Esta encontrei-a em DEMOCRACIA PARTICIPATIVA
http://revoltatuga.blogspot.com/2011/02/processo-progresso-regresso-retrocesso.html
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As Câmaras Municipais estão a colocar as aldeias às escuras, à noite, desligando as luzes para não gastarem energia. Há cinquenta/sessenta anos atrás as aldeias também não tinham electricidade, nem de noite nem de dia.
Leio nos jornais que a moda deste ano vai ser os espartilhos e os soutiens feitos de materiais duros como a corticite. Há cinquenta, sessenta anos atrás, as mulheres usavam espartilho.
Os responsáveis pela, segurança Rodoviária querem instituir a velocidade máxima nas localidades de 30 km/h. Era isso que acontecia há cinquenta/sessenta anos atrás, quando em vez de automóveis havia, carroças nas ruas. Já não estaremos muito longe desse futuro devido à escalada do preço do petróleo e falta de uma energia alternativa à escala mundial.
Também li que, devido ao aumento do preço do tabaco, já há muita gente que retomou o hábito de fumar o tabaco de enrolar, tal como era frequente há cinquenta/ sessenta anos atrás.
Devido à carestia dos transportes, já há muita gente, em Lisboa, a andar nos transportes públicos (foi o telejornal que o demonstrou, há dias). Tal e qual como antes, há cinquenta/sessenta anos atrás, quando as pessoas iam para o emprego de cacilheiro, de autocarro, eléctrico ou de comboio.
Por causa do desemprego e dos cortes que os nossos embriagados governantes estão a fazer, já se vêem pessoas a fazer hortas na periferia de Lisboa, produzindo couves, batatas, feijões e cebolas, nos cantinhos abandonados das urbanizações. Tal como faziam os seus pais e avós, há cinquenta/sessenta anos atrás. Se querem ganhar dinheiro no futuro comecem a comprar todas as parcelas de terreno de solo arável ao redor das grandes cidades porque os custos dos transportes e do encarecimento do combustível já está a provocar um encarecimento vertiginoso dos bens alimentares.
Aliás, retoma-se actualmente o conceito de “agricultura biológica” que se fazia há cinquenta/sessenta anos atrás, antes de surgir a praga dos adubos industriais. E andam por ai engenheiros a ensinar técnicas de compostagem que era o que se fazia, há cinquenta/sessenta anos, ao aproveitar resíduos orgânicos, chamava-se-lhe estrume.
Li num jornal diário e vi uma peça de noticiário da televisão, que as cabras estão a ser utilizadas para prevenir os incêndios florestais, mandando-as pastar para as florestas comer aquilo que, não sendo eliminado, constitui combustível propício à deflagração dos incêndios. Essa técnica era amplamente utilizada há cinquenta/sessenta anos atrás. Hoje para os combatermos temos uma protecção civil a gastar milhões e com um comandante a encher os bolsos com um saco azul, segundo as últimas notícias.
O mais interessante é que tudo isto está a acontecer em nome do futuro, recuperando aquilo que havia no passado.
Como lhe chamar? Processo? Progresso? Regresso? Ou retrocesso?
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MEU COMENTÁRIO
Brilhante! Tão brilhante que para mim é como OS LUSÍADAS. Só tenho pena de não ter sido eu a escrever este texto.
A parte das cabras também está no meu:
No entanto essa parte, a da "agricultura biológica" ( antigamente chamava-se lavoura) e a das "Hortas Urbanas" já as vejo (agora) defendidas por aqueles que destruíram essas mesmas práticas.
Destruiram a ruralidade - agora querem cabras no monte!
Destruíram a lavoura - agora querem a "agricultura biológica" que ao fim e ao cabo vem dar ao mesmo.
Enterraram solo arável debaixo de betão e cimento armado ( para a expansão das cidades, diziam) agora
defendem a "novidade" das "hortas urbanas".
Antigamente os artistas; trolhas, moços da cal, caiadores, estucadores, pintores, pedreiros, canteiros, metalúrgicos. íam para o trabalho de bicicleta. Depois toda a gente arranjou um chibante. Não sem que não se tivesse passado pelos motões, sashes, zundaps e floretes.
Agora é moda pretenderem que andemos de bicicleta!
Antigamente os artistas; trolhas, moços da cal, caiadores, estucadores, pintores, pedreiros, canteiros, metalúrgicos. íam para o trabalho de bicicleta. Depois toda a gente arranjou um chibante. Não sem que não se tivesse passado pelos motões, sashes, zundaps e floretes.
Agora é moda pretenderem que andemos de bicicleta!
É o Portugal dos reconvertidos que tem no Presidente a sua máxima expressão!
Discurso de segunda posse; tudo ao contrário do que praticou durante dez anos como Primeiro Ministro!
Tudo isto me faz pensar nos tempos que crescí usando ceroulas.
Na minha adolescência apareceram os trussus. Envergonhado lá seguí a moda. Envergonhado duas vezes. Era vergonha os outros aperceberem-se que ainda usava ceroulas.
Mais recentemente deu tudo em usar boxers que, afinal, são ceroulas.
Vá lá entender o mundo.
Nesta geografia o grande salto civilizacional foi dado pelas raparigas.
Antigamente para chegar ás nádegas tinha que se apartar as calcinhas.
Agora para chegar ás calcinhas tem que se apartar as nádegas.
TONE DO MOLEIRO NOVO
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