sábado, 27 de novembro de 2010

COMO DE REPENTE DEIXEI DE SER LABREGO


" Só me faz pena...Quanta coragem, quanto poder de sacrifício não são necessários a essa pobre gente que gasta a vida a lutar pelos meios de felicidade sabendo muito bem que a felicidade nunca chegará...Nós os homens do campo da montanha, temos compensações - mas essa gente que vive sufocada nos falanstérios lôbregos das cidades... custa a compreender porque vive e como vive." Teixeira de Pascoais


COMO  DE  REPENTE  DEIXEI  DE  SER  LABREGO

É verdade e aconteceu no passado dia 21, de uma Sexta para um Sábado.
Adormeci Aldeão e acordei cidadão!
Isto porque na reunião de Assembleia Municipal foi votada, por unanimidade, a integração da Aldeia de Areosa, na cidade de Viana do Castelo.
Não interessa que não constasse no programa eleitoral da maioria. Não interessa que fosse do conhecimento prévio de Areosa essa intenção. Não interessa que não tenha havido um debate público acerca do assunto. Não interessa que este assunto não tivesse constado na Ordem do Dia de alguma Assembleia de Freguesia de Areosa. O que interessa é que foi tudo muito democrático. Tanto que até a oposição votou favoràvelmente a proposta da maioria. Também interessa que a oposição não seja demasiado feroz!
O certo é que passei de Rural a urbano à força.
Não sei como é que me vou recompor disso. De qualquer forma o choque não foi grande. Pensei que passar de Parolo  a burguês fosse mais difícil. Que desse náuseas e vómitos. Convulsões intestinais e esgares faciais. Contorções ósseas e espasmos musculares. Qualquer coisa como na história do Médico e do Monstro. Nada disso!
Depois de me ter deitado Areosense, quando me levantei vianense ( ou vianês como agora se diz) fui ao espelho ver a diferença. Afinal não acordei de fato e gravata. Não! Apenas e ainda as cuecas do dia anterior.
Mas para além da visão caricata do evento, espero sinceramente que esta decisão política conduza a consequências administrativas que tenham como resultado um salto qualitativo para Areosa no sentido de sair de uma situação que levou o actual Presidente da Câmara ao desabafo de a classificar como a freguesia mais atrasada do concelho.
Passe o exagero (será?) de uma observação informal em círculo restrito, poderei muito bem ajudar a encher a masseira das razões do Sr. Presidente da Câmara. Pelo menos espero que a Câmara passe a ter um melhor conhecimento sobre Areosa. Vejamos um exemplo desse desconhecimento.
Foi publicado no Diário da República de 8 de Junho deste ano a declaração ministerial que autoriza a Câmara a expropriar os terrenos necessários para executar os acessos à passagem inferior à Via Férrea no Km 85,225 da Linha do Norte. Na folha oficial foi também publicado o levantamento cadastral desses terrenos com a legenda POVOENÇA-AREOSA. Ora o viaduto é no Lugar do Meio e não na Povoença. A Câmara deveria saber disso. Mas o que mais me intrigou foi que, lendo o Edital que anuncia as expropriações a efectuar para realizar tais acessos, deparei com a expropriação de um terreno na Penedeira e de outro em Mosqueirós. Dado que a Penedeira fica a cerca de um quilómetro a norte do sítio do viaduto e Mosqueirós a dois a sul, quero fazer esta pergunta à Câmara;

- Por que é que para executar os acessos ao viaduto é necessário expropriar
   um terreno na Penedeira e outro em Mosqueirós?   

Aguardando atento e curioso.
( Confuso também por não saber de onde sou.)
António Alves Barros Lopes

Publicado na A AURORA DO LIMA em 24 de Outubro de 1990

Nota dos dias de hoje.
Até hoje!





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