terça-feira, 12 de abril de 2011

COMBATENTES NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

COMBATENTES DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Conhecí alguns.
O meu avô do Lopes esteve lá. Não esteve nas trincheiras. Era alfaiate e ficara na rectaguarda, nas oficinas de manutenção do equipamento. Já estava na guerra quando o meu pai nasceu em 1917.
           
O Sr. José do Cascudo, o avô  do Génio, do Zé e do Berto, que tinha uma tasca alí para os lados da Cardosa.

Conheci o Sr. Ferreira, avô do João, do Necas, da Ção, da Irene, do Ernesto e da Fernanda, todos Minas, que me contou do ataque dos alemãs que dizimou o contingente Português no 9 de Abril. Vendo as coisas mal paradas fugira encoberto pelos taludes do terrenos. A sua experiência de lavradror dera-lhe facilidade de avançar em tais terrenos até que foi recolhido por uma patrulha de Ingleses que se encarregaram de organizar a retirada.
Muitos foram feitos prisioneiros. Tive a felicidade de ainda conhecer o Senhor Afonso Gonçalves de Santóginha e casado em Castanheira, nas Argas.
Aqui uma fotografia na Senhora da Rocha em 1985. Contou-me da sua caminhada de França até à Alemanha em marcha forçada sem comer. Até tinha roído a própria erva dos campos. O raciocínio era simples se as vacas na sua terra comiam ele decerto não iria morrer por causa disso. Não se livrou da fome nem das diarreias mas sobreviveu para contar a história que foi a última que as suas capacidades memoriais retiveram até à sua morte.

Conheci  o Tenente Ribeiro de Afife. Este estivera nas duas Guerras.
Na Primeira, na Flandres e na segunda em Timor no preciso momento em que os Japoneses invadiram essa terra então dita Portuguesa. Este facto é pouco divulgado talvez para alimentar o mito de Salazar que se ufanava de nos ter livrado da Guerra. Mentira histórica. A guerra é que não veio ter connosco. Pois se assim acontecesse ( Como aconteceu em Timor ) não seria o Salazar que nos salvaria como aí não nos salvou.
O Sr. Tenente Ribeiro de Afife contou-me a forma que vira, na retirada de La Lys, um Soldado Escocês apontar a sua espingarda a um aeroplano alemão e o atirara a baixo.

O Sr Ferreira e acerca dos soldados escoceses, contou-me uma história recambolesca, mas verdadeira, passada com as nossas tropas. Nas folgas as linhas da frente eram revezadas e no descanso, já nas povoações Francesas, na rectaguarda das
trincheiras,  conviviam com as tropas aliadas. Os escoceses vestiam a sua farda de gala que, fundamentalmente, consistia no Kilt e seus adereços. Mas para os Portugueses vindos das mais variadas aldeias do Alto Minho tratava-se pura e simplesmente de saias e não estavam com meias medidas. Os mais afoitos passavam umas mãozadas pelas pernas escocesas e estes não gostavam, mesmo nada da brincadeira. A oficialidade reuniu e os Britânicos solicitaram aos portugueses que avisassem o pessoal que não se metessem com os Escocesses pois que daí poderia advir grande chatice. E o certo é que os oficiais portugueses reuniram as tropas em parada para numa palestra explicarem a situação.

Este Escocês ficou no coração dos Portuenses.
Ou então dos Portistas o que deveria ser a
mesma coisa.

Chamava-se Harrison jogava no Porto quando
foi mobilizado para a Guerra.

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