sábado, 8 de junho de 2019

ALEXANDRE O'NEIL

ALEXANDRE O'NEIL (apanhei a imagem nas nuvens)

Poeta, sisudo, prosaico, risível, ondulado, com nível, surrealista, trocista, amargo, sarcástico, sofista, acre/avinagrado, agudo, ponteagudo e tudo.

Alexandre O'Neil escreveu, em 1976, no após as muito participadas, eleições de Abrilum texto, no Jornal "A Luta", que tem tudo a ver com o que se passou nas últimas eleições para o Parlamento Europeu.

 ABSTENÇÃO   69,3% ( Fonte PORDATA)

( Aqui o sustenido de três décimas, estragou a beleza do número redondo!)

O texto tinha no cabeçalho um outro número:

                    «83,26%»

"Parabéns, «noss'povo», você tem civismo!

É o reaccionário quem lho confessa; é o progressista quem      lho assevera.

Todos limpam os pés no capacho, antes                              de transporem seus umbrais, «noss'povo», para o cumpri-mentarem, mas...                                                             ...que manifestam eles, a surpresa ou a lisonja?

Se a surpresa, «noss'povoo», então não o conhecem;
Se a lisonja, ainda menos, pois então, o conhecem.

Que esperava esse naipe de visitadores?

Que você se deixasse alhear, ficasse a olhar para as setas   ( as que sobem e as que centram), para a foice e o martelo ( os verdadeiros e os falsos), para o punho fechado, para a roda dentada mais a enxada, etc.,

como quem vê que boneco lhe pode sair nos rebuçados, nas pastilhas?

«Noss'povo», quando você se engana, quando você acerta gosta de o fazer por conta própria,
não tolera que olhem por cima do seu ombro e lhe guiem a              mão!

«Noss'povo» - dizem - acorreu massivamente às urnas,
      como os povos em eleições ,mais traquejados.

Mas que santantonice vem a ser esta?

Por uma vez, «noss'povo», não deixe que lhe falem assim
os que julgam que encabeçam o seu destino!

Dê cá a mão que votou."

FIM DE CITAÇÃO

- Então e agora?? - O "noss'povo" deixou de ser civilizado?

Desta vez a mão não foi votar. Não por temor à palmatória, tenho a certeza. Mais por cinismo! Manguito diria eu!

Hoje os que julgam que encabeçam o nosso destino ou que têm a pretensão desse encabrestamento, não queriam eleitores. Queriam colaboracionistas.

tone do moleiro novo

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