quinta-feira, 14 de julho de 2011

A FOZ DO RIO MANCO

Existe mesmo. É de um afluente do Rio Minho, algures entre Valença e Monção!



Mas antes vou falar de um livro, o último ( mas não o último) livro de Adelaide Graça




























"Onde os pés escrevem as pegadas do encontro"

Este título  foi retirado do próprio texto.

Se um dia for feita a sua história se saberá que era para ser intitulado A FOZ DO RIO MANCO

Adelaide Graça aventurou-se a publicar os seus escritos. Poesia ainda por cima! Pior ainda, num lirismo arrasante onde todo o seu profundo sentido da vida é mostrado, tantas vezes, em detalhes que poucos autores  se atreveriam em desvendar:

Daí que; LIMITES DA RAZÃO em 1998, QUANDO TUDO PARECE PARAR, 2002, SEM CHAVES NEM SEGREDOS, 2004, NO VÃO DA AUSÊNCIA 2006.

Depois em 2007 DO TEMPO DE QUANDO já em prosa. No entanto  as imagens, as narrativas, os contos, o rio Minho, continuam impregnados do mesmo lirismo, matriz de que Adelaide Graça não se liberta nem pode.

E essa matriz continua agora onde os pés escrevem as pegadas do encontro, que afinal  são todos os lugares de uma viagem em que o encontro é sempre o mesmo.

O Fernão Capelo Gaivota não está ali por acaso. Tanto pode significar uma partida como uma chegada.

E de uma viagem se trata, talvez duas. Talvez mais. Talvez a primeira, talvez a derradeira.

Na apresentação deste livro, em Viana, alguém disse que se tratava de uma viagem que não tinha principio nem fim.

De facto! Tenho agora a lembrança daquele filme O SENHOR DOS ANÉIS. A história afinal não é um conto mas sim uma viagem que vai sempre em frente e só tem fim porque o filme tinha que acabar em algum lado.

Ora este livro da Adelaide Graça é uma viagem que não tem fim, mas num curto-circuito que não leva Maria a lado algum a não ser ao encontro com o seu próprio destino arrastando consigo os companheiros de peregrinação. Dessa viagem ficam as pegadas.

Depois de o ler entendi que de facto bem poderia chamar-se A FOZ DO RIO MANCO.

Todos os destinos são estuários de outras tantas peregrinações.
(Os rios fazem as suas)
E quantas mazelas nos pode causar a caminhada!

Lopesdareosa.

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