domingo, 15 de janeiro de 2012

O SINO QUE CHORA

Sino, coração da aldeia
coração sino da gente...

Os dois primeiros versos de uma quadra de António Correia de Oliveira que motivaram as seguintes décimas a Chico Horta de Porteirinhos

São um do outro diferentes
num percurso de muitos meses
porque um só bate ás vezes
mas o outro bate sempre
aquele que está dependente
não faz forçar sangue na ideia
mas quando o seu povo o rodeia
toca a mortos ou finados
e os seus toques são dobrados
sino coração da aldeia

está lá no cimo da torre
olhando o vasto horizonte
e não tem ninguém que o afronte
não sente mágoa nem dor
nem saudade nem amor
não sente um desejo ardente
mas o nosso tudo pressente
o bem ou mal que se avizinha
não fala mas adivinha
Coração sino da gente

e se coração nos der aviso
do que há-de acontecer
aquele que o bem entender
conselhos não tem preciso
pois tanto o choro como o riso
são filhos deste quilate
e quando ele toca a rebate
pressente qualquer desgraça
não fala mas ameaça
um a sentir quando bate

e o que está solto e alongante
está parado no seu leito
mas só o prisioneiro do peito
não pode parar um instante
triste e ora  amargurado
senão bate continuamente
não pode mais está doente
não sente vida está morto
nessa altura bate o outro
o outro a bater quando sente

Isto porque há uma semana vi um programa sobre Idanha a Nova.
Levaram o Homem à torre sineira. Subiram a custo as escadas e os oitenta e tal anos. Nos seus mais jovens ele próprio fora o sineiro. Tempos felizes e leves que permitiam subir no ar içado pela corda rebocada pelo sino.
Ensaiou uns toques e notou o tirante fixado na asa para, agora, poder mais facilmente ser manobrado.

E no fim chorou. Não havia mais quem fizesse dobrar o sino!

Tone do Moleiro Novo

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

DDT

A    DDT

A Desvergonha Digital Terrestre foi tratada no PÚBLICO do último Domingo sendo aí suficientemente explicado que afinal se trata de mais uma maneira de meter a mão no bolso do pessoal pagante.
Nada de anormal aliás!
No entanto retenho duas afirmações deveras divertidas.
Uma com um lado sério que consta no Editorial a páginas 3.

"Não se percebe por que razão os portugueses não beneficiam como os espanhóis ou ingleses dos benefícios da TDT"

Passe a coisa de beneficiar de benefícios, EU PERCEBO A RAZÃO!

- Os portugueses não beneficiam como os espanhóis ou ingleses dos benefícios da TDT; primeiro porque não são nem espanhois nem ingleses e cumulativamente, não estão nem em Espanha nem na Inglaterra!

Outra a de um Senhor que deve ser mesmo muito divertido e com jeito para as piadas, de seu nome José Amado da Silva, pelos vistos presidente de uma tal ANACOM que terá dito que:

" É normal que perguntem porque é que hão-de pagar por algo que já tinham grátis" ( páginas 6)

Grátis? Só deve ser gozo!
Ou o Senhor é um privilegiado ou presidente de uma ANASEM a noção do que paga na factura da Luz.
(fora os impostos!)

TONE DO MOLEIRO NOVO