quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

O do Moleiro Novo deu em filósofo

Já o Alberto Caeiro se tinha dedicado a isto
( ver https://lopesdareosa.blogspot.com/2019/08/a-que-me-sabem-os-diospiros.html)


Deito-me ao comprido na erva.

Deito-me ao comprido na erva.
E esqueço do quanto me ensinaram.
O que me ensinaram nunca me deu mais calor nem mais frio,
O que me disseram que havia nunca me alterou a forma de uma coisa.
O que me aprenderam a ver nunca tocou nos meus olhos.
O que me apontaram nunca estava ali: estava ali só o que ali estava.


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E dei comigo, em conversa de taverna, (de café que é mais urbano) a falar com alguém que sustentava não estudar para ter tempo para trabalhar e ganhar dinheiro!

Pensei no caso dum conhecido Manolo, galego, que se dedicava a pilotar lanchas voadoras.

Nos estaleiros de Viana onde substituiu os motores de uma delas, disse-me quando me viu apressado a entrar na "Técnica"

- Ombré, non trabajes tanto que no tienes tiempo de ganar dinero! ( Assim ou mais ou menos)

Retorqui então ( no café) que eu próprio, tudo , ou quase tudo, o que ganhara na vida foi mais com o que aprendera e pouco com o que me ensinaram.

Fui obrigado a reflectir naquilo que acabara de dizer, pois poderia também chegar à conclusão que pouco aprendera em relação ao muito que  os professores e a própria vida vida, me tentaram ensinar! Isto tendo em conta o dinheiro disponível que tinha no bolso!!!

E acabei a matutar naquela velha rebatida de que:

- Ai se voltasse atrás faria tudo na mesma!

Actitude arrogante de quem, ao que parece, assume afinal que a vida não lhe ensinou nada!


Nota
Não liguem muito a isto. Saiu-me quando me encontrava sentado num tampo de madeira com um buraco no meio!

 tone do moleiro novo


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