" De harmónio à banda, a melena sobre a testa,
misto de gladiador e de Poeta fazendo sozinho a festa e deitando os foguetes,
cantando e bailando,
onde quer que haja um adro ou uma eira
e pronto sempre a embandeirar em arco
a serra a beira mar ou a praia
Com a chamada sua presença
ele encarna « o rapaz de cravo na boca»
da lenda portuguesa que a todos e a ninguém
dá a flor que leva, ou melhor, que a desfolha à mercê da brisa
deiando, ao passar, um rasto de aroma silvestre..."
PHM
Não sei se é o texto que corresponde a esta soberba fotografia se esta ao texto.
O certo é que a figura impar do Nelson ficou para sempre registada por Teófilo Rego, aquele fotógrafo do Porto com a oficina ao cimo de Santa Catarina já perto do Marquês.
Amigo do Dr. Pedro, acompanhava-o nas suas deambulações poéticas por este Alto Minho e fixou algumas das mais belas imagens das suas gentes como esta do Nelson na eira do Tio Zé do Barraco em Gondarém.
Frequentando o Dr. Pedro as Feiras e Romarias do Alto Minho teria inevitavelmente de se esbarrar com o Nelson. Fosse em Ponte de Lima, fosse em S. João d'Arga, fosse em S. Bento de Seixas, em Cerveira ou Paredes de Coura.
A presença dominadora do Nelson era arrasante. Terreiro onde entrasse logo lhe pertencia por inteiro.
Dez, vinte anos mais tarde, quando nas mesmas condições conhecí o Vilarinho, ainda me tocou essa visão. Noitadas das Feiras Novas que terminavam ao nascer do dia com o Nelson a adormecer num banco de uma tenda com a concertina a servir de travesseiro.
- Olha o Vilarinho!,
...gritava a juventude logo que os acordes da sua inconfundível concertina se ouviam ao longe.
Era certo que a festa, que a alegria, estavam garantidas.
A este brasileiro, sem eira nem beira, voltarei!
Lopes de Areosa
RIP!
ResponderEliminarLindíssimo !
ResponderEliminar