terça-feira, 17 de outubro de 2017

Rui Ramos

Vi em
http://observador.pt/opiniao/a-catalunha-dos-separatistas-nao-e-nem-nunca-sera-portugal/
















Rui Ramos 10/10/2017

A Catalunha dos separatistas não é nem nunca será Portugal

UMA REPÚBLICA CATALÃ DOMINADA PELO ESQUERDISMO REVOLUCIONÁRIO, COM FRONTEIRAS INCERTAS E ABARCANDO MILHÕES DE ESPANHÓIS CONTRARIADOS, NUNCA SERIA MAIS UM PACATO PORTUGAL NA  PENÍNSULA IBÉRICA.

"É hoje que o governo de Barcelona, segundo um aparente plano secreto, pode declarar a independência. E não, não será apenas um desafio a Madrid. Será, acima de tudo, uma provocação à outra metade da Catalunha que, como se viu na manifestação unionista de domingo, não se reconhece no separatismo, nem no tipo de catalanismo que os separatistas têm fomentado e manipulado.

Calcula-se que 40% dos cidadãos na Catalunha seja, em primeira ou segunda geração, originária de outras regiões de Espanha. Haverá ainda 1,2 milhões de imigrantes de outros países (17% da população). Todos eles têm o espanhol como primeira ou principal língua de comunicação e, como tal, são já vítimas da discriminação linguística do governo de Barcelona. Naturalmente, desconfiam de que nunca serão mais do que gente de segunda classe num eventual Estado definido pelos critérios étnico-linguísticos dos separatistas.

Eis uma das razões por que a maior parte das comparações que por cá se têm arranjado para o caso catalão não fazem sentido. Não, a Catalunha dos separatistas não é nem nunca será Portugal. Portugal, ao contrário da Catalunha, é há quase 900 anos um Estado independente, com excepção de um breve período de 60 anos de mera união dinástica: não tem uma vida e uma história comuns com Espanha, nem uma grande parte da sua população é originária do resto de Espanha e fala espanhol. E já que falamos de comparações, a Catalunha também não é Timor-Leste. Timor sob ocupação indonésia não estava, ao contrário da Catalunha, integrada num Estado de direito democrático, mas numa das mais sangrentas ditaduras do mundo.

Mas os catalães não têm direito a fundar um Estado independente? Mas a Espanha não os está a impedir? A questão aqui está em definir o que são os catalães, o que é a Espanha, e como é que se exercem direitos. Na Catalunha, não são só os separatistas que têm direito a decidir. São todos os cidadãos que vivem na Comunidade Autónoma. A Espanha, no sentido do governo de Madrid, não é, em relação à Catalunha, uma entidade externa: é o governo que os cidadãos da Catalunha, tal como os de outras partes de Espanha, elegeram livremente. Como tal, o governo de Madrid tem obrigações para com esses cidadãos, nomeadamente a de garantir que decisões sobre o futuro do Estado devem ser tomadas por todos os cidadãos e de acordo com a Constituição e as leis, e não impostas à maioria por uma minoria de golpistas, através da ilegalidade e do confronto.

Uma República Catalã não seria outro pacato Portugal na Península Ibérica. A Catalunha nunca teve fronteiras históricas definidas como Portugal. Fez sempre parte de outros Estados. Por isso, os separatistas da Catalunha, tal como aliás os do País Basco, não reconhecem os limites da região autónoma como fronteiras da sua República independente. Preferem reivindicar os territórios dos Estados em que a Catalunha esteve integrada, como a antiga Coroa de Aragão, e que incluem outras regiões de Espanha, como a Comunidade Valenciana e as Ilhas Baleares, e até de França, como o departamento dos Pirenéus Orientais. Em Valência, a propaganda e a agitação do “pancatalanismo” já são veementes. Dir-me-ão: eles não irão por esse caminho. Não? Muita gente também acreditou que eles nunca chegariam à separação.

Os separatistas já dividiram a população da Catalunha e fizeram fugir empresas e poupanças. Uma República Catalã dominada pelo esquerdismo revolucionário, com reivindicações territoriais sobre os Estados vizinhos e abarcando milhões de espanhóis contrariados e discriminados, nunca seria um Estado estável nem uma democracia. Significaria a balcanização da Península Ibérica, não apenas no sentido da multiplicação de Estados, mas no da irrupção dos intratáveis conflitos fronteiriços e étnicos que tornaram notórios os Balcãs. Esta pode ser mesmo uma das grandes tragédias do nosso tempo, e desta vez não será para os portugueses, ao contrário do que estão habituados, uma crise longínqua."
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Comentários meus

Em primeiro lugar parece que Rui Ramos está convencido que o esquerdismo revolucionário dominaria uma República Catalã a existir. 

- E se em eleições estas fossem ganhas por um partido liberal, social democrata, conservador ou outro???

O remédio que tinham era ir a banhos  para as praias do Cabo das Rosas ou para as Ramblas beber pacharon! Ou mescal que é mais revolucionário!

Em segundo lugar e dado que seria fastidioso estar aqui a "desmontar" os argumentos de Rui Ramos vou remeter para tudo o que já publiquei sobre o assunto por isso ver:



Da Balcanização

Para além de que gostaria de lembrar que a tal nociva balcanização está a ser
consolidada. Com a rebalcanização actual. Com o apoio da CEE e da NATO.

Contabilizam-se agora os agentes económicos que saem ou sairiam da Catalunha!

- E quantos entrariam?

- E se a Catalunha se constituísse como um paraíso fiscal que é Andorra

(Afinal um pedaço da Catalunha que é já independente!)

E por aí fora!


Repara-se que muito embora me "adivirta" a rebater os mais diversos argumentos contra a
independência da Catalunha nem sequer estou a manifestar-me expressamente a favor dessa independência. (Só defendo a realização de um referendum)

Da mesma maneira que nunca me manifestei a favor ou contra a independência da Escócia!

Rebato esses argumentos contra a independência da Catalunha, porque são utilizados para
não reconhecer o direito à auto determinação da Catalunha e à realização de um referendum.

O que defendo é que a minha opinião não pode sobrepor-se aos sentimentos e à vontade dos
Catalães, quer seja a favor ou contra a independência.

O que defendo é o que a Carta das Nações Unidas defende no seu artigo 1º.

O que defendo é o que se encontra na Constituição da Republica Portuguesa no seu artigo 7º.

Curiosamente na Constituição do Reino vizinho nada consta cerca do assunto!

- O Direito dos Povos à autodeterminação!


E nos dias de hoje esse direito, concordo em absoluto, tem e deve ser exercido sem recurso à violência. Estamos em tempos civilizados!

Mas se os Catalães não se podem manifestar em referendum, ( porque a constituição do Reino não deixa)

- Vão fazer o quê?

- Pegar em bombas e outras armas???

Mas isso era no tempo colonial. Agora a Catalunha não é uma colónia como bem salienta Rui Ramos

- Vai fazer como a ETA?
Mas esses eram terroristas!

Sabem qual é a única razão porque é negado o direito ao referendo na Catalunha e não o foi na Escócia ( que também não é uma colónia!) ???

- Pura e simplesmente porque a legislação Britânica ( Reino Unido vejam lá!) é mais democrática que a Constituição do Reino Vizinho.

E não me venham agora com o argumento que os Catalães aprovaram a constituição do reino,
em 1978!

Está tudo explicado em

· Francisco Seixas da Costa

· E o burro sou eu?

PS - O Recurso à História

Portugal é um reino com 900 anos de história!

Há 900 anos aquando do reconhecimento de Portugal como Reino, já Aragão o era!

Quando o Conde de Barcelona, sogro do Nosso Afonso II se casou com a Rainha de Aragão,
levou o Condado para a cama sem pedir autorização a ninguém. Era independente!

Quando o Fernando se casou com a Isabel e levou o Reino de Aragão para a cama não pediu autorização a ninguém. Era independente!

Quando os catalães se revoltaram em 1640, os castelhanos trataram-lhes da saúde.

Quando os Catalães voltaram à carga em 1714, um tal Filipe foi a Barcelona e destruiu bairros inteiros.

Quando um desgraçado, em 1934, teve o atrevimento de declarar a independência,
foi, por causa disso, fuzilado em 1940!

Sabem uma coisa - Não fui eu que trouxe a História para esta história!


O Nosso Afonso Henriques em mil cento e quarenta e qualquer coisa, o Mestre de Avis
em trezentos e oitenta e depois os revoltosos de 1640, livraram-nos de boa!


tone do moleiro novo I - O chato

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