanho de 500 anos: o perdão pela escravatura."

Remetendo para:

https://www.publico.pt/2018/06/22/culturaipsilon/opiniao/nao-a-um-museu-contra-nos-1835227

Outros foram mais longe e garantiram que fazia parte do nosso dever reconhecer que  Portugal foi tão colonial e violento quanto os outros!Ver: 

http://www.buala.org/pt/cara-a-cara/reconhecer-que-portugal-foi-tao-colonial-e-tao-violento-quanto-os-outros-faz-parte-do-no

Pela leitura destes e de alguns outros, teriam os portugueses de agora que, quais Sísifos modernos, arrastrar  com o pedregulho das nossas lusitanas culpas, monte acima, até ao último dia do Universo e mais além se o houvesse, redimindo assim nesse auto flagelo eterno as atrocidades cometidas pelos nossos antepassados. "...penitência do povo português em nome de um perdão do tamanho de 500 anos: o perdão pela escravatura."

- Mas terá sido Portugal tão colonial e violento quanto os outros???

- Não haverá então qualquer coisa de exclusivamente portuguesa que nos traga uma réstia de felicidade no meio de tanto sofrimento de tanta expiação, de tão profundo sentimento de culpa e de auto comiseração.

Vou pensar um bocado pois encontrei nos meus arquivos um texto de Mia Couto, escritor moçambicano, publicado no PÚBLICO de 30 de Abril de 1999.



E pensei que, de facto, quando nos referimos ao processo de descolonização, que dizem ter acontecido logo após a Abrilada, não reparámos que verdadeiramente não se tratou de descolonizar o que os portugueses tinham colonizado.  Por outras palavras não houve descolonização pois verdadeiramente não houve colonização.

Do que se tratou foi da independência daquilo que se convencionou chamar de Colónias ou mais modernamente Províncias Ultramarinas em ambos os casos consideradas "nossas". Submetidas sim a um regime chamado "colonialista" em muitos casos violento e repressivo com a escravatura à mistura. É verdade!

Ora, efectivamente os portugueses colonizaram a Madeira e os Açores. Cabo Verde e São Tomé e Principe também. Mas nunca colonizaram a Guiné, nem Angola, nem Moçambique, nem Timor. Tão pouco Macau ou o Estado da ìndia.

Se o tivéssemos feito os alienígenas se teriam sobreposto aos indígenas e estes ou teriam  desaparecido no extermínio e mestiçagem  como na Argentina, ou dizimados e reduzidos em reservas como nos EUA.

Acontece que a palavra colonização se ajusta tanto aos EUA como à Argentina. Mas nestes casos quem declarou a independência foram ... os colonos!!!

( No Brasil a coisa foi parecida mas não tanto. Ainda hoje há comunidades índias vivendo em seus territórios e segundo os seus costumes ancestrais. Isto apesar das atrocidades de 300 anos de colonialismo português e depois de 200 anos de independência que ainda foram piores! - para os índios claro!)

Da mesma forma aconteceu na Austrália, na Nova Zelândia e Canadá. Quem manda lá não são os colonizados - São os colonos!!!. Estes, ainda por cima, prestam vassalagem à Rainha!!! 

Comparemos apenas o exemplo da Guiné, Angola e Moçambique em que afinal os colonialistas portugueses ainda deixaram pretos  suficientes para lutarem pela independência, obtê-la e governarem agora os respectivos Países.

 Isto e apesar do nosso colonialismo ter sido tão mau como o dos outros segundo uns espertos que defendem que todos nós nos deveríamos imolar para redimir do resultado daquilo que não querem que se chame DESCOBERTAS!

Ou seja, se naqueles casos se trata de colonizações  e independências, então terão que arranjar uma outra palavra para o caso português porque o resultado foi diverso!

Já agora aqui vai uma fotografia de um perigoso colonialista português.

Chegou a Administrador de Concelho, em Moçambique


Imagem de um representante do infame colonialismo português que por um triz não chegou a Intendente de Distrito

- Ainda por cima, armado! 
- Muito perigoso portanto!




A arma, dispunha ( e dispõe ainda) de um dispositivo de carregamento que eu defini como de " puxar culatra à frente"  permitindo, com um movimento do polegar,  municiar a câmara aprontando assim a arma para novo disparo! Era uma arma tecnologicamente avançada para a época mas no entanto só permitia um disparo de cada vez. Mais tarde seriam introduzidos sistemas mecânicos que permitiriam fogo de repetição. Depois vieram as de rajada. Mas isso foi graças à tecnologia digital. O Ernesto é que percebe dessas coisas!


Esta arma ainda hoje existe!


































Bem este texto está em construção! 
Os seguintes episódios dependem das reacções!!!



tone do moleiro novo
























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