domingo, 10 de abril de 2022

Esta vai para a minha amiga Fátima Bandeira.

 Teria eu seis anos?

 Teria a minha Irmã dez?


Tudo se passa na eira da Casa do Moleiro Novo

Em cima, as minhas saudades.

A Mãe da Fátima, a minha Nai, a minha Madrinha Maria, a minha Avó Rosa e o meu Avô Jerónimo. 

As da casa todas de lenço atado à cabeça!

O meu Avô de sócos.

Sentados...o Carlos, o Tone, a Minda e a Fátima.                                 



































         Em baixo, o meu orgulho.

Poder mostrar que fui criado descalço. 

Foi assim que calcorreei metade de Vinha para aprender a ler, escrever e... a contar ali na Escola Fontes Pereira de Melo, ao som das réguadas do Mário Viana.

Era assim que aconteciam as topadas que arrancavam as cabeças dos dedos grandes dos pés. Mas não havia problemas. Logo a terra servia de sulfamidas e numa semana o dedo podia, de novo, dar chutos na bola feita de meias e farrapos.

Mas não sou só eu que estou descalço,

Também a minha Irmã e os dos Guindais!!!

E o Carlos!!! Que morreu trucidado por um elevador, monta cargas

Além das espigas, e da boneca em cima do tijolo.


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Mas tenho mais na manga para empalar os burgueses!

Orgulho-me de ter nascido por cima da merda!

Orgulho-me de ter dormido em cima da merda!

Mas, caramba, dormi com Vianesas, Limianas, Galegas e Holandesas!


tone do moleiro novo




2 comentários:

  1. Descalços, também se apanhava "sapeiros" na sola dos pés.
    E vá que havia socos ou chancas para ir à missa.
    Cumprimentos
    Valdemar Silva

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