No entanto também e por isso, desdenho daqueles que dos ranchos desdenham! Que não representam. Que deturparam. Que desvirtuaram! E não sei que mais.
Assim os puristas ficariam nas recolhas dos entendidos e muitas vezes se quedam no material coleccionado por Giacometi.
Não reparam que os ranchos melhor, ou pior, são ainda o repositório de outras memórias para além das músicas. Dos trajes e das danças.
Destes e destas não há intelectualidade que as preservassem.
Mas quero reparar que se não fossem os ranchos não teriam chegado até nós preciosidades como o Malhão de Águeda, como a Gota de Gondarém, como as Soajeiras, como a Chula de Cinfães, como o Velho e a Velha das Argas, como a Gota da Serra d'Árga, Como o Valentim de Barcelos, como as Torradinhas da Póvoa ou os Viras das Caxinas e tantas outras.
E há um tema de que recordo ter assistido nos festivais de Santa Marta de Portuzelo nos inícios da década de sessenta em que os dançadores partiam os palcos. Era e ainda é, a Chula de Barqueiros.
Os de Barqueiros estiveram na minha terra duas vezes nestes últimos anos. Deslumbraram-me de novo com a Chula Rabela no cenário natural de S. Mamede. Tive o Fotógrafo José Maria Barroso como companheiro testemunhal.
Mas maravilha do youtube. Encontrei lá esta pérola de vinho. Ou este vinho de pérolas.
Trata-se de um filme promocional feito, vejam lá, pelos americanos. E agora esperam pela parte final do mesmo e digam o que lá vêem e ouvem. Vêem a Chula de Barqueiros no seu ambiente e ouvem o fundo musical da Chula numa versão de orquestra de swing.
Comparem com a mesma dança com intérpretes nossos contemporâneos e contem-me se estes tiveram algum trabalho nas recolhas!
Passem bem!
lopesdareosa
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