Ruben A.

 26 de Setembro de 1975

Morre em Londres Ruben A. 

Podem visitá-lo no Cemitério de Carreço. E o facto de estar sepultado em Carreço faz-me lembrar as palavras de sua prima Sophia de Mello Breyner Andresen

"Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar."

Possivelmente Ruben diria:

 "Quando eu morrer voltarei para buscar

Os instantes que  vivi junto do mar."

Aquele mar de Carreço junto ao qual construiu uma casa!

Ah! ESTA PALAVRA CARREÇO!

Tinha Ruben A. já escrito antes de PHM oferecer, o seu "Ah! Esta palavra Afife", ao Casino, em Abril de 1959.

Desses instantes vividos junto ao mar existe esta fotografia Pedro e Helena,  Rúben e Rosemary, junto à empena Sul da "Sargaço".

Apesar das idades Ruben partiu antes de Pedro e Pedro não se esqueceu de Ruben.

Ver Carta a Bil pag 28 e 29

Repousas em Carreço...E, enfim liberto.

Repousarei (sabe-se lá!) n'Afife

E, assim,

O meu caixão

Ficará perto

Do teu esquife

Comigo foi que, um dia, aqui vieste...

(Fomos nós dois quem descobriu o Minho!)

Havia rosas na manhã agreste...

Viste-as aqui e aqui fizeste ninho.

Porém, mais tarde, à Fábrica voltando

(À Fábrica das Letras, assassina!)

Só em descanso, respiravas, quando

Carreço te lembrasse, entre a neblina...

E enquanto a luta, aspérrima e ofegante,

Cruel, te esquartelava o coração,

Não cismarias tu, já nesse instante,                                                    com o jazigo onde os teus pés estão?

Que mais dizermos, se mal sei rezar

E as horas tremem, trôpegas, funestas?

Na tua campa

(Ao longe sonha o mar!)

Deponho um ramo de giestas.

Palavras comoventes de um Poeta "menor"! 

( os "maiores" dizem coisas mais sofisticadas)

E aos de Carreço proponho que lhe levem um ramo de giestas. Não em 23 de Setembro. Não no Dia de Todos os Santos. 

Mas em Maio, o mês das giestas. 

- O mês de Ruben A.

(Imagem, cortesia de Cristóvão Leitão e de Mariana Homem de Mello.)

O QUE FAZER COM O ARGAÇO

Espantoso!

No CM de hoje, na página 39, informa que em Portimão andam investigadores da Universidade do Algarve a estudar a utilidade a dar às algas que estão a ser removidas da Praia da Rocha.

- Quem teriam sido os catedráticos que desde Moledo até à Aguçadoura (pelo menos) que sempre deram destino ao argaço?

- Em que universidade investigam aqueles que ainda nos dias de hoje dão destino ao argaço?

Perguntem a esta Senhora, que se estiver entre nós, os poderá informar ali para os lados de Moledo.

Foto em 

https://www.facebook.com/photo/?fbid=2400328203395108&set=pcb.2400328403395088

- Então não há veigas no Algarve ou até no Alentejo onde se pode espalhar e enterrar o argaço?

- Para que raio é que Veiga de Oliveira, Fernando Galhano e  Benjamim Pereira, se deram ao trabalho de explicar isso nas Actividades Agro-Maritimas em Portugal ???

o tempora! o mores!

Não é que Cícero, ou mesmo Edgar Alan Poe, se enquadrem no que eu quero dizer!

Quero apenas realçar que os usos e costumes mudam com o tempo.

Todo o tempo é feito de mudança já dizia o Camões.

E o tempo de agora é dar trabalho aos barbeiros. 

Quer dizer...num é bem assim!

Fazer a barba agora está a cargo dos depiladores (ou depiladoras.)

E toda a gente se escandalizou porque a Júlia Roberts se apresentou nestes preparos...

...isto na década de 90

Muito antes a Sofia Loren não tinha problemas em espalhar a sua beleza.

 

E que dizer da sua conterrânea, Anna Mangani, no ano em que nasci, no filme RISO AMARO a dançar para o Vittorio Gassman...

mas sempre atento já o Quim Barreiros vagueou na Quinta da Pentilheira. Ver

https://www.youtube.com/watch?v=RbRufdXz3m4

O nosso saudoso Graciano Saga reduziu o problema à sua expressão mais simples referindo-se às mulheres peludas em

https://www.youtube.com/watch?v=YJ-VBoNGM9A

Um outro Quim, este o Gouveia, glosou sobre a tal depilação

https://www.youtube.com/watch?v=DZflSFW81XU

E Quim Barreiros também passeou por uma Cabeluda

https://www.youtube.com/watch?v=KiQ0Ms54f6E  

Vejam agora figura que o  Lenon e a Yoko fizeram no inicio dos idos anos setenta!

Se isto, enfeitados, já era um terror imaginem se fosse nos preparos, depenados, dos tempos de agora!

lopesdareosa

O antes e o depois, do SNI

O antes e o depois, do SNI.

No seguimento da ideia de António Viana,  aqui vai uma reflexão

sobre o Antes e do Depois, do SNI

Esta encontrei-a na pagina da Viana Festas 

https://www.vianafestas.com/pt/eventos-e-romarias/romaria-sra-da-agonia  

no arquivo de cartazes da festa.

Já antes, em 1948 aparece um cartaz com uma composição 

de Luis Filipe anunciando as Festas Centenárias da Romaria d’Agonia de 15 a 22 de Agosto ( sete dias!)

Depois o mesmo cartaz é utilizado anunciando as festas de

1996 desde 15 a 20 de Agosto

Afinal não há antes nem depois – o Cartaz é o mesmo.

E o rigor é tão grande que continua lá a informação de EDIÇÕES

SNI  (Secretaria Nacional de Informação, dizem, organismo da

propaganda do Estado Novo!)

Bem, o rigor histórico desta “republicação”  leva a concluir que

apesar de o SNI ter desaparecido logo após o 25 de Abril de 1974

alguma coisa se aproveitava (aproveita???)  ainda da tal propaganda

de um tal Salazar.

António Alves Barros Lopes

Por alturas da Romaria da Senhora d’Agonia 2023.

Nota

Este texto foi publicado na A AURORA DO LIMA, em 14 de Setembro de 2023

Coração acordeão.

Tenho que explicar esta publicação.

Trata-se de um texto de Alexandre O'Neil publicado num livro de 2004, intitulado precisamente CORAÇÃO DE ACORDEÃO.                Texto esse de 1946 repetido em 88 conforme legenda.

Em cima uma imagem de quando o meu coração procurava os botões do meu HOHNER. Este está na Inglaterra e foi substituído por um outro axactamente igual descoberto pelo Nelson de Covas. 

( O meu célebre instrumento de cordas, recurso para tocar no Casino de Afife)

Aproveito a oportunidade para transcrever, em letra que se leia, os meus comentários:

O meu! O meu! O meu!

Com as minhas asas-mãos que o tocam

Ambas te atingem!

O meu! O meu! O meu!

Com as tuas asas-palavras que o tocam

Ambas me atingem!

O último carro de vacas de Areosa

 Talvez não fosse!

Havia um outro que atravessava para a veiga ali no Mirante. 

Era de um Senhor que morava no Barro (se não me engano)

Mas estas eram AS DO RIBEIRO na leira imediatamente a Poente da Igreja de Vinha. (sementeira de milho)