Com um abraço à descendência!
FIGURA ÍMPAR como se tivesse saído da Serra, para lá de Serdedelo, para se passear pelas Ruas de Ponte em dias ( e noites) das Feiras Novas.
Um ano daqueles da passagem dos setenta para os oitenta ofereceu uma sardinhada, ali num quintal com um portão de ferro que dá para a alameda de S. João, a todos os tocadores de concertina que estivessem na festa. Passaram a palavra e apareceram quase todos entre eles o Vilarinho. Disse-me o Queiros que tinha aprendido ao tocar concertina pegando na do Nelson sempre que o encontrava ou nas feiras ou nas Festas.
Hélder Pacheco escreveu uma crónica com este título, nas vistas do seu quinteiro, uma coluna saída na edição do JN em 22 de Setembro de 1992. E explicou porquê.
Tinha chegado a essa conclusão por ter ido à romaria de S. Bento de Vairão.
Cá por mim e em jeito de quem se cuida tenho meia dúzia. E se a felicidade se mede em concertinas vejam só o felizardo do Delfim dos Arcos que tem centenas. O Pedrosa de Fontoura vai nas dúzias!
O Nelson de Covas sempre tocou na mesma. E tenho lembrança de imagens da Felicidade nos seus olhos só de a tocar!
O Roberto Santiago, francês de Orleans - um dos mais espantosos tocadores de acordeão diatónico que conheço - tem uma colecção de cento e tal.
Compreendo a razão de Hélder Pacheco. Já ouvi canções tristes tocadas no harmónio. Algumas de Yan Thirsen. Mas na generalidade o acordeão diatónico acompanha a alegria. Desde a Irlanda até à Bretanha. Desde Inglaterra até ao País Basco. Desde a Cataluna até à Rússia, desde a Itália até a Alemanha. Desde o Brasil de Zezinho Nantes até ao Texas da família Santiago, passando pela Colômbia de Alejandro Duran e de António Rivas. E daí à Áustria de onde veio!
O Acordeão Diatónico é um instrumento de foles e palhetas assim chamado porque a sua estrutura musical consiste numa escala diatónica que por sua vez assenta numa tónica que pode ter como base qualquer nota natural ou qualquer meio tom. Com a particularidade de ter um "som" (a nota correspondente a cada tecla) abrir e outro som a fechar, segundo uma sequência de notas que em simultaneidade com os movimentos alternam da tónica para a dominante e vice versa.
Por este pormenor que os distingue dos Cromáticos - de ter um "som" a abrir e outro a fechar - dizem-se bi-sonoros. Mas já ouvi (ou li) que por isso é que era diatónico! Enfim, coisas de entendidos.
Não gosto de discutir Concertinas. O que gosto mesmo é de tocar! No entanto não resisto em desmontar certas cátedras!
O primeiro acordéon Diatónico foi construído em 1829 por um construtor de Órgãos chamado Ceryl Demien Pertany, Vienense, que resolveu construir um órgão portátil e assim democratizar a música! Instrumento simples feito para que não sabia música foi desde cedo adoptado por quase toas as comunidades rurais da Europa, da América e mesmo de África.
Os primeiros a chegar a Portugal eram simples e de uma carreira só a que deram o nome de harmónio. Era ainda o Harmonico que a Tia Eufrásia e a sua vizinha Isaura do Capote tocavam.
Depois deu no que deu. Mais tarde os portugueses chamaram - ao acordeão diatónico - concertina! Vá-se lá saber porquê! Daí que, confundidos, certos especialistas atribuíram o seu invento a um tal inglês de nome Wheatstone que de facto inventou a concertina, dita tal, que é totalmente diferente do instrumento a que crismamos com o mesmo nome.
Não nos prolonguemos que estamos na semana das Feiras Novas (Segundo o calendário moderno na passagem da era do Conde D'Aurora para a era da palermice).
Há muito tempo que lá falta o Queiros!
Coisa não fácil de engolir tanto mais que uma concertina é a felicidade!
Lopesdareosa
Não gosto de discutir Concertinas. O que gosto mesmo é de tocar! No entanto não resisto em desmontar certas cátedras!
O primeiro acordéon Diatónico foi construído em 1829 por um construtor de Órgãos chamado Ceryl Demien Pertany, Vienense, que resolveu construir um órgão portátil e assim democratizar a música! Instrumento simples feito para que não sabia música foi desde cedo adoptado por quase toas as comunidades rurais da Europa, da América e mesmo de África.
Os primeiros a chegar a Portugal eram simples e de uma carreira só a que deram o nome de harmónio. Era ainda o Harmonico que a Tia Eufrásia e a sua vizinha Isaura do Capote tocavam.
Depois deu no que deu. Mais tarde os portugueses chamaram - ao acordeão diatónico - concertina! Vá-se lá saber porquê! Daí que, confundidos, certos especialistas atribuíram o seu invento a um tal inglês de nome Wheatstone que de facto inventou a concertina, dita tal, que é totalmente diferente do instrumento a que crismamos com o mesmo nome.
Não nos prolonguemos que estamos na semana das Feiras Novas (Segundo o calendário moderno na passagem da era do Conde D'Aurora para a era da palermice).
Há muito tempo que lá falta o Queiros!
Coisa não fácil de engolir tanto mais que uma concertina é a felicidade!
Lopesdareosa
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