Casa dos avós. Casa dos Pais.
Lugar onde a gente se enterra antes de morrer.
Um dia ao jantar, na sala onde outrora fora a loja, onde se pousavam os feixes de erva para o gado e a jeito situada a meio do caminho entre a cozinha e o eido, pus-me a pensar neste, já com a porta de acesso tapada e nos degraus do outro lado. Lembrei-me daquele artifício do meu avô de colocar na ombreira dessa porta, uma tábua caiada para reflectir a claridade para dentro do eido em tempos de arrancar o estrume. (Isto muito antes da descoberta das fibras ópticas)
Tanto pensei nesse envolvimento que saiu esta:
PURA LITERATURA
Faço um poema idiota
que consiga abrir a porta
da gente que não se importa
com a Poesia.
Que não seja letra morta
quer de noite quer de dia!
Fui buscá-lo à esterqueira
ao lado que tão bem cheira
espero que saia à maneira
morena gorda sadia
P'ra perfumar a chieira
da Burguesia
Há disso também na corte
e a quem não faltar a sorte
caberá da boa e forte
( não há na mercearia)
se é muita reparta e corte
faça doce de aletria
No caminho vou à bosta
na porta do forno posta
na pedra que se encosta
dá melhor sabor ao pão.
Se é lareiro que se gosta
- Comer assim!? porque não!
Há de sobra na quemúa.
A gente que não amua
se da minha ou da tua
desfrutasse a demasia
decerto que não iria
gritar no meio da rua
que de fome padecia
Se não chegar vou ao eido
onde a vaca deu um peido
e eu arranquei do
maior.
P'rámigos hei do
melhor
Um desses sei do
Leitor
( Ora essa! Não tem de quê! Sempre ao dispor! Escusa de agradecer! Mande sempre! Será sempre bem vindo! Foi um prazer! Tem sempre a porta aberta! Sempre que necessite, já sabe! Temos que ser uns para os outros! Os amigos são para as ocasiões! Nem pense, até lhe levo a mal!)
Tone do Moleiro Novo
Um poema aldeão, que nem Manuel Maria Barbosa du Bocage poderia escrever - ele que era um fidalgo urbano !
ResponderEliminarJá é a segunda vez que apanho com TODOS ESSES QUE AÍ ESTÃO. Num sei de quem se trata. Nem isso é importante. Importante é o contexto! Pelos vistos conhece-me! E deve saber que não passo de um zé ninguém. De um borra botas, de um gajo que o que quer é passar nesta vida sorrindo! No entanto e não sei porquê sofro de inveja alheia! ( (o diagonóstico foi de da Bruxa a que a minha nai me levou-me em pequeno) E o meu maior gozo é saber que há um monte de gajos que não me gramam mas que lá no fundo vão lucubrando - O LOPES É PHODIDO. Mas a mim ninguém liga. Não sou importante para ser bajulado. Vou-me esgueirando na minha insignificância. E não sei das coincidências circunstânciais. Há um Poeta brasileiro que utilizou a expressão inicial para retratar a dele possivelmente, mas decerto também a minha condição. Chamava-se Mário Quintana e a qudra é a seguinte.
ResponderEliminarTODOS ESSES QUE AQUI ESTÂO
ATRAVANCANDO O MEU CAMINHO
ELES PASSARÃO...
EU PASSARINHO!