domingo, 26 de dezembro de 2010

AO RUI BARROS DE AFIFE

 O RUI BARROS

Com quem compartilhei alguns pedaços da minha  adolescência.
Fazia observações que deixavam a minha incompreensão atrapalhada.
Mais tarde apercebi-me da gravidade da situação que desde há muito  germinava.
O Rui passou-se para o outro lado de si mesmo. 
Para o outro lado de todos nós.
Quem se lembra  das gravações antigas do Rancho de Afife  tem ainda nos ouvidos a canção do  Rui.

       Meu coração anda triste
           porque foi abandonado
               É triste, meu Deus é triste
                   Amar e não ser amado

Ao que os companheiros respondiam no desenleio dos tempos despreocupados.

                        - Chora! Chora!
                                 E a mim que se me dá!

                                    - Ó tim tim ora vira vira!
   
                                         - Ó tim tim ora vira lá

Ironia das ironias. Na tragédia, nem os coros gregos conseguiriam melhor!



Em cima, na Senhora da Cabeça, em Freixieiro, nos finais dos anos sessenta. Encostado ao    pinheiro, o Aires da Mariana. À sua direita o Rui Barros. Na frente o Matias de Âncora ou seja, o Vasco da Sereia. O outro, eu, que era assim e já tinha dificuldade em respirar pelo nariz.

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