sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Paulo Ramalho

A rede é uma coisa incrível!

Há que tempos que eu andava para perguntar pelo Paulo Ramalho sempre que o Júlio Isidoro ia comemorando a passagem dos seus anos pela RTP.

Nunca o ouvi falar de Paulo Ramalho, o meu ídolo dos tempos do ciclo preparatório.

Não perdia os programas em que ele de viola na mão cantava coisas como a MULA DA COOPERATIVA do Max.

Os anos passaram e eu fui para Mafra para o curso de oficiais milicianos  na segunda incorporação de 1969 (Abril).

Qual não foi a minha surpresa em ver precisamente o Paulo Ramalho nessa mesma recruta muito embora pertencendo a outra companhia que não a minha!

Passei a minha palerma  recruta sem me dar ao conhecimento.

Até que por volta de 1985 numa das noites das Feiras Novas de Ponte, dei de caras com o Paulo Ramalho sentado na Havaneza. Disse à Maria Augusta com quem tinha ido à festa. 
- Aquele é o Paulo Ramalho da televisão. 

E fui ter com ele apresentando-me como seu admirador de tempos idos e confirmando a nossa estadia na mesma recruta em Mafra.

A sua surpresa foi igual à simpatia com que me acolheu. 
E desse encontro nunca mais me esqueci. 
Por isso  sempre a mesma pergunta inicial.


"Mesmo na programação infantil e juvenil, o que terá sido mais determinante para a melhoria das formas e dos conteúdos – que se deu, com efeito – foi a acção de uma boa equipa de produção e de apresentadores com carisma, como Lídia Franco, a revelar-se, mais tarde, como actriz, após passagem pelo bailado. Em 1963, os “juvenis” têm também a marca de Yvette Centeno, que traz para a escrita televisiva a poesia do seu quotidiano e revela uma declamadora e apresentadora com algum talento, já mais no ano seguinte quando se torna presença regular nas rubricas femininas. Falamos de Maria João Avillez. Outra figura que ganha fascínio aos olhos dos seus pequenos admiradores é Maria João, cuja carreira na RTP ficou pautada por muitos êxitos; e, já agora, também a de Paulo Magalhães Ramalho (que, a certa altura, formou equipa com Maria João Avillez e João Lobo Antunes), não se dispensava, porque tinha um especial dom para a crónica humorística e para as figuras animadas: Pica-Pau, Zé Calhamaço, Quim Pincelada, D. Raimundo, Sebastião e Dói-Dói (criações da pintora miniaturista, Lena Perestrelo), que, aos domingos, faziam as delícias das crianças. Um talento tão multifacetado, levou a que Paulo Ramalho fosse, para muitos, a grande revelação do ano. Mas um outro jovem, de nome Júlio Isidro, não se batendo embora por este ceptro, deu muito nas vistas e adivinhem lá a fazer o quê? Modelos de aviões, que voavam e tudo, pois então. Um programa de aeromodelismo, intitulado “Mãos à Obra”, que iria largar o Júlio para outros voos e outros espaços. Enquanto que, no estrito limite do tabuleiro, Joaquim Durão, um “mestre” de xadrez, estudava tácticas de movimentação e deixava a pensar nelas os mais fiéis espectadores do “Clube Juvenil”.



















"Equipa maravilha da programação juvenil dos anos 60: Maria da Conceição Cabral dá a direita aos futuros doutores João Lobo Antunes e Paulo Ramalho. À direita, Júlio Isidro"

COM AS MINHAS HOMENAGENS!

António Alves Barros Lopes

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

O do Moleiro Novo deu em filósofo

Já o Alberto Caeiro se tinha dedicado a isto
( ver https://lopesdareosa.blogspot.com/2019/08/a-que-me-sabem-os-diospiros.html)


Deito-me ao comprido na erva.

Deito-me ao comprido na erva.
E esqueço do quanto me ensinaram.
O que me ensinaram nunca me deu mais calor nem mais frio,
O que me disseram que havia nunca me alterou a forma de uma coisa.
O que me aprenderam a ver nunca tocou nos meus olhos.
O que me apontaram nunca estava ali: estava ali só o que ali estava.


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E dei comigo, em conversa de taverna, (de café que é mais urbano) a falar com alguém que sustentava não estudar para ter tempo para trabalhar e ganhar dinheiro!

Pensei no caso dum conhecido Manolo, galego, que se dedicava a pilotar lanchas voadoras.

Nos estaleiros de Viana onde substituiu os motores de uma delas, disse-me quando me viu apressado a entrar na "Técnica"

- Ombré, non trabajes tanto que no tienes tiempo de ganar dinero! ( Assim ou mais ou menos)

Retorqui então ( no café) que eu próprio, tudo , ou quase tudo, o que ganhara na vida foi mais com o que aprendera e pouco com o que me ensinaram.

Fui obrigado a reflectir naquilo que acabara de dizer, pois poderia também chegar à conclusão que pouco aprendera em relação ao muito que  os professores e a própria vida vida, me tentaram ensinar! Isto tendo em conta o dinheiro disponível que tinha no bolso!!!

E acabei a matutar naquela velha rebatida de que:

- Ai se voltasse atrás faria tudo na mesma!

Actitude arrogante de quem, ao que parece, assume afinal que a vida não lhe ensinou nada!


Nota
Não liguem muito a isto. Saiu-me quando me encontrava sentado num tampo de madeira com um buraco no meio!

 tone do moleiro novo


sábado, 25 de janeiro de 2020

Milho e trigo

Milho e trigo

Por volta de 1932 a CUF fez uma campanha de adubação com Nitrato de Cálcio.

Fez campos experimentais com diversos lavradores dos nossos lados.























Aqui em Areosa, a Senhora Edvirges da Fatuta e José Afonso Gaspar, conhecido Lórça que era de Santa Marta.

O Muro Poente da eira da Casa da Fatuta ainda deixa ver a o telhado da antiga Casa do Penedo, origem dos Vieitas Costa.

A seguir


O Proprietário Senhor Benigno Bandeira, Pai do Cássio Bandeira e avô do Sebastião e Domingos Bandeira, este que também se chama Benigno se o França não me enganou. O Senhor Benigno não está na fotografia. Nesta data seria já o Senhor Cássio com as irmãs.

A seguir


Desfolhando na Casa do Cabecinho
E depois


















Já o fruto da colheita.

O França sabe quem é o castiço à direita. 

A Casa é a do Cabecinho que de facto pertenceu ao Major Cruz Azevedo que era de Venade.

Existem duas boas referências a este Senhor; uma na Monografia de Venade outra no livro do Casimiro Puga acerca da Familia dos Meiras de Afife.

Com os meus agradecimentos ao Tinta (1) de Perre por  ter disponibilizado os elementos primeiros da "reportagem".

As informações (Afife)  complementares são do França e do Puga

(1) - Está bem escrito. Poderia ser "ao Tinto de Perre" mas não é. 

No entanto é um gajo pouco recomendável. 

Alheando-se da tradição de Perre, em vez de ficar no tasco à porrada com os amigos, resolver ir passear para o rio das Carvalheiras. Um frouxo enfim...

tone do moleiro novo

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Do Álvaro ao Fernando com bilhete de ida e volta

Viagem do Tone do Moleiro Novo

Nasceu, cresceu e assume-se labrego inculto. 
Paleolítico até!

Não é que o gajo anda a ler a obra de Álvaro de Campos!!!
A coisa apresentou-se-lhe um pouco confusa pois dentro do livro encontrou outra pessoa chamada Fernando!

Mas deu de caras com um texto com o qual se identificaria de imediato.

"Sou vil, sou reles, como toda a gente
Não tenho ideais, mas não o tem ninguém
Quem diz que os tem é como eu, mente
Quem diz que os busca é porque não os tem.


É com imaginação que eu amo o bem
Meu baixo ser porém não mo consente
Passo fantasma do meu ser presente
Ébrio, por intervalos, de um além


Como todos não creio no que creio
talvez possa morrer por esse ideal
Mas, enquanto não morro, falo e leio


Justificar-me? Sou quem todos são...
Modificar-me? Para meu igual...
- Acaba lá com isso, ó Coração "


Mas chegado a este último terceto o nosso herói divergiu do Álvaro.
(- Ou do Fernando?). 

E deixou-me um recado que terminaria a coisa assim:

JUSTIFICAR-ME? Procurando perdão??
MODIFICAR-ME? Não serei normal???
Tira o cavalo da chuva, ó meu irmão!


Assinado pelo
ortónimo do Tone do Moleiro Novo

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

BARRENTA 2003

Encontro de tocadores de concertina na Barrenta em 2003


Meia dúzia deles


















Aqui a minha corôa de glória! 

Com o Senhor Lário e o senhor Araújo do Soajo à minha esquerda.                                                                                                                                  

À minha direita o Senhor Luis do Bem Parece de Grândola, nessa altura já com cem anos ou por aí!. Depois o Senhor Bernardo Lopes Póvoa de Benavila, Aviz. 

E depois um senhor que conheço muito bem mas que não sei dizer quem é. Para a fotografia trocou a concertina com o Senhor Bernardo.

Lá atrás o nosso conhecido Hermano Carreira o grande impulsionador dos encontros da Barrenta.

Grupo alargado                                                













Mais gente conhecida

Ao meu lado esquerdo o Carvalhido e o Senhor das Castanholas Guisadas de Figueira de Castelo Rodrigo.

Também lá está o Senhor Moisés Eusébio. E Mais à frente a Natividade e um Ribeiro. 

E também o de Gulpilhares com o seu boné à não sei quê.

E todos os outros que ao olharem para esta imagem me podem ajudar a identificar.


Poderia chamar-lhes os precursores!

lopesdareosa

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Kepa Junkera em Viana ano 2002

Em 2002 Kepa Junkera esteve em Viana.

Houve um encontro de Concertinas promovido pelo INATEL.

Houve também missa em São Domingos 

E METEU CONCERTINAS!!!















lopesdareosa

Chema Puente

Rabelista do Cantábrico



Encontrei-o em Arsèguel no fim dos anos 90. 

Esteve conosco no Casino de Afife em 6 de Junho de 2004.

Com ele vieram do País Basco, Roberto Etxebarria na Triki e Kepa Arrizabalaga na pandeireta. Aqui numa imagem de 2009
                   
                                                                                                                                           
Na despedida, Chema Puente deixou-me este manuscrito com um texto de Gerardo Diogo sobre o Rio Douro.



ROMANCE DEL DUERO


lopesdareosa

sábado, 4 de janeiro de 2020

LA MARIPOSA

LA  MARIPOSA






















Foi-me apresentada como o Harmónio do Toca Tone!

Se alguma vez o terá sido seria então dos tempos das festas e romarias, dos bailes no Largo do Caixão e nos do regresso das cortas do argaço de que a minha Nai sempre me falou. 

Ou seja dos tempos áureos do Toca Tone!

No entanto esta fotografia tirada já no fim do século vinte apresenta o instrumento ainda com um bom aspecto pouco condizente com a má vida que o Toca Tone lhe teria dado!

Num sei quem tem este instrumento na actualidade. Mas tenho a certeza que ainda estará bem conservado nas mãos de quem o merece!

lopesdareosa

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

MORREU O BENJAMIM DAS BOUROUAS

MORREU O BENJAMIM DAS BOUROUAS.

Num sei se é assim que se escreve. A casa, ali em Montedor, aos meus ouvidos soa desta maneira! 

(Minha mãe falava do patriarca, do Tio Joaquim lavrador que andava a cavalo e usava uma faixa vermelha à cintura.)

Morreu o Benjamim, o  último daquela a que eu chamava e continuo a chamar 

"A Ínclita Geração de Carreço"

Domingos -
" O Fandangueiro" de Pedro Homem de Mello

Manuel - 
O homem do Piano e do Vinho

Francisco -
Para mim o "Rapaz de Veludo" de Manuela Couto Viana.

 - Aquele que, no dizer de PHM, doou o seu corpo de rosas ao crespelho dos Açores 

Ver https://lopesdareosa.blogspot.com/2011/02/romance-do-rapaz-de-veludo-francisco.html

E

O Benjamim
Môço de lavoura na casa dos pais até perto dos trinta anos.
Deixou o mar, a veiga e o monte de Carreço apenas com a quarta classe! 
Jubilou das cátedras da Universidade!
Aprendera também com a leitura sentado no burro que o levava com os sacos do cereal a moer nos moinhos de Cabanas, por aquele caminho dos respectivos entre Paçô e Gateira.

E não sei se o Paulino tem tábuas suficientes para talhar o caixão em que a dimensão do Benjamim caiba!

tone do moleiro novo