quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

NELSON VILARINHO


" De harmónio à banda, a melena sobre a testa,
                                            misto de gladiador e de Poeta                                        fazendo sozinho a festa e deitando os foguetes, 
cantando e bailando,
onde quer que haja um adro ou uma eira
e pronto sempre a embandeirar em arco
a serra a beira mar ou a praia
Com a chamada sua presença
 ele encarna  « o rapaz de cravo na boca»
da lenda portuguesa que a todos e a ninguém
dá a flor que leva, ou melhor, que a desfolha à mercê da brisa
deiando,  ao passar, um rasto de aroma silvestre..."
PHM

FOI NO VIRA (E TAMBÈM NA GÓTA) QUE SE NOS DEPAROU A MAIS BELA FIGURA DE TOCADORE CANTADOR MINHOTO DA ACTUALIDADE: 
- O NELSON DE COVAS  (CONCELHO DE VILA NOVA DE CERVEIRA)

DE HARMÓNIO À BANDA, A MELENA SOBRE A TESTA, MISTO DE GLADIADOR E DE POETA, FAZENDO SÓZINHO A FESTA E DEITANDO OS FOGUETES CANTANDO E BAILANDO, ONDE
QUER QUE HAJA UM ADRO OU UMA EIRA, PRONTO, SEMPRE,  A EMBANDEIRAR EM ARCO, A SERRA , A BEIRA-RIO OU
A PRAIA, COM A CHAMA DA SUA PRESENÇA, ELE ENCARNA 
« O RAPAZ DO CRAVO NA BOCA» DA LENDA PORTUGUESA
QUE A TODOS E A NINGUÉM  DÁ A FLOR QUE LEVA. OU
MELHOR, QUE A DESFOLHA, À MERCÊ DA BRISA, DEIXANDO
AO PASSAR,  UM RASTO DE AROMA SILVESTRE…
Pedro Homem de Mello
Não sei se é o texto que  corresponde a esta soberba fotografia se esta ao texto. 

O certo é que a figura impar do Nelson ficou para sempre registada por Teófilo Rego, aquele fotógrafo do Porto com a oficina ao cimo de Santa Catarina já perto do Marquês. 

Amigo do Dr. Pedro, acompanhava-o nas suas deambulações poéticas por este Alto Minho e fixou algumas das mais belas imagens das suas gentes como esta do Nelson na eira do Tio Zé do Barraco em Gondarém.

Frequentando o Dr. Pedro as Feiras e Romarias do Alto Minho teria inevitavelmente de se esbarrar com o Nelson. Fosse em Ponte de Lima, fosse em S. João d'Arga, fosse em S. Bento de Seixas, em Cerveira ou Paredes de Coura. 

A presença dominadora do Nelson era arrasante. Terreiro onde entrasse logo lhe pertencia por inteiro. 

Dez, vinte anos mais tarde, quando nas mesmas condições conhecí o Vilarinho, ainda me tocou essa visão. Noitadas das Feiras Novas que terminavam ao nascer do dia com o Nelson a adormecer num banco de uma tenda com a concertina a servir de travesseiro.

- Olha o Vilarinho!,

...gritava a juventude logo que os acordes da sua inconfundível concertina se ouviam ao longe. 
Era certo que a festa, que a alegria, estavam garantidas.

A este brasileiro, sem eira nem beira, voltarei!

Lopes de Areosa

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