domingo, 29 de outubro de 2017

José Pacheco Pereira

Um país sem Estado e apenas com impostos

Um dos aspectos que mais aceleraram a devastação do interior foi o processo de privatizações conduzido pelo Governo Passos-Portas.


Por José Pacheco Pereira no Público em 28 de Outubro de 2017, 6:22


Está em

https://www.publico.pt/2017/10/28/politica/opiniao/um-pais-sem-estado-e-apenas-com-impostos-1790538

Vou apenas transcrever dois períodos nos quais são detalhados os dois temas do subtítulo. Com os meus comentários a azul ( a minha cor).


"Os fogos revelaram uma realidade que todos sabiam existir, de que muitos falam — ou melhor, de que muitos enunciam o problema —, mas a que também muitos têm nas últimas décadas fechado os olhos: a devastação progressiva do interior do país. Governos do PS e do PSD-CDS têm uma particular responsabilidade na situação, nos últimos anos dominados pelo “ajustamento”, nos do estertor do Governo Sócrates, numa parte de leão para o Governo PSD-CDS e numa parte igualmente de responsabilidade do Governo Costa. Há processos complexos que muito dificilmente são invertidos, incluindo a demografia com o seu rastro de envelhecimento, desertificação, falta de jovens e crianças, encerramento de escolas e ausência de força vital, implosão empresarial, mas há processos humanos, demasiado humanos, ou seja, políticos, que acentuam o caminho para o desastre que se verificou nos últimos dias, com concelhos que praticamente arderam todos, pessoas, casas, empresas, infra-estruturas, tudo." Unquote 

Em primeiro lugar a prosa insere-se naquilo a que chamei de                                                  A OCASIÃO FAZ A OPINIÃO.
      
Em segundo lugar, para JPP,  o Processo Histórico começou "nas últimas décadas"! Fecharam os olhos a quê?  JPP não explicita!  Mas vou eu fazê-lo. 
Fecharam os olhos a um país escangalhado por duas décadas de poder absoluto do cavaquismo!  Durante dez anos de fundos estruturais o país foi entretecido para arder!  A agricultura que ocupava e cuidava do território foi destruída. O interior foi despovoado. A litoralização do país foi a consequência da politicas e dos dinheiros da coesão. Empenhou-se o país ao betão e cimento armado. E se o Senhor JPP nunca ouviu Adriano Moreira ou Gonçalo Ribeiro Telles sobre o assunto pode socorrer-se de um testemunho mais científico - os censos de 1991.
E também pode perguntar, ( não lhe garanto que haja quem lhe responda) para onde foi o dinheiro das ajudas da CEE para desenvolver o interior. Quanto a este assunto aconselho também a ler Patricia Melo

O Segundo tema não deixa de ser curioso

"Um dos aspectos que mais aceleraram a devastação do interior foi o processo de privatizações conduzido pelo Governo Passos-Portas que implicava um conjunto de obrigações de carácter nacional, em que umas ficaram no papel e outras não, apenas entregues à boa vontade das novas empresas privadas. Estas obrigações estão em muitos casos por cumprir perante a passividade dos governos PSD-CDS e PS. O abandono do interior pela EDP, pela REN, pelos CTT, pelas empresas de camionagem assumiu muitas formas — desde o encerramento de muitos serviços de proximidade, como é o caso das estações de correio, à geral negligência que se observa nestes fogos, com a obrigação de manter limpos os locais de passagem de linhas de energia, ou a deterioração dos serviços contratados — e foi duplicado pelo encerramento de muitos serviços públicos. Quem coloca uma empresa em terras onde não há serviços, muitas vezes não há estradas ou são caras, não há transportes, nem sequer um caro e longínquo táxi, não há correios, nem serviços de saúde e não há mão-de-obra mesmo não qualificada?" Unquote

Em primeiro lugar,  já comentei aquela mais recente e sufocante intervenção de Cavaco. - Os revolucionários perderam o pio...

- E os sociais democratas também!  Acrescentei eu!!!  VER AQUI

Em segundo lugar a coisa não é bem assim.

A social democracia está em franca recuperação.

O liberalismo começa a andar pelas ruas da amargura.

Primeiro foi o Abreu Amorim por causa da banca.

Depois o Nuno Magalhães por causa do Siresp.

Está tudo em:
https://porquenaovotoemcavaco.blogspot.pt/2017/10/nuno-magalhaes.html

Agora José Pacheco Pereira vem queixar-se do processo de  privatizações conduzido por Passos Coelho! 

Haja fé irmãos, haja fé!

- Nada está perdido em definitivo! 

( - Onde é que eu já ouvi isto?)


tone do moleiro novo I - autoproclamado o Chato


sábado, 28 de outubro de 2017

VISCA CARALLUNHA LLIURE

Esta já cá canta!

A esta  nem D. Rajoy, nem D. Filipe VI - nem com uma invasão de castelhanos  arrebanhados, - conseguem aplicar o artigo 115 (será 155?).

Viva a República da CARALLUNDIA situada nos quintos do carallo mais velho!


( Já repararam, decerto no erro ortográfico. Como em Carallão os "éles" são dobrados, deve estar aí o erro! - É CARALLUNHA e não CARALUNHA!)

E vivam os revisores da CP que continuam a fazer muita falta!

tone do moleiro novo I - autoproclamado O Chato

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

José Manuel Fernandes

   OBSERVADOR  25/10/2017, 
INCÊNDIOS

Tempo de falar do país que Lisboa não sabe que existe.


Nem me vou dar ao trabalho do copy/paste.

Este vem no seguimento de  SILVA PENEDA

e de A OCASIÃO FAZ A OPINÃO


- Então só agora é que é tempo de falar do país que Lisboa não sabe que existe???

- Porque tudo ardeu?

- Porque morreu gente?

- E desde quando ou quando é que Lisboa sabe ou soube que existia um país para além da Capital?

 - Nunca, ou quase nunca Sr. Fernandes! E desse desprezo temos o país que temos! 

- Um país para arder!

- Porque não falou antes senhor Fernandes???

- E se falou porque é que diz que agora é que é tempo....?

- Poderia dizer como o Cavaco: - Eu já tinha dito...!!!

Mas se assim dissesse testemunharia que afinal essa coisa de Lisboa não saber que  existia o tal país, já vem detrás.

mas o que já vem detrás enxovalharia os seus ídolos! 

E  há que dar a ideia que só recentemente é que Lisboa anda distraída! 

- Malandriiiiice  Senhor Fernandes!

Mas o mais inenarrável é o Senhor Fernandes trazer o testemunho de Ribeiro Telles para o seu texto.

Se ler e ouvir com atenção Ribeiro Telles verificará que Lisboa nunca reparou que existia um país para além da Capital. 

Isto pode aplicar-se à década de Setenta.

Isto pode aplicar-se à década de oitenta, de noventa e daí para cá.

Mas por essas alturas o Senhor Fernandes nunca disse que era tempo etc. e tal:

Mas nunca Ribeiro Telles desistiu de pregar aos peixinhos!

Repare que num dos poucos instantes em que Lisboa reparou na  tal "paisagem"
foi quando Ribeiro Telles esteve no Governo. No tempo da tal AD. 

Ouça com atenção a entrevista de Ribeiro Telles a Maria Flor Pedrosa  em dezembro de 2011

Principalmente na Parte a que se refere ao então Presidente Cavaco que transcrevo

Quote
MFP - Sr. Professor ultimamente o Presidente da República, o Professor Cavaco Silva, tem falado muito no regresso à terra Como é que o Sr. Professor olha para isso!
GRT- Bem eu comecei a pensar nisso... Quem me fez pensar nisso... Primeiro estive sempre por circunstância pessoal muito ligado ao problema da terra e como disse ao problema do mar principalmente o alto mar depois estive sempre ligado á terra e lembro perfeitamente do bispo D. António Ferreira Gomes bispo do Porto que fez um texto muito interessante que me chocou para toda a vida que se chamava a Miséria Imerecida do Nosso Mundo Rural. Portanto sem uma recuperação do nosso mundo Rural para não ser considerada uma situação atrasada rotineira, pouco digna, na sociedade portuguesa  sem essa recuperação do Mundo Rural na sua essência global não pode haver uma recuperação da agricultura.
MFP - Você acha que este apelo do Presidente é tardio é desconectado com aquilo que Portugal tem vindo a fazer ao longo do tempo?
GRT- Sim se sentiu essa vontade o mais que posso dizer é que é muito tardio e agora necessita de se concretizar e em quê!
MFP- Era isso que lhe queria perguntar:
GRT  - Essa pergunta tem de a fazer ao Senhor Presidente.
MFPQuando tiver oportunidade farei
Unquote

Ou seja, o senhor Fernandes é também daqueles a quem a idade ensinou alguma coisa!

Aconteceu a Cavaco e tornou-se moda no meio dos sulistas, elitistas e liberais!

- Acordou, mas acordou tarde!

Vou ser mais aproveitador e condescendente!

- Acordou tarde. Mas acordou!

PS- Compostagem em construção pois tenho que cuidar da minha nai que, com 95 anos, continua à espera que eu chegue a casa sem me constipar.




tone do moleiro novo I . autoproclamado O CHATO


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A única igreja do mundo virada de costas para o mar!

Eu fico sem fala!

Tanto conhecimento!!!

A única igreja do mundo virada de costas para o mar!

http://visao.sapo.pt/atualidade/visao-portugal/2017-08-21-Um-video-para-sobrevoar-a-capela-do-Senhor-da-Pedra-a-unica-igreja-do-mundo-virada-de-costas-para-o-mar



As imagens de Joel Santos e Magali Tarouca são fantásticas!

Mas o texto! 

- Valha-nos Deus!

- A qual mundo se refere o autor?

- Já visitou Portugal?

- Já passou por S. Bartolomeu?















Não se dê a esse trabalho. O mar, na fotografia e na realidade, está lá por detrás!

tone do moleiro novo I - autoproclamado O Chato

Silva Peneda

Este texto também poderia ser intitulado

FALTA  OUSADIA  NO  PACOTE

Normalmente atiro com o lixo político para uma quemua localizada em

https://porquenaovotoemcavaco.blogspot.pt/

Mas neste caso  e como o assunto e os intervenientes são sérios, vai aqui! 

Li em 
https://www.jn.pt/opiniao/paula-ferreira/interior/a-raiz-do-problema-8867323.html

Um texto sobre o isto é que está a dar no momento!

Da Autoria de Paula Ferreira no JN de 24 de Outubro de 2017.

A certa altura escreve n'A raiz do problema


"O antigo ministro Silva Peneda defendia, no rescaldo do fogo de 15 de outubro, a transferência para o interior de alguns serviços da administração central. Uma proposta ambiciosa que careceria de alguma coragem para ser lançada. Essa "ousadia" falta ao pacote apresentado no passado sábado. Enquanto não houver coragem de deslitoralizar um pouco o país, mudar de facto algo no ordenamento do território, Portugal continuará ardendo."
Unquote

Vou precisar que Silva Peneda foi ministro entre 1987 e 1993. E por essa altura deve ter apresentado estas mesmas ideias em conselho de ministros.

A coisa não deve ter dado grandes resultados pois já o Público em 1994 dedicava uma edição ao problema da litoralização do País. E por essas alturas um tal Valente de Oliveira se lamentava que a coisa deveria andar ao contrário.

Mas o tempo foi rodando, nas patas do meu cavalo ( Geraldo Vandré).

E vai causando mossa nesse tal processo de envelhecimento.

Noutros, abre-lhes o espírito!

tone do moleiro novo I - autoproclamado O Chato!

terça-feira, 24 de outubro de 2017

O Super Ministério de Miguel Sousa Tavares


Vi e ouvi ontem na SIC Notícias

http://sicnoticias.sapo.pt/opiniao/2017-10-23-Fica-mal-as-Forcas-Armadas-dizerem-que-nao-tem-meios

Miguel Sousa Tavares defender a ideia de um super ministério.

Dizendo que era uma ideia de Gonçalo Ribeiro Telles, que não duvido! 

Desenvolvida recentemente  por Francisco Louçã.

No seguimento Sousa Tavares propõe:

"Integrar áreas que são afins. E vou para além dele (Louçã). Ele defendia os incêndio as florestas e a agricultura. Eu defendo isso mais o Ambiente mais o Ordenamento do Território. Tudo Junto para que haja uma visão global.  Mas isso tem que ver com o modelo de desenvolvimento que se quer para o país e a abordagem que se faz nomeadamente do mundo rural. 
Aí é que eu gostaria que houvesse uma integração. Que houvesse um ministério para tudo isso, dividido em secretarias gerais e direcções gerais cada uma com a sua especialidade.
Mas que houvesse uma cabeça que quando se está a pensar por exemplo na Reserva Agrícola Nacional que ela estivesse ao mesmo tempo a pensar na Floresta e vice versa. 
Que ao mesmo tempo que estivesse a pensar que esta é a zona para colocar floresta, pode ser protegida ou não e ao mesmo tempo estivesse a pensar no próprio Ordenamento do Território para além do ordenamento florestal. Que  o mesmo tempo estivesse a pensar no ambiente sempre que suscitadas pelos incêndios e por tudo o resto."

Uma visão mais integrada, rematou a Pivot.

Miguel Sousa Tavares

Depois de Ribeiro Telles mas antes de Louçã, já eu publiquei um texto em Junho de 2011 da AURORA DO LIMA VER

https://lopesdareosa.blogspot.pt/2011/06/ministerio-da-agricultura-ambiente-mar.html

António Alves Barros Lopes
Afife

Pedrada na mulher adúltera

Vi e ouvi o baile que D. Januário Torgal deu no Canal 1 antes do meio dia. 24 de Outubro de 2017.

Tudo por causa do tal acórdão do Tribunal da Relação do Porto que invocava a Lei de Moisés para desculpar aquele ou aqueles que zumparam numa desgraçada que teve o azar de, na vida, ter sido amante ( que ama ou amou) dos dois energúmenos que a espancaram. 

O tal acórdão, pelos vistos, sustenta que uma mulher adúltera atenta por isso contra a dignidade do homem e que já nos tempos bíblicos era delapidada até à morte. Logo os coitados (é assim que se chamam aos cabrões cá na minha terra) teriam todo o direito de se vingarem da e na mulher!

D. Torgal lamentou que ao citar a bíblia o tal acórdão tivesse passado ao lado do Novo Testamento naquela parte em que Cristo, presenciando uma cena das tais em que uma adúltera estava na iminência de ser apedrejada, interveio:

- Aquele que nunca errou que atire a primeira pedra. 

Todos se encolheram e Cristo perdoou à mulher.

Esta passagem abriu-me a memória de um outro facto histórico que demonstra quanto os portugueses se espalharam por este mundo e desde tempos imemoriais. 

A Novo Testamento não relata o acontecimento tal qual como o realmente sucedido nessa altura. Escavações e estudos arqueológicos recentes permitiram fazer a reconstituição do que, na verdade,  aconteceu. Da mesma forma que ajudou a demonstrar que, há dois mil anos, os portugueses, já tinham chegado à Palestina.

Assim tudo se tinha passado conforme os livros sagrados até à altura da iminência do apedrejamento.

Cristo que andava por perto apercebeu-se da situação e interveio.

- Párem lá com isso!

- Aquele que nunca errou que atire a primeira pedra! Disse.

Então, do meio da multidão, destacou-se um tal português que por ali andava, de seu nome Silva, que amarrou num calhau e o arremessou em direcção à mulher acertando-lhe em cheio na cabeça!

Surpreendido Cristo exclamou!

- Então tu nunca erraste, irmão???

- Mestre! A esta distância, nunca! Respondeu o Silva



tone do moleiro novo I - autoproclamado O Chato

REFERENDUM

Na Catalunha! Claro!                                                
Este texto vem no seguimento ao anterior dedicado a D. Alfonso Dastis.

Isto porque se discute a legalidade do referendo (refrendo em castelhano). Assunto a que D. Afonso não se refere no seu "Totalitarismo com a Catalunha: a parte pelo todo."
Poderá ter acontecido noutros textos mas neste, datado de setembro, D. Afonso não argumenta que o referendo a realizar no dia 1 de Outubro, seria ilegal!


Em primeiro lugar gostaria que os legalistas me explicassem como é que  a lei (aprovada pelo Parlamento Catalão) do referendo de 1 de outubro já estava suspensa desde 7 de setembro, mas só em 17 de Outubro é que o Tribunal Constitucional a declarou inconstitucional, quando a constituição espanhola é omissa em relação a refrendos nestas circunstâncias!

Já disse noutros sítios que eu de leis só sei do português em que estão escritas. Neste caso castelhano. Não é necessário ir a Salamanca para saber que refrendo é referendo em castelhano!

Ilegal poderá ser o objectivo do referendo. O referendo em si não me parece!
 ( eu também dou pareceres).

Ilegal, violenta e antidemocrática foi a carga da Guarda Civil que levou tudo à frente, invadiu espaços pacíficos, destruiu propriedade e agrediu cidadãos.

Mas tenha sido  o referendo legal ou ilegal, uma coisa é certa - poderia ter sido pacífico poderia ter sido uma votação normal como qualquer outra. Mas não o foi! Rajoy mandou boicotá-lo com a força que tinha à sua disposição. Vamos ver porquê.

Façamos agora uma visita ao que Miguel Sousa Tavares falou no telejornal da SIC ontem dia 23 de Outubro. Ver 
http://sicnoticias.sapo.pt/opiniao/2017-10-23-Nao-havendo-margem-para-dialogo-era-dificil-Madrid-ir-por-outro-caminho

Em dada altura falando sobre a Catalunha a pivot fez notar a MST que:

Pivot - O objectivo é convocar eleições no prazo máximo de seis meses mas a verdade é que nas últimas sondagens indicam que o desejo de independentista voltaria a conquistar mais lugares no parlamento e corremos o risco de não sairmos daqui.


MST – Há aí um contrasenso. Os independentistas têm de facto a maioria no parlamento mas não têm a maioria dos votos ou seja não têm a maioria simples não chegaram aos 51% ficaram com 47% e presume-se para já que daqui a seis meses o resultado fosse igual. Isso mostra até que ponto Rajoy foi imponderado para não dizer irracional quando resolveu dar a importância ao referendo convocado pelo governo regional por Puigdemont deu-lhe a importância que ele poderia não ter tido porque a maioria dos catalães não teriam ido votar e o referendo naquelas circunstâncias não era reconhecido juridicamente em parte alguma do mundo,. Nem em tribunal algum no mundo nem politicamente. Ao dar-lhe essa importância ele (Rajoy) extremou as posições do lado de Madrid.

Aqui MST cai em duas omissões.

Efectivamente Rajoy poderia ter esperado tranquilamente pelo resultado do referendo!

Se os unionistas ganhassem teria o seu problema resolvido.

Se os independentistas ganhassem poderia sempre e a qualquer momento declarar o resultado do referendo, ilegal com os mesmos argumentos de agora!

Declarava a ilegalidade do resultado do referendo e ameaçava prender os independentistas. Tal e qual está fazendo agora!

Mas MST esqueceu um pormenor. Nestas circunstâncias teria havido uma consulta pacífica cujo resultado seria insuportável para Rajoy e para Madrid. Não teriam um qualquer outro argumento contra a vontade dos catalães, senão o da ilegalidade!

Levariam com um pano enxarcado nas bentas e não poderiam argumentar que a independência não era a escolha maioritária dos Catalães.

Dessa forma Rajoy foi muito racional, jogou pelo seguro! Boicotou o referendo

Assim sempre poderá argumentar, ele e seus argumentistas, que o referendo foi um fiasco!

Poderá ter sido: Mas só e apenas porque a Guarda Cilvil impediu violentamente que o mesmo fosse realizado em pleno!

tone do moleiro novo I - autoproclamado O Chato!

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Alfonso Dastis

Outra vez a Catalunha!

Desta vez Alfonso Dastis

Ver em 


                                                                                  OPINIÃO

  Totalitarismo com a Catalunha: a parte pelo todo
A democracia espanhola também não terminará no dia 1 de Outubro de 2017, mas terá que esperar pelo dia 2 de Outubro para ver a explicação que o senhor Puigdemont dá aos seus seguidores.
PUBLICO 29 de Setembro de 2017, 6:3




No seguimento se verá que nem só em Portugal existem mistificadores!

Tudo o que é da minha lavra será a azul que é a minha cor!

De Alfonso Dastis


"George Lakoff mostrou-nos na sua obra clássica sobre a comunicação política (Não penses num elefante) que as palavras não são inocentes. Quando dizemos “elefante” podemos ter a certeza que o nosso interlocutor evoca automaticamente um animal com a tromba flexível e as orelhas grandes, embora o que desejemos fazer é pedir-lhe precisamente o oposto, que não pense num deles. A mesma coisa acontece com a linguagem política. 
Nada a dizer de George Lakof. Este senhor não tem culpa e das citações tratarei no fim!

Os independentistas catalães conseguiram activar numa parte importante dos meios de comunicação internacionais e da população um quadro mental deste tipo; para quando os meios se referem às suas posições políticas e ideológicas, se fale de “os catalães” ou da “Catalunha” em vez de dizer “os independentistas catalães” ou “o independentismo catalão”. E, no entanto, segundo os resultados das eleições democráticas realizadas na região há apenas dois anos, representam unicamente, no melhor dos casos, 1,9 milhões de catalães: os votos que obteve a coligação dos partidos independentistas (Junts pel Sí e CUP) nas eleições autonómicas (apresentadas por eles mesmos como plebiscitarias) de 2015, 47,7% dos votantes perante 52,3% (más de dois milhões de catalães) que votaram nas opções não independentistas. A Catalunha tem 7,52 milhões de habitantes.

Começa aqui a mistificação. Quando a coligação Junts pel si + CUP ganha as eleições, não ganha qualquer plebiscito! E não acredito que tivessem apresentado essas eleições como plebiscitárias. Se assim fosse bastaria formar governo e com a maioria parlamentar disponível, declarar a independência. Mas não foi isso que aconteceu. Convocaram um referendo para tal. E teriam que o fazer! Se não o fizessem seria eu o primeiro a berrar que não tinham o direito de proclamar a independência só porque ganharam as eleições legislativas!!!
Isto porque, para que se forme uma maioria parlamentar não é necessário obter mais de 50% dos votos. Muitas vezes basta 40% resultado do método de Hont.
E nessas eleições como muito bem D. Alfonso informa, 52,3 de votantes não votaram as opções independentistas
Daí que o governo, só por si, não tivesse qualquer legitimidade de proclamar a  independência. Daí a necessidade da realização de um referendum para aquilatar da real intenção dos Catalães em consulta directa.
Mas é necessário realçar que esses partidos ganham as eleições defendendo a independência. Dai que alguma legitimidade teriam para colocar essa questão ao eleitorado!

Os independentistas puseram o seu elefante na imprensa internacional: a parte pelo todo. Mas a realidade é bem diferente: o desafio e a luta não são da Catalunha ou de Barcelona mas da coligação independentista, e essa mobilização não se faz contra Rajoy ou contra Madrid mas contra o conjunto dos espanhóis e os catalães, que rejeitam completamente a atitude anti-democrática dos que querem impor a sua vontade por cima das maiorias com manifestações dos seus militantes e referendos tão armadilhados como os do Franco.

Não é verdade!
– Ao ser convocado um referendum onde é que está a actitude anti democrática dos que querem impor a sua vontade por cima das maiorias????   

Mas diz bem! Franco armadilhava referendos não os aprovava em parlamentos democraticamente eleitos!                                             

A fotografia da metade do parlamento catalão vazio, abandonado pelos representantes da maioria (52,3%) dos catalães quando se aprovaram as duas leis de desconexão, a do referendo, de 6 de Setembro, e a da “transitoriedade  e  fundacional” da república catalã, de 8 de Setembro, é mais eloquente que mil palavras. Deveria ser suficiente para que a imprensa não se deixe manipular pelo quadro conceptual que pretende impor o independentismo, aproveitando o atractivo de uma narrativa intencionadamente épica, de bandeiras, colorida e cheia de simplificações.

Não tendo, esses representantes, a maioria parlamentar, essas leis seriam na mesma aprovadas mesmo que esses representantes não abandonassem o parlamento!

Pretenderá D. Alfonso argumentar que, caso esses parlamentares, sempre que não concordassem com uma lei qualquer,  abandonando o parlamento, essas leis deixavam de ser legitimas. Só na cabeça de D. Alfonso!

Penso que Portugal já viveu na sua transição a tentativa de confrontar a força da rua com as maiorias democráticas expressadas nas urnas. Felizmente o povo português seguiu nessa altura políticos do nível de Mário Soares, ao que se seguiram outros do mesmo valor tanto na esquerda como na direita, e hoje é outra das prósperas democracias europeias que dá ao mundo personagens de consenso como o actual secretário-geral da ONU, António Guterres. Talvez essa recordação possa servir agora para não cair nas armadilhas conceptuais com as que o independentismo catalão está a tentar a imprensa internacional. 

É boa! 

- Quem é que fez uma tentativa de confrontar a força da rua com as maiorias democráticas expressadas nas urnas aí na Catalunha?

- Não foi em 8 de Outubro  a Grande Marcha Verde sobre Barcelona convocada por D. Rajoy e El Rey Filipe? ( aqui o verde é metafórico)

Na Catalunha temos uma situação complexa que os espanhóis resolverão através do respeito pelas leis democráticas e pelo diálogo, sem imposições, não como o do “referendo sim ou sim” que apresentaram os independentistas, um diálogo que voltou a ser proposto pelo presidente Rajoy na sua última intervenção sobre o assunto.

Não é verdade!

Nem  “Os independentistas” nem, melhor dizendo, O Governo Catalão  impôs ou apresentou um “REFERENDO  DO  SIM OU SIM”

Apresentaram um referendo do SIM e do NÃO sujeitando-se a que o próprio NÃO ganhasse confirmando a tal maioria de votantes que as legislativas  tinham mostrado. ( Vejam o que aconteceu na Escócia!). Aliás seria até de esperar que o NÃO ganhasse dado ter obtido a maioria dos votos nas eleições anteriores!

E mais uma vez afirmo que o teriam que realizar!!! 

- Não era por deter uma maioria parlamentar resultante de eleições legislativas que o Governo teria legitimidade de declarar qualquer independência.

O que se verificou é que face ao referendo que, ao contrário do que o Sr. Sustenta não seria o referendo do SIM ou do SIM, o Senhor Rajoy contrapôs um outro referendo este mais definitivo o;

referendo em que os Catalães têm de escolher entre o NÃO e o NÃO!

O independentismo agitou cada vez mais as paixões nacionalistas e conseguiu em parte transformar a política democrática num confronto de claques (o Barça é mais que um clube) com directores de colégios que promovem que as crianças vão às manifestações independentistas, grafittis do tipo “cidadãos esta não é a vossa terra” dirigidos contra o líder da principal força da oposição no parlamento catalão, ou apelidam de traidores ou renegados nas redes sociais os artistas e intelectuais, que como o cantor e autor Joan Manuel Serrat ou o escritor Juan Marsé não se juntaram à onda de “nacional-ismo” que desde o poder local e com recursos públicos tem propagado uma coligação independentista que não representa a maioria e que, muito provavelmente por isso, se nega a convocar eleições autonómicas, uma das possíveis saídas democráticas da situação. Sabem que é muito possível que, como há dois anos, não tenham novamente o apoio da maioria dos catalães.
Dorothy Martin estava convencida que o mundo acabava no dia 21 de Dezembro de 1954. Assim lhe foi comunicado por uns extraterrestres que a levariam a ela e a um grupo de fiéis num ovni. Cerca de uma dúzia dos seus seguidores – todos cidadãos inteligentes e honrados – tinham abandonado os seus empregos, vendido as suas propriedades ou deixado os seus cônjuges pela força das suas convicções. Esta história serviu ao psicólogo social Leon Festinger para explicar no seu livro When Profecy Fails, publicado em 1956, que ninguém é imune a este fenómeno que denominou de “dissonância cognitiva”. Rutger Bregman relembra-o no seu livro Utopia para realistas: “Quando a realidade choca com as nossas convicções mais profundas, preferimos ajustar a realidade antes do que corrigir a nossa visão do mundo. Não é só isso, tornamo-nos ainda mais inflexíveis das nossas convicções do que éramos. Diz-lhe que não estás de acordo e vira-te as costas. Mostra-lhe dados concretos ou números e questionará as tuas fontes. Apela à lógica e não será capaz de compreender o teu raciocínio.”
Não é este, portanto, o momento para repetir argumentos e dados (o diário El País, entre outros, reproduziu por estes dias uma montanha deles) mas para lamentar que as paixões desatadas não deixam que muitos vejam a realidade. “Não há nada mais irritante – diz Schopenhauer que o caso, em que, discutindo com um homem com razões e análises, pomos todos os nossos esforços em convencê-lo pensando que estamos unicamente perante a sua compreensão, e no fim descobrimos que não quer compreender; que estava relacionado com a sua vontade, que se fechava à verdade e intencionadamente punha sobre o tapete equívocos, confusões e sofismas por detrás do seu entendimento e da sua aparente incompreensão”. No dia 21 Dezembro de 1954 o mundo não acabou, mas a senhora Martin pode novamente convencer os seus seguidores que esse prodígio era devido à imperturbável fé do seu grupo. 

É muito interessante que o articulista atire com todas estas citações para cima do leitor! 

Estas mesmas servirão de consolo aos catalães quando mais uma vez forem esmagados por Madrid!

Então esta do Schopenhauer é demais!

Imaginem que D. Alfonso se faça de desentendido quanto ao que expresso!

Atirarei com o Schopenhauer à cara de D. Alfonso  acusando-o de não querer compreender o que escrevo. Como decerto sabe português chegarei à conclusão que não quererá compreender, fechando-se, quiçá, à verdade pondo intencionadamente  sobre o tapete, equívocos, confusões, e sofismas por detrás do seu entendimento e da sua aparente incompreensão!

A democracia espanhola também não terminará no dia 1 de Outubro de 2017, mas terá que esperar pelo dia 2 de Outubro para ver a explicação que o senhor Puigdemont dá aos seus seguidores.

A democracia espanhola não terminará!  O que vai acontecer é que vai ser difícil dar com ela!

Quanto à democracia na Catalunha é que eu duvido que não termine!
Terminará quando as tropas de Franco entrarem em Barcelona para prender os independentistas.
Nessa altura e se fosse catalão, colocar-me-ia na berma de braço estendido a fazer a necessária e apropriada saudação.

Nota 
Este texto está datado de 29 de setembro. Por isso D. Alfonso já sabe a explicação que Puigdemon deu, não só aos seus seguidores, mas a toda a gente!

De realçar uma pequena particularidade do texto de D. Alfonso.
Em nenhum instante colocava a hipótese de que a Guarda Nacional ocupasse  Barcelona e outras cidades Catalãs, invadisse as assembleias de voto, vandalizasse mesas e urnas e agredisse cidadãos pacíficos.

Aliás o seu comentário final indica que não era isso que esperava que acontecesse.
Esperava decerto que o referendo se consumasse pacificamente.
E este detalhe é importante para se compreender o próximo texto que vou dedicar ao assunto!

Tone do Moleiro Novo I - Auto proclamado o Chato