Mãe coragem!
Daquele que se ha ido pronto como los elegidos, das cantigas mexicanas, en plena glória e plena juventud.
Escreveu, na Praia Norte, em 7 de Maio de 1994 o seguinte texto.
POENTES
Sobre o poente
Pesado delas
embebedam-se as nuvens
Chove logo
ou amanhã
Também
ninguém
-Ninguém virá -
Abrir nesgas de sol
Na minha sombra
Passam por longe os passos
meus amados
Diluem-se por longe
as vozes desejadas
Também
ninguém
- Ninguém virá -
Trazer-me sugestões de madrugadas
E eu atiro-vos meus olhos
E eu abro minhas mãos
E eu faço-me atraente
Entranço de ouro e azul a minha trança
Aponto a minha alma para a esperança
E ninguém repara
Ninguém me sente
E ninguém pressinto vir
Para ficar de mãos unidas
Até à noite
Até à noite...
Tecedeira eterna e hábil
A tecer-nos o açoite
inexorável
Sobre o poente
- as nuvens -
Chove logo
ou amanhã
Também
ninguém
- Ninguém virá -
E morre como o sol
O meu fraterno abraço
E meus braços inúteis
Pouso no regaço
E quem assim escreve não é gága.
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